“A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram”, escreveu Allan Kardec em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA. Até porque, segundo ele “a maioria das moléstias, como todas as misérias humanas, são expiação do presente ou do passado, ou provações para o futuro; são dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas até que tenham sido resgatadas. Não pode ser curado aquele que deve suportar sua provação até o fim”. Como se sabe, o Espiritismo revela que “o homem é composto de três princípios essenciais: o Espírito, o períspirito e o corpo. Reagem um sobre os outros, resultando a saúde ou a doença, da harmonia ou não entre eles. Tal anomalia “se originada no corpo, os medicamentos materiais bastarão para o restabelecimento; se vier do períspirito; trata-se de uma modificação do princípio fluídico, requerendo uma modificação para as funções retornarem ao normal; se do Espírito, o períspirito e o corpo serão entravados em suas funções, solicitando para combate-la medicação espiritual(...). Mas, Allan Kardec vai além, dizendo que “há grande número de doenças, cuja origem é devida a fluidos perniciosos, dos quais é penetrado o organismo, contra o que a medicação comum é inoperante”. Afirma que “certas doenças tem sua causa original na alteração mesma dos tecidos orgânicos. Na cura das moléstias dessa natureza, pelo influxo fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias”. Considera que “são três ramos da arte de curar, destinados a se suplementar e se completar, conforme as circunstâncias, mas das quais nenhuma tem o direito de se julgar a panaceia universal do gênero humano. Explica que curar trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução de materiais sãos, substituindo outros deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos alopáticos comuns; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; pelo fluido magnético que não é senão matéria espiritualizada. Seja qual for, compreende-se que a substituição molecular, necessária ao restabelecimento do equilíbrio, só se pode operar gradualmente, e não por encanto e por um golpe da batuta; se possível a cura não pode deixar de ser senão o resultado de uma ação contínua e perseverante, mais ou menos longa, conforme a gravidade dos casos. A eficácia da substância fluídica é mais geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, ao passo que as da matéria, são fixas e invariáveis e não se podem aplicar senão em casos determinados. Trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução de materiais sãos, substituindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos alopáticos comuns; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; pelo fluido magnético que não é senão matéria espiritualizada. Observa que “o fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos”. Adverte, contudo, que seria um erro considerar o aplicador como simples máquina de transmitir fluídos. Nisto, como em todas as coisas, o produto está na razão do instrumento e do agente produtor. Devido ao temperamento e constituição do médium, o fluído está impregnado de elementos diversos, que lhe dão propriedades especiais. As qualidades do fluído humano, por sinal, apresenta nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluído emanado de um corpo doente pode inocular princípios mórbidos no assistido. Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Assim sendo, todo verdadeiro médium curador, tem necessidade absoluta de trabalhar sua depuração, isto é, seu melhoramento moral. Só isto basta para mostrar que o primeiro que aparecer não poderá ser médium curador, na verdadeira acepção da palavra.
Eu gostaria de saber se existe limite para manifestar alegria.
O bom senso nos diz que há limite para tudo. A natureza sempre tem seus limites. Veja, por exemplo, o corpo humano. É um complexo orgânico maravilhoso, capaz de funcionar ininterruptamente por muitos e muitos anos; no entanto, se a pessoa não observar limites na alimentação, no esforço, do descanso, na higiene, com certeza, viverá menos do que estava previsto. Cada célula, cada órgão, cada sistema do corpo humano têm seus limites próprios, além dos quais a saúde fica comprometida e surge a doença.
Isso se aplica também às manifestações de alegria ou qualquer outra manifestação emotiva do ser humano. Aliás, a alegria é um estado de saúde. Quando a pessoa está alegre, seu organismo funciona melhor e ela transmite alegria para os outros, pois a vida lhe parece mais bela. Mas a sua alegria não pode, por exemplo, acarretar tristeza ou prejuízo ao semelhante; nem pode ser tão exagerada que cause mal-estar ou desconforto para ninguém Neste caso, ela não está cumprindo com o seu papel. Até para manifestar a nossa alegria, precisamos ter esse cuidado, uma vez que a alegria verdadeira é aquela que é compartilhada.
Existem, por outro lado, quadros patológicos de euforia, catalogados pela medicina psiquiátrica, cuja manifestação ultrapassa os limites do bom senso. Pessoas acometidas de um distúrbio emocional, conhecido por ‘transtorno bipolar”, costumam ter crises de euforia seguidas por crises de profunda depressão. Neste caso, tanto a euforia quanto a depressão chegam a causar mal aos circunstantes. Essa variação de estado emocional é brusca e violenta, pois um e outro estado se caracterizam pelo exagero descomedido.
Há alegrias e alegrias. Alegrias passageiras, que só atendem a interesses exclusivos e imediatos, e alegrias que perduram. As primeiras são como fogo de palha: só acontecem por breves momentos e, depois, se dissipam. Mas as que perduram são aquelas que atendem aos reclamos de nossa consciência, que fazem nos sentir bem conosco mesmos, que nos elevam a auto-estima, porque nos valorizam; é através delas que nos realizamos na vida: é o caso, por exemplo, da pessoa, que chegada a uma idade avançada, olha para trás e tem a satisfação de sentir que sempre foi honesta.
As alegrias passageiras são as alegrias do ter ( ter isso, ter aquilo) e as outras são as alegrias do ser, das conquistas íntimas. As passageiras são passíveis de grandes manifestações de euforia, mas as alegrias permanentes, geralmente, são moderadas, quando não, silenciosas. Ademais, quando nos alegramos com a alegria dos outros, a nossa alegria é maior e permanente, mas quando não somos capazes de nos alegrar com a alegria dos outros, a nossa alegria é sempre fria e mesquinha. Por isso, há grande mérito em sorrir quando os outros sorriem, porque, neste caso, realmente, já somos capazes de compartilhar a nossa alegria.
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