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sexta-feira, 17 de junho de 2022

AINDA SOBRE A GUERRA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O dia 4 de junho de 1859 marcou a História da França como o da Batalha de Magenta em que o envolvimento do País através da sua Legião Estrangeira foi decisivo na Segunda Guerra de Independência da Itália contra o domínio austríaco, questão definitivamente resolvida no dia 24 do mesmo mês, após o confronto conhecido como Batalha de Solferino envolvendo perto de 200 mil soldados durante mais de nove horas, o que resultou em 2492 mortes, 12512 feridos e 2922 capturados ou desaparecidos. No número da REVISTA ESPÍRITA de julho de 1859, Allan Kardec, na seção Palestras Familiares de Além-Túmulo apresenta matéria intitulada NOTÍCIA DA GUERRA revelando, entre outras coisas, um dado curioso: a permissão do governo francês para os jornais apolíticos darem notícias da guerra. A partir de nota da fonte oficial Moniteur, pensa em interrogar algumas das gloriosas vítimas da vitória, presumindo pudessem ministrar algumas indicações úteis. Não conhecendo nenhum dos participantes da batalha mais recente, pede aos Espíritos responsáveis pelas reuniões da Sociedade Espírita de Paris, a princípio na sessão de 10 de junho, providenciassem alguém, considerando ser preferível a presença de um estranho a de amigos ou parentes, dominados pela emoção. Na ocasião, 36 perguntas foram propostas ao comunicante que se identificou como Joseph Midard, soldado de Infantaria, morto, na verdade por envenenamento após ingerir uma ameixa concentrada, provisão calórica fornecida aos combatentes. Da curiosa entrevista, destacamos algumas das informações fornecidas por Mirrard: 1- Não se reconheceu no momento da morte, por estar tão atordoado que não chegava a acreditar; 2- Por não se julgar morto, seguiu combatendo durante a batalha que se travava; 3- Sentia-se apenas muito leve; 4- Por não acreditar na morte, não via os Espíritos dos que morriam na batalha; 5- Acredita que a multidão de Espíritos dos que tombavam no conflito, tinham a mesma reação que ele; 6- A reunião nesse mundo dos Espíritos, não impedia que continuassem lutando durante algum tempo, conforme seu caráter; (Nota de Kardec observa que “isto concorda com o que temos registrado nos casos de morte violenta em aquele que assim se desliga do corpo físico não se dá conta imediatamente de sua situação, não se julgando morto. Acrescenta que tal fenômeno é entendido facilmente quando se pensa nos sonâmbulos que não acreditam que estão dormindo por não haver suspensão de suas faculdades intelectuais e, pensando, pensa que não dorme, só mais tarde se convencendo, quando familiarizado com o sentido ligado a este vocábulo. Entende dar-se o mesmo com um Espírito surpreendido pela morte súbita, quando nada havia preparado para a separação do corpo, já que para ele a morte é sinônimo de destruição, de aniquilamento. Ora, desde que vive, sente e tem ideias, não se julga morto, sendo necessário algum tempo a fim de se reconhecer.) 7- Grande quantidade dos que morreram há mais tempo se mostravam interessados no resultado da batalha, visto que tais combates são preparados com muita antecedência e que os adversários não se manchariam nos crimes, como se mancharam, se a isto não tivessem sido empurrados, em vista das consequências futuras; 8- Havia, portanto, interessados na vitória dos dois lados, exercendo influência muito considerável sobre os combatentes, da mesma maneira por que tal influência é exercida pelos Espíritos desencarnados sobre os encarnados; 9- Indagado se como Espírito assistindo a um combate, poderia proteger um de seus companheiros, desviando-lhe um golpe fatal, respondeu não estar em suas possibilidades, visto que a hora da morte é fatal, nada a impedindo àquele que por ela tiver de passar, do mesmo modo que ninguém pode atingir aquele para o qual a hora não tiver soado. Na semana seguinte, reunião de 17 de junho, nova evocação, resultando em outros interessantes esclarecimentos: 1- Apresentava-se envergando na reunião o uniforme que o identificava no batalhão a que servia, sem saber explicar como, apenas que era roupa fornecida por outro Espírito; (O Espírito São Luiz, tratando da realidade do Mundo Espiritual diz que “o Espírito age sobre a matéria, tirando da matéria primitiva – o Fluido Cósmico Universal – os elementos necessários para, à vontade, formar objetos com a aparência dos diversos corpos existentes na Terra. Também pode sobre a matéria elementar, e por sua vontade, operar uma transformação íntima, que lhe dá determinadas propriedades. Esta faculdade é inerente à natureza do Espírito – os inferiores a possuem – muitas vezes a exercendo, quando necessário, como um ato instintivo, do qual não se dá conta”). 2- Revira o corpo abandonado no campo de batalha, experimentando tristeza ante essa visão; 3- Tivera conhecimento de existência anterior na qual fora simples negociante de peles indígenas.

Quanto tempo leva um Espírito para reencarnar? Se não sabemos se ele reencarnou ou não, como podemos fazer orações para ele? De quantas reencarnações o Espírito precisa?


Não há tempo determinado para um Espírito reencarnar. Cada um tem suas próprias necessidades, e o Espírito só reencarna porque a vida na Terra é uma experiência necessária para o seu progresso espiritual. A nossa passagem por este mundo se dá inúmeras vezes, tanto quanto for preciso para adquirir um determinado grau de crescimento espiritual. De um modo geral, podemos afirmar que quanto mais evoluído menos o Espírito precisa de reencarnação e, portanto, demora mais tempo na condição de desencarnado. Os mais necessitados – menos evoluídos, portanto – reencarnam mais depressa.


Podemos comparar a evolução do Espírito à nossa vida aqui na Terra. Cada um de nós se encontra num estágio de desenvolvimento próprio, intelectual e moral. Alguns aprendem depressa, caminham mais rápido, tornam-se pessoas de bem com mais facilidade; outros, porém, demoram para aprender, são obstinados ou preguiçosos e passam a vida toda cometendo desatinos. Vemos, assim, que há diferenças entre as pessoas, principalmente a diferença no ritmo de aprendizagem; o que um leva um ano para aprender, o outro precisa de dez. É que cada Espírito tem a sua individualidade e caminha conforme suas possibilidades.


Quanto ao número de encarnações, também não temos como responder, porque a evolução é uma escala indefinida e essa escalada depende do ritmo de cada um. Na Doutrina Espírita aprendemos, entretanto, que o Espírito nem sempre foi humano, ele passou por outras escalas evolutivas até chegar à condição humana, quando surge o raciocínio, a autoconsciência e os valores morais. A partir de então, entrando na espécie humana, é que ele adquire o livre-arbítrio, já tem vontade, já pode escolher e decidir por si mesmo, entrando no campo da responsabilidade moral.


Como ser inteligente e moral, o Espírito, ainda assim, vai caminhando conforme seu aprendizado e o seu próprio ritmo de evolução. Vai necessitar de muitas encarnações num mundo como o nosso, até aprender a superar a sua atual condição moral e galgar uma condição superior para poder viver num mundo mais evoluído. Logo, cara ouvinte, não é possível precisar o número de encarnações – nem quantas já tivemos e muito menos de quantas vamos precisar para chegar àquela condição.


Quanto às orações pelos nossos entes queridos, podemos lhe afirmar que elas jamais são perdidas. Se você orar por algum Espírito, que já está reencarnado, com certeza, ele receberá, assim mesmo, sua oração. O fato de estar ou não estar reencarnado não muda em nada as leis da natureza. A prece, quando feita com verdadeiro amor no coração, é uma emanação de energias elevadas que se dirige em favor de alguém, esteja ele onde estiver. Quando oramos, na verdade, estamos nos comunicando em pensamento com a pessoa para a qual dirigimos nossa oração. Abrimos um canal mediúnico de comunicação, através do qual os bons Espíritos vão atuar em benefício dessa pessoa, desde que ela tenha condição de receber, esteja encarnada ou desencarnada.




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