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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

PROVAS DA VERACIDADE DO ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Todos os que de Deus receberam a missão de ensinar a verdade aos homens tem provado sua missão por meio de milagres. Por quais meios o senhor prova a verdade de seu ensino?”. A pergunta foi formulada por um sacerdote e originou matéria inserida na edição de fevereiro de 1862, da REVISTA ESPÍRITA. Em meio aos argumentos apresentados por Allan Kardec, destacamos: -“O Espiritismo não se apoia em nenhum fato miraculoso; seus adeptos não fizeram, nem tem a pretensão de fazer qualquer milagre; não se julgam bastante dignos para que à sua voz, Deus mude a ordem eterna das coisas. O Espiritismo constata um fato material – o da manifestação das almas ou Espíritos. Tal fato é ou não é real? Eis a questão. Ora, nesse fato, admitido como verdadeiro, nada há de miraculoso. Como as manifestações desse gênero – tais como as visões, as aparições e outras – ocorreram em todos os tempos, como bem o atestam os historiadores sacros e profanos e os livros de todas as religiões, aquelas de outrora passaram como sobrenaturais. Hoje, porém, que se lhes conhece a causa, que se sabe são produzidas em virtude de certas leis, sabe-se, também, que lhes falta o caráter essencial dos fatos miraculosos – o da exceção à lei comum. Observadas em nossos dias com mais cuidado que na Antiguidade; observadas sobretudo sem prevenções e com o auxílio de investigações tão minuciosas quanto as que são feitas nos estudos científicos, tais manifestações tem como consequência provar, de modo irrecusável, a existência de um princípio inteligente fora da matéria, a sua sobrevivência ao corpo, a sua individualidade após a morte, a sua imortalidade, o seu futuro feliz ou infeliz – por conseguinte, a base de todas as religiões.(...). Voltemos às provas da verdade do Espiritismo. Há duas coisas no Espiritismo: o fato da existência dos Espíritos e de suas manifestações; e a doutrina daí decorrente. O primeiro ponto não pode ser posto em dúvida senão pelos que não viram ou não quiseram ver. Quanto ao segundo a questão é de saber se essa Doutrina é justa ou falsa. É uma questão de apreciação. Se os Espíritos só manifestassem sua presença por meio de ruídos, movimentos e, numa palavra, por efeitos físicos, isto não provaria grande coisa, pois não saberíamos se são bons ou maus. O que, sobretudo, é característico neste fenômeno, o que é de natureza a convencer os incrédulos, é o poder de reconhecer parentes e amigos entre os Espíritos. Mas, como podem os Espíritos atestar a sua presença, a sua individualidade e permitir o julgamento de suas qualidades, senão falando? Sabe-se que a escrita pelos médiuns é um dos meios que eles empregam. Desde que tem um meio de exprimir suas ideias, podem dizer o que quiserem. Conforme o seu adiantamento, dirão coisas, mais ou menos, boas, justas e profundas. Ao deixar a Terra, não abdicaram do livre arbítrio: como todos os seres pensantes, tem suas opiniões; como entre os homens, os mais adiantados dão ensinamentos de alta moralidade, conselhos marcados de profunda sabedoria. São esses ensinamentos e esses conselhos que, recolhidos e ordenados, constituem a Doutrina Espírita, ou dos Espíritos. Se quiserdes, considerai essa doutrina não como uma revelação divina, mas como a expressão de uma opinião pessoal deste ou daquele Espírito. A questão é de saber se é boa ou má, justa ou falsa, racional ou ilógica. A quem procurar para isto? O julgamento de um indivíduo? Mesmo de alguns indivíduos? Não. Porque, dominados pelos preconceitos, ideias preestabelecidas ou interesses pessoais, eles podem enganar-se. O único e verdadeiro juiz é o público, porque aí não há interesse de camarilha, e porque nas massas há um bom senso inato, que se não equivoca. Diz a lógica sadia que a adoção de uma ideia ou princípio pela opinião geral é prova de que repousa sobre um fundo de verdade. Os Espíritas não dizem: ‘-Eis uma doutrina saída da boca do próprio Deus, revelada a um só homem por meios prodigiosos e que deve ser imposta ao gênero humano’. Ao contrário, dizem: -“Eis uma doutrina que não é nossa, cujo mérito não reivindicamos. Adotamo-la porque a achamos racional’. Atribuí sua origem a quem quiserdes.: a Deus, aos Espíritos, aos homens. Examinai-a. Se vos convier, adotai-a. Caso contrário, pode-a de lado”. Não se pode ser menos absoluto. O Espiritismo não vem usurpar a religião; ele não se impõe; não vem forçar as consciências (...). O Espiritismo não quer constituir-se num grupo à parte: pelos meios que lhe são próprios, ele reconduz os que se afastam.


É verdade que, quando a pessoa tem um inimigo que morre antes dela, esse inimigo pode vir persegui-la depois de morto? Nesse caso, o que ela pode fazer pra se livrar dele?

Esta questão não é tão simples. Preste bem atenção no que vamos explicar. Nós todos, primeiramente, deveríamos cuidar para não fazermos inimigos nesta vida, porque é nesta vida – enquanto estamos encarnados na Terra – que devemos resolver nossas diferenças e não deixar para depois. Aliás, quem diz isso não é o Espiritismo. É Jesus. O que disse Jesus nesse sentido?

Reconciliai-os os mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais a caminho com ele, a fim de que vosso adversário não vos entregue ao juiz, e que o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e que não sejais aprisionado. Eu vos digo, em verdade, que não sairás da prisão enquanto não houverdes pago o último ceitil”. (citação de Mateus, capítulo 5, versículos 25 e 26).

Ao fazer esta recomendação, Jesus estava comparando a justiça da Terra com a justiça de Deus. No entanto, no que se refere à realidade espiritual as condições são amplas. Jesus, aqui, estava afirmando, portanto, da necessidade de resolvermos logo nossos problemas entre nós, enquanto estamos vivendo aqui na Terra, para não deixar nada para depois, porque depois as coisas se complicam. Juiz, ministro da justiça e prisão representam, portanto, as complicação que vêm quando partimos para o mundo espiritual.

A Doutrina Espírita vem esclarecer este ponto com lógica e precisão. Quando criamos um inimigo e ele desencarna antes de nós, de duas uma: ou ele nos perdoa o mal que lhe fizemos e não haverá nenhum revide de sua parte depois que morrer, ou ele leva consigo ódio e ressentimento com o que permanecerá ligado a nós, depois da morte. Neste caso, se é um Espírito vingativo, procurará se aproximar para nos prejudicar. É o que chamamos de obsessão.

Diante de uma tentativa de vingança, também poderá ocorrer uma destas duas situações: se estivermos na mesma faixa moral desse Espírito, se cultivamos mágoa e ódio no coração, seremos facilmente atingidos por ele. No entanto, se nossa condição moral for superior a dele, se não guardamos ressentimentos ou outro sentimento inferior qualquer, ele não conseguirá nos atingir.

Por essa razão é que Jesus insistiu tanto no amor, insistiu tanto na compreensão, insistiu tanto no perdão. Porque, as pessoas que procuram cultivar bons sentimentos no dia a dia, que se esforçam por melhorar e amar o próximo, na maioria das vezes não são atingidas por obsessores, são mais tranquila e felizes, ao passo que aquelas que se colocam na mesma faixa mental dos obsessores são facilmente envolvidas por eles.

Muita gente pensa que o Espiritismo cuida simplesmente de afastar os Espíritos vingativos ou obsessores. Puro engano. O Espiritismo procura fazer o que Jesus ensinou, amar o inimigo. Logo, ele não pode simplesmente afastar o obsessor; é preciso recuperá-lo, ajudá-lo a se regenerar. Não somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai? O Pai não nos ama igualmente a todos? Logo, seguir Jesus é amar e não cultivar o ódio, é ver qualidades e não apontar defeitos.

Contudo, precisamos compreender que todos nós, Espíritos encarnados neste planeta, ainda somos muito falhos. Por isso é que existe muita obsessão. Não aprendemos a conviver e muito menos a perdoar, mesmo sabendo que é pelo amor que poderemos resolver nossos problemas e não pelo ódio ou pela indiferença. Desse modo, a única maneira de nos livrar dos obsessores, conforme encontramos na questão nº 469 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, é fazendo o bem e nos tornando melhores.


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