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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PROPORCIONAL AO GRAU DA....EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Como provam inúmeros relatos contidos no extraordinário documentário em que se constitui a REVISTA ESPÍRITA publicada com recursos próprios por Allan Kardec entre 1858 e 1869, os avanços alcançados pela Doutrina Espírita resultaram de contribuições de vários colaboradores de várias partes da Europa e algumas outras regiões da Terra à época. No número de janeiro de 1865, encontramos o exemplo a seguir que, por sinal, oferece-nos elementos para várias reflexões como as observadas por Kardec na continuidade. Escreve ele: O Sr. Rul, membro da Sociedade de Paris, transmite-nos o fato que se segue. Disse ele: “Em 1862 conheci um jovem surdo-mudo de doze ou treze anos. Desejoso de fazer uma observação, perguntei aos meus Guias Protetores se me seria possível evocá-lo. Como a resposta fosse afirmativa, fiz o rapaz vir ao meu quarto e o instalei numa poltrona, com um prato de uvas, que ele se pôs a chupar com ardor. Por meu lado, sentei-me a uma mesa. Orei e fiz a evocação, como de costume. Ao cabo de alguns instantes minha mão tremeu e escrevi: Eis-me aqui. “Olhei o menino: estava imóvel, olhos fechados, calmo, adormecido, com o prato sobre os joelhos; cessara de comer. Dirigi-lhe as seguintes perguntas: P. – Onde estás agora? Resp. – Em vosso quarto, em vossa poltrona. P. – Queres dizer por que és surdo-mudo de nascença? Resp. – É uma expiação de meus crimes passados. P. – Que crimes cometeste? Resp. – Fui parricida. P. – Podes dizer se tua mãe, a quem amas tão ternamente, não teria sido, como teu pai ou tua mãe, na existência de que falas, o objeto do crime que cometeste? “Em vão esperei a resposta; minha mão ficou imóvel. Levantei de novo os olhos para o menino; acabava de despertar e comia as uvas com apetite. Tendo, então, pedido aos guias que me explicassem o que acabava de se passar, foi-me respondido: “Ele deu as informações que desejavas e Deus não permitiu que te desse outras.(...) Allan Kardec comenta o fato: –Faremos uma outra observação a respeito. Aqui, a prova de identidade resulta do sono provocado pela evocação, e da cessação da escrita no momento de despertar. Quanto ao silêncio guardado sobre a última pergunta, prova a utilidade do véu lançado sobre o passado. Com efeito, suponhamos que a mãe atual desse menino tenha sido sua vítima em outra existência, e que este tenha querido reparar seus erros pela afeição que lhe testemunha; a mãe não seria dolorosamente afetada se soubesse que o filho foi seu assassino? sua ternura por ele não seria alterada? Foi-lhe permitido revelar a causa de sua enfermidade como assunto de instrução, a fim de nos dar uma prova a mais de que as aflições daqui têm uma causa anterior, quando tal causa não esteja na vida atual, e que assim tudo é conforme à justiça; mas o resto era inútil e poderia ter chegado aos ouvidos da mãe. Por isto os Espíritos o despertaram, no momento em que, talvez, fosse responder. (...) Além disso, o fato prova um ponto capital: não é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança de seu passado. Pode dizer-se que não a perde jamais, mesmo na encarnação, porquanto, durante o sono do corpo, quando goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, em falta de uma lembrança precisa, que lhe poderia ser penosa e prejudicar suas relações sociais, haure novas forças nos instantes de emancipação da alma, se os soube aproveitar. Deve-se concluir do fato que todos os surdos-mudos tenham sido parricidas? Seria uma consequência absurda, porque a justiça de Deus não está circunscrita em limites absolutos, como a justiça humana. Outros exemplos provam que esta enfermidade resulta, por vezes, do mau uso que o indivíduo tenha feito da faculdade da palavra.


Minha dúvida é a seguinte: nós podemos fazer qualquer pergunta aos Espíritos, que eles respondem?” ( S.A.M.)


Vamos refletir um pouco sobre isso: será que, se fizer qualquer pergunta sobre qualquer assunto a qualquer pessoa, você sempre vai obter uma resposta correta? Certamente, não. Pois, o mesmo acontece com os Espíritos. Os Espíritos não são seres perfeitos e, portanto, não sabem tudo. Cada um sabe aquilo que vivenciou, aquilo que aprendeu. Os Espíritos não são seres sobrenaturais, nem detentores exclusivos da verdade. Eles são apenas aquelas pessoas, que viviam conosco enquanto encarnadas e se foram antes de nós. O fato de estarem desencarnados não lhes confere “status” de sabedoria.


Desse modo, assim como não vamos obter respostas corretas de qualquer pessoa a sobre qualquer assunto, também não vamos obter a verdade pura e completa de qualquer Espírito. Quando queremos obter uma resposta segura, devemos, em primeiro lugar, saber a quem devemos perguntar, pois só devemos confiar naqueles que estão credenciados a responder. Se, por exemplo, a pergunta for sobre filosofia, devemos nos dirigir a um filósofo; se for de Matemática, a um matemático; se for de medicina, a um médico; e assim por diante. O campo do conhecimento é tão vasto que ninguém pode conhecer tudo; muita vezes, a pessoa desconhece até o que é de sua especialidade.


Portanto, como Kardec deixa bem claro em O LIVRO DOS MÉDIUNS, qualquer Espírito, que se propõe a responder tudo sobre qualquer assunto, é um impostor, um mentiroso. Os Espíritos sérios e honestos só respondem aquilo que sabem ou que pesquisam; eles dizem quando não sabem dar a resposta. Nesse caso, o máximo, que podem fazer, é pesquisar ou buscar a resposta correta naqueles que sabem. Por outro lado, os Espíritos desonestos, mentirosos, jamais revelam sua ignorância e, portanto, respondem a qualquer pergunta, passando-se por sábios. Infelizmente, há muita gente que se deixa levar por falsas informações.



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