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segunda-feira, 18 de abril de 2022

A PREVENÇÃO TALVEZ EVITASSE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Passava das 20:30 horas quando o interfone tocou. Do outro lado, o porteiro do edifício, visivelmente alterado, perguntava se o filho da dona do apartamento estava em casa. Ante a resposta afirmativa e a informação que havia beijado os pais, minutos antes, desejando boa noite para ir dormir, a insistência do interlocutor, por via das dúvidas, fez a mãe dirigir-se ao quarto para confirmar. Encontrando o quarto vazio, voltou ao interfone, ouvindo a sugestão para que descesse ao térreo, para, em meio à aflição e ansiedade, a terrível constatação: o rapaz atirara-se do decimo oitavo andar do prédio, estatelando-se no solo. Único filho de um casal bem sucedido e estável profissionalmente, o adolescente, deixara um bilhete aos pais expressando seu amor por eles, acrescentando que este mundo” não era para ele. Investigações encontraram em seu computador, mensagens trocadas com integrantes de um grupo social, com conteúdo assustador dentro do que se poderia considerar normal. O pior é que no decorrer da semana que se seguiu, outros três suicídios na mesma faixa etária foram registrados na maior das metrópoles da América do Sul. Tais acontecimentos, por sinal, tem aumentado sua incidência nos últimos meses, segundo estatísticas nem sempre divulgadas. O interessante é que no numero de outubro de 1866, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduziu uma mensagem obtida pelo método de sonambulismo, em abril daquele ano, através de dois médiuns identificados apenas por iniciais, em que foi feita uma projeção e prognóstico dos acontecimentos que marcariam os desdobramentos futuros da etapa de transição pela qual passa o Planeta e seus habitantes. Em meio às previsões, dizem: “- E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se numa proporção incrível, inclusive em crianças”. Tentando entender esse fato causador de tão lancinante dor moral no organismo social, encontramos n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na nota à questão 685, uma pergunta lançada por Kardec, cuja resposta pode ajudar a entender a razão destes acontecimentos: “-Quando se pensa na massa de indivíduos, diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. A predominância do materialismo, a voracidade da sociedade de consumo; a falência, o descrédito e a falta de espiritualidade das religiões, criaram a crise observável na estrutura fundamental dos agrupamentos humanos: a família. Mesmo os seguidores do Espiritismo, desconhecem o conteúdo específico de sua obra fundamental a respeito de questões relacionadas à paternidade, maternidade, os elementos que não podem ser esquecidos na formação das personalidades entregues a seus cuidados, na condição de filhos. As Casas Espíritas e seus dirigentes enfatizam muito mais temas distantes da educação moral fundamentadas na lógica dos ensinos de Jesus, ele mesmo apontado como o guia e modelo mais perfeito para nos inspirar os passos. Sem investimentos na infância, não se terá um futuro melhor. Como escreveu o Espírito da Verdade, na resposta à questão 800 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “as ideias se modificam pouco a pouco, com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos”. Evidente que o poder de influenciação dos meios – circunscritos aos Centros Espíritas e algumas publicações - de divulgação espiritas ainda é incipiente, em grande parte pelas dissimuladas disputas internas entre lideranças que se outorgam a ilusória ideia de serem os detentores dos conhecimentos mais precisos e acertados. Enquanto isso, campeiam avassaladoramente a violência e a dor, que poderiam ser atenuadas ou evitadas, não fosse a ignorância sobre conteúdos específicos da Terceira Revelação. E, nesse sentido, a propagação do Espiritismo seria importante preventivo.


Existe algum lugar na Bíblia que fala de reencarnação?


Evidentemente, Você não vai encontrar a palavra “reencarnação” na Bíblia, até porque naquele tempo – e tampouco naquele povo – existia essa palavra. O termo “reencarnação”, na verdade – em que pese o fato de que a concepção de reencarnação ( e não a palavra “reencarnação”) já existia muitos séculos antes de Cristo – surge com o Espiritismo somente no século 19, com Allan Kardec. Contudo, ao tempo de Jesus, havia uma idéia muito vaga e confusa da possibilidade de o Espírito voltar a renascer na Terra.


Isso a gente vê no episódio do menino cego de nascença, em que os discípulos perguntam a Jesus se o menino nasceu cego por causa do pecado de seus pais ou por causa de seus próprios pecados. Se Jesus descartasse a idéia da reencarnação, teria mostrado ser impossível que o menino tivesse pecado antes de nascer; mas nada disse a respeito. Na verdade, nessa época o povo acreditava na ressurreição, aliás, uma das concepções que aprendeu com os persas, sob cujo domínio político esteve por muito tempo.


A religião persa era dualista, acreditava na existência de um deus do bem e de um deus do mal (daí a concepção que se seguiu de Deus e do demônio), e em vários outros artigos de fé adotado pelos judeus, como a ressurreição dos mortos e o juízo final. Os persas tiveram uma grande influencia na crença dos hebreus, introduzindo muitos conceitos que nunca foram conhecidos no tempo de Moisés.


Nos evangelhos, contudo, há dois momentos em que Jesus toca diretamente na reencarnação, mas não aprofunda na questão e nem menciona a palavra. Com certeza, ele considerou fora de cogitação para aquele momento, uma vez que a idéia da reencarnação não fazia parte da tradição do povo hebreu. Uma delas – Mateus-17 e Marcos-18 - foi após o episódio da transfiguração no Monte Tabor – quando, ao lado de Jesus, aparecem materializados os espíritos de Moisés e Elias – e Jesus afirma que Elias já havia voltado á Terra e ninguém percebeu. Os discípulos, então, entenderam de que ele se referia a João Batista – ou seja, João Batista fora a reencarnação de Elias.


Um outro episódio, referindo-se ao mesmo Espírito, está no capítulo11 de Mateus. Jesus diz o seguinte: “Desde os tempos de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado pela violência e os que usam da violência são aqueles que o arrebatam. Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram”. E acrescenta de forma enfática, dizendo claramente: “E se vós quereis saber, ele mesmo é o Elias que há de vir. Os que têm ouvidos para ouvir, ouçam.” Não é preciso dizer mais nada. Nesta passagem, Jesus afirma categoricamente que João Batista e Elias eram o mesmo Espírito – ou seja, o mesmo Espírito em encarnações diferentes.


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