faça sua pesquisa

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

CRIANÇAS NO PLANO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Estima a ONU que seis mil crianças morrem diariamente na Terra, a maioria por causas derivadas da precariedade do saneamento ambiental (falta de água, saneamento básico, fome). A esses sintomas nascidos na visão imediatista dos políticos, em sua maioria sem maiores comprometimentos com o povo pelo qual deveria trabalhar, deve-se acrescer, segundo autoridade espiritual o “infanticídio inconsciente e indireto largamente praticado no mundo, havendo mulheres cujo coração ainda se encontra em plena sombra, mais fêmeas que mães, obcecadas pela ideia do prazer e da posse. De um ângulo mais abrangente, Allan Kardec ouviu daqueles que o auxiliaram na elaboração d’ O LIVRO DOS ESPIRITOS, questão 199, que “a duração da vida de uma criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do termo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais”. A propósito, comentário sobre a dor de pais diante dessas perdas inesperadas, no livro AÇÃO E REAÇÃO, encontramos que “as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias, são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente, ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família”. O que acontece, porém com esses Espíritos, em sua maioria, praticamente expulsos da vida física recentemente iniciada? “- Antigamente, na Terra, conforme a teologia clássica, supúnhamos que os inocentes, depois da morte, permaneciam recolhidos ao descanso do limbo, sem a glória do Céu e sem o tormento do inferno e, com as novas concepções do Espiritualismo, acreditávamos que o menino reencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto. Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva”. (...) “Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnam, o caminho não é o mesmo”. Através de Chico Xavier, não só o assunto ganhou conteúdo mais dilatado, como objetivo. Já em NOSSO LAR (feb,1943), encontramos referências a educandário para jovens e crianças. No ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,1954), André Luiz ouve explicações sobre o Lar da Bênção, parte de vasto estabelecimento de assistência e educação, com capacidade para atender duas mil crianças, distribuídas em grande conjunto de lares abrigando até doze assistidos, quase todos destinados ao retorno à nossa Dimensão para a reintegração no aprendizado que lhes compete”. Um manancial de informações do ponto de vista quantitativo desprende-se das centenas de cartas psicografadas pelo médium nas reuniões públicas de Uberaba, entre os anos 70 e 90. Nelas, muitos elementos para reflexões. Numa das escritas por Moacyr Stella aos pais dos quais se separou aos 32 anos, em consequência de um câncer de cabeça, formado recentemente em Medicina, especialização em pediatria, conta que, ultrapassados os difíceis primeiros tempos após sua desencarnação, integrara-se ao serviço em um berçário, que o prendia a duzentos pequeninos, crianças desterradas do lar em que nasceram. Há, todavia, interessante livro publicado em 1988, assinado por Cláudia Pinheiro Galasse, desencarnada, seis anos antes, aos 18 de idade, em tratamento de recuperação, só em princípios de 1983, conseguiu equilibrar-se à custa de persistente esforço mental. Admitida em 1984, em um dos vários Institutos de apoio à infância no Além, promovida a professora em 1985. No livro intitulado ESCOLA NO ALÉM (ideal,1988), Claudia revela dedicar-se com amigas durante o dia a uma espécie de creche onde as crianças são separadas por faixa etária ( no seu caso, de meses até dois anos), sendo substituídas à noite, por mães desencarnadas. Explica serem as crianças enviadas pela Direção Geral, com instruções e avisos referentes a cada uma, que as abrigadas onde trabalha em sua maioria são de São Paulo, que trabalha com mais de cem, aplicando-se programas educativos recebidos semanalmente de Departamento Superior. Disciplina, horários específicos, passeios e hora de recreio fazem parte dessas atividades. Afirma ainda, entre inúmeras informações, não existir nenhuma desamparada e que muitas mães, durante o repouso físico, são levadas a visitar os filhos já domiciliados no Plano Espiritual .


Pergunta do nosso Cristiano, da cidade de Vera Cruz. “Segundo a Doutrina Espírita qual é a causa da homossexualidade? Seria uma expiação?”

Em primeiro lugar, Cristiano, vamos dizer o que entendemos por homossexualidade e por expiação. A questão de identidade de gênero – ou seja, a questão se refere à definição do que seja homem, do que seja mulher e do que seja transexual na atualidade, tem sido muito debatida por especialistas e já existem várias obras a respeito. Temos, no meio espírita, os trabalhos do Dr. Andrei Moreira. Mas o assunto ainda é recente, levantando conceitos que só apareceram no final do século XX e neste início do século XXI.

De uma maneira geral, falamos em transexualidade quando queremos nos referir às pessoas que percebem que nasceram no sexo errado, ou seja, o indivíduo dotado de órgão sexuais masculino descobre que tem tendências femininas – fisicamente é homem, mas psicologicamente é mulher. Ou vice-versa – a pessoa dotada de órgãos sexuais feminino percebe que tem tendências masculinas – fisicamente é mulher, mas psicologicamente é homem. São casos hoje chamados de transexualidade. Na verdade, são Espíritos inconformados com o corpo com que reencarnaram.

Contudo, segundo a terminologia atual dos estudiosos do assunto, transexual não é a mesma coisa que homossexual. Para a psicológica Kamila Moura, homossexual é a pessoa que, embora se sinta atraída para pessoas do mesmo sexo que o seu, ela não tem vontade de pertencer a outro sexo; está satisfeita com o seu. Se é homem ( ela se considera homem) embora se senta atraída sexualmente apenas por homem; e se é mulher ( ela se considera mulher), e se sente atraída apenas por mulher, ou seja, pessoa do mesmo sexo – por isso, o termo homossexual.

Mas o que você pergunta, Cristiano, é se tal condição de homossexualidade não pode se constituir numa expiação para o Espírito, já que até hoje – na história do mundo – o homossexual sempre foi vítima de discriminação, preconceito e perseguição por parte da sociedade, constituindo-se no que conhecemos como homofobia. Expiação, por outro lado, é um termo usado por Allan Kardec para definir a situação do Espírito que sofre as consequências de erros que cometeu no passado.

Podemos dizer, Cristiano, que em relação à homossexualidade pode haver algo nesse sentido sim, até porque, na lei de Deus, nada acontece por acaso. Devemos entender, no entanto, que se todo sofrimento que decorre de erros é expiação, nem todo sofrimento decorre de erros. Ou seja, há sofrimentos que decorrem da própria lei natural da evolução ou, mais propriamente, da necessidade evolutiva do Espírito. Há situações difíceis pelas quais o Espírito passa e que ele mesmo que escolheu. Há sofrimentos- prova e há sofrimentos-evolução. Logo, nem todo sofrimento é expiação no sentido estrito dessa palavra.

Se nem todo sofrimento é expiação, é possível que a condição sofrida de um homossexual diante de uma sociedade preconceituosa e agressiva seja por prova ou por suas necessidades de evolução. Na obra FORÇAS SEXUAIS DA ALMA, o Dr. Jorge Andréa deixa transparecer que há uma confusão generalizada em torno dessa questão, quando queremos classificar as pessoas. Há Espíritos, segundo ele, que já se encontram num estágio evolutivo próprio e que, embora reencarnam na Terra, eles não fazem uso do sexo e acabam sendo confundidos ou classificados como homossexuais.

Contudo, voltando à sua pergunta, Cristiano, podemos dizer que a homossexualidade, de uma maneira geral – quando nasce das tendências naturais do indivíduo e, portanto, não se trata apenas de simples opção – quase sempre está sujeita a uma pressão social muito intensa, quando não à exclusão social, e por isso pode ser expiação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário