Há livros cuja história precisa ser conhecida não só pela utilidade que tem, mas, também pela originalidade que envolveu sua concepção. Assim como O CONSOLADOR (1940, feb) sobre o qual já falamos noutra ocasião. Outro deles pertence ao substancial acervo construído através do médium Chico Xavier. Um dos cinco publicados no ano de 1963, embora, provavelmente, organizado no ano anterior pela data do prefácio: 17 de janeiro. Nasceu da proposição de questões em torno de dez temas propostos por um grupo de companheiros da Federação Espírita do Estado de São Paulo, segundo o autor espiritual Emmanuel, “desejosos de analisar o sofrimento humano em curso ligeiro de esclarecimento, à luz da Doutrina Espírita”. Daí o título LEIS DE AMOR (1963; feesp). Causas Espirituais das Doenças, Parentesco e Filiação, Escolha Social e Profissional, Divórcio, Suicídio, Aborto, Obsessão, Consequências do Passado, O tratamento das Doenças e o Espírito e Redenção, enfeixam um considerável número de perguntas e respostas sempre atuais. Para materializá-las no nosso Plano Existencial, o Orientador das atividades do médium Chico Xavier, aproveitou uma série de reuniões íntimas, convidando também o médico-médium Dr. Waldo Vieira, que responsabilizou pelos capítulos de números impares, neste que seria o décimo terceiro produziria junto ao médium de Pedro Leopoldo, visto que o intelectualizado amigo se afastaria das atividades espíritas tempos depois. Enaltecendo um dos aspectos observáveis na época – a multiplicação de escolas e cursos técnicos, estabelecimentos culturais e anfiteatros de ensino, em que perguntas e respostas sedimentam a renovação do mundo -, Emmanuel considera “natural transportemos igualmente a questão da dor para os recintos de aula, disciplina a examinar em regime de urgência”, certamente, diante não só do crescimento populacional do Planeta, como da multiplicidade de sofrimento enfrentados pelas criaturas humanas. Imaginava, como frisa no final do texto-apresentação do opúsculo, servisse o “obscuro ensaio para a instituição de cursos rápidos ou minuciosos, destinados à elucidação espírita, entre os homens, agora e no futuro”. Pelo que se vê, sua expectativa deve ter se frustrado, nos sugerindo uma reflexão: de que servem as orientações oferecidas pelos Amigos Espirituais? Ao longo de décadas de convivência com manifestações de Espíritos manifestando suas opiniões sobre problemas difíceis enfrentados por pessoas a quem se dirigem, suas palavras apenas sensibilizam superficialmente os mesmos, caindo o conteúdo em esquecimento quase de imediato. Massageiam EGOS. Apenas isso. O remédio para nossas doenças da alma mais eficiente é a dor, em doses contínuas. Alguns exemplos de respostas encontráveis no livro, por capítulo: (1) O erro de uma encarnação passada pode influir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?; (2) Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino; (3) É a fatalidade que faz a pessoa escolher determinada profissão?; (4) Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?; Como é encarado o divórcio nos Planos Superiores do Espírito?; Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?; As criaturas que se suicidam, em razão das desilusões encontradas nas ligações afetivas, agravam os sofrimentos de outrem, além dos sofrimentos que elas próprias encontram? (5) Existe relação entre obsessão e correntes mentais?; (6) Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas? (7) O Espiritismo pode contribuir para o tratamento das doenças?; (8) Como redimiremos espiritualmente a nós mesmos?. Como se vê, uma obra que não pode permanecer ignorada.
Costumam dizer que a mulher é um Espírito mais evoluído que o homem. Mas como é que as grandes descobertas e realizações da humanidade são sempre feitas por homens e não por mulheres? (Nelson de Carvalho)
Não é difícil responder esta questão. Primeiramente, precisamos entender que tanto o homem quanto a mulher, ambos têm e sempre tiveram um papel importante na sociedade. Mas, historicamente, o que vem predominando no mundo, ao longo dos séculos, é a concepção de que o homem deve estar sempre à frente; isso, praticamente, em todos os povos. Desse modo, a mulher sempre ficou numa ação de retaguarda, sendo vítima de preconceitos, e, portanto, não tendo as oportunidades que o homem sempre teve.
Contudo, mesmo assim, o seu papel não foi menos importante. Além de ser mãe - que é a mais nobre missão que um ser humano pode exercer na Terra - em todas as grandes realizações a mulher sempre esteve presente, mas raramente apareceu. Quando não foi impedida, ela preferiu se calar, satisfeita com o fato de ter contribuído com o homem – filho ou marido - para as suas realizações.
Jesus – pouca gente sabe – foi um dos maiores, senão o mais ardoroso defensor dos direitos da mulher – isso, há 2 mil anos atrás, num povo e numa religião, que relegava a mulher ao último plano. Ele não só a defendeu, nos momentos cruciais, da investida furiosa de seus agressores, como a colocou ao seu lado, na grande jornada da redenção. Tanto assim que o movimento do Cristianismo primitivo – aquele que se seguiu aos seus ensinamentos – caracterizou-se pela presença maciça de mulheres, como nunca acontecera antes.
Para a Doutrina Espírita, todavia, o Espírito não é homem ou mulher. Podemos dizer que o Espírito pode estar homem ou mulher, dependendo da encarnação, pois tais condições dependem de suas necessidades de evolução e com as duas condições ele se completa e se realiza de uma forma integral. A mulher, quando predominam as experiências da sensibilidade, o lado mais sentimental e intuitivo da vida ( portanto, o que realmente nos dirige); o homem, quando predominam as ações e a objetividade.
Dizer, portanto, que a mulher esteve ausente do progresso da humanidade é desconhecer a sua participação ativa ao lado do homem, proporcionando-lhe as condições de afetividade e segurança para a conquista de suas metas. É por isso que se costuma dizer que “atrás de todo grande homem, há uma grande mulher”. Alguns, para não serem tão preconceituosos, preferem dizer “ao lado de todo grande homem, sempre há uma grande mulher”.
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