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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PROPORCIONAL AO GRAU DA....EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Como provam inúmeros relatos contidos no extraordinário documentário em que se constitui a REVISTA ESPÍRITA publicada com recursos próprios por Allan Kardec entre 1858 e 1869, os avanços alcançados pela Doutrina Espírita resultaram de contribuições de vários colaboradores de várias partes da Europa e algumas outras regiões da Terra à época. No número de janeiro de 1865, encontramos o exemplo a seguir que, por sinal, oferece-nos elementos para várias reflexões como as observadas por Kardec na continuidade. Escreve ele: O Sr. Rul, membro da Sociedade de Paris, transmite-nos o fato que se segue. Disse ele: “Em 1862 conheci um jovem surdo-mudo de doze ou treze anos. Desejoso de fazer uma observação, perguntei aos meus Guias Protetores se me seria possível evocá-lo. Como a resposta fosse afirmativa, fiz o rapaz vir ao meu quarto e o instalei numa poltrona, com um prato de uvas, que ele se pôs a chupar com ardor. Por meu lado, sentei-me a uma mesa. Orei e fiz a evocação, como de costume. Ao cabo de alguns instantes minha mão tremeu e escrevi: Eis-me aqui. “Olhei o menino: estava imóvel, olhos fechados, calmo, adormecido, com o prato sobre os joelhos; cessara de comer. Dirigi-lhe as seguintes perguntas: P. – Onde estás agora? Resp. – Em vosso quarto, em vossa poltrona. P. – Queres dizer por que és surdo-mudo de nascença? Resp. – É uma expiação de meus crimes passados. P. – Que crimes cometeste? Resp. – Fui parricida. P. – Podes dizer se tua mãe, a quem amas tão ternamente, não teria sido, como teu pai ou tua mãe, na existência de que falas, o objeto do crime que cometeste? “Em vão esperei a resposta; minha mão ficou imóvel. Levantei de novo os olhos para o menino; acabava de despertar e comia as uvas com apetite. Tendo, então, pedido aos guias que me explicassem o que acabava de se passar, foi-me respondido: “Ele deu as informações que desejavas e Deus não permitiu que te desse outras.(...) Allan Kardec comenta o fato: –Faremos uma outra observação a respeito. Aqui, a prova de identidade resulta do sono provocado pela evocação, e da cessação da escrita no momento de despertar. Quanto ao silêncio guardado sobre a última pergunta, prova a utilidade do véu lançado sobre o passado. Com efeito, suponhamos que a mãe atual desse menino tenha sido sua vítima em outra existência, e que este tenha querido reparar seus erros pela afeição que lhe testemunha; a mãe não seria dolorosamente afetada se soubesse que o filho foi seu assassino? sua ternura por ele não seria alterada? Foi-lhe permitido revelar a causa de sua enfermidade como assunto de instrução, a fim de nos dar uma prova a mais de que as aflições daqui têm uma causa anterior, quando tal causa não esteja na vida atual, e que assim tudo é conforme à justiça; mas o resto era inútil e poderia ter chegado aos ouvidos da mãe. Por isto os Espíritos o despertaram, no momento em que, talvez, fosse responder. (...) Além disso, o fato prova um ponto capital: não é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança de seu passado. Pode dizer-se que não a perde jamais, mesmo na encarnação, porquanto, durante o sono do corpo, quando goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, em falta de uma lembrança precisa, que lhe poderia ser penosa e prejudicar suas relações sociais, haure novas forças nos instantes de emancipação da alma, se os soube aproveitar. Deve-se concluir do fato que todos os surdos-mudos tenham sido parricidas? Seria uma consequência absurda, porque a justiça de Deus não está circunscrita em limites absolutos, como a justiça humana. Outros exemplos provam que esta enfermidade resulta, por vezes, do mau uso que o indivíduo tenha feito da faculdade da palavra.


Minha dúvida é a seguinte: nós podemos fazer qualquer pergunta aos Espíritos, que eles respondem?” ( S.A.M.)


Vamos refletir um pouco sobre isso: será que, se fizer qualquer pergunta sobre qualquer assunto a qualquer pessoa, você sempre vai obter uma resposta correta? Certamente, não. Pois, o mesmo acontece com os Espíritos. Os Espíritos não são seres perfeitos e, portanto, não sabem tudo. Cada um sabe aquilo que vivenciou, aquilo que aprendeu. Os Espíritos não são seres sobrenaturais, nem detentores exclusivos da verdade. Eles são apenas aquelas pessoas, que viviam conosco enquanto encarnadas e se foram antes de nós. O fato de estarem desencarnados não lhes confere “status” de sabedoria.


Desse modo, assim como não vamos obter respostas corretas de qualquer pessoa a sobre qualquer assunto, também não vamos obter a verdade pura e completa de qualquer Espírito. Quando queremos obter uma resposta segura, devemos, em primeiro lugar, saber a quem devemos perguntar, pois só devemos confiar naqueles que estão credenciados a responder. Se, por exemplo, a pergunta for sobre filosofia, devemos nos dirigir a um filósofo; se for de Matemática, a um matemático; se for de medicina, a um médico; e assim por diante. O campo do conhecimento é tão vasto que ninguém pode conhecer tudo; muita vezes, a pessoa desconhece até o que é de sua especialidade.


Portanto, como Kardec deixa bem claro em O LIVRO DOS MÉDIUNS, qualquer Espírito, que se propõe a responder tudo sobre qualquer assunto, é um impostor, um mentiroso. Os Espíritos sérios e honestos só respondem aquilo que sabem ou que pesquisam; eles dizem quando não sabem dar a resposta. Nesse caso, o máximo, que podem fazer, é pesquisar ou buscar a resposta correta naqueles que sabem. Por outro lado, os Espíritos desonestos, mentirosos, jamais revelam sua ignorância e, portanto, respondem a qualquer pergunta, passando-se por sábios. Infelizmente, há muita gente que se deixa levar por falsas informações.



domingo, 27 de fevereiro de 2022

QUEM ACREDITARIA? EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Político, Industrial e Administrador de méritos indiscutíveis, recentemente desencarnado, levado por Amigos Espirituais que lhe acompanhavam a recuperação necessária a reunião de tratamento espiritual, mostrava-se enfermiço e indisposto. A breve tempo, retemperado e fortalecido, retornou à instituição relatando suas impressões do sucedido nas horas que se seguiram à sua inesperada morte., revelando que o “A cada um conforme as próprias obras” é regra a que todos se subemetem. Identificado apenas pela letra G. por razões compreensíveis oferece elementos para nossas reflexões. De seu depoimento destacamos alguns trechos: - “Não admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse a os movimentos. Incapaz de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito, tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que, em minha aflição por despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minh’alma entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra parecia incorporar-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante, que ninguém atendia... Inexplicavelmente assombrado, em vão pedia socorro, mas acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo, prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais... Aquilo valia por expulsão em regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando, ouvindo e vendo... Contudo, buscando afastar-me, reparei que um fio tênue de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte. Indiscutivelmente delirava, no entanto aquele sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror neutralizavam-me o raciocínio. Mesmo assim, concentrei minhas forças na resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me exposto à visitação pública. Mas oh! irrisão de meu novo caminho!... Eu, que me sentia singularmente repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim, revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: - Meus pêsames! Perdemos um grande amigo... E o pensamento se lhes esguichava na cabeça, atingindo-me como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: - “não tenho pesar algum, este homem deveria realmente morrer...” Outras se enlaçavam aos amigos, e diziam com a boca: - Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço, muito moço. E acrescentavam, refletindo: - “morreu tarde, ainda bem que morreu...Velhaco! deixou uma fortuna considerável... deve ter roubado excessivamente...” Outras, ainda, comentavam junto à carcaça morta: - Homem probo, homem justo!... E falavam de si para consigo: - “político ladrão e sem palavra! Que a terra lhe seja leve e que o inferno o proteja!...” Via-me salteado por interminável projeção de espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações que me pareceram descabidas. Realmente não fora o homem que deveria ter sido, no entanto, até ali, vivera como o trabalhador interessado em quitar-se com os seus compromissos.



Se os Espíritos podem nos fazer mal, então Deus não está sendo legal com a gente. Nós, humanos, não podemos ver os Espíritos. Muita gente nem desconfia que os Espíritos existem. Como essa gente toda pode se defender, se não nem sabe o que está acontecendo. ( M.L.B.G.)


Como disseram os Espíritos a Kardec, “Deus governa o mundo através de suas Leis”, e o que funciona na vida é a Lei de Evolução. De fato, nós não vemos os Espíritos, nem mesmo aqueles que eventualmente podem nos prejudicar. Entretanto, todos temos inteligência suficiente para chegar à compreensão de que eles existem e que já estiveram encarnados entre nós. Quando nós, humanidade, dominarmos melhor esse conhecimento – que é o campo de estudo da Doutrina Espírita – teremos mais condições de saber como combater a atuação perniciosa que vem dos desencarnados.


Aliás, a história do ser humano sobre a Terra é uma história de descobertas e de conscientização. Há dois séculos atrás, não sabíamos da existência e da ação dos micróbios e, no entanto, nem por isso deixávamos de sofrer sua atuação, da qual geravam as doenças. Desconhecíamos a necessidade e a importância da higiene e dos tratamentos profiláticos. As cidades careciam de saneamento básico e sofríamos os efeitos dos agentes infecciosos. Em vista disso, as doenças infecciosas eram muito comuns, causando grande número de mortes. A partir de Louis Pasteur, no entanto, o mundo despertou para a gravidade do problema, passando a conhecer a atuação do mundo invisível dos microorganismos sobre o corpo humano.


Desde então, a medicina passou a descobrir os meios de evitar e de combater as doenças infecciosas. Mas, até chegar a esse ponto, milênios se passaram sem que o homem atinasse para as causas verdadeiras de um expressivo número de mortes. Todo esse tempo de sofrimento foi necessário para que o homem pudesse amadurecer o suficiente na conquista de novas verdades, haja vista que, quando Louis Pasteur, que era químico, afirmou que os micróbios estão no ar e que os respiramos a todo momento, ele foi publicamente ridicularizado pelos médicos, pondo risco sua própria integridade física.


O mesmo podemos dizer em relação aos Espíritos. Muitos ainda não têm condições de aceitar e de compreender a realidade do mundo espiritual e, muito menos, as causas das obsessões. Enquanto isso, uma boa parte se torna presa fácil das influências negativas, sem ter consciência de como evitar uma série de problemas que delas advém. Mas, quando o homem for capaz de chegar a esse conhecimento, descobrirá que a forma mais prática e segura de se defender contra a obsessão é melhorar a sua própria conduta. Assim como a profilaxia evita e combate as infecções, a higienização espiritual é o melhor meio de evitar e combater as obsessões.


Portanto, cara ouvinte, como já dissemos, tudo depende da nossa evolução espiritual. Este é o caminhar da humanidade, que vai determinar com o tempo as conquistas que ela pode fazer para assegurar um futuro melhor, tanto do ponto de vista material, quanto do ponto de vista espiritual do homem e da sociedade.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

O OUTRO MAL DO SÉCULO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Confirmado pelas estatísticas como sendo dois dos mais graves problemas de saúde publica da atualidade, a depressão e o suicídio encontram um forte parceiro comprometendo a saúde espiritual das criaturas humanas: a obsessão. Mal revelado pelo espiritismo, ante a vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, responde inclusive pela intensidade dos dois problemas citados no início deste comentário, monitorados pela OMS – Organização Mundial da Saúde. Possibilidade ignorada pela importante instituição pode ser melhor entendido nos argumentos lógicos da proposta até certo ponto combatida e desdenhada pelos que representam ciência da nossa dimensão. Mas como se instala a perturbação espiritual? Allan kardec com a racionalidade de sempre, em artigo com que abre a edição de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, afirma que “ o primeiro ponto que importa nos compenetremos, é da natureza dos espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se que o espírito de um homem perverso se transforme subitamente; caso contrário não haveria necessidade de castigo na vida futura. A experiência vem confirmar a teoria ou, melhor dizendo, esta teoria é fruto da experiência. De fato, as relações com o Mundo Invisível nos mostram, ao lado de espíritos sublimes em sabedoria e conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da humanidade. Depois da morte, a alma de um homem de bem será um espírito bom. Do mesmo modo, encarnando-se, um espírito bom será um homem de bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso dará um espírito perverso ao mundo invisível; e um espírito mau, ao se encarnar, não pode transformar-se num homem virtuoso, pelo menos enquanto o espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de melhorar-se. Porque, uma vez entrado na via do progresso, pouco a pouco se despoja de seus maus instintos; eleva-se gradualmente na hierarquia dos espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, porquanto não pode deus ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os mundos visível e invisível se interpenetram e se alternam incessantemente, se assim nos podemos exprimir, e se alimentam mutuamente; ou, melhor dizendo, na realidade esses dois mundos não constituem senão um só, em dois estados diferentes”. Na mesma matéria, Allan Kardec apresenta o segundo ponto da influência perturbadora como sendo o modo recíproco de ação dos Espíritos encarnados e desencarnados. Sabemos que os Espíritos são revestidos de um envoltório vaporoso, formando para eles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, e cujos elementos são colhidos do fluido universal ou cósmico, princípio de todas as coisas. Quando o Espírito se une a um corpo, aí vive com seu perispírito, que serve de ligação entre o Espírito propriamente dito e a matéria corporal; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. Mas o perispírito não está confinado no corpo, como numa caixa; por sua natureza fluídica, ele irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende. Mas o vapor liberado de um corpo enfermiço é igualmente insalubre, acre e nauseabundo, o que infecta o ar dos lugares onde se reúnem muitas pessoas doentes. Assim como esse vapor é impregnado das qualidades do corpo, o perispírito é impregnado de qualidades, isto é, do pensamento do Espírito, e irradia tais qualidades em torno do corpo. Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito.


A questão da Maristela é a seguinte: “se não podemos curar a obsessão, o que devemos fazer para, pelo menos, atenuá-la?”


A obsessão, segundo a definição de Kardec, é a ação que um Espírito mal intencionado exerce sobre uma pessoa, com o intuito de prejudicá-la. Quase sempre, diz o codificador, trata-se de um Espírito inimigo, que se volta contra o encarnado, pois, esse encarnado, em outra ocasião, pode tê-lo prejudicado. Na verdade, não devemos taxar o obsessor, simplesmente, como se sele fosse um Espírito maligno. Ele ou ela, quase sempre, é um Espírito como nós. A sua condição de perseguidor apenas diz que se trata de um Espírito movido pelo ódio, sedento de vingança ou coisa parecida. Se não tomarmos cuidado com os nossos sentimentos, qualquer um de nós pode ser um obsessor, ainda em vida.


O problema da obsessão não é apenas o obsessor, mas também o obsedado, porque se trata, na maioria das vezes, de uma relação entre um e outro; relação pode ter sido danosa, nesta ou em outra existência. Mas, o obsedado pode sempre reagir à ação do perseguidor, se ele procurar se melhorar espiritualmente. Pois, sendo a obsessão uma questão de sintonia mental, se a vítima muda, melhorando seus pensamentos e principalmente seus atos, o obsessor acaba perdendo o contato. Os desencarnados se ligam a nós pela qualidade do pensamento e, quase sempre, conseguem seu intento, porque acham uma brecha para penetrar, assim como um vírus ou uma bactéria só atua quando organismo está sem defesa.


Por isso, Maristela, quando Allan Kardec perguntou aos mentores espirituais o que fazer para se livrar da obsessão, conforme podemos ler em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, eles responderam que, “fazendo o bem”, nos aproximamos de Deus e criamos nossa própria defesa, colocando-nos à distância dos Espíritos que insistem em nos prejudicar. A par de tais informações, chegamos à conclusão de que o processo obsessivo depende mais do encarnado do que do desencarnado, mesmo porque é bem mais fácil orientar o encarnado – a quem vemos e que está ao nosso alcance – do que o desencarnado, que nem sequer conhecemos.



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

PARECE ESCRITO HOJE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A primeira vez que o médium Chico Xavier se viu diante de um representante da imprensa foi no ano de 1935, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Para lá havia sido enviado o repórter Clementino de Alencar a serviço do jornal O GLOBO a fim de esclarecer a dúvida sobre quem eram o eventual imitador do renomado cronista Humberto de Campos, morto em dezembro de 1934. O fato eram algumas crônicas reproduzidas em jornal concorrente da Capital da República onde, por sinal, o escritor trabalhara por anos conquistando a admiração de uma legião de leitores. O resultado de Clementino, porém foi além das expectativas, pois, surpreendido pela historia e aspecto do suposto falsificador, acabou se deparando com a inteligência e coerência do dito guia espiritual do médium: Emmanuel. Isso possibilitou alguns meses de entrevistas cujo conteúdo pode ser conferido fragmentariamente no livro PALAVRAS DO INFINITO (lake,1936) e integralmente em NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide, 2002). Dentre as dezenas de respostas do Instrutor Espiritual, destacamos uma que suscita a seguinte duvida: os problemas políticos, sociais e humanos são sempre os mesmos? Vamos a ela: 1 As nações estão vivendo um momento angustioso no terreno econômico, qual a causa dessa crise que avassala o mundo? Emmanuel: – Estão acertados no seu julgamento, quantos encontram, nas crises atuais, as modalidades várias de uma crise única – a de ordem espiritual. Há por todo o canto o fermento revolucionário. Falece à política autoridade para organizar um programa que corresponda aos anseios gerais. A ciência, a cada passo, se encontra num turbilhão de perplexidade. As religiões criaram um Deus antropomórfico, pondo de lado o reino do céu para alcançarem, por quaisquer meios, o reino da terra. A alma humana, dentro dessas vibrações antagônicas, perde-se num emaranhado de conjeturas e de sofrimentos. Vícios do pensamento vícios dos costumes vícios da alimentação. Essa inquietação geral, a ausência de paz nos corações, estabelece a crise avassaladora que abrange todos os domínios da atividade humana. As classes são dominadas pelos desvios de toda a ordem; vícios do pensamento, vícios dos costumes, vícios da alimentação. Que se poderia fazer para que a ordem se restabelecesse para que o bem-estar social sé efetivasse? Far-se-ia mister pirogravar, no coração de cada homem, a legenda célebre de Delfos: CONHECE-TE A TI MESMO. Observa-se em todos os setores dos trabalhos do mundo uma luta tenaz dos anseios do Espírito que almeja paz e libertação. Há quase dois milênios, quando a Civilização, simbolizada no poderio romano, se entregava a todos os desregramentos e desvarios, fez-se ouvir a voz consoladora do Mestre, o Salvador esperado por muitos séculos de ansiedade e profecias. Sob a sua divina influência, uma transformação radical se operou dentro da civilização trabalhada pelos hábitos perniciosos. A sua vida sacrificada foi legada ao homem como o sublime modelo; sua palavra foi deixada no mundo como a lei áurea de liberdade das almas. Passado, porém, o arrebatamento da fé, novamente os abusos da maldade humana se fizeram sentir por toda a parte, e dos quais se observa, na atualidade, a culminância. Todavia, ainda é para Jesus que os homens necessitam voltar os seus olhos. A missão do moderno espiritualismo é trazer a chave dos conhecimentos acerca dos seus grandes e inolvidáveis ensinamentos. Enquanto não compreenderem os homens os, seus deveres de fraternidade cristã, não há possibilidade de se evitarem as crises que assoberbam o mundo. A guerra continuará amortalhando os corações; os artigos de primeira necessidade, serão destruídos pela falsa diretriz econômica de alguns países, quando muitos choram a falta de pão ; a confusão prosseguirá dentro de todos os seus matizes até que a crise espiritual seja solucionada pelo esforço do homem, a fim de que a luz se faça no seu coração. O que se depreende pois do confucionismo hodierno é que OS HOMENS NECESSITAM MAIS DE VERDADE QUE DE DINHEIRO, DE MAIS LUZ ESPIRITUAL QUE DE PÃO. 


Gostaria de saber se, diante de Deus, é pecado a pessoa mudar seu sexo, como acontece com artistas homens, que depois viram mulher? Isso não é contra a natureza, que fez a pessoa do jeito que ela é?


A questão sexual, até hoje, é uma das mais delicadas que conhecemos. Delicada, porque é um assunto-tabu, terreno proibido pela moral e pela religião, cheio de preconceitos. E o preconceito provém da nossa ignorância: só prejudica, jamais ajuda. Mas isso não está acontecendo somente hoje; o preconceito veio acontecendo ao longo dos séculos, deixando para os últimos séculos a explosão da sexualidade, que ficou sufocada por muito tempo. É por isso que vivemos um momento de impacto das questões sexuais, pois só agora essas questões estão sendo discutidas.


As chamadas distonias sexuais – ou seja, casos em que as pessoas não se enquadram sexualmente como homem ou mulher – são muito comentados (quase sempre servindo de chacota, de zombaria) e bem pouco conhecidos. Precisamos tomar cuidado quando falamos desses assuntos, pois não devemos dar opinião naquilo que desconhecemos. As pessoas com problemas de sexo, não se enquadrando como homens ou mulheres, são as que mais sofrem a rejeição social. Do ponto de vista espírita, sabemos que elas não estão nessas condições por mero acaso e que merecem respeito. Quase sempre precisam de compreensão e ajuda, até para se definirem que rumo tomar na vida.


O Dr. Jorge Andréa, psiquiatra espírita, no seu livro “AS FORÇAS SEXUAIS DA ALMA”, estudando o tema “sexo”, fala sobre as distonias sexuais, que ele classifica em três categorias: os transexualismo, os intersexualismo e os homossexualismo. Os transexuais são aqueles Espíritos, que reencarnam com um corpo masculino, mas têm uma alma feminina ou, então, reencarnam com um corpo feminino e tem uma alma masculina. Tais indivíduos, portanto, são atraídos para parceiros do mesmo sexo, pois, psicologicamente, eles são do sexo oposto. Nem todos os transexuais praticam o sexo; mas, quando praticam, são chamados de homossexuais.

Os intersexuais são os que reencarnam com os órgãos sexuais indefinidos; isto é, fisicamente, eles não são homens nem mulheres, ou são os dois ao mesmo tempo. São esses os casos que merecem a intervenção cirúrgica de correção, intervenção essa que não deve ser feita precipitadamente, pois só o tempo vai demonstrar a que sexo realmente o individuo pertence. Nesses casos, definido o sexo, hoje é possível fazer a correção e dar ao individuo o sexo a que pertence. Se os casos, a que o ouvinte se refere, se verificam nesse campo do intersexualismo, não há o que discutir, pois hoje temos os recursos da medicina que possibilita a necessária correção.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O ESPIRITISMO E SEUS PRINCIPIOS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Longe de ser mera forma de explicar manifestações físicas que fogem ao habitual, o Espiritismo oferece explicações da mais alta significação para que entendamos a nós e ao Mundo que pertencemos. No número de abril de 1867 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta argumentos que demonstram a significação do que estamos dizendo. Escreve ele:-“O Espiritismo baseia-se na existência do princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo; repousa sobre a universalidade e a perpetuidade dos seres inteligentes, sobre seu progresso indefinido, através dos mundos e das gerações; sobre a pluralidade das existências corporais, necessárias ao seu progresso individual; sobre sua cooperação relativa, como encarnados ou desencarnados, na obra geral, na medida do progresso realizado; sobre a solidariedade que une todos os seres de um mesmo mundo e dos mundos entre si. Nesse vasto conjunto, encarnados e desencarnados, cada um tem sua missão, seu papel, deveres a cumprir, desde o mais ínfimo até os anjos, que nada mais são que Espíritos humanos chegados ao estado de Espíritos puros, e aos quais são confiadas as grandes missões, o governo dos mundos, como a generais experimentados. Em vez das solidões desertas do espaço sem limites, por toda parte a vida e a atividade, em parte alguma a ociosidade inútil; por toda parte o emprego dos conhecimentos adquiridos; em toda parte o desejo de progredir ainda e de aumentar a soma de felicidades, pelo emprego útil das faculdades da inteligência. Em vez de uma existência efêmera e única, passada num cantinho da Terra, que decide para sempre de sua sorte futura, impõe limite ao seu progresso e torna estéril, para o futuro, o trabalho a que se entrega para instruir-se, o homem tem por domínio o Universo; nada do que sabe ou do que faz fica perdido: o futuro lhe pertence; em vez do isolamento egoísta, a solidariedade universal; em lugar do nada, segundo alguns, a Vida Eterna; em lugar da beatitude contemplativa perpétua, segundo outros, que a tornaria de uma inutilidade perpétua, um papel ativo, proporcionado ao mérito adquirido; em vez de castigos irremissíveis por faltas temporárias, a posição que cada um conquista por sua perseverança no bem ou no mal; em vez de uma mancha original, que o torna passível de faltas que não cometeu, a consequência natural de suas próprias imperfeições nativas; em vez das chamas do inferno, a obrigação de reparar o mal que se fez e recomeçar o que se fez mal; em vez de um Deus colérico e vingativo, um Deus justo e bom, que leva em conta todo arrependimento e toda boa vontade. Tal é, em resumo, o quadro que apresenta o Espiritismo, e que ressalta da situação mesma dos Espíritos que se manifestam; não é mais uma simples teoria, mas resultado da observação. O homem que encara as coisas deste ponto de vista, sente-se crescer; ergue-se aos seus próprios olhos; é estimulado em seus instintos progressivos ao ver um objetivo para os seus trabalhos, para os seus esforços em se melhorar. Mas, para compreender o Espiritismo em sua essência, na imensidade das coisas que ele abarca, para compreender o objetivo e o destino do homem, não era preciso relegar a Humanidade a um pequeno Globo, limitar a existência a alguns anos, rebaixar o Criador e a criatura. Para que o homem pudesse fazer uma ideia justa de seu papel no Universo, era preciso que compreendesse, pela pluralidade dos mundos, o campo aberto às suas explorações futuras e a atividade de seu espírito; para recuar indefinidamente os limites da Criação, para destruir os preconceitos sobre os lugares especiais de recompensa e de punição, sobre os diferentes estágios dos céus, era preciso que penetrasse as profundezas do espaço; que em lugar do cristalino e do empíreo, aí visse circular, em majestosa e perpétua harmonia, os Mundos inumeráveis, semelhantes ao seu; que em toda parte seu pensamento encontrasse a criatura inteligente”.



Eu gostaria de saber se o dia e o horário da morte de cada um já estão marcados. Se não estão, vale a pena a gente se prevenir para não morrer muito cedo, mas, se estão marcados, todo cuidado que podemos tomar para não ficarmos doentes não serve para nada, porque aquela hora chega e vamos morrer mesmo. (Sandra Eloísa)


O Espiritismo não é fatalista, Sandra. Fatalismo ou determinismo é a doutrina que defende a idéia de que o destino humano está determinado e, portanto, não dele ninguém pode fugir. Se assim fosse – se tudo que acontece estivesse previsto – realmente, não haveria por que lutar pelos nossos objetivos. O Espiritismo ensina, no entanto, o livre-arbítrio; e, segundo a doutrina do livre-arbítrio, temos a liberdade de escolher o caminho que nos interessa e, dessa escolha, resultam acontecimentos. Isso significa que cada escolha, que fazemos na vida, nos leva para um determinado caminho e concorre para atingir um determinado resultado.


Vivemos, na verdade, num mundo de probabilidades, mas grande parte do que acontece com cada um de nós depende da escolha feita, do caminho percorrido. Quando o Espírito participa do planejamento de sua vida, ele sabe, de antemão, não propriamente o que lhe vai acontecer, mas, sim, o que lhe pode acontecer, se tomar este ou aquele rumo na vida. Sabe, evidentemente, das oportunidades que terá, dos riscos a que estará sujeito, dependendo do meio em que nascer, mas ele ainda não sabe se vai se sair bem ou não na vida, porque isso vai depender do seu desempenho na Terra.


Quando Jesus disse, “a cada um segundo as suas obras”, ele se referia justamente à importância de nossos atos no curso de nossa vida, na determinação do que nos pode acontecer. Aliás, tudo o que ele ensinou está baseado na “lei de causa e efeito”, ou seja, a cada ato que cometemos corresponde uma conseqüência, boa ou má, dependendo do ato cometido. Assim, uma pessoa pode levar uma vida relativamente tranqüila, se estiver agindo com equilíbrio e bom senso; outra terá uma vida instável e perigosa por ter enveredado por um caminho muito arriscado. É claro que, em tudo isso, não podemos deixar de levar em consideração os atos da vida passada. Contudo, o destino irrevogável não existe; até mesmo as dificuldades, pelas quais devemos passar, podem ser atenuadas ou afastadas.


Por isso mesmo, é possível prever, mais ou menos, o futuro de uma pessoa, pelo caminho que ela escolheu, pelo estilo de vida que ela leva. Evidentemente, não podemos prever tudo e nem ter controle absoluto sobre tudo, mas diante dos fatos atuais não é difícil antecipar certas situações na vida de cada um. Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, encontramos esse tema, “fatalidade”, tratado pelos Espíritos, a partir da questão nº 851. Eles disseram que nós temos o poder de guiar a própria vida pelo caminho que mais nos aprouver. Desse modo, os acontecimentos da vida moral ( isto é, aqueles que dependem apenas de nossa decisão) podem ser por nós dirigidos. Daí porque a reencarnação é o caminho de nossa evolução e aperfeiçoamento. Não podemos modificar o passado, mas podemos construir o futuro, a partir do presente.


Até mesmo a morte pode ser prorrogada ou antecipada. Quantos não morrem por sua própria culpa!...O suicídio, por exemplo, é a antecipação da morte, e muitas vezes depende de um ato da vontade. É claro que todos temos um tempo mais ou menos de vida, e isso está previsto até mesmo pelo D.N.A., desde o momento de nossa concepção. Entretanto, o que está no D.N.A. ou o que decidimos para nossa vida antes de reencarnar pode ser alterado pelas circunstâncias do meio em que vivemos e pela nossa própria vontade. Assim, os cuidados com a saúde tendem a nos garantir uma vida mais longa, enquanto que os abusos ( o uso do fumo, do álcool e das drogas em geral, e todas as outras formas de abuso, incluindo a alimentação) tendem a diminuir os anos de vida na Terra.


N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO encontramos o tema “Cuidar do Corpo e do Espírito”, que se refere aos cuidados que devemos ter com a nossa vida – tanto em relação ao bem-estar físico, quanto em relação ao bem-estar espiritual. O primeiro compromisso do Espírito é consigo mesmo, o que não é fácil; quanto mais em relação aos outros. A desatenção para com a nossas próprias necessidades pode ser um fator de doença e até de morte prematura.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O ONIBUS DE UMUARAMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A morte de 19 pessoas carbonizadas em acidente envolvendo um ônibus e uma caminhão durante ultrapassagem em local proibido em estrada brasileira na manhã de 31 de outubro de 2016,suscita indagações do tipo: porque Deus permite tragédias como essa? Questões assim encontram no Espiritismo explicações lógicas diferentes da tradicional “Deus assim quis”. Começando com O LIVRO DOS ESPÍRITOS que afirma que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou outro, não podeis dele vos livrar”. Revela o Espiritismo sermos Individualidades que na condição de Espíritos trabalhamos pela nossa evolução na direção da Paz e da Felicidade. O próprio Allan Kardec pondera que “a pluralidade das existências é uma das Leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por esta Lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana apresenta; as diferenças de posições sociais; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis para a alma as vidas precocemente interrompidas; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, explicadas pela antiguidade do Espírito, que mais ou menos viveu, mais ou menos aprendeu e progrediu, e que traz, em renascendo, a aquisição de suas existências anteriores”. Quando da ocorrência do incêndio do Edifício Andraus, na capital paulista em 24 de fevereiro de 1972, resultando na morte de 16 pessoas e dezenas de feridos, o Espírito Emmanuel em mensagem psicografada por Chico Xavier, explicou que “quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção para a redenção múltipla. Acrescenta que “corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis em nos observando no além com os problemas da culpa, solicitamos retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Segundo ele, “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências, “motivo pelo qual, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração”. Ilustrando o tema, o Professor Herculano Pires lembra que “as Civilizações Antigas – como o demonstra a própria Biblia -, são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas Civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam”. Quando do Incêndio do Joelma em 1 de fevereiro de 1974, matando 191 pessoas e ferindo 300, comentando mensagem psicografada sobre o tema, o Professor Herculano observa que “o fogo era largamente usado. Encurralavam-se prisioneiros em prédios altos, que eram incendiados para que morressem nas chamas. Na queda de Jerusalém, em 1099, os judeus da cidade foram reunidos na Sinagoga e queimados vivos, crimes hediondos que provocaram resgates a longo prazo”. O expressivo documentário resultante das psicografias publicamente produzidas pelo médium Chico Xavier inclui alguns depoimentos de vítimas de incêndios.


A morte de 19 pessoas carbonizadas em acidente envolvendo um ônibus e uma caminhão durante ultrapassagem em local proibido em estrada brasileira na manhã de 31 de outubro de 2016,suscita indagações do tipo: porque Deus permite tragédias como essa? Questões assim encontram no Espiritismo explicações lógicas diferentes da tradicional “Deus assim quis”. Começando com O LIVRO DOS ESPÍRITOS que afirma que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou outro, não podeis dele vos livrar”. Revela o Espiritismo sermos Individualidades que na condição de Espíritos trabalhamos pela nossa evolução na direção da Paz e da Felicidade. O próprio Allan Kardec pondera que “a pluralidade das existências é uma das Leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por esta Lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana apresenta; as diferenças de posições sociais; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis para a alma as vidas precocemente interrompidas; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, explicadas pela antiguidade do Espírito, que mais ou menos viveu, mais ou menos aprendeu e progrediu, e que traz, em renascendo, a aquisição de suas existências anteriores”. Quando da ocorrência do incêndio do Edifício Andraus, na capital paulista em 24 de fevereiro de 1972, resultando na morte de 16 pessoas e dezenas de feridos, o Espírito Emmanuel em mensagem psicografada por Chico Xavier, explicou que “quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção para a redenção múltipla. Acrescenta que “corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis em nos observando no além com os problemas da culpa, solicitamos retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Segundo ele, “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências, “motivo pelo qual, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração”. Ilustrando o tema, o Professor Herculano Pires lembra que “as Civilizações Antigas – como o demonstra a própria Biblia -, são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas Civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam”. Quando do Incêndio do Joelma em 1 de fevereiro de 1974, matando 191 pessoas e ferindo 300, comentando mensagem psicografada sobre o tema, o Professor Herculano observa que “o fogo era largamente usado. Encurralavam-se prisioneiros em prédios altos, que eram incendiados para que morressem nas chamas. Na queda de Jerusalém, em 1099, os judeus da cidade foram reunidos na Sinagoga e queimados vivos, crimes hediondos que provocaram resgates a longo prazo”. O expressivo documentário resultante das psicografias publicamente produzidas pelo médium Chico Xavier inclui alguns depoimentos de vítimas de incêndios. 


terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR A HARMONIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na edição de outubro de 1864, Allan Kardec resume a pedidos de correspondentes da REVISTA ESPÍRITA a visita feita às cidades belgas de Bruxelas e Antuérpia para conhecer grupos espíritas daquela cidade. No interessante texto uma análise importante a respeito da necessidade da homogeneidade de pensamentos e sentimentos nas instituições organizadas em nome do Espiritismo descreve, por assim dizer, os efeitos comuns, especialmente quando tais Centros começam a se tornar muito grandes. Escreve ele: -“No começo de uma doutrina, sobretudo tão importante quanto o Espiritismo, é impossível que todos os que se declaram seus partidários lhe compreendam o alcance, a gravidade e as consequências. Deve-se, pois, esperar desvios da rota em pessoas que só lhe veem a superfície, ambições pessoais, aquelas para quem o Espiritismo é mais um meio que uma sincera convicção, sem falar de gente que toma todas as máscaras para se insinuar, visando a servir os interesses dos adversários; porque, assim como o hábito não faz o monge, o nome de espírita não faz o verdadeiro espírita. Mais cedo ou mais tarde esses espíritas fracassados, cujo orgulho ficou vivaz, causam nos grupos atritos penosos e suscitam entraves, dos quais sempre se triunfa com perseverança e firmeza. São provações para a fé dos espíritas sinceros. A homogeneidade e a comunhão de pensamentos e sentimentos são, para os grupos espíritas, como para quaisquer outras reuniões, a condição essencial de estabilidade e de vitalidade. É para tal objetivo que devem tender todos os esforços, e compreende-se que é tanto mais fácil atingi-lo quanto menos numerosas as reuniões. Nas grandes reuniões é quase impossível evitar a intromissão de elementos heterogêneos que, mais cedo ou mais tarde, aí semeiam a cizânia. Nas pequenas reuniões, onde todos se conhecem e se estimam, onde se está como em família, o recolhimento é maior, a intrusão dos mal-intencionados mais difícil. A diversidade dos elementos de que se compõem as grandes reuniões torna-as, por isso mesmo, mais vulneráveis à surda intriga dos adversários. É preferível, pois, que haja numa cidade cem grupos de dez a vinte adeptos, dos quais nenhum se arroga a supremacia sobre os outros, a uma sociedade única, que reunisse todos os partidários. Esse fracionamento em nada prejudicará a unidade dos princípios, desde que a bandeira seja única e todos marchem para o mesmo objetivo”. Como que exemplificando seus argumentos, Allan Kardec comenta uma das visitas feitas: -“Não esquecemos uma das mais honrosas menções ao grupo espírita de Douai, que visitamos de passagem, e um particular testemunho de gratidão pela acolhida que ali nos dispensaram. É um grupo familiar, onde a doutrina espírita evangélica é praticada em toda a sua pureza. Ali reinam a mais perfeita harmonia, a benevolência recíproca, a caridade em pensamentos, palavras e ações; ali se respira uma atmosfera de fraternidade patriarcal, isenta de eflúvios malfazejos, onde os Espíritos bons devem comprazer-se tanto quanto os homens; por isso, as comunicações retratam a influência desse meio simpático. Deve-se à sua homogeneidade e aos escrupulosos cuidados nas admissões, jamais haver sido perturbado por dissensões e desavenças por que os outros sofreram; é que todos os que dele fazem parte são espíritas de coração e nenhum procura fazer prevalecer a sua personalidade. Os médiuns aí são relativamente muito numerosos; todos se consideram como simples instrumentos da Providência, isentos de orgulho, sem pretensões pessoais, e se submetem humildemente e sem melindres ao julgamento sobre as comunicações que recebem, prontos a destruí-las se forem consideradas más”.


M. B. quer saber o que determina o carma de uma pessoa, o que faz com que ela tenha de se submeter a uma situação de sofrimento durante a vida toda, sem poder se libertar do problema.


A palavra “carma” talvez não seja mais apropriada para dizer o que o Espiritismo pensa a respeito de nosso destino na Terra. Cada um de nós, ser humano e Espírito imortal, reencarna com o objetivo de progredir espiritualmente, de modo que a experiência de vida, por mais difícil que seja, deve servir para descobrirmos o caminho da felicidade. O Mahatma Gandhi – líder espiritual da Índia - disse, certa vez, que a felicidade não é uma meta, mas um caminho. Como encontrá-lo, então? Seguindo as recomendações de Jesus.


O que funciona na vida é a Lei de Causa e Efeito. Mas, além dela, funciona também a nossa decisão, a nossa vontade. Cada erro, que cometemos, tem uma conseqüência desagradável; cada acerto tem uma conseqüência agradável. Disso resulta que , toda vez que erramos, sofremos; e, toda vez que acertamos, colhemos um resultado prazeroso. Há erros e acertos que trazem conseqüência imediata, a médio e a longo prazos, do mesmo modo que há erros que nos fazem sofrer imediatamente e outros que só vão repercutir em nossa vida muito tempo depois, até mesmo em outras encarnações.


É assim que funciona a lei de causa e efeito. No entanto, isso não quer dizer que as conseqüências de um erro não possam ser modificadas. Podem sim, desde que acudamos a tempo. Não existe nada que não possa ser mudado, que não possa ser corrigido. Uma doença, por exemplo. Se essa doença provier de uma falta do passado, não devemos aceitá-la passivamente; devemos lutar contra ela. É essa luta que pode modificá-la, atenuá-la ou, até mesmo, extirpá-la: depende de nós. Quanto mais esclarecidos a respeito e quanto mais espiritualizados, mais facilmente conseguiremos redirecionar essas doses de sofrimento, a que, no Espiritismo, damos o nome de EXPIAÇÃO.


Na verdade, os Espíritos, que reencarnam na Terra, passam por PROVAS e EXPIAÇÕES. Provas são as experiências difíceis que escolhemos para a experimentar as nossas capacidades ou para aprender a vencer os próprios limites, ganhando uma condição melhor. Expiação, como dissemos, é a conseqüência do erro, que não escolhemos, mas que podemos modificar, se nos empenharmos para isso. Aliás, podemos, até mesmo, transformar uma expiação ( sofrimento decorrente de erros cometidos) em prova, desde que aceitemos o sofrimento com resignação e nos entreguemos à luta para vencer essa experiência.


A vida na Terra é um campo de luta e, sobretudo, uma escola. Aqueles, que lutam com dignidade, mais aprendem. Mas aqueles, que não aceitam os desafios, que se revoltam e se desesperam, inconformados, acabam se atolando ainda mais no sofrimento. Eles se recusam a entender as leis da vida, acham que foram abandonados por Deus e o que esperam ( ou melhor, o que exigem) é que Deus lhes conceda milagres de se libertarem de suas dores. Não compreendendo as leis das vida, fazem o que não devem e sofrem demasiado, até que resolvam a trilhar por outro caminho, ou nesta encarnação mesma, ou numa encarnação futura.


Não há injustiça na Lei de Deus, Maristela. Fomos criados para a felicidade, mas essa felicidade não é uma concessão gratuita; temos de aprender a encontrá-la, porque, se fosse de graça, ela não teria nenhum valor, pois não dependeu de nosso esforço. O maior prazer da vida é saber que o que somos ou o que temos dependeram somente de nós, de nosso esforço, de nossos méritos. Os Espíritos progridem pelos méritos morais que vão colhendo ao longo de suas encarnações. Portanto, a lei de Deus é perfeita.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

AINDA SOBRE UM RETRATO DA REALIDADE IGNORADA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Considerando a afirmação do físico Marcelo Gleiser no seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (record,2010) “segundo a Teoria das Supercordas, mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, e a da resposta à questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS de que “o Mundo Espiritual é mais importante de que o material, pois ele preexiste e sobrevive a tudo”, torna-se compreensível parte das conturbações observadas na Humanidade atualmente. Se dessa Dimensão - como evidenciado em várias obras mediúnicas -, procedem muito dos extraordinários avanços tecnológicos, com os monitoramentos estatísticos não poderia ser diferente. Depois da densidade demográfica sobre a população invisível ao nosso Plano, a obra LIRIOS DA ESPERANÇA do Espírito Ermance Duphaux psicografado pelo médium Wanderley de Oliveira (2005), oferece maiores detalhes. Dos dados ali repassados em 2005, destacamos: 1- A Terra tem hoje um pouco mais de seis bilhões de almas, envergando o corpo carnal. Sua população geral, conforme os "censos" do Mais Alto, chega à faixa de trinta bilhões de criaturas atraídas pelo magnetismo e lutas do Planeta. 2- Do contingente geral, temos vinte por cento dos habitantes reencarnados, o que possibilita pensar em quatro almas de cá para cada uma na vida física. 3- Controles bem mais elaborados e sem margens de falhas, as equipes de celestes Sociólogos, que orientam os destinos dos continentes, destacam que quatro bilhões desses seis bilhões reencarnados são almas doentes que purgam dolorosos processos de reeducação. Os outros dois bilhões são corações na busca ostensiva de sua recuperação. 4- Algo muito similar sucede-se com os outros vinte e quatro bilhões da população terrena na Erraticidade. 5- Temos doze bilhões de desencarnados em patamares de luta e sofrimento, seis bilhões de almas medianas que já cooperam eficazmente na tarefa regenerativa de outros, e mais seis bilhões de condutores elevados, entre os quais se encontram os "avatares" que velam pelo Grande Plano do Cristo para o Orbe. 6- Somando-se à aglomeração de Seres em franca condição de dor e doença, temos um total de dezesseis bilhões, em ambos os planos de vida, distribuídos em quatro bilhões no corpo e mais doze bilhões nas regiões de pavor e desequilíbrio de Plano Espiritual. Uma média de três almas em crise para cada uma em tormenta na vida física, totalizando um pouco mais de cinquenta por cento da população geral do Orbe. 7- Desses dezesseis bilhões encontramos quatro bilhões de almas, apesar de enfermas, em franca busca do Bem. Outros quatro bilhões são criaturas perversas que deliberadamente agem no mal. 8- Os oito bilhões restantes se encontram em postura de indiferença ou indecisão, com fortes apelos para a apatia é o desânimo. Essa faixa de doze bilhões de enfermos traz em comum a falta de idealismo superior e o apego às questões materiais, dois traços que se distribuem de conformidade com a individualidade, seus pendores, seus valores e sua cultura. 9- Daqueles quatro bilhões que gerenciam o mal através da perversidade, nada menos que um bilhão deles em plena sociedade terrena, destilando o fel da cultura nociva e da atitude insana, enquanto outros três bilhões ainda guardam os postos mais elevados nas "ordenações infernais" junto às Esferas Extrafísicas”. Na conversa havida, outro elemento ressalta para nossas reflexões: -“Numa casa terrena com cinco membros na família no mínimo, mais vinte entidades ali transitam quase que diuturnamente, aproximações determinadas por critérios variados e multifacetados, criando as mais infinitas formas de interação e convivência”.


Se existem Espíritos maus no mundo espiritual, que perseguem e prejudicam as pessoas, isso não vem contra a justiça divina, que diz “a cada um segundo as suas obras”? Esses Espíritos não deveriam estar sofrendo, ao invés de prejudicar os outros? (Flávia Pereira)


No Espiritismo não existe a idéia de castigo divino. Na verdade, não há castigo ou recompensa. O que existe, de verdade, é a lei de causa e efeito. Desse modo, cada ato que praticamos, por mais insignificante nos pareça, produz um efeito, cedo ou tarde, agora ou depois. Desse modo, o que sofremos é sempre conseqüência de como estamos vivendo, da mesma forma que a recompensa nada mais é do que conseqüência de atos bons que praticamos.


Cada um de nós é construtor de seu próprio destino; daí seus méritos e suas culpas que, certamente, decorrem de suas virtudes e de seus defeitos. Sendo assim, jamais pensamos a vida em termos de prêmio e castigo, até porque os fatos, que ocorrem conosco, sempre têm uma significação, concorrendo para o nosso progresso espiritual. Um homem mau, ao morrer, pode continuar perpetrando atos maus; no entanto, cedo ou tarde, ele acabará sofrendo o impacto moral de seus próprios crimes, porque essa é a lei da vida. Tanto ele pode colher maus resultados nesta vida, como em outra, mas nada – absolutamente nada – foge aos imperativos da lei natural.


Sofrer, todos nós sofremos – agora ou depois, nesta ou em outra vida. Cedo ou tarde, teremos de prestar contas perante as leis da vida ou defrontar-nos com a acusação de nossa própria consciência. Se você quer dizer que isso é um castigo, faz sentido, mas o correto é dizer que o sofrimento decorre de erros cometidos no passado, desta ou de outra encarnação. O tribunal da vida não está fora; está dentro de nós. Podemos sofrer perseguição de inimigos, mas a perseguição mais cruel e violenta é aquela que parte de nossa própria consciência moral.


O fato de um Espírito mau passar a perseguir o encarnado não foge à lei, uma vez que tudo o que fazemos decorre das necessidades de nossa própria vida. Todavia, como diz Kardec, ninguém ficará perpetuamente destinado ao mal. O mal é uma condição passageira na escalada evolutiva. Com o tempo, o número daqueles que começam a ter essa compreensão vai aumentando, e o homem vai entendendo que, de fato, que a lei de Deus não falha.