-“O acidente imprevisível na Terra, fora anotado na Vida Espiritual antes de vir a ser e que ela estava junto de nós, com o fim de estender-nos mãos amigas”, foi o que ouviu a senhora Laura Maria Machado Pinto ainda atordoada e perplexa ante o violento acidente que destruiu e incendiou o veículo que dirigia conduzindo suas filhas, uma amiga e o pai desta, por volta das 20:30 hs, do dia 22 de julho de 1982, na Rodovia Candido Portinari, interior de São Paulo. Na mensagem que psicografaria através de Chico Xavier meses depois, revela ainda que, ‘lá mesmo no local da ocorrência, uma equipe de enfermeiros os aguardava, fazendo-a pensar em preparação, e, ante gritos e lamentações que surgiam, próximas ao local, ambulâncias que não conheciam os recolheram com pressa, conduzindo as vítimas para local de silêncio e misericórdia onde mãos devotadas ao Bem as alcançaram transmitindo brandos anestésicos, induzindo-os a dormir por tempo indeterminado”. O Espiritismo oferece respostas bastante coerentes, consoladoras e substanciais diante da morte, inclusive as que impõem a chamada desencarnação de numero grande de pessoas. Através das suas revelações sabemos na questão 160 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que entes queridos se prontificam a acompanhar e auxiliar no traumatizante retorno à realidade de onde saímos um dia para nos liberarmos de sentenças lavradas por nós contra nós mesmos em encarnações passadas. A propósito da morte, Allan Kardec pondera que ‘venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo’. No extraordinário acervo constituído pelas mensagens recebidas por Chico Xavier, existem algumas escritas por vitimados em acidentes de aviões de grande porte. Destacamos parte dos relatos desses comunicantes para refletirmos sobre não só a sobrevivência que se confirmou, mas também detalhes importantes como o não registro de dores, a presença de familiares no local da ocorrência e de equipes de resgate do Plano Espiritual, além da hospitalização na reentrada no Plano Espiritual. CASO 1- Jane Furtado Koerich, 20 anos, em 12/4/1980; voo 303 da Transbrasil, 58 ocupantes, 3 sobreviventes, a 32 quilometros do Aeroporto Hercílio Luz, Morro da Virgínia– carta aos pais 4 meses após 22.8.1980 – “Estou ainda aturdida, mas pedi para trazer-lhes alguma resposta à ansiedade que é dividida entre nós. Estou com o auxílio de meu avô Engelberto e da irmã Erna, uma generosa criatura que nos acolheu aqui, e sinto-me garantida pelo apoio deles para traçar estas notícias. Tudo foi tão de improviso que sinceramente, estamos na condição de pessoas que um choque indefinível traumatizou. Havíamos saído da cidade com a certeza de que chegaríamos a Florianópolis com tempo bastante para usufruir um domingo de paz e de muita alegria. Não sei porque escolhemos o horário do embarque, porque dispúnhamos de outras chances. Pois foi justamente no avião designado por forças que nos levaram em nome da Sabedoria Divina, aquele em que nos instalamos para a despedida inesperada. A nossa Rosemary viajava com a preocupação de quem não contava com muito tempo, a fim de se entreter fora de casa, embora fosse conosco para a nossa casa do coração, onde vocês nos aguardavam. A Sônia conversava alegremente. Não me lembro mais de que passeio tratávamos por antecipação quando aconteceu o indescritível. Creio que ninguém se entregou, senão àquele pesado silêncio no qual entramos, compreendendo que estávamos sendo chamadas para o desconhecido. Acreditem que não senti dor alguma, a não ser aquele choque talvez destinado a cobrir o nosso sofrimento, com a impressão de que havíamos chegado aos derradeiros limites da existência. De mim mesma enviei, um pensamento a Deus e nele me escorei como quem agarra um fio de linha muito leve, à frente de um abismo para não cair nele e, depois soube que Rosemary e Sônia fizeram o mesmo, resguardando-se na prece rápida. O resto é aquilo que a palavra não escreve.
O que Jesus quis dizer quando afirmou: “Aquele que perseverar até o fim será salvo”?
A perseverança é uma das grandes virtudes da alma. Perseverar é prosseguir sempre, mesmo entre dificuldades. Há pessoas que, tendo escolhido um bom caminho, desistem logo que encontram o primeiro obstáculo. Falta-lhes maturidade e senso de percepção, no sentido de que só conseguem perceber o que está próximo, nunca o que está mais distante; por isso, fogem às dificuldades ao invés de enfrentá-las. Contudo, o bom senso nos diz que os caminhos mais fáceis são também os mais perigosos, enquanto que o bem é sempre difícil e trabalhoso.
Ao dizer que “quem perseverar será salvo”, Jesus estava se referindo, em particular, aos seus seguidores ( discípulos e apóstolos), pois os preveniu de que não seria nada fácil vivenciar e espalhar os princípios do evangelho; mas, de um modo geral, ele estava corroborando essa idéia de que só vence quem não desiste, ainda que o caminho seja espinhoso e o desconforto muito grande. O Espírito reencarna para progredir, mas, com certeza, não atingirá seus objetivos sem muito esforço e sacrifícios, pois aqueles que lutam são os que mais se fortalecem.
Para quem aceita a reencarnação, as dificuldades da vida são testes para o Espírito, que almeja uma condição melhor de paz e felicidade no futuro. Estamos todos de passagem por este planeta, e se, tivermos fé em Deus, saberemos enfrentar os problemas com a certeza da vitória – talvez, não de uma vitória completa aqui e agora – mas, um dia, quando estivermos mais bem preparados para compreender nossas próprias necessidades e limitações. A perseverança, portanto, é própria de quem acredita que vai atingir sua meta. Neste sentido, ele está salvo da desesperança e do fracasso e se faz vitorioso pela sua fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário