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sexta-feira, 4 de março de 2022

A MELHOR OPÇAO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Allan Kardec nas suas análises sobre a evolução da dinâmica dos preservou o resultado de suas avaliações nas páginas da REVISTA ESPÍRITA. No número de outubro de 1860, por exemplo, encontramos vários itens extremamente interessantes não somente sobre a qualidade dos trabalhos em função da dimensão dos grupos, mas também sobre os Espíritos a eles ligados e os tipos de seguidores das ideias propostas pela Doutrina Espírita. Vamos a alguns pontos destacados de seus comentários:- Há três categorias de adeptos: os que se limitam a acreditar na realidade das manifestações e que, antes de mais, buscam os fenômenos. Para eles o Espiritismo é uma série de fatos mais ou menos interessantes. Os segundos veem algo mais do que fatos; compreendem o seu alcance filosófico; admiram a moral que dele resulta, mas não a praticam. Para eles a caridade moral é uma bela máxima, e eis tudo. Os terceiros, enfim, não se contentam em admirar a moral: praticam-na e aceitam todas as suas consequências. Bem convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar esses curtos instantes para marchar na senda do progresso que lhes traçam os Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e reprimir suas inclinações más. Suas relações são sempre seguras, porque suas convicções os afastam de todo pensamento do mal. Em tudo a caridade lhes é regra de conduta. São estes os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas-cristãos. Sabe-se que as melhores comunicações são obtidas em reuniões pouco numerosas, sobretudo naquelas em que reinam harmonia e comunhão de sentimentos. Ora, quanto maior for o número, mais difícil será a obtenção dessa homogeneidade. Como é impossível que no começo de uma ciência, ainda tão nova, não surjam algumas divergências na maneira de apreciar certas coisas, dessa divergência infalivelmente nasceria um mal-estar, que poderá levar à desunião. Ao contrário, os pequenos grupos serão sempre mais homogêneos; as pessoas se conhecem melhor, estão mais em família e podem ser mais bem admitidos as que desejamos. E, como em última análise, todos tendem para um mesmo objetivo, podem entender-se perfeitamente e haverão de entender-se tanto melhor quanto não haja aquele melindre incessante, que é incompatível com o recolhimento e a concentração de espírito. Os Espíritos maus, que buscam incessantemente semear a discórdia, ferindo suscetibilidades, terão sempre menos domínio num pequeno grupo do que num meio numeroso e heterogêneo. Numa palavra, a unidade de vistas e de sentimento nele será mais fácil de estabelecer. A multiplicidade dos grupos tem outra vantagem: a de obter uma variedade muito maior de comunicações, pela diversidade de aptidão dos médiuns. Que essas reuniões parciais comuniquem reciprocamente o que elas obtêm, cada uma por seu lado, de modo que todas aproveitem os seus mútuos trabalhos. Aliás, chegará o momento em que o número de aderentes não permitiria mais uma reunião única, que deveria fracionar-se pela força das coisas. Eis por que preferível é fazer imediatamente aquilo que serão obrigados a fazer mais tarde. Incontestavelmente, do ponto de vista da propaganda, não é nas grandes reuniões que os neófitos podem colher elementos de convicção, mas na intimidade. 



Gostaria de saber por que vocês não fazem prece no início e no final do programa? (Anônima)


Interessante seu questionamento. Naturalmente, você tem observado que geralmente, no meio espírita, são feitas preces antes e depois de cada atividade. Mas, sua pergunta nos leva a considerar que, no Espiritismo, a prece ou oração não é um mero costume e, muito menos, um ritual ou uma obrigação. Ela tem um sentido mais amplo e profundo. Quando feita no início, tem por objetivo nos preparar intimamente para a atividade, e preparar o ambiente para receber com mais facilidade a proteção dos Espíritos benfeitores. Quando, no fim, é um agradecimento e, ao mesmo tempo, o fortalecimento que buscamos para o melhor aproveitamento da atividade realizada.


Contudo, em resposta à pergunta 661 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, os mentores espirituais disseram a Kardec que “as boas ações são as melhores preces, porque os atos valem mais que as palavras”. Isso explica por que, para nós, o mais importante é o sentimento que alimentamos, enquanto estamos fazendo ou ouvindo o programa. Nesse sentido o programa em si já é uma prece, pois trata das questões fundamentais da vida, visando ao esclarecimento e ao bem-estar espiritual dos ouvintes.


Se estamos tratando de valores espirituais, em nome de Deus – em nome do Bem e da Verdade - entendemos que a espiritualidade amiga está presente, tanto em nosso estúdio, onde produzimos o programa, quanto na casa do ouvinte, que nos sintoniza. Aliás, não foi Jesus quem disse que, onde estiverem duas ou três pessoas reunidas em seu nome, aí ele estaria?


Ora, isso acontece todas as vezes que nos reunimos em torno de um ideal elevado e, para isso, essas pessoas não precisam ser necessariamente espíritas: podem ser católicas, evangélicas, budistas, judias ou de qualquer outra religião. Podem, até mesmo, não ser de religião alguma, pois, conforme a concepção de Jesus, o que vale é a intenção, é o que vai em nosso coração. Um ateu, que pratica boas ações, que tem um verdadeiro sentimento de amor ao semelhante, está mais próximo de Deus do que um religioso, que não faz outra coisa senão rezar. Lembre-se da parábola do bom samaritano.


Além disso, a prece, para ser boa, não precisa necessariamente de se revestir das características de uma oração, feita em voz alta com palavras bonitas e frases de efeito. A verdadeira prece está na intimidade silenciosa de cada um, nos seus propósitos, nos seus sentimentos, pois – como explica Kardec – o pensamento é tudo. A prece é expressão do nosso sentimento quando agimos. Logo, todo pensamento voltado para o bem é uma prece, pois os bons Espíritos são atraídos por aqueles que estão se dedicando a uma boa causa, razão por que entendemos que MOMENTO ESPIRITA, em si, já é uma prece.


Entretanto, não queremos dizer que a prece, proferida em termos de oração, tenha menos valor e, muito menos, que não devemos utilizá-la. Absolutamente; não estamos dizendo isso. Somos pela prece, até porque convém esclarecer que a maioria das pessoas talvez não tenha atinado para o seu verdadeiro valor, pois a grande parte apenas “reza”, mas, na verdade, não ora. Rezar significa “repetir palavras e frases” que a pessoa sabe de cor. Assim, o “Pai Nosso”, por exemplo. Ela pensa que a eficácia do “Pai Nosso” está na mera repetição da oração, quando, na verdade, não está. Foi o próprio Jesus que, ao ensinar a orar, criticou os fariseus por fazerem longas orações, dizendo que o valor da prece não está na quantidade das palavras, mas na qualidade do sentimento.


Pessoas, que oram por obrigação ( simplesmente, porque têm que rezar numa determinada hora, num determinado momento), repetem o “Pai Nosso” duas, três, dez vezes, mas não sabem o que estão dizendo, pois, não prestam atenção nem mesmo nas palavras que estão articulando. O que elas fazem é apenas repetir maquinalmente o que memorizaram, pois acreditam que a força da oração está nas palavras e não no seu sentimento. Oram por orar – às vezes, atropeladamente, para terminar logo - como quem decora uma tabuada, sem saber o que significa. Essa não é, seguramente, a oração que Jesus ensinou.


Talvez a ouvinte não tenha percebido, mas, ao final de toda edição do programa, fazemos uma mentalização breve em favor de todos os que nos ouvem, uma pequenina mensagem que, no fundo, é a uma prece e um desejo imenso de que Deus abençoe a todos. Mas, por causa de sua oportuna pergunta, cara ouvinte, vamos instituir uma forma mais elaborada, para que você perceba que se trata realmente de uma prece.


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