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sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O DIFÍCIL CAMINHO DA EVOLUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Riqueza, inteligência, beleza e autoridade segundo se deduz de casos mostrados pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier no livro MISSIONÁRIOS DA LUZ (1945, feb), são experiências em meio às quais dificilmente se consegue manter o equilíbrio. Exemplo da veracidade dessa afirmação pode ser encontrado no número de outubro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Na seção Palestras Familiares de Além Túmulo, Allan Kardec reproduz, primeiro, a entrevista desenvolvida na reunião de 2 de setembro daquele ano, na Sociedade Espírita de Paris com o Espírito de um morador de Lyon, conhecido pela alcunha de Père Crépin, cuja morte fora noticiada por jornais locais. Considerado milionário era conhecido também pela avareza incomum. Nos últimos tempos de sua vida, passou a morar com um casal de nome Favre, que, além de abriga-lo, assumira a obrigação de alimentá-lo mediante ínfima importância, deduzida de aluguel com que lhes remunerava. Possuía nove casas, morando anteriormente numa delas, numa espécie de nicho que mandara construir debaixo da escada. No momento de anunciar o aluguel a locatários, arrancava os cartazes das ruas, os utilizando para suas contas. A determinação municipal que prescrevia a caiação periódica das casas lhe acarretava tremendo desespero; causando desentendimentos pelo seu intento de obter uma exceção, o que se mostrou inútil. Gritava estar arruinado, dizendo que se resignaria se tivesse uma única casa, acrescentando ter nove. Nas 21 perguntas a ele dirigidas, ao confirmar sua presença, exasperado, questionava se a intenção da evocação seria apropriarem-se de seu dinheiro que, por sinal, não via; dizia-se com saudades da vida terrena por não mais poder tocar, contar e guardar seu dinheiro; que quando vivo nunca pensara que não levaria nada deste mundo, tendo como ideia fixa o acúmulo de riquezas, não cogitando que se separaria delas; que o motivava era a volúpia de tocar suas posses, sentindo imenso prazer em fazê-lo, não tendo outra paixão na Terra; compreendendo agora que era um miserável, embora sentindo prazer em ver seu ouro, embora não podendo apalpá-lo, o que representava uma punição no vida em que se via; que não experimentara nenhum sentimento de piedade pelos infelizes que sofriam na miséria; que sabia ter sido um pastor, muito infeliz no corpo, mas feliz de coração em existência anterior à que terminara; que o primeiro pensamento ao saber-se no Mundo dos Espíritos, foi o de procurar suas riquezas, sobretudo o ouro, sentindo-se muito infeliz, coração dilacerado e, ao mesmo tempo remorso, parecendo-lhe que quanto mais o tempo passar, mais sofrerá por sua avareza terrestre; que reconhecia ter sido inútil a vida terminada para seus semelhantes; que não tivera amigos na Terra que, por sinal não pedira, merecendo o apoio apenas do seu Anjo da Guarda na realidade em que se vê; que sua mãe o recebera na reentrada no Mundo Espiritual; que construíra sua fortuna um pouco legalmente, mas explorara muito e roubara um pouco dos seus semelhantes. Na reunião da semana seguinte, nove de setembro, Allan Kardec consulta o dirigente espiritual dos trabalhos da Sociedade Espírita de Paris, a respeito das informações obtidas, apurando o seguinte: 1- Sobre o perfil de Père Crépin e a revelação de ter sido pastor em vida pregressa, ouve que “ele era ignorante, inexperiente; pediu a riqueza; ela lhe foi concedida, mas como punição a seu pedido; o que dificilmente repetiria”. 2- Focando a característica da avareza, Allan Kardec indaga: -“Há pessoas que não são avarentas senão para com os outros. Qual é o mais culpável: aquele que acumula pelo prazer de acumular e se priva até do necessário ou aquele que, de nada se privando, é avaro quando se trata do menor sacrifício para o próximo?, obtendo como resposta: -“É evidente que o ultimo é mais culpado, porque é profundamente egoísta. O primeiro, é lógico”. Finalmente, uma questão que, certamente, muitos se fazem: - “Nas provas que deve sofrer para chegar à perfeição, deve o Espírito passar por todos os gêneros de tentação, e poder-se-ia dizer que para Père Crépin a vez da avareza chegou por meio das riquezas que estavam à sua disposição e que ele sucumbiu?”. –“Isto não é regra geral, mas é exato no seu caso particular. Sabeis que há muitos que desde o começo tomam um caminho que os liberta das provas”. A regra geral, contudo, conduz as individualidades sob o controle do determinismo até que o amadurecimento permita ao Ser interferir no planejamento de futuras existências. Enquadram-se na situação exposta por Allan Kardec num dos números da REVISTA ESPÍRITA: -“Não é, pois, nem após a primeira, nem após a segunda encarnação que a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a centésima ou milésima”.



Nosso ouvinte Cristiano, residente em Vera Cruz, pergunta se a ciência já consegue provar a reencarnação ou pluralidade das existências.

A ciência, no seu sentido mais amplo, Cristiano, é a busca do conhecimento, que leva à verdade. Como não podemos abarcar toda a verdade de uma só vez, porque somos imperfeitos e limitados, a verdade vai se nos apresentando aos poucos, conforme a evolução da humanidade. É por isso que os cientistas trabalham o tempo todo para desvendar os mistérios da natureza, mas a ciência jamais se acaba.

Kardec, no seu tempo, percebeu que a ciência humana busca a verdade material, ou seja, aquela que pode ser desvendada a partir da matéria ou das coisas próximas e perceptíveis, mas o Espiritismo veio para buscar a verdade espiritual, muito mais ampla e bem mais difícil de ser obtida, porque o homem não tem acesso direto ao mundo espiritual. Por isso Kardec afirmou que um precisa do outro, que a ciência e o Espiritismo se completam.

O Espiritismo, que já tem a verdade da reencarnação, utilizando-se de seus próprios métodos, interessa-se pela ciência, porque sabe que a ciência, embora a seu modo, caminha para a verdade e glorifica a Deus. No entanto, a verdade é sempre incompleta para a ciência. Uma descoberta hoje pode contrariar uma verdade que ela proclamou ontem e é bem possível que esta verdade de hoje seja ultrapassada por outra que se descobrirá amanhã.

Como a ciência trabalha com verdades relativas (ou seja, verdades sujeitas a mudanças) e como os resultados dos estudos nem sempre são os mesmos, o critério mais seguro para se chegar à verdade é a repetição das observações e dos experimentos. Quanto maior o número de experiêntos para se obter algum resultado, mais fica patente a existência de uma lei que regula o fenômeno, e mais força ganha a descoberta para ser aceita como verdade científica. É assim que a ciência humana funciona.

Por outro lado, Cristiano, vários cientistas realizam e já realizaram pesquisas, chegando a resultados que deixam evidente a reencarnação ou o fato de termos múltiplas existências na Terra. Podemos citar, neste particular, alguns pesquisadores, como Ian Stevenson da Universidade de Virgínia (autor de várias obras sobre seus trabalhos), ernanhHernani Guimarães Andrade do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas e também autor de várias obras a respeito, tanto quanto o pesquisador indiano, Hemendrá Nath Barnerjee da Universidade de Rajasthan.

Mas, como dissemos, a comunidade científica só se torna sensível ao valor das pesquisas, quando elas se apresentam em número considerável, chamando muita atenção. Por isso que é importante que os estudiosos e pesquisadores, que se interessam pelas investigações na área do Espiritismo e particularmente da reencarnação, se ponham a realizar seus trabalhos de uma forma mais intensiva, fazendo com que elas apareçam e suscitem maior interesse da comunidade científica.

Além do mais, Cristiano, quase sempre o que predomina no campo das investigações científicas são os assuntos ligados diretamente a interesses econômicos; quer dizer, aqueles que podem render muito dinheiro. Todos nós sabemos que é a economia é que ainda move o mundo, que maior interesse desperta nos homens. Em vista disso, pouquíssimos são os cientistas que se dedicam a um trabalho de estudo no campo da espiritualidade e, quando o fazem, trata-se de pessoas abnegadas, idealistas, sem interesse financeiro, que acreditam na verdade e que se doam inteiramente para pôr a verdade em evidência.

Geralmente, quando algum pesquisador se interessa por esse campo, acaba encontrando muita resistência e quase nenhuma colaboração. As pesquisas sempre custam dinheiro; elas são muitas vezes demoradas e dispendiosas, e o pesquisador, se quiser levá-las adiante, sem contar com financiamento externo, precisa tirar os recursos de seu próprio bolso

No mais, podemos dizer, Cristiano, que a reencarnação já está mais do que evidenciada pelos muitos resultados até então apresentados em estudos científicos. Ela só não é reconhecida pela maioria porque não conta com o apoio e a colaboração necessários, que possam ajudar a incrementar mais estudos a respeito, realizando trabalhos mais abrangentes e em número suficiente para dirimir dúvidas e ratificar os resultados até então alcançados.

Finalmente, vamos citar, aqui, algumas dessas obras de valor científico que demonstram fortes evidências de reencarnação: VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO, BYOLOGY AN REENCARNATION ( esta só existe em inglês), CRIANÇAS QUE SE LEMBRAM DE VIDAS PASSADAS – estas três de autoria do Dr. Ian Stevenson; e REENCARNAÇÃO NO BRASIL um primor de trabalho científico desenvolvido pelo Dr. Hernani Guimarães Andrade.

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