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sexta-feira, 3 de junho de 2022

JÁ ACONTECEU COM VOCÊ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Você já teve a impressão de ter sido salvo de algum perigo por uma voz de origem desconhecida? Já teceu fluente comentário sobre assunto não tão conhecido por você? Pois essa inspiração, segundo o Espiritismo, tem origem em acompanhantes espirituais ligados a você que, exercem salvadora influência em momentos, por vezes, críticos. No número de janeiro de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, seção Ensino Espontâneo dos Espíritos, encontramos uma mensagem assinada pelo Espírito Chaning oferecendo interessantes elementos para nossas reflexões a propósito da ação dos Amigos Espirituais em nossa vida diária. Channing, cujo nome completo é William Ellery Channing, viveu por 62 anos entre 1780 e 1842, nos Estados Unidos da América do Norte. Tendo estudado Teologia em Newport e Harvard, tornou-se um pregador de sucesso em várias igrejas protestantes de Boston, tendo trabalhado em seu País, para a eliminação da escravidão, do alcoolismo, da pobreza e da guerra. Preferindo evitar temas polêmicos da Doutrina que seguia, pregava a moralidade, a caridade e as responsabilidades cristãs. Não acreditava que a sociedade pudesse ser melhorada por ações coletivas, descrevendo sua própria luta “como um sistema racional e amável contra o não entendimento dos homens da caridade e da piedade”. Pelas suas participações nas publicações assinadas por Allan Kardec, percebe-se que inclui-se entre os integrantes da equipe do ESPIRITO DA VERDADE empenhados na formulação da proposta revolucionária do Espiritismo. No capítulo 21 d’O Livro dos Médiuns, por exemplo, opinando sobre as resistências impostas à Doutrina Espírita, diz: -“Qual a instituição humana, ou mesmo divina, que não encontrou obstáculos a vencer, cismas contra os quais lutar? Se apenas tivesses existência triste e lânguida, ninguém vos atacaria, sabendo perfeitamente, que havíeis de sucumbir de um momento para o outro. Mas, como a vossa vitalidade é forte e ativa, como a árvore espírita tem fortes raízes, admitem que ela viverá longo tempo e tentam golpeá-la a machado. Que conseguirão esses invejosos? Quando muito deceparão alguns galhos, que renascerão com seiva nova e serão mais robustos que nunca”. Na referida manifestação versando sobre a ação desses protetores espirituais, Channing diz: -“Todos os homens são médiuns; todos tem um Espírito que os dirige para o Bem, quando sabem escutá-lo. Agora, se alguns com ele se comunicam por meio de uma mediunidade particular, se outros não o escutam senão pela voz do coração e da inteligência, pouco importa: nem por isso deixa de ser o seu Espírito familiar que os aconselha. Chamai-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde a vossa alma e vos dita boas palavras. Apenas nem sempre as compreendeis. Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão – não dessa razão que se arrasta e se roja, em vez de marchar, dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para as regiões desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que eleva o filósofo, sopro que arrasta os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da Divindade mais que outra criatura; entendimento que sabe conduzi-lo do conhecido para o desconhecido e o faz executar as mais sublimes coisas. Escutai, pois, esta voz interior, esse bom gênio, que vos fala incessantemente, e chegareis, progressivamente, a ouvir o vosso Anjo da guarda, que do alto do céu vos estende as mãos”. Como podemos concluir, a suscetibilidade mental para captarmos o pensamento dos Espíritos, não só “rastreia” as sugestões más. Acolhe também as boas.



Se o que sofremos na Terra é causado pelos erros de vidas passadas, como podemos explicar que, no passado, quando não havia ciência – tudo era mais difícil e as pessoas tinham mais doenças, morriam mais cedo e sofriam bem mais que hoje? Isso quer dizer que os homens atuais têm menos pecados que os homens de antigamente? (Luciano)


O progresso da humanidade se realiza, ao mesmo tempo, em dois sentidos: no intelectual e no moral, e também nos dois planos: no plano individual e no plano coletivo. O progresso intelectual se realiza através dos estudos, das pesquisas, das descobertas e das invenções, que vêm facilitar a vida humana. O progresso moral acontece na medida em que os homens vão encontrando meios de melhorar suas relações, tornando-as mais amistosas e pacíficas.


No passado sofríamos mais não só por causa de nossos erros morais, mas também por causa da nossa ignorância. Essas experiências difíceis foram necessárias para os Espíritos aprenderem a buscar novas metas, pois o progresso não ocorre somente porque o homem quer, mas também porque ele precisa de soluções para seus problemas: logo, o progresso não é apenas uma opção de vida, é uma necessidade para se viver melhor. À medida que o homem foi se empenhando nos estudos, observando experimentando e descobrindo novas leis da natureza, ele foi encontrando soluções.


Portanto, são as dificuldades e os problemas que nos impulsionam ao progresso. Sem esses obstáculos, nós nos acomodaríamos na estagnação e não sairíamos do lugar. Não fosse por necessidade, ainda estaríamos na idade da pedra lascada, morando nas cavernas e disputando comida e abrigo com os animais ferozes. Desse modo, à medida que a humanidade progride em inteligência, por causa de suas necessidades, ela também progride moralmente, porque vai aprendendo a conviver. Acontece que o caminho do progresso moral é mais difícil do que do progresso intelectual.


Assim, Luciano, não é difícil entender que a vida, de um modo geral, é mais fácil hoje – século XXI - do que antigamente ( no século passado, na Idade Média ou na antiguidade) – não só por causa das expiações ou carma que aos poucos vamos deixando para trás, mas também por causa do progresso que a coletividade humana alcançou, livrando-se, aos poucos, da ignorância. O objetivo da vida, Lúcia, não é o sofrimento, mas o aperfeiçoamento, a evolução – tanto a evolução intelectual como a moral – para podermos ser cada vez mais competentes e mais felizes.





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