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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

PRECISA SER CONHECIDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Segundo Allan Kardec, “a CIÊNCIA ESPÍRITA nos ensina a causa dos fenômenos devidos às influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, nos parecerá inexplicável. Compreende duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral, outra filosófica, sobre as manifestações inteligentes”. Nesse sentido, seu campo de pesquisa, engloba temas como MEDIUNIDADE, SOBREVIVÊNCIA ALÉM DA MORTE, INFLUÊNCIA ESPIRITUAL, OBSESSÃO, REENCARNAÇÃO e FLUIDOS. Sobretudo no que se refere ao último campo, não pode ser ignorada a contribuição do médico alemão Franz Anton Mesmer que em 1773, afirma existir uma ação recíproca entre dois seres vivos, por intermédio de um agente especial chamado FLUIDO MAGNÉTICO ANIMALIZADO capaz de causar efeitos similares ao magnetismo mineral, que - como toda ideia nova - encontrou forte oposição dentro dos seguidores da linha organicista derivada da visão mecanicista de Isaac Newton. Vítima de acusações e perseguições durante o resto de sua vida que terminou em 1815, pelo chamado mundo acadêmico, teria sua visão ampliada por um observador e pesquisador das práticas disseminadas por ele na França dos Iluministas que por mais de três décadas testemunhou resultados interessantes nos seguidores das proposições do visionário germânico. Trata-se do intelectual, pesquisador e educador Denizard Hippolite Léon Rivail que, a partir de 1854, aprofundando-se no estudo dos hoje chamados fenômenos paranormais e considerando ser o Magnetismo uma força natural, escreve na REVISTA ESPÍRITA, em seu primeiro número em janeiro de 1858, que “o Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e o rápido progresso desta última doutrina se deve, incontestavelmente, à vulgarização das ideias sobre a primeira. (...) Impossível falar de um sem falar do outro. Se tivéssemos que ficar fora da ciência magnética, nosso quadro seria incompleto e poderíamos ser comparados a um professor de física que se abstivesse de falar da luz”. Vai além, ampliando o conceito de Mesmer ao afirmar que “os resultados obtidos pelo fluido magnético (fluido vital) se devem, na verdade, à associação das emanações de um corpo fluidico por ele denominado perispírito que, por sua vez, emana o fluido perispiritual”. Anos depois, em 1864, num livro por ele publicado, afirma que, por exemplo, “a prece é uma irradiação mental em forma de pensamento que coloca o emissor em contato com o Ser a que se dirige, propagando-se impregnada de fluidos pessoais resultantes das emoções/sentimentos que inspiram sua formulação”. Ao longo do século 20, a tentativa de dar um embasamento aceito pela comunidade dita científica proposta pelo Prêmio Nobel de Fisiologia Charles Richet com sua Metapsíquica, frustou-se com a morte do corajoso médico, sendo, de certa forma sucedida pelo iniciativa do norte-americano Joseph Banks Rhine que na Universidade de Duke, propõe a Parapsicologia influenciando mais tarde o surgimento de outras versões como a Psicotrônica nos Países Socialistas e a Psicobiofísica do Engenheiro brasileiro Hernani Guimarães Andrade. A publicação em 1970 do livro EXPERIÊNCIAS PSIQUICAS ALÉM DA CORTINA DE FERRO revela, entre outras coisas, diversos estudos desenvolvidos nos países chamados comunistas, confirmando através da chamada Maquina Kyrlian, por exemplo, que a transmissão de energia entre seres humanos proposta por Mesmer é real; que “a energia vital chamada Prana considerada pela Yoga, circula pelo corpo, podendo ser dirigida pelo pensamento”, o qual, efetivamente, se transmite de pessoa a pessoa. Diante disso, imprescindível um aprofundamento nos conceitos formulados pelo Espiritismo.


Cristiano, da cidade de Vera Cruz, manda-nos por whatsapp, o seguinte: “Solicito esclarecimentos sobre o capítulo 20, ‘O merecimento’, do livro “A Vida Escreve” pelo espírito Hilário Silva, psicografia de Chico Xavier”. Pergunto se seria possível evitar a perda do dedo polegar no acidente.”

Bem, para esclarecimento dos demais , o Cristiano está se referindo a um conto, intitulado “O Merecimento”, que faz parte da obra “A Vida Escreve” do Espírito Hilário Silva. Em resumo, é a história de um operário, chamado Saturnino Pereira, muito dedicado no serviço na fábrica onde trabalhava e, além de tudo, um homem sensível à necessidade do próximo, pois também se dedicava a serviços de caridade junto a um centro espírita que frequentava.

Um dia, trabalhando com uma máquina em pleno serviço, Saturnino sofreu um acidente e acabou perdendo um dos dedos da mão. Seus colegas ficaram comovidos e ao mesmo tempo penalizados com o fato, pois Saturnino era um homem muito querido de todos e conhecido pelos seus atos de caridade. Por isso mesmo, muitos indagavam por que isso acontecera logo com ele, um homem bom. Até ele próprio, Saturnino, quis questionar a justiça divina por causa do acidente que o afastou por vários dias de suas atividades.

Porém, numa sessão mediúnica da qual participava, o mentor espiritual revelou a Saturnino, que ele trazia sérias dívidas morais do passado e que, na presente encarnação, deveria perder um braço. No entanto, em razão de sua conduta voltada para o bem, ele acabou reunindo méritos morais consideráveis, perdendo apenas um dedo. O ouvinte, Cristiano quer saber se, diante disso, Saturnino poderia não perder nem mesmo aquele dedo.

Sim, Cristiano; essa é uma possibilidade. Mesmo considerando que Saturnino tenha solicitado como prova perder um braço, em face das exigências de sua consciência pelo mal que praticou no passado, isso não quer dizer que fatalmente teria de passar por essa situação. Na verdade, no caminhar evolutivo do Espírito nada está definitivamente determinado, por causa de nosso livre-arbítrio, que é capaz de alterar nosso caminho a qualquer tempo.

Desse modo, Cristiano, podemos mudar nosso destino aqui na Terra e geralmente o fazemos sempre, de um modo ou de outro – ou para suavizar o caminho de nossas provações ou para agravar as dificuldades. A vida é um processo dinâmico e, a cada momento, podemos estar melhorando, piorando ou até mantendo o que ficou decidido. Sendo assim, o que acontece conosco, no dia a dia, geralmente é consequência não só do que trazemos de vidas passadas, mas também dos atos que cometemos nesta vida.

Para fazermos uma ideia mais precisa dessa dinâmica existencial, podemos comparar o nosso destino na Terra a uma dívida que uma pessoa tem para com outra. Se o credor for flexível para compreender as dificuldades do devedor, ele pode lhe propor o parcelamento da dívida em suaves prestações. Porém, se o credor conseguir pagar mais de uma prestação por vez ou até reunir condições para quitar totalmente a dívida antes do tempo previsto, com certeza ele conseguirá se libertar da dívida antes do tempo.

Saturnino, que perdeu apenas um dedo ao invés de todo o braço, poderia nem mesmo sofrer o acidente. Mas isso, certamente, implicaria numa atuação mais ampla ou num esforço ainda maior para quitar integralmente a dívida moral que havia contraído no passado.

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