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quinta-feira, 19 de maio de 2022

SOBRE O ABORTO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -"A paciente, no entanto, ficou irredutível. E, com assombro nosso, ante a genitora desencarnada, em pranto, a operação começou, com sinistros prognósticos para nós, que observamos a cena, sensibilizadíssimos. A desordem do cosmo fisiológico acentuou-se, instante a instante. Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação, verificando com espanto que o embrião reagia ao ser violentado, como que aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias’. A descrição reproduz os instantes que marcam as ações objetivando a consumação de um aborto clandestino. Pratica que denota a condição de atraso dos habitantes do Planeta volta ao debate depois do retrocesso causado por decisão de um juiz brasileiro recentemente. A leitura do relato do Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier no livro NO MUNDO MAIOR (feb), pelo menos a titulo de hipótese merece reflexões. Prossegue o narrador: -“A mente do filhinho imaturo começou a despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização embrionária, estabelecendo maior desarmonia. Depois de longo e laborioso trabalho, o entezinho foi retirado afinal... Assombrado, reparei, todavia, que a ginecologista improvisada subtraia ao vaso feminino somente pequena porção de carne inânime, porque a entidade reencarnante, como se a mantivessem atraída ao corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia condições especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta, num atro pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas. Não estaríamos, ali, perante duas feras terrivelmente algemadas uma à outra? O filhinho que não chegara a nascer transformara- se em perigoso verdugo do psiquismo materno. Premindo com impulsos involuntários o ninho de vasos do útero, precisamente na região onde se efetua a permuta dos sangues materno e fetal, provocou ele o processo hemorrágico, violento e abundante. Observei mais. Deslocado indebitamente e mantido ali por forças incoercíveis, o organismo perispirítico da entidade, que não chegara a renascer, alcançou em movimentos espontâneos a zona do coração. Envolvendo os nódulos da aurícula direita, perturbou as vias do estímulo, determinando choques tremendos no sistema nervosocentral. Tal situação agravou o fluxo hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira a pedir socorros imediatos, depois de delir, como pôde, os vestígios de sua falta. – Odeio-o! odeio-o! – clamava a mente materna em delírio, sentindo ainda a presença do filho na intimidade orgânica (...) Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por dizer mais exatamente, sintonizados na onda de ódio, porque a mente dele, exibindo estranha forma de apresentação aos meus olhos, respondia, no auge da ira: – Vingar-me-ei! Pagarás ceitil por ceitil! Não te perdoarei!... Não me deixaste retomar a luta terrena, onde a dor, que nos seria comum, me ensinaria a desculpar-te pelo passado delituoso e a esquecer minhas cruciantes mágoas... (...) Negas-me o recurso da purificação, mas estamos agora novamente unidos e arrastar-te-ei para o abismo... Condenaste-me à morte e, por isso, minha sentença é igual. Não me deste o descanso, impediste meu retorno à paz da consciência, mas não ficarás por mais tempo na Terra... (...) Vingar-me-ei! Seguirás comigo! Os raios mentais destruidores cruzavam-se, em horrendo quadro, de espírito a espírito. Enquanto observava a intensificação das toxinas, ao longo de toda a trama celular, Calderaro orava, em silêncio, invocando o auxilio exterior, ao que me pareceu. Efetivamente, daí a instantes, pequena turma de trabalhadores espirituais penetrou o recinto. O orientador ministrou instruções. Deveriam ajudar a desventurada mãe, que permaneceria junto da filha infeliz, até à consumação da experiência. Em seguida, o Assistente convidou-me a sair, acrescentando: – Verificar-se-á a desencarnação dentro de algumas horas. O ódio, André, diariamente extermina criaturas no mundo, com intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de todos os canhões da Terra troando a uma vez. É mais poderoso, entre os homens, para complicar os problemas e destruir a paz, que todas as guerras conhecidas pela Humanidade no transcurso dos séculos.


Vendo o mundo de hoje, fico pensando por que será que as pessoas’ estão mais egoístas do que há 30 ou 40 anos atrás? (Maurício)


Não temos dúvida de que nestas últimas décadas o mundo mudou muito, Maurício – e mudou muito rapidamente. Em certos aspectos para melhor ( como, por exemplo, o conforto material), mas em outros aspectos, como na convivência, de forma preocupante. Na verdade, há uma relação inversa – e você já deve ter notado isso - entre o conforto e a solidariedade: quanto menos conforto entre as pessoas, mais solidariedade existe entre elas, porque, na hora da necessidade, a solidariedade é uma forma de diminuir a necessidade de todos. Se um barco está afundando, todos se unem para evitar o naufrágio; mas, quando o barco navega tranquilamente, eles começam a se desentender.


Em certas comunidades rurais, onde o desenvolvimento material ainda é muito precário, existe bem mais solidariedade do que nas cidades. Essa é uma condição atual da humanidade. Isso acontece em nosso estágio de desenvolvimento espiritual. Somos Espíritos ainda muito egoístas: pensamos muito em nossas necessidades e interesses, mas muito pouco ou quase nada na necessidade do próximo. Por isso aproveitamos para nos beneficiar ao máximo com a presença das outras pessoas, mas ainda fazemos muito pouco em benefício delas. Ainda não aprendemos a desenvolver o sentimento de coletividade, que Allan Kardec caracterizou como “a mais elevada expressão da caridade”.


Não é difícil entender a psicologia humana. Quando só tínhamos um televisor em casa, toda a família era obrigada se reunir na sala e estudar uma forma para que todos pudessem desfrutar do aparelho, ver seu programa e respeitando o direito do outro de ver o seu. Essa contingência obrigava o pessoal a se reunir, a trocar idéias, a discutir e a dividir – mas todos se mantinham juntos. A partir do momento em que cada um passou a ter a sua própria televisão no seu quarto, acabou o encontro familiar, desfez-se o relacionamento, houve um afastamento e um esfriamento nas relações. E desse modo fica bem mais difícil as pessoas aprenderem a conviver.


O distanciamento entre as pessoas ( que hoje podem dispor de televisão própria, de carro, de moto, de celular, etc.) desenvolveu uma espécie de auto-suficiência e, portanto, de individualismo e egoísmo, onde cada um passa a resolver o seu próprio problema da forma mais cômoda possível, sem precisar recorrer aos demais. Trata-se de um estágio de aparente retroação, em que tivemos de voltar para uma fase anterior de relacionamento, para podermos aprender novamente como repartir e como compartilhar nossas experiências em situações mais confortáveis.


Mais do que nunca, precisamos parar para refletir sobre isso, como você está fazendo. A família, a escola, a religião e as demais instituições sociais, que tem capacidade de organização, precisam envolver as pessoas para discutirem seus relacionamentos. A crise maior está dentro de casa: quando, em casa, as coisas não vão bem, o reflexo acontece bem maior na sociedade. No passado, a que você se refere, só as famílias muito pobres e necessitadas, tinham sérios problemas de relacionamento; hoje, essa situação generalizou, principalmente por causa desse fator conforto. Os primeiros a errar são os pais que, de um modo geral, estão dando muita coisa a seus filhos, sem lhes ensinar a necessidade e a importância de compartilhar.



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