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terça-feira, 6 de setembro de 2022

FALSOS PROFETAS - PROBLEMA SEMPRE ATUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A questão das profecias estapafúrdias e das revelações fantásticas atribuídas a Espíritos desencarnados através de médiuns com nomes associados ao Espiritismo já era assunto nas páginas da REVISTA ESPÍRITA. Atualmente, basta a mediunidade mais pronunciada se tornar conhecida pelo seu portador para que ele se julgue infalível e porta voz de entidades que julga “donas da verdade”. Chico Xavier contava ter sido orientado em 1931, pelo guia espiritual Emmanuel logo no primeiro encontro que tiveram, a jogar fora toda a produção desde quando o jovem psicografara quatro anos antes, sua primeira mensagem, pois, até ali fizera parte apenas de seu treinamento. Para nos basearmos em informação confiável, no número de abril de 1860, Allan Kardec, desenvolve algumas considerações sobre carta recebida do amigo Sr Jobard, abordando a TEORIA DA FORMAÇÃO DA TERRA PELA INCRUSTAÇÃO DE VÁRIOS CORPOS PLANETÁRIOS. Dizendo-se não adepto da mesma apesar de ter sido dada em várias épocas por certos Espíritos e através de médiuns desconhecidos uns dos outros, salienta não passarem de hipóteses, até que dados mais positivos venham confirma-las ou desmenti-las. Destacando que sua posição geraria críticas do tipo não tendes confiança nos Espíritos e duvidais de suas afirmações” ou como inteligências desprendidas da matéria, não podem remover todas as dúvidas da Ciência e lançar a luz onde reina a obscuridade?, Allan Kardec pondera “ser esta uma questão séria, que se liga à própria base do Espiritismo, e que não poderíamos resolver no momento, sem repetir o que temos dito a respeito; acrescentaremos apenas algumas palavras, a fim de justificar nossas reservas. Para começar, responderemos que nos tornaríamos sábios muito facilmente se tratássemos apenas de interrogar os Espíritos para conhecer tudo quanto se ignora. Deus quer que adquiramos a Ciência pelo trabalho, e não encarregou os Espíritos de nô-la trazer preparada, favorecendo nossa preguiça. Em segundo lugar, a Humanidade, como os indivíduos, tem a sua infância, sua adolescência, sua juventude e sua idade viril. Encarregados por Deus de instruir os homens, devem pois, os Espíritos proporcionar-lhes ensinos para o desenvolvimento da inteligência; não dirão tudo a todos e, antes de semear, esperam que a Terra esteja pronta para receber a semente, a fim de fazê-la frutificar. Eis por que certas verdades que nos são ensinadas hoje não o foram aos nossos pais, que também interrogavam os Espíritos; eis por que, ainda, verdades para as quais não estamos maduros só serão ensinadas aos que vierem depois de nós. Nosso equívoco está em nos julgarmos chegados ao topo da escada, quando apenas nos achamos a meio caminho”. Observando que “os Espíritos podem instruir os de instruir os homens tanto se comunicando diretamente – como provam todas as histórias sagradas ou profanas -, quanto encarnando-se entre eles, para o desempenho das missões de progresso”, salienta que “não basta ser Espírito para possuir a Ciência universal, pois assim a morte nos faria quase iguais a Deus. Aliás, o simples bom senso se recusa a admitir que o Espírito de um selvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que separado da matéria, esteja no nível do cientista ou do homem de Bem. Isto não seria racional. Há, pois, Espíritos adiantados, e outros mais ou menos atrasados, que devem superar ainda várias etapas, passar por numerosas peneiras antes de se despojarem de todas as imperfeições. Disso resulta que, no mundo dos Espíritos, são encontradas todas as variedades morais e intelectuais existentes entre os homens e outras mais. Ora, a experiência prova que os maus se comunicam tanto quanto os bons. Os que são francamente maus, são facilmente reconhecíveis; mas há também os meio sábios, falsos sábios presunçosos, sistemáticos e até hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque afetam uma aparência séria, de ciência e de sabedoria, em favor da qual proclamam, em meio a algumas verdades e boas máximas, as mais absurdas coisa. E para melhor enganar, não receiam enfeitar-se com os mais respeitáveis nomes. Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça oculta numa cascata de palavras bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessária uma longa experiência, conhecer todas as sutilezas de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e guardar-se principalmente contra o entusiasmo que cega. (...). Mas infeliz do médium que se julga infalível, que se ilude com as comunicações que recebe: o Espírito que o domina pode fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublime aquilo que, por vezes, é apenas absurdo e salta aos olhos de todos, menos os seus”.


Pergunta do Cristiano, da cidade de Vera Cruz: Segundo o Espiritismo, qual é a causa da assexualidade humana? A causa estaria em existências passadas? Seria uma prova ou uma expiação?”

Primeiramente, vamos dizer o que é ASSEXUALIDADE . A palavra já está dizendo, trata-se de uma completa ausência de atividade sexual. Assim, podemos dizer que assexual é todo indivíduo que não pratica o sexo – ou por opção, ou por não ter necessidade. Neste último caso, porque não sente atração sexual por ninguém e, por isso mesmo, é indiferente ao sexo. Esse indivíduo pode ser homem ou mulher. Uma pesquisa, realizada na Inglaterra em 2004, mostrou que apenas 1% da população daquele país é assexual.

Não é difícil, sob o ponto de vista espírita, fazer-se uma ideia do que pode estar atrás dessa condição de assexualidade. De um modo geral, podemos dizer que há causas desta mesma vida e causas quer provêm de vidas anteriores. Pode ser expiação? Sim, pode, quando uma conduta sexual pervertida de encarnação ou encarnações anteriores acabou por afetar o centro genésico do indivíduo, de tal forma que ele renasceu sem as funções sexuais.

Pode ser uma prova? Pode, quando o próprio Espírito decidiu renascer nessa condição, sem capacidade sexual ou de procriação, para sofrer o que ele próprio pode ter feito alguém sofrer no passado. Alguns Espíritos, logo que tomam consciência dos danos que causaram em suas relações amorosas, passam a sofrer as consequências da culpa e do remorso e, por isso mesmo, se predispõem a passar uma vida sem o sexo, como uma forma de autopunição para alívio de sua consciência.

De outras vezes ainda, poderia ser o caso de Espíritos que pedem para nascer sem a libido para não fazer outras pessoas sofrerem, como já fizeram no passado, com medo de contrair mais dívidas morais. Um caso como esse poderia se enquadrar como dor-auxílio, na classificação de André Luiz. Portanto, é possível que o assexuado tenha trazido essa condição por motivos do passado.

No entanto, não podemos deixar de considerar que a não utilização do sexo ou a repressão sexual pode ser uma opção da pessoa que escolheu esse caminho para se dedicar a alguma missão específica. Neste caso trata-se do que em Psicologia chamamos de sublimação. É o que acontece, por exemplo, com as pessoas que decidiram por uma carreira sacerdotal, onde a abstinência sexual é uma regra. Muitos autores, entretanto, consideram ainda que a assexualidade pode decorrer de uma condição psicológica causada pela educação que o indivíduo recebeu da família. Isso era mais comum no passado, quando a educação familiar era muito conservadora.


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