faça sua pesquisa

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

CONECTANDO COM FORÇAS SUPERIORES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O iluminado Paulo de Tarso escreveu aos Corintios na primeira das cartas a ele dirigidas: - “Se eu, pois, ignorar a significação das palavras, serei estrangeiro para aquele que fala; e ele, estrangeiro para mim. – Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. – E se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças? visto que não entende o que dizes. – Porque tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edificado”. O trecho foi resgatado por Allan Kardec em artigo reproduzido no número de agosto de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, que ele procura esclarecer duvidas sobre o conteúdo do último capítulo do livro O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO que se constitui numa coletânea de preces sugeridas aos leitores da obra. Explica que “elas fazem parte das comunicações dadas pelos Espíritos; nós as reunimos no capítulo consagrado ao exame da prece, como agregamos a cada um dos outros capítulos as comunicações que lhes diziam respeito”. Sobre a enunciação de preces em idiomas diferentes do profitente, pondera que “todas as religiões antigas e pagãs tiveram sua língua sagrada, língua misteriosa, inteligível apenas aos iniciados, mas cujo sentido verdadeiro era oculto ao vulgo, que a respeitava tanto mais quanto menos a compreendia. Isto podia ser aceito na época da infância intelectual das massas; mas hoje, que estão espiritualmente emancipadas, as línguas místicas não têm mais razão de ser e constituem um anacronismo; querem ver tão claro nas coisas da religião quanto nas da vida civil; não se pede mais para crer e orar, mas se quer saber por que se crê e o que se pede orando”. Embora as gerações atuais ignorem, o fato é que até pouco depois da metade do século 20, as orações publicas nos templos da escola religiosa dominante no Ocidente, “o latim, de uso habitual nos primeiros tempos do Cristianismo, tornou-se para a Igreja a língua sagrada, e é por um resquício do antigo prestígio ligado a essas línguas, que a maioria dos que não o sabem recitam a oração dominical nessa língua, em vez de na sua própria. Dir-se-ia que ligam a isto tanto mais virtude quanto menos a compreendem. Por certo, não foi essa a intenção de Jesus quando a ditou, e tal não foi, igualmente, a de São Paulo, quando disse: “Se eu orar em outra língua, o meu Espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera”. Ressaltamos, prossegue Allan Kardec “a necessidade das preces inteligíveis. Aquele que ora sem compreender o que diz, habitua-se a ligar mais valor às palavras do que aos pensamentos; para ele as palavras é que são eficazes, mesmo que o coração em nada tome parte. Assim, muitos se julgam desobrigados depois de recitarem algumas palavras que os dispensam de se reformarem. É fazer da Divindade uma ideia estranha acreditar que ela se deixe pagar por palavras em vez de atos, que atestam uma melhora moral” Orienta, por fim, que “a principal qualidade da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que não passam de falsos adereços; cada palavra deve ter o seu alcance, despertar um pensamento, agitar uma fibra; numa palavra, deve fazer refletir; só com esta condição a prece pode atingir o seu objetivo, do contrário não passa de ruído”.

Como podemos explicar a maldade humana? Será que nem todas as pessoas têm consciência do mal que pratica? Nesse caso, elas seriam culpadas pelo que fazem? Se Jesus disse para que fizéssemos aos outros aquilo que queremos que eles nos façam, como explicar o caso da pessoa que quer o mal para si mesma, como no caso de suicídio? Se ela deseja o mal para si, poderá desejar para os outros? (Roberto Silva)

Vamos responder sua pergunta em dois lances. Primeiro, o que se refere à origem do mal. Foi o pensador suíço, Jean-Jacques Rousseau (Russô), que começa o seu livro “Emílio”, com a seguinte afirmação: “Tudo que Deus criou é bom”. Esta afirmação pode parecer absurda do ponto de vista de quem só enxerga o lado mal da humanidade. No entanto, Rousseau tinha razão. Se Deus é perfeito e bom, Deus é o bem perfeito e, portanto, tudo que dele vem tem um propósito elevado, porque é bom. Deus na sua bondade infinita não poderia ter criado o mal.

No entanto, você vai dizer “mas o mal existe, pois existem pessoas maldosas, e essas pessoas maldosas também foram criadas por Deus...”. Não há dúvida que todas as pessoas foram criadas por Deus e foram criadas para um fim elevado, foram criadas potencialmente boas. Mas, com este detalhe, não foram criadas perfeitas, justamente porque Deus quer dar a cada um de seus filhos o mérito de conquistar a sua própria perfeição. Imagine você se Deus tivesse nos criado perfeitos, que méritos teríamos!...

Contudo, a felicidade que Deus nos reserva é para que nos sintamos realizados como agentes de nosso destino. Só a sensação dessa conquista é que nos dá felicidade. Para tanto, temos de percorrer a escalada do aperfeiçoamento, saindo de seres simples e ignorantes em busca da perfeição: esse é um desafio para todos. Alguns vão alcançar suas metas em pouco tempo, outros em médio e outros em tempo muito longo, mas todos chegarão lá, pois o Pai nos criou para a nossa plena realização. “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”.

O mal não existe por si mesmo, ele nasce de nossos erros. É como escolher um caminho errado, pensando ser o certo. Conclusão: o caminho errado nos trará decepções e sofrimentos, e dele não vamos sair enquanto não descobrirmos o caminho certo. A maldade é isso: a má escolha, que alimenta o orgulho e o egoísmo - e que, muitas vezes, nos torna doentes, infelizes e desequilibrados, a ponto de querermos o mal dos outros. Aqueles, que se comprazem no mal, portanto, são Espíritos ainda primitivos, que não conseguiram transpor os primeiros degraus da evolução.

No segundo lance da resposta está a consideração do ouvinte em relação ao que Jesus recomendou: “Façais aos outros aquilo que quereis que os outros vos façam”. A pergunta é: se a pessoa quer se suicidar, é porque ela não ama a si mesma. Ora, se ela não se ama, não vai poder amar os outros, porque vai desejar aos outros o mal que deseja para si. Conclusão lógica.

É claro que uma pessoa, que não se aceita como é, que se rejeita, que se odeia, não está em condições de amar o próximo, pois não ama nem a si mesma. Em vista disso, todos temos por obrigação nos amar, como filhos de Deus. Se Deus ama a todos seus filhos, certamente nos ama e, em decorrência, também temos obrigação de nos amar. Jesus, porém, acrescenta que esse auto-amor (esse amor a si mesmo) não é suficiente para nos fazer felizes. Precisamos amar o próximo.

A felicidade verdadeira, portanto, supõe tanto amar como ser amado. Primeiramente, sentir que é amado por Deus, em segundo lugar sentir que é amado por si mesmo e em terceiro, sentir que é amado pelos seus irmãos de humanidade. Nesses três lances de amor, formando um triangulo, onde o amor de Deus ocupa o vértice principal, está a fórmula de nossa felicidade completa e definitiva.





Nenhum comentário:

Postar um comentário