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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

PORQUE NÃO PRECISA SER MÉDIUM OSTENTIVO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A maioria dos seres humanos ignora, mas, como explicado e provado pelas pesquisas desenvolvidas por Allan Kardec, “muitas das situações observadas nos comportamentos da criatura humana tem sua fonte na reação incessante que existe entre o Mundo Visível e o Invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quis há bons e maus. Esta reação é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenômenos psicológicos e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida. O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo, que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua influência. A dos bons Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das criaturas perversas na sociedade”. Em artigo com que abre a edição de janeiro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec esclarece como é possível aos Espíritos desencarnados exercer influência sobre o indivíduo, sem que este tenha consciência disso ou seja médium desenvolvido. Explica ele: - Pela natureza fluídica e expansiva do períspirito (corpo espiritual), Espírito atinge o indivíduo sobre o qual quer agir, rodeia-o, envolve-o, penetra-o e o magnetiza. O homem que vive em meio ao Mundo Invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. Elas se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, frequentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. Essa influência difere, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; é como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça, constringe. Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho. Como se vê, isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do Mundo Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina. Ora, assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a Medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá inexplicável. A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do Mundo Invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição de experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita. Todo indivíduo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium. Por isso mesmo pode dizer-se que todo o mundo é médium. Mas é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do Mundo Invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. É, pois, uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que nos foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevivem ao corpo. Se se tratasse da descoberta de uma substância material e não inteligente, seria aceita sem dificuldade. Mas uma ação inteligente fora do homem é para eles superstição. Se, da observação dos fatos produzidos pela mediunidade, remontarmos aos fatos gerais, poderemos, pela similitude dos efeitos, concluir pela similitude das causa”.


Como evitar que nossos filhos se envolvam com drogas? Pergunta Tatiane Duarte Viera, após relatar o caso de uma mãe que está vivendo essa situação, mas que nunca se interessou por religião; somente, agora, quando o grave problema aconteceu na família é que ela se filiou a um grupo religioso.

Como sempre afirmamos, Tatiane, a educação é a missão mais difícil do mundo. Os Espíritos, que reencarnam em nossa casa, vêm para os nossos braços para que assumamos o compromisso de educá-los para a vida. Mas, a princípio, não sabemos quem são, de modo que nosso dever, como país, é iniciar esse processo de educação o mais cedo possível, de preferência até antes que eles nasçam.

Ainda temos muito a aprender nessa área de atuação, mas só vamos aprender mesmo se observamos como a educação da família veio ocorrendo ao longo das gerações anteriores, o que os pais fizeram ou deixaram de fazer, diante dos resultados colhidos. Se os pais de hoje estiverem mais atentos para esta questão tão importante, eles começarão a se educar a si mesmos como pais e como pessoas de bem, mesmo antes que seus filhos venham ao mundo.

Nesse particular, todo cuidado é pouco, Tatiane. Mas, se esses pais estiverem realmente atentos ao velho ditado, “ninguém dá o que não tem”, eles decidirão por se tornarem melhores, mais responsáveis, mais cuidadosas, mais compromissados com a vida, pois saberão que seus filhos tenderão a seguir esse mesmo caminho. É claro que os pais querem sempre o melhor para seus filhos, mas é preciso ver o que eles têm a oferecer nesse sentido.

Mesmo preparados encontrarão dificuldades. Ainda assim, conhecerão muitos tropeços, pois dependendo do Espírito, que precisam educar, poderão encontrar séria resistência e até forte oposição. Talvez se essa mãe, que você menciona, tivesse buscado Deus antes de lhe acontecer o envolvimento do filho com drogas - mas quando ele ainda era criança - ela teria prevenido a situação que hoje sofre para enfrentar. Os ensinamentos morais da religião, quando os pais procuram ser fiéis ao que ensinam, representam importante preventivo contra futuros problemas.

No entanto, Tatiane, as drogas constituem um caso à parte. Elas vieram justamente para desencaminhar nossas crianças e adolescentes, principalmente os adolescentes, porque a adolescência é a idade da rebeldia e é nessa fase que os indivíduos querem fazer de tudo para se sentirem importantes para si mesmos e para os outros, e acabam muitas vezes abraçando o que não devem, acreditando em fórmulas mágicas e ilusórias. Contra isso, precisamos nos precaver com muito cuidado, pois temos um inimigo poderoso à frente.

No âmbito do lar, o que os pais podem fazer é criar um ambiente de entendimento e de paz, onde predomine o diálogo, começando cedo, quando a criança aprende a ouvir histórias de elevado valor moral. Abolir de casa toda espécie de grosseria, de vício e de palavrões, usar uma linguagem sadia, falar de assuntos agradáveis, cantar e festejar momentos de alegria. A criança precisa aprender a amar o seu lar e a sua família, a confiar nos pais, mesmo quando eles lhe ensinam a obedecer limites.

Falávamos o quanto o sentimento religioso pode ser importante, se conduzido com habilidade, para que possa fortalecer na criança a sensação de segurança e de liberdade em direção a Deus . Logo, o exemplo deve vir dos pais. Eles devem estar à frente, na palavra e na conduta. Mas se, por exemplo, eles cultivam o hábito de fumar e de consumir bebidas alcoólicas, que autoridade poderão ter de proibir que os filhos façam o mesmo!

Ser pai e mãe é, de alguma forma, sacrificar os próprios impulsos negativos para alcançar um estágio mais elevado de aprimoramento espiritual. Se conseguirem com que seus filhos se sintam bem com os pais que têm, se sintam seguro no âmbito da família, amando e sendo amados, dificilmente serão arrastados para o perigoso mundo da viciação e das drogas.


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