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quarta-feira, 6 de abril de 2022

O QUE FAZ A DIFERENÇA ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Não existe dor maior do que a perda de um filho”, afirmou certa vez o médium Chico Xavier que de forma intensiva conviveu com milhares de pessoas que subitamente se viram privadas do convívio de seus entes queridos causada pela morte natural e predominantemente acidente desde os anos 70 do século passado. Mensagens psicografadas durante esses anos, mostraram que o que retornou ao Plano Espiritual também tem dificuldades de aceitar a dura realidade. Tanto maior quanto for a fixação do que ficou nos detalhes da partida e na inconformação, visto que através do sem fio do pensamento as ligações persistem fazendo com que as imagens mentalizadas incidam sobre aquele que precisa de paz a fim de se restabelecer e reintegrar à realidade espiritual. A original visão oferecida pelo Espiritismo sobre o tema morrer pode ajudar nesse traumático momento? Allan Kardec, na REVISTA ESPÍRITA, número de novembro de 1865 pondera o seguinte: - “Enquanto em presença da morte o incrédulo só vê o nada, ou pergunta o que vai ser de si, o espírita sabe que, se morrer, apenas será despojado de um invólucro material, sujeito aos sofrimentos e às vicissitudes da vida, mas será sempre ele, com um corpo etéreo, inacessível à dor; que gozará de percepções novas e de maiores faculdades; que vai encontrar aqueles a quem amou e que o esperam no limiar da verdadeira vida, da vida imperecível. Quanto aos bens materiais, sabe que deles não mais necessitará, e que os prazeres que proporcionam serão substituídos por outros mais puros e mais invejáveis, que não deixam em seu rasto nem amarguras nem pesares. Assim, abandona-os sem dificuldade e com alegria, lamentando os que, ficando na Terra, ainda irão precisar deles. (...) Quem quer que tenha lido e meditado nossa obra O CÉU E O INFERNO segundo o Espiritismo e, sobretudo, o capítulo sobre o temor da morte, compreenderá a força moral que os espíritas haurem em sua crença, diante do flagelo que dizima as populações. (...) Consideram como um dever velar pela saúde do corpo, porque a saúde é necessária para a realização dos deveres sociais. Se buscam prolongar a vida corporal, não é por apego à Terra, mas para ter mais tempo para progredir, melhorar-se, depurar-se, despojar-se do velho homem e adquirir mais soma de méritos para a Vida Espiritual. Mas, se a despeito de todos os cuidados, devem sucumbir, tomam o seu partido sem queixa, sabendo que todo progresso traz os seus frutos, que nada do que se adquire em moralidade e em inteligência fica perdido, e que se não desmereceram aos olhos de Deus, serão sempre melhores no outro mundo do que neste, ainda mesmo que ali não ocupem o primeiro lugar. Apenas dizem: Vamos um pouco mais cedo aonde iríamos um pouco mais tarde. Crê-se que com tais pensamentos não se esteja nas melhores condições de tranquilidade de espírito recomendada pela Ciência? Para o incrédulo ou para o que duvida, a morte tem todos os seus terrores, porque perde tudo e nada espera.



Quero saber o seguinte: se ninguém deve julgar o próximo, como diz o evangelho, então devemos aceitar toda injustiça, crimes e roubalheira que existem, essa corrupção dos políticos e das pessoas importantes? (Cynthia)


Vamos refletir sobre esta difícil questão, Cynthia. A nossa grande fraqueza moral está na facilidade com que apontamos os erros dos outros e, imediatamente, fazemos um julgamento. Contudo, se alguém nos julga ou faz um comentário negativo a nosso respeito, ficamos inconformados e até revoltados. E, quando somos chamados a fazer um autojulgamento então, caímos fora. Desse modo, usamos uma medida bem grande para medir os erros dos outros (que acreditamos que sejam muitos) e uma medida minúscula para medir os próprios erros (que consideramos mínimos ou inexistentes).


Você se lembra daquela recomendação de Jesus? “Não julgueis para que não sejais julgados, porque com a medida com que julgardes vos julgarão também”? ou aquela outra, que diz, “ Hipócrita, tirai primeiro a trave que está em vosso olho, para depois tirares o cisco que está no olho de teu irmão!”. Pois é. Jesus fala do julgamento moral, desse péssimo hábito de estarmos apontando e comentando os erros alheios por um lado e, por outro, escondendo os nossos erros, com se eles não existissem. A Psicologia costuma dizer que “apontar o erro alheio”é uma forma de dar as costas aos próprios erros ou, então, de projetar nos outros os defeitos que são nossos.


Assim, quando um erro de alguém é revelado e vem a público – principalmente nos noticiários de televisão – o que é que logo nos vem ao pensamento? Que a pessoa apontada é cheio de falhas, não merece crédito, é um ser inferior e assim por diante. Nossa tendência é sempre acreditar nas críticas e duvidar dos elogios. Por isso, é mais fácil criticar que elogiar. Quando criticamos parece que nos valorizamos diante daquele que é alvo da crítica. Entretanto, temos dificuldade de elogiar para que a pessoa elogiada não pareça superior a nós.


É claro que, com isso, não queremos dizer que devemos concordar com o erro ou com aqueles que cometem erros, causando prejuízo aos outros e à sociedade. É claro que não. Muitas vezes, denunciar um erro é um dever do cidadão, quando esse erro representa um perigo maior, que pode fazer muitas vítimas. Contudo, na vida comum do dia-a-dia, devemos ser indulgentes para com as pessoas com quem convivemos, principalmente os familiares e colegas de trabalho, porque são aqueles com quem compartilhamos mais de perto nossas experiências de vida. Indulgentes quer dizer “compreensivos” em relação às falhas do dia-a-dia, que todos nós, indistintamente, cometemos ou podemos cometer.


Não existe perfeição na Terra. Logo, não existe quem possa se dizer superior a ninguém; Jesus, que era puro, não julgou a mulher adúltera. Cada pessoa deve responder pelos seus próprios atos, mas não vamos nos arvorar de juízes implacáveis ante as falhas dos outros, pois é o que não queremos que os outros nos façam. André Luiz, muito judiciosamente, afirma numa de suas mensagens que não devemos nos preocupar com a vida dos outros, a não ser que possamos ajudá-los.





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