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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

SEXO ALEM DA MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “...seu filho anda partido em dois, tamanho é o meu anseio de realizar-me na condição de homem(...). Muitos rapazes se desligam facilmente desses anseios. Tenho visto centenas que me participam estarem transfigurados pela religião e outros adotam exercícios de ioga com o objetivo de cortarem essas raízes da mocidade com o mundo(...).Meu tio Ivo fala em amor entre jovens apenas usufruindo o magnetismo das mãos dadas, e até já experimentei, mas a pequena não apresentava energias que atraíssem para longos diálogos sobre as maravilhas da vida por aqui. Fiz força e ela também; no entanto, nos separamos espontaneamente, porque não nos alimentávamos espiritualmente um ao outro. Creio que meu caso é uma provação que apenas vencerei com o apoio do tempo(...). Dizem por aqui que os pares certos trocam emoções criativas e maravilhosas no simples toque de mãos; no entanto, estou esperando o milagre”. O desabafo foi feito por Ivo Barros Correia Menezes à mãe, em carta psicografada por Chico Xavier, seis anos após seu desencarne aos 18 de idade, quando o veículo em que se encontrava com amigos foi colhido por ônibus cujo motorista ultrapassou o sinal vermelho. Embora o sexo além da morte não tenha sido objeto de mais aprofundados estudos por Allan Kardec, os Espíritos que auxiliaram no cumprimento do programa desenvolvido através do médium de Pedro Leopoldo, deixaram importantes subsídios para nossas reflexões. André Luiz, por exemplo, acompanhando a benfeitora Narcisa num atendimento num dos pavilhões em que começava a servir na colônia descrita em NOSSO LAR (feb), atraído por gritaria próxima, foi contido por ela, no instintivo movimento de aproximação, ouvindo dela: “- Não prossiga, localizam-se ali os desequilibrados do sexo. O quadro seria extremamente doloroso para seus olhos”. MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb), expõem situação verificada com Marcondes que “no desdobramento natural do sono físico deveria estar em palestra proferida durante a madrugada pelo Instrutor Alexandre, em instituição localizada na Crosta e que é localizado em seu quarto de dormir, parcialmente desligado do corpo que descansava com bonita aparência, sob as colchas rendadas (...), revelando posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio, tendo a seu lado, três entidades femininas” - definidas por André como da pior espécie de quantas já tinha visto nas regiões das sombras -, em atitude menos edificante, atraídas, segundo disseram pelos pensamentos curtidos pelo encarnado no dia anterior”. O caso de Odila apresentado no ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), mostra a situação de mulher desencarnada, evidenciando no corpo espiritual, o centro genésico plenamente descontrolado, não querendo senão o marido, em vista do apego enlouquecedor aos vínculos do sexo, que a paixão nada faz senão desvirtuar”. Segundo análise do Instrutor Clarêncio, embora “possua admiráveis qualidades morais, jazem eclipsadas. Desencarnou em largo vigor de seu idealismo, sem uma fé religiosa capaz de reeducar lhe os impulsos, justificando-se desse modo a superexcitação em que se encontra”. Calderaro, o Benfeitor apresentado em NO MUNDO MAIOR (feb), explica que “a sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização”. Na mesma obra, acompanhando tarefa socorrista efetuada em recinto reservado de um clube de dança, André observa: “-Algumas dezenas de pares encarnados dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o Ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocaram; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não vinham. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. Comentando a cena, o Orientador diz: “- Observamos, neste recinto, homens e mulheres dotados de alto raciocínio, mas assumindo atitudes de que muitos símios talvez se pejassem(...). Muitos deles são profundamente infelizes, precisando de nossa ajuda e compaixão. Procuram sufocar no vinho ou nos prazeres certas noções de responsabilidade que não logram esquecer”. Finalizando, porém, destacamos um que de certo modo surpreende por sua peculiaridade. Provém do E A VIDA CONTINUA (feb), envolvendo Ernesto Fantini que, vários meses após ter desencarnado, ansioso, retorna ao lar que fora dele defrontando-se com um quadro que jamais poderia imaginar. Conta: “-Elisa – a esposa -, descansava... O corpo magro, o rosto mais profusamente vincado de rugas e os cabelos mais grisalhos. No entanto, junto dela, estirava-se um homem desencarnado”. Tratava-se de colega de infância, cuja amizade conservara adulto e que, embora também casado, pressentia nutrir atração anormal por sua esposa, a qual, a compartilhava. Anos antes, acreditava ter eliminado o rival numa caçada – na verdade atingido por tiro fatal desferido por outro – e, desligado compulsoriamente do corpo, passou a viver a partir de então na casa e na cama com a pretendida que o percebia pela ignorada mediunidade, ao longo do anos que se seguiram até aquele momento de reencontro”.



O que diz o Espiritismo sobre o aborto? – pergunta uma ouvinte.

De uma maneira geral, cara ouvinte, as religiões condenam o aborto, baseando-se no fato de que só Deus pode decidir sobre a vida humana. Por essa razão, não compete ao ser humano, muito menos às mães, tomar a decisão de retirar de seu ventre um ser que mal iniciou sua vida na Terra e tampouco tem condições de se defender. Diante de Deus, segundo as religiões, a prática do aborto é um pecado dos mais graves, correspondendo ao assassinato de um ser indefeso.

Movida pelo princípio de que a vida é o bem maior do homem e do cidadão, segundo os princípios fundamentais dos direitos humanos, a Constituição da República Federativa do Brasil – ou seja, a lei máxima do nosso país - considera o aborto como crime, exceção feita a alguns casos específicos.

Porém, o Espiritismo tem, ainda, mais fortes razões para condenar o aborto, porque o Espiritismo considera que todos somos Espíritos imortais passando por um estágio de aprendizado nesta vida. Isso significa que o Espírito existia antes de nascer e continuará a existir depois da morte do corpo. Mas, ao reencarnar ele vêm para cumprir um plano de vida, que lhe será de grande importância no seu processo evolutivo.

Logo, tirar a vida de um ser, que ainda não nasceu, é interromper de forma violenta e cruel seu plano de vida, dificultando o caminho que terá que trilhar depois. Negar-lhe a vida na Terra é fechar as portas ao seu desenvolvimento espiritual, obrigando-o a buscar outra solução, o que quase sempre é muito difícil, pois a reencarnação do Espírito, nas condições que ele necessita, está cada vez mais difícil.

A mulher, de uma maneira geral, ainda tem muito a se esclarecer nesse sentido, a fim de compreender a importância de seu papel de mãe como mediadora da reencarnação e estimuladora do progresso dos Espíritos que reencarnam por seu intermédio. Quando ela toma consciência disso, conhecendo a Doutrina Espírita, certamente passa a pensar diferente do que pensava antes, e a ver na maternidade uma missão gloriosa, a ponto de se sentir realizada em se sacrificar por ela.

São os princípios materialistas, hoje muito em voga em nossa sociedade, que restringem a vida a esta única e pálida existência e que, na maioria das vezes, desconsidera Deus e a vida futura, esquecendo-se inclusive dos valores morais. Esses princípios, que estimulam o egoísmo e o orgulho, acabam convencendo a mulher à prática do aborto, como forma de descartar a sua missão divina.

Logo, a grande solução para essa intrincada questão é a reeducação espiritual do ser humano, principalmente da mulher, para que aprendamos que esta vida, que estamos vivendo agora, é apenas uma rápida passagem que nos dá mais uma grande oportunidade de crescer, superando o egoísmo e o orgulho que ainda residem em nós.


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