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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

MORRER E DESENCARNAR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 No excelente livro OS MENSAGEIROS (feb), o autor espiritual André Luiz repassa-nos interessante observação segundo a qual “após a morte, é preciso desencarnar também os pensamentos. As criaturas que se agarram no Plano Espiritual às impressões físicas, criam densidade para seus veículos de manifestação”. Dentre as mensagens incluídas na obra INSTRUÇÕES PSÍCOFONICAS (feb), chama a atenção a de um Espírito que em sua derradeira reencarnação à época havia sido importante banqueiro. Para reflexões destacamos parte de seu depoimento:- Quantas vezes afirmei que o dinheiro era a solução da felicidade!.. Quanto tempo despendi, acreditando que a dominação financeira fosse o triunfo real na Terra!... No entanto, a morte me assaltou em plena vida, assim como o tiro do caçador surpreende o pássaro desprevenido no mato inculto... Como foi o meu desligamento do corpo físico e quantos dias dormi na sombra, por agora, nada sei dizer. Sei hoje apenas que acordei no espaço estreito do sepulcro, com o pavor de um homem que se visse repentinamente enjaulado. Sufocava-me a treva espessa. Horrível dispnéia agitava-me todo. Queria o ar puro... Respirar... respirar... E gritei por socorro. Meus brados, contudo, se perdiam sem eco. Ao cabo de alguns instantes, notei que duas mãos vigorosas me soergueram e vi-me, depois de estranha sensação, na paz do campo, sorvendo o ar fresco da noite. Que lugar era aquele? Uma casa sem teto? De repente, a cambalear, reconheci-me rodeado de grandes caixas fortes... Ao frouxo clarão da Lua, reparei que essas caixas fortes surgiam milagrosamente douradas... Tateei-as com dificuldade, percebi palavras em alto-relevo e verifiquei que eram túmulos... Espavorido, transpus apressado as grades daquela inesperada prisão. Vi-me, semilouco, na via pública. Devia ser noite alta. Na rua, quase ninguém... Um bonde retardado apareceu. Achava-me doente, inquieto e exausto, mas ainda encontrei forças para clamar: — Condutor!... condutor!... O homem, porém, não me ouviu. Caminhei mais depressa. Tomei o veículo em movimento e consegui a situação do pingente anônimo; todavia, com espanto, observei que o bonde era todo talhado em ouro... As pessoas que o lotavam vestiam-se de ouro puro. O motorneiro envergava uniforme metálico. Intrigado, sentia medo de mim mesmo. E, para distrair-me, tentei estabelecer uma conversação com vizinhos. Os circunstantes, porém, pareciam surdos. Ninguém me ouvia. Vencendo embaraços indefiníveis, alcancei minha residência. As portas, no entanto, jaziam cerradas. Esmurrei, chamei, supliquei... Mas tudo era silêncio e quietação. E quando fitei o frontispício do prédio, o ouro me cercava por todos os lados. Acomodei-me no chão de ouro e tentei conciliar, debalde, o sono, até que, manhãzinha, a porta semi-aberta permitiu-me a entrada franca. Tudo, porém, alterara-se em minha ausência. Ninguém me reconheceu. Fatigado, avancei para meu leito... Mas o velho móvel apresentava-se-me agora em ouro maciço. Senti sede e procurei a água simples, entretanto, o liquido que jorrava era ouro, ouro puro... Faminto, busquei nosso antigo depósito de pão. O pão, todavia, transformara-se. Era precioso bloco de ouro, de cuja existência, até então, não tinha qualquer conhecimento em nossa casa. Meditei... meditei... Apavorado, tornei à rua. Sentia agora mais sede, muita sede... Voltei-me para o corpo da igreja, como um filho expulso do próprio lar; contudo, não mais a vi. Apenas, estranha voz no alto gritou aos meus ouvidos, ensurdecedoramente: — Amigo, os filhos de Deus encontram nas casas de Deus aquilo que procuram... Procuravas o ouro... Ouro encontraste... Qual mendigo desamparado, fugi sem destino. Queria agora apenas água, água pura que me dessedentasse. Conhecia a cidade. Demandei uma caixa dágua que me era familiar no alto do bairro de Santo Antônio. A água, ali, corria em jorros. Podia debruçar-me... Podia beber como se eu fora um animal e, prostrado, não mais de joelhos, mas de rastros, imploraria a graça de Deus. Achei a água corrente, a água límpida visitada pela luz do sol e estirei-me no chão... Mas, no momento preciso em que meus lábios sequiosos tocaram o líquido puro, apenas o ouro, o ouro apareceu... Reconheci haver descido à condição de um alienado mental”....



Elias Domingues da Silva, nos trouxe a seguinte situação, pedindo que manifestemos a respeito: Em 1995, ele perdeu um filho jovem num acidente de moto. Mais ou menos, uma hora antes do acidente fatal, ele notara que o filho, diferente do que costumava ser, mostrou-se com um semblante triste, ficou cabisbaixo e pensativo por um bom período. Mas ele, o pai – é claro!... - só fez essa relação depois do acidente, quando, então, se convenceu de que o filho devia ter pressentindo algo grave que estava para acontecer. Elias pergunta se esse pressentimento realmente aconteceu com seu filho.


Você conhecia bem seu filho, Elias, e por isso ninguém melhor que você ( e sua esposa, naturalmente) para tirar uma conclusão sobre o caso. Na verdade, embora uma observação como esta não seja uma regra ( ou seja, não aconteça com todo mundo ou não seja observada em todos os casos), há milhares de relatos que correspondem exatamente ao que você está dizendo. Muitos casos, levados ao conhecido de Chico Xavier por pais que queriam uma manifestação de filhos desencarnados, segundo podemos ler em várias cartas psicografadas, dizem exatamente isso. Referimo-nos, é claro, às mortes por acidentes, porque se tratam de situações inesperadas. Aliás, no livro VOZES DA OUTRA MARGEM, há o caso de um jovem que chegou a desenhar o próprio túmulo e, ao lado, a moto acidentada que o levaria à morte.


Um caso semelhante, que ficou famoso, foi o do jovem piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna. Quem acompanhou, pela televisão, o que aconteceu pouco antes da corrida, que o levaria ao acidente, viu o Senna bastante abatido, um tanto arredio e pensativo – comportamento que não era comum em sua vida de piloto. A própria televisão mostrou essas cenas várias vezes, onde podíamos perceber que Senna parecia se isolar do mundo, como se estivesse buscando algo no mais profundo de sua alma. O próprio Rubens Barrichello fez observações nesse sentido, estranhando a situação - entretanto, muito longe de pensar que algo de muito grave estava para acontecer.


Acreditamos que muitos dos nossos ouvintes, que nos acompanham agora, tenham casos semelhantes a relatar, tirados de sua própria experiência de vida. O que você quer saber, Elias, é como e por quê acontece isso. Podemos levantar algumas possibilidades. É possível que a morte estivesse realmente programada para aquele momento e essa programação se deu no plano espiritual, antes de seu filho reencarnar. Isso demonstra que seu filho teria, de fato, participado do planejamento desta vida. Os fatos mais marcantes da vida, como o nascimento e a morte, são aqueles que ficam mais profundamente impressos no inconsciente profundo do Espírito. Desse modo, em alguns casos, principalmente os de morte acidental, a pessoa pode pressentir algo de estranho e triste em si mesma, sem saber do que se trata. Tal pressentimento desencadearia essa forma de recolhimento espiritual, pouco antes do fato previsto.


É possível que, mesmo não ocorrendo tal pressentimento, os Espíritos Protetores – ou seja, aqueles que cuidaram da desencarnação de seu filho – aproximaram-se uma hora antes para prepará-lo para seu momento de passagem para o mundo espiritual. Essa aproximação – no caso, também planejada – tocou fundo a sua alma, levando-o a uma espécie de torpor ou recolhimento íntimo, que funciona como um preparo para o desligamento do Espírito, que nem sempre é fácil. Isso acontece porque a desligamento espiritual ( isto é, a desencarnação, a separação da alma do corpo) é diferente quando se trata de morte violenta. Pelo fato de a morte não ser natural, ele requer mais cuidados, mais trabalho, mais dedicação e mais rapidez por parte dos Espíritos socorristas, que se colocam a postos bem antes de o fato acontecer.

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