Como, a não ser através do sofrimento e da dor, motivar os Espíritos imperfeitos a caminhar na estrada da evolução? Acertadamente lembra um Amigo Espiritual, que se tudo estiver “redondo”, cedemos facilmente à acomodação da “zona de conforto”. Não entender isso tem prováveis dois motivos: 1- a condição evolutiva ainda precária da individualidade, e 2- “fingir” que não entendemos. A disseminação dos princípios da Lei de Causa e Efeito dentro do conteúdo apresentado pelo Espiritismo, mas especificamente no capítulo sete da primeira parte do livro O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, oferece trinta e três artigos do Código Penal da Vida Futura delineando os mecanismos das normas que regulam o processo de elevação do Ser na direção de sua iluminação. Não, como disse Allan Kardec -, a partir da opinião de uma única pessoa, mas através dos depoimentos de milhares de Espíritos que em várias regiões da Terra desde meados do século 19 tem dado testemunhos de sua sobrevivência após a morte procurando alentar o que permanecem no Plano dos chamados encarnados que a vida continua, repercutindo sempre de forma mais intensa o que cada um faz de si. Como argumenta Allan Kardec “a responsabilidade das faltas individuais ou coletivas, as da vida privada e da vida pública, dá a razão de certos fatos ainda pouco compreendidos, e mostra, de maneira mais precisa, a solidariedade que liga os seres uns aos outros, e as gerações entre si”. Na sequência, alguns exemplos interessantes para reflexão, agrupados na sistemática que parte do efeito para remontar à causa. CASO 1- EFEITO - Mulher, casada, quatro filhos. Toda sua vida foi inimiga acirrada do pai, pessoa socialmente considerada simples, humilde e que sempre a tratou com carinho e bondade, tendo ele tudo feito para reverter tal situação. Ante a aproximação dos dois, notava-se o olhar carregado de ódio da mulher transtornada pela repulsa e desprezo, com palavras incisivas e duras para o pai, comprazendo-se visivelmente com os tormentos morais estampados no rosto do mesmo. CAUSA - Ações praticadas 120 anos antes, em pequena vila de nome Pedra Grande, em Portugal. Na época, a senhora de hoje, estava encarnada na condição masculina, negociava vinhos, era casado e tinha filhos. Aventureiro, precipitou em quedas morais várias mulheres e jovens, chegando a ser pai de muitos filhos naturais não reconhecidos. Entretendo relações comerciais com um negociante, veio a seduzir a filha deste, induzindo-a à prostituição a levando ao suicídio. Seu sogro que o auxiliava bastante, tendo sido quem o criara, sabedor dessa aventura, não desejando mais que sua filha suportasse os contínuos escândalos e sofresse mais desgostos, expulsou-o de casa. Fugiu, para nunca mais voltar. Agora, reencarnou como mulher. Seu pai atual era o antigo sogro. Seu marido, o noivo da moça que seduzira e levara ao suicídio e, esta, por sua vez, renasceu como uma de suas filhas. CASO 2 – EFEITO - EB, casada, mãe de nove filhos, tendo, ao longo dos anos, perdido para a morte cinco deles, quatro de forma violenta – um, criança, aos 7 anos e demais adultos, respectivamente por afogamento, suicídio e acidentes de trânsito. CAUSA - Influência decisiva sobre a as dúvidas da Rainha francesa Catarina de Médicis para deflagar a caça e morte dos Huguenotes presentes em Paris e cidades do interior, reunidos para o casamento de sua filha Margot e Henrique de Navarra na noite de 24 agosto de 1572, episódio registrado pela História como Noite de São Bartolomeu, lavrando sua sentença cármica ao afirmar que “dar nossos filhos a semelhante empresa é privilégio que devemos disputar”, ante a pergunta – “e seus filhos?” - de alguém presente à fatídica reunião que resultou na morte por intolerância religiosa de milhares de pessoas.
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