faça sua pesquisa

domingo, 23 de outubro de 2022

MENSAGENS E ARTIGOS DE CARATER DUVIDOSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“Não há uma única ideia, sobretudo quando tem certa importância, que não encontre obstáculos. O próprio Cristianismo não foi ferido na pessoa de seu chefe, tratado como impostor e na de seus Apóstolos? E mesmo entre os seus propagadores não havia criaturas terríveis? Por que, então, o Espiritismo seria privilegiado”? O comentário pertence a Allan Kardec em resposta a pergunta a ele dirigida sobre se haverá algum meio de se remediar o inconveniente do que se publicam, em nome do Espiritismo, visto que certas publicações são realmente lamentáveis, dando do Espiritismo uma ideia falsa expondo-o ao ridículo’. Na atualidade, especialmente no Brasil o problema se ampliou até porque o mercado livreiro tornou-se rentável ou meio de vida de inúmeros médiuns. Segundo informações, mais de 500 editoras dedicadas a produzirem livros ‘espíritas’ existem. Contudo, Allan Kardec oferece-nos uma visão interessante, acrescentando: - “O que encarais como um mal é, sem sombra de dúvida, um bem. Para o compreender não basta olhar o presente, mas, sobretudo, o futuro. A Humanidade é afligida por muitos males que a corroem e que têm sua fonte no orgulho e no egoísmo. Esperais curá-la instantaneamente? Acreditais que essas paixões, que reinam soberanamente sobre ela, se deixarão destronar facilmente? Não; elas erguem a cabeça para morder os que a vêm perturbar em sua tranquilidade. Tal é, não duvideis, a causa de certas oposições. A moral do Espiritismo não convém a todo mundo; não ousando atacá-la, atacam sua fonte. De fato o Espiritismo tem realizado numerosos milagres de reformas morais, mas pensar que essa transformação pudesse ser súbita e universal seria desconhecer a Humanidade. Entre os crentes há os que, só veem do Espiritismo a superfície, não compreendem o seu objetivo essencial. Quer por falta de julgamento, quer por orgulho, dele aceitam apenas o que os lisonjeia, repelindo o que os humilha. Não é, pois, de admirar que alguns espíritas o tomem em sentido inverso. Isso pode ser lamentável no presente, porém não terá maiores consequências para o futuro. Perguntais por que Deus não impede os erros. Perguntai-Lhe por que não criou perfeitos

os homens, de imediato, em vez de lhes deixar o trabalho e o mérito de se aperfeiçoarem; por que não fez a criança já nascer adulta, dotada de raciocínio, esclarecida, em vez de deixá-la adquirir a experiência pela vivência; por que a árvore só atinge o pleno desenvolvimento após longos anos e o fruto só amadurece quando a estação propícia é chegada? Perguntai-Lhe por que o Cristianismo, que é sua Lei e sua obra, sofreu tantas flutuações desde o seu nascimento; por que permitiu que os homens se servissem de seu nome sagrado para cometer tantos abusos, mesmo crimes e derramar tanto sangue? Nada se faz bruscamente em a Natureza; tudo marcha gradualmente conforme as leis imutáveis do Criador e essas leis conduzem sempre ao objetivo que Ele se propôs. Ora, a Humanidade na Terra é ainda jovem, embora a pretensão de seus doutores. (...) Para julgar o efeito dessas dissidências, basta observar o que se passa. Em que se apoiam? Em opiniões individuais, que podem reunir algumas pessoas, uma vez que não há ideia, por mais absurda que seja, que não encontre partidários. Mas, julga-se de seu valor pela preponderância que ela adquire. Ora, onde vedes as de que falamos com a mínima preponderância? Fizeram escola, ameaçaram pelo número de adeptos a bandeira que adotastes? Em parte alguma; longe disso, as ideias divergentes veem incessantemente seus partidários diminuindo, para aderirem à unidade que se faz lei para a imensa maioria, quando não para a unanimidade. De todos os sistemas que surgiram quando da origem das manifestações, quantos

permanecem de pé? (...) O erro leva consigo, quase sempre, o remédio; e seu reino não pode ser eterno. Mais cedo ou mais tarde, deslumbrado por alguns sucessos efêmeros, é tomado por uma espécie de

vertigem e se curva ante as aberrações que precipitam sua queda. Isto é verdadeiro, do maior ao menor. Deplorais as excentricidades de certos escritos publicados sob o manto do Espiritismo.

Ao contrário, deveríeis abençoá-los, porquanto é por esses próprios excessos que o erro se perde.

(...) Esses erros provêm quase sempre de Espíritos levianos, sistemáticos ou pseudo-sábios, que se comprazem vendo editados seus devaneios e utopias pelos homens que conseguiram ludibriar, a ponto de fazê-los aceitar, de olhos fechados, tudo quanto lhes debitam em favor de alguns bons grãos em meio ao joio. Mas, como esses Espíritos nem possuem o verdadeiro saber, nem a verdadeira sabedoria, não podem sustentar por muito tempo o seu papel, e sua ignorância os trai. (...) Isto me leva a dizer algumas palavras sobre a publicação das comunicações mediúnicas. A publicação tanto pode ser útil, se feita com discernimento, quanto perniciosa, em caso contrário. No número dessas comunicações existem as que, por melhores que sejam, só interessam àqueles que as recebem, não oferecendo aos leitores estranhos senão banalidades. Outras apenas têm interesse pelas circunstâncias nas quais foram dadas, e sem o conhecimento das quais são insignificantes. Isto só traria inconvenientes para a bolsa do editor. Mas, ao lado disto, algumas há que são evidentemente más, no conteúdo e no estilo e que, sob nomes respeitáveis e apócrifos, contêm coisas absurdas ou triviais, o que muito naturalmente se presta ao ridículo e dá armas à crítica. E pior ainda quando, sob a proteção desses mesmos nomes, elas formulam sistemas excêntricos, ou grosseiras heresias científicas. Não haveria nenhum inconveniente em publicar essas espécies de comunicações, se as fizessem acompanhar de comentários, seja para refutar os erros, seja para lembrar que são a expressão de uma opinião individual, da qual não se assume a responsabilidade; poderiam mesmo ter um lado instrutivo, mostrando a que aberrações de ideias podem entregar-se certos Espíritos. Mas, publicá-las pura e simplesmente é apresentá-las como expressão da verdade e garantir a autenticidade das assinaturas, que o bom senso não pode admitir; eis o inconveniente. Como os Espíritos têm seu livre-arbítrio e sua opinião sobre os homens e as coisas, compreender-se-á que há escritos que a prudência e a conveniência mandam afastar. No interesse da Doutrina, convém, pois, fazer uma escolha muito severa em semelhante caso, eliminando com cuidado tudo quanto possa, por uma causa qualquer, produzir má impressão. O médium, conformando-se a esta regra, poderia fazer uma coletânea muito instrutiva, que seria lida com interesse, ao passo que, publicando tudo quanto recebe, sem método e sem discernimento, poderia fazer vários volumes detestáveis, cujo menor inconveniente seria o de não serem lidos. É preciso que se saiba que o Espiritismo sério patrocina com satisfação e zelo toda obra feita em boas condições, venha de onde vier; mas, por outro lado, repudia todas as publicações excêntricas. Todos os espíritas que se empenham para que a Doutrina não seja comprometida devem, pois, esforçar-se para as condenar, tanto mais porque, se algumas delas são feitas de boa fé, outras podem sê-lo pelos próprios inimigos do Espiritismo, tendo em vista desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. Daí por que, repito, é necessário que se conheça o que ele aceita, daquilo que repudia.


Do Anderson Lima, temos a seguinte questão. “Derrubar as matas, contaminar os rios, poluir o ar, também são pecados contra Deus?”

Ainda é comum as pessoas considerarem que Deus está sempre em nosso encalço, seguindo-nos passo a passo, vigiando-nos em todo momento e tomando nota de todos os nossos erros para, depois de computado o estrago que fizemos, desferir contra nós os castigos que merecemos. Esta ideia, na verdade, é ingênua e ultrapassada porque não corresponde à ideia de Deus que Jesus nos passou. Quando pensamos num deus que castiga e manda seus filhos para o inferno, estamos deturpando a ideia de Deus que Jesus nos passou.

Em Doutrina Espírita aprendemos que Deus governa o mundo pelas suas leis, visando ao bem de todos; por isso, todos estamos submetidos às leis da natureza, conforme lemos no LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 964. Qualquer ato que praticamos contra o próximo ou contra a natureza aciona os mecanismos da lei natural, provocando reações que, para nós, podem se manifestar a curto, médio ou longo prazo. Assim, quando o homem polui o rio, ele não está atingindo somente o rio, mas está prejudicando a si mesmo.

O rio poluído, que até então era um benefício, passa a ser um perigo para a vida, contaminando a água, matando animais e vegetais que nele viviam. A lei natural não para de funcionar um só instante. O resultado vai se mostrando cada vez mais desastroso, sob todos os pontos de vista, atingindo a tudo e a todos, principalmente o próprio homem, o causador desse desastre ecológico. Essa é a consequência natural da poluição, em que o pecado que o homem cometeu volta contra ele mesmo, fazendo prevalecer a lei de Deus.

Quando não valorizamos a natureza e todos os elementos que dela participam, estamos deixando de valorizar a nós mesmos, porque nós – seres humanos - somos natureza, nós fazemos parte desse conjunto perfeito e harmonioso que é a vida. Agindo mal, sofremos as consequências de nossas ações, agindo bem colhemos os benefícios que nossas ações proporcionam.. Não é por outra razão que a humanidade se vê, hoje, diante de um dos maiores problemas de sua história, a destruição dos recursos naturais, percebendo que a natureza está reagindo às agressões praticadas contra ela.

Portanto, Anderson, cada um de nós, no âmbito de suas ações, também está cometendo pecados contra si mesmo a todo instante, quando não se esforça por ter uma vida mais condizente com as leis naturais. Isso acontece, por exemplo, quando abusamos da saúde, para depois sofrermos, mais cedo ou mais tarde, as consequências dos nossos excessos. Podemos, assim, errar individual ou coletivamente, pecando contra a natureza e sofrendo, depois, os efeitos desagradáveis de nossas infrações.




Nenhum comentário:

Postar um comentário