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sábado, 30 de julho de 2022

LEI DE CAUSA E EFEITO - Como Funciona e Alguns Exemplos ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Muito se cita o Carma para justificar ocorrências que fazem no mundo de hoje, questionar-se a existência de Deus. Sua concepção, ao que tudo indica, irradiou-se pelo mundo, a partir dos princípios religiosos introduzidos no nosso Planeta, pelo grupo de Espíritos exilados de Capela reencarnados na região conhecida como Índia. Ao menos é o que revela Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, na obra A CAMINHO DA LUZ. A ideia sofreu ao longo das civilizações deformações, deturpações, até que no lado Ocidental da Terra, foi sendo progressivamente esquecida com o apagar doutro princípio, o da reencarnação, a partir das lamentáveis decisões do Segundo Concílio de Constantinopla, promovido pelo Imperador Justiniano, em 553 DC. Praticamente treze séculos e inúmeras gerações, distanciaram as criaturas humanas da responsabilidade de viver, infundida com as perspectivas do inevitável encontro consigo mesmas e da reparação dos estragos cometidos nos diferentes caminhos da evolução. Coube ao Espiritismo ressuscitar ambas, dentro das exigências de uma Humanidade ávida por respostas sobre porque existimos e sofremos. As pesquisas conduzidas por Allan Kardec nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, desde abril de 1858, resultaram em expressiva coleta de dados, obtidos através de inúmeros entrevistados que se manifestaram por diversos médiuns, sendo muitos desses depoimentos reproduzidos na REVISTA ESPÍRITA, publicada sob a direção do Codificador de janeiro de 1858 a março de 1869. Tal material serviu também para que os aterrorizantes conceitos da morte pudessem ser reformulados objetivamente a partir dos exemplos contidos n’ O CÉU E O INFERNO segundo o Espiritismo. Nele, entra-se em contato com interessantes relatos de personalidades evocadas por Kardec, testemunhando as sensações, impressões e realidades registradas por eles na transição desta para outra dimensão. Analisando-os, o Codificador enumerou 32 artigos do que ele chama de Código Penal da Vida Futura, reproduzido no capítulo 7, da Primeira Parte do livro citado. Mostram por variados ângulos a Lei implícita na afirmação “a cada um segundo as suas obras”. A vida mostra-se como uma única realidade, apesar de desenvolver-se em duas dimensões. Toma-se conhecimento, através desse conteúdo, que as leis espirituais que controlam o indivíduo aplicam-se à família, à nação, às raças, ao conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. As faltas do indivíduo, as da família, as da nação, qualquer seja o seu caráter, se expiam em virtude da mesma Lei. Comentando o aspecto, Kardec considera que “a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar,(...) até que o progresso os haja completamente transformado”. Acrescenta que “não se pode duvidar haver famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas por instintos de orgulho, egoísmo, ambição, enveredam pelo caminho errado, fazendo coletivamente o que um indivíduo faz isoladamente. Uma família se enriquece a custa de outra; um povo subjuga outro povo, levando-lhe a desolação e a ruína; uma raça se esforça por aniquilar outra raça. Essa a razão por que há famílias, povos e raças sobre os quais desce a pena de Talião”. Identificando cinco exemplos de provas e expiações, individuais e coletivas, destacamos alguns do extraordinário acervo construído por Kardec ou pelo trabalho do médium Chico Xavier. Didaticamente os alinharemos mostrando o efeito e a correspondente causa determinante. CASO 1 Efeito - Industrial, morto doze horas após explosão de caldeira em sua empresa, envolvendo seu corpo em verniz fervente nela contida. Socialmente queridíssimo pela postura pessoal, em toda sua cruel agonia, não se lhe ouviu um só gemido, uma só queixa, apesar das dores lancinantes resultantes das profundas queimaduras sofridas. CausaAção assumida 200 anos antes, quando, na condição de juiz e inquisidor italiano condenou a morrer queimados os envolvidos numa conspiração visando a politica clerical, entre os quais uma jovem entre 12 e 14 anos, contra a qual os executores se recusavam cumprir a sentença, tornando-se ele, além de juiz, o carrasco que ateou fogo na quase menina. CASO 2 – Efeito – Antonio B., escritor, morto repentinamente( provavelmente um ataque cataléptico), teve seu corpo encontrado virado de bruços durante exumação feita 15 dias após o sepultamento, procedimento efetuado para que familiares recuperassem medalhão por acaso esquecido no caixão. Causa – Ação em vida anterior em que descoberta infidelidade da esposa, a enterrou viva num fosso. CASO 3Efeito - João Fausto Estuque, desencarnado em 16/10/1976, em acidente aéreo com avião de pequeno porte, na região de Votuporanga, SP. Causa – Ter sido protagonista 300 anos antes, em ações objetivando conquistar destaque nas posições da finança e do poder, que culminaram na morte de várias pessoas de vasta comunidade humana, precipitadas em penhascos, sem que seus delitos fossem descobertos ou punidos.

Anderson Lima, faz a seguinte pergunta: “O que não consigo entender em Jesus é o amor aos inimigos. Como podemos amar as pessoas que nos querem mal? Nesse caso teríamos que amar o demônio, que é o nosso maior inimigo? Será que Deus quer isso?”

Sua pergunta é no mínimo intrigante, Anderson: amar o inimigo, amar o demônio. Neste caso, queremos parabenizá-lo, porque você usou de uma lógica impecável, numa demonstração de que, para entender esse mandamento de Jesus, é preciso um conhecimento mais profundo sobre as leis de Deus: e esse conhecimento é a reencarnação, que a Doutrina Espírita nos dá. Somente concebendo a reencarnação podemos de justificar o porquê do amor ao inimigo.

É claro que, na colocação que você faz, entra a ideia de “demônio” que não existe no Espiritismo, mas que, para as religiões cristãs seria a suprema expressão do mal, o opositor de Deus na disputa das almas humanas. Então, você pergunta: devemos amar o demônio para fazer a vontade de Deus? Pergunta inteligente.

Para responder vamos começar pelo conceito de demônio. Se considerarmos o demônio como Espírito mau, todos somos demônios quando praticamos o mal. Não foi por outro motivo que, em Mateus (cap. 16, vers. 16), o próprio Jesus se dirigindo a Pedro disse: Para trás de mim, Satanás! Tu és uma pedra de tropeço, uma cilada para mim, pois tua atitude não reflete a Deus, mas, sim, os homens”. Aqui Jesus chama Pedro de satanás, de demônio...

É necessário, ainda, levar em conta que, sendo Deus o criador de tudo e o Pai de todos, ele é criador e pai tanto dos que praticam o bem quanto dos que jazem na ignorância e praticam o mal . Deus é nosso Pai e também Pai de nosso inimigo que, se quisermos, podemos chamar de demônio ou satanás. Neste caso, por um princípio de lógica, Deus também é Pai do demônio, e o ama.

Logo, o demônio ou inimigo do bem, sendo filho de Deus, é nosso irmão e, como Deus ama todos os seus filhos, ele é tão amado pelo Pai como nós e, consequentemente, Deus quer que o amemos também. Por que? Porque ele precisa desse amor, todos precisam de amor, pois ninguém está perdido. O próprio demônio, se assim queremos chamar o Espírito ainda cheio de maldade, terá oportunidade de se regenerar, pois todos nos regeneramos no caminho do progresso. E isso só é possível porque todo Espírito, mesmo mal, volta à vida inúmeras vezes por meio da reencarnação para retomar o caminho do bem.

Jesus, pois, considerava que todos somos filhos de Deus, até os seus inimigos que o traíram, e o entregaram ao supremo sacrifício; até mesmo os soldados romanos que usaram de extrema crueldade e o submeteram a terrível sacrifício, e para quem Jesus imediatamente pediu o perdão incondicional do Pai. “Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem!” Naqueles momentos eles eram demônios, a quem Jesus amava e para quem Jesus pedia o perdão.

Portanto, Anderson, na concepção de Jesus, amar os amigos não basta. É preciso amar os inimigos. “Se amais apenas os que vos amam, o que fazei nisso de especial? Não fazem os publicanos também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial”. Mateus, capítulo 5, versículo 46.

B - No capítulo 12, “Amai os Vossos Inimigos”, d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec mostra como amar os inimigos, conforme Jesus recomendou, dizendo o seguinte: “Amar os inimigos não é ter para com eles uma afeição que não está na natureza, porque o contato com um inimigo faz bater o coração de maneira bem diferente do de um amigo. “

(Amar o inimigo ). – continua Kardec - é não ter contra ele nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; é perdoar-lhe sem segunda intenção e incondicionalmente o mal que nos fazem; é não opor obstáculo à reconciliação; é desejar-lhe o bem em lugar de desejar-lhe o mal. É regozijar-se em lugar de se afligir pelo bem que os alcança; é estender-lhe a mão em caso de necessidade; é abster-se em palavras e ações de tudo que possa prejudica-los. Enfim, é retribuir-lhe em tudo o mal com o bem, sem intenção de os humilhar.”


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