POSTAGEM 7-1-22
Em que se tornam as almas dos mortos enquanto esperam uma nova reencarnação? As explicações foram coletadas no número de janeiro de 1861 da REVISTA ESPÍRITA. Diz o texto: As que não deixam a Terra ficando errantes em sua superfície vão sem dúvida aonde lhes apraz, ou, pelo menos, aonde podem, conforme o seu grau de adiantamento, mas, em geral, pouco se afastam dos vivos, principalmente daqueles a quem são afeiçoadas, quando têm afeição por alguém, a menos que lhes sejam impostos deveres a cumprir alhures. Estamos, pois, em todos os momentos, cercados por uma multidão de Espíritos conhecidos e desconhecidos, amigos e inimigos, que nos veem, nos observam e nos ouvem; alguns participam de nossas penas, bem como de nossas alegrias; outros sofrem com os nossos prazeres ou gozam com as nossas dores, enquanto outros, finalmente, mostram-se indiferentes a tudo, exatamente como acontece na Terra, entre os mortais, cujas afeições, antipatias, vícios e virtudes são conservados no outro mundo. A diferença é que os bons desfrutam na outra vida de uma felicidade desconhecida na Terra, o que se compreende muito bem; não têm necessidades materiais a satisfazer, nem obstáculos do mesmo gênero a ultrapassar. Se viveram bem, isto é, se nada têm ou pouco têm a se censurar em sua última existência corporal, gozam em paz o testemunho de sua consciência e do bem que fizeram. Se viveram mal, se foram maus, como lá estão a descoberto não podem mais dissimular sob o envoltório material, sofrendo a presença daqueles a quem ofenderam, desprezaram e oprimiram, bem como a impossibilidade, em que se encontram, de subtrair-se aos olhares de todos. Sofrem, finalmente, pelo remorso que os corrói, até que o arrependimento os venha aliviar, o que acontece mais cedo ou mais tarde, ou que uma nova encarnação os afaste, não às vistas de outros Espíritos, mas às próprias vistas, tirando-lhes momentaneamente a consciência de sua identidade. Desse modo, perdendo a lembrança do passado, sentem-se aliviados. Mas também é, para eles, o momento em que começa uma nova prova. Se dela tiverem a sorte de sair melhorados, gozarão o progresso realizado; se não se melhorarem, reencontrarão os mesmos tormentos, até que, finalmente, se arrependam ou aproveitem uma nova existência. Há um outro gênero de sofrimento: o experimentado pelos piores e mais perversos Espíritos. Inacessíveis à vergonha e ao remorso, estes não sentem os seus tormentos, embora seus sofrimentos sejam ainda mais vivos, porquanto, sempre inclinados ao mal, mas impotentes para o fazer, sofrem de inveja ao ver os outros mais felizes ou melhores que eles próprios, ao mesmo tempo sofrendo a raiva de não poderem saciar o seu ódio e entregar-se a todas as suas más inclinações. Oh! estes sofrem muito, mas, como te disse, sofrerão apenas enquanto não se melhorarem, ou, em outros termos, até o dia em que melhorarem. Muitas vezes não preveem esse termo; são tão maus, tão enceguecidos pelo mal, que não suspeitam a existência, ou a possibilidade da existência de um melhor estado de coisas, não imaginando, consequentemente, que seu sofrimento deve acabar um dia. É isso que os torna insensíveis ao mal e lhes agrava os tormentos. Como, porém, nem sempre podem fugir à sorte comum que Deus reserva, sem exceção, a todas as criaturas, chega finalmente um momento em que lhes é preciso seguir a rota ordinária; algumas vezes esse dia está mais próximo do que se poderia supor ao observar a sua perversidade. Foram vistos alguns que se converteram subitamente, e de repente seus sofrimentos cessaram; entretanto, ainda lhes restam rudes provas a suportar na Terra, em sua próxima encarnação. É preciso que se depurem, expiando as próprias faltas, e isto, definitivamente, é mais que justo; pelo menos não temem mais a perda do progresso realizado, pois não podem retroceder.
No Centro Espírita existem alguns cadernos, onde escrevemos os nomes e os endereços de quem precisa de ajuda. Como os Espíritos fazem para socorrer todas elas? Ou nem todas são socorridas? O que acontece quando a gente esquece o nome completo ou o endereço da pessoa? Ela deixa de ser atendida?
A sua pergunta nos leva a um esclarecimento oportuno. O uso de caderno de anotações de nomes no centro já se tornou uma prática comum, mas o público nem sempre está consciente sobre o seu papel nas atividades de atendimento espiritual. Em cada centro existem equipes de Espíritos que se prestam ao serviço de socorro e que, em geral, já estão a postos para realizar sua tarefa. Mas o trabalho, no plano espiritual, não se dá da mesma forma que no mundo físico. As atividades de socorro dependem, sobretudo, dos sentimentos – tanto daquele que pede, como daquele que precisa receber.
Quando você escreve um nome no caderno, o que importa não é se a sua letra é legível, ou o nome correto da pessoa, ou seu endereço, ou – ainda, se ela está encarnada ou desencarnada. O que importa é a qualidade do pensamento e das intenções envolvidas. Quando você pensa na pessoa, a figura dessa pessoa aparece em sua tela mental e imediatamente se estabelece uma ligação psíquica entre você e ela, onde ela estiver. Essa ligação espiritual é, na verdade, o canal de comunicação que você criou para que os bons Espíritos possam localizá-la e cheguem até ela, e verifiquem se é possível ou não atendê-la e, se for possível, o que poderão fazer..
Trata-se de um canal mediúnico, onde você é o mediador da proteção. Quanto à possibilidade de ser atendida ou não, isso depende de vários fatores, mas, sobretudo, se ela está em condições de receber, porque, conforme a qualidade de seu pensamento, ela pode se fechar num campo inacessível aos Espíritos, e não ser atendida. Damos um exemplo: se você quer beneficiar alguém que, naquele momento, está participando de uma bebedeira, onde só se encontram Espíritos de baixo nível moral, é claro que os Benfeitores Espirituais não conseguirão se aproximar, por mais que eles queiram.
Quando se trata de atender, é importante as condições espirituais de quem recebe. A escrita de seu nome serve mais para você se concentrar melhor em quem precisa de atendimento. Enquanto você escreve, pensa nela, e seu pensamento abre as condições para que o plano espiritual possa interceder em seu favor. É claro que nem todos são atendidos e aqueles, que podem ser atendidos, nem sempre são atendidos como queriam, mas como é possível atender. O ideal, para que haja uma perfeita sintonia no atendimento, é que todos estão cultivando bons pensamentos naquele momento. Se o necessitado estiver em prece, a ação da Espiritualidade será facilitada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário