Nas centenas de páginas psicografadas atraves do médium Chico Xavier – a maior parte enfeixadas em dezenas de livros -,, o escritor e jornalista Humberto de Campos, além de oferecer-nos ensinamentos de rara beleza literária/espiritual, repassou interessantes revelações evidenciando a realidade da reencarnação e sua interrelação com a Lei de Causa e Efeito. No livro CRÔNICAS DE ALÉM TUMULO (feb,1937), no texto em que relata visita a Jerusalém, dialogando com o próprio Espírito conhecido com Judas Iscariotes, por ocasião da Semana Santa de 1935, descobre ter ele resgatado suas dívidas em relação à prisão, julgamento, condenação e morte de Jesus, em “uma fogueira inquisitorial no século XV, onde, imitando o Mestre, foi traído, vendido e usurpado”, na personalidade de Joana D’Arc, a grande missionária que mudou a Historia da França, salvando-a das negociatas políticas que a transformariam em parte do território inglês, preservando as matrizes genéticas que permitiriam a reencarnação séculos depois de grandes pensadores que originaram o movimento conhecido hoje como Iluminismo. No BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO (feb, 1938), revela, entre outras coisas, que José Bonifácio de Andrada e Silva retornaria, posteriormente, como Rui Barbosa e José de Anchieta como o português João Barbosa, notabilizado como Frei Fabiano de Cristo. No PONTOS E CONTOS (feb, 1950), apresenta o exemplo de “um renomado advogado apelidado nos círculos de convivência comum, de “grande cabeça”. Talento privilegiado, não vacilava na defesa do mal, diante do dinheiro, torturando decretos, ladeando artigos, forçando interpretações, acabando sempre em triunfo espetacular. Sentindo-se a suprema cabeça em seu círculo, com a última palavra nos assuntos legais, encontrou um dia a morte, despertando além dela, envolto em extensa rede de compromissos que lhe deformaram de tal forma a cabeça que não conseguia colocar-se na posição de equilíbrio normal, atormentado pelas vítimas ignorantes e sofredoras”. A forma encontrada para re-harmonizar seus órgãos da ideia atacados pela hipertrofia do amor próprio, foi interná-lo num corpo físico na Dimensão mais material, reencarnado nos tristes quadros da hidrocefalia. No CONTOS E APÓLOGOS (feb, 1957), mostra a origem de um fenômeno teratológico de um único corpo sustentando duas cabeças, ambas unidas por débitos nascidos em encarnação anterior em que uma impediu o renascimento da outra através da infeliz opção do aborto. Na mesma obra, a história “registrada na ante-véspera do Natal de 1956, em que apagada mulher, ao tentar salvar dois filhos de inesperada inundação que lhe submergia o barraco que habitava em Passa Quatro (MG), acaba sendo tragada pelas águas do alagamento que se formara. A pobre infeliz de hoje, era a rica fazendeira que na ante-véspera do Natal de 1856, obrigara escrava de sua propriedade, se lançar nas águas transbordantes do Rio Paraiba, ao ouvir-lhe a confissão de que suas duas “crias”, eram também do filho da Sinhá que retornara de repousante estadia na Corte”. No CONTOS DESTA E DOUTRA VIDA ( feb, 1964), revela que “grande parte dos renascidos a partir de meados da década de 50, ostentando deformidades em braços, pernas, orelhas, mãos, lavraram tal sentença contra si mesmos, nas violentas ações usurpadoras nas áreas de confinamento reservadas para judeus, em países europeus, protegidos pela condição de soldados do exército nazista”. Por fim, no CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1966), o esclarecimento sobre a origem da trágica morte coletiva de centenas de pessoas, crianças e adultos, na tarde de 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói (RJ), minutos antes do término do espetáculo de estreia do Grand Circo Americano: resultara das lamentáveis das ideias nascidas e implementadas por eles, no ano 177 DC na arena do circo, na cidade de Lião, antiga Gália – hoje, França -, no sentido de entreterem de forma original autoridade ligada ao Imperador Marco Aurélio, vendo queimar em desespero, cristãos, adultos e crianças, aprisionados na madrugada anterior.
Um e-mail trouxe mais uma participação do Bruno Marcelino Polla, de Marília. Ele diz que leu o livro e gostou muito do livro FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA. Porém o livro apresenta um comentário que não foi aprofundado, talvez por não ser o tema principal. É quando o autor, na pagina 109, afirma que o espírito, antes de atingir a fase humana, passa por espécies inferiores da escala biológica. Teríamos sido animais ? – pergunta o Bruno. E os animais? Eles serão humanos um dia ?”
Este tema é empolgante e, ao mesmo tempo, muito complexo para ser tratado nesse livro de iniciação ao conhecimento espírita. Como você sabe, a Doutrina Espírita explica o surgimento da espécie humana no planeta pela mesma linha de raciocínio adotada pela ciência. Antigamente se acreditava que tudo no mundo – inclusive os seres vivos – apareceu pronto e acabado, assim como se mostra hoje. Essa falsa percepção decorre do fato de que temos uma vida muito curta aqui na Terra – 50, 70, 100 anos – e durante esse tempo, muito curto, nada parece mudar. A própria espécie humana é muito recente no planeta e, em apenas poucos milhões de anos, aparentemente, nada parece ter mudado sobre a face da Terra.
Pensava-se, desde a antiguidade, que o ser humano sempre teve a mesma aparência física, a mesma inteligência, as mesmas habilidades. Igualmente em relação aos animais: acreditava-se que os insetos, as aves, os mamíferos, os peixes e todos as demais espécies animais sempre existiram com as mesmas características que têm hoje. E essa crença, de que tudo surgiu pronto, veio das tradições mais antigas da humanidade, principalmente das religiões que, no passado distante, era que davam explicações sobre a origem e a finalidade de tudo que existe no mundo. Aqui, em nosso lado ocidental da Terra, a Bíblia é que foi a mensageira dessa revelação, conforme lemos em seu primeiro livro, o Gênese, quando trata da criação.
Contudo, Bruno, de dois séculos para cá, alguns estudiosos da natureza – conhecidos como naturalistas, dentre os quais se destacou o inglês Charles Darwin - investigando amiúde as diversas espécies de vida em vários continentes, perceberam que elas derivam de um único tronco – ou seja, tiveram a mesma origem e depois foram adquirindo novas formas e se diferenciando. Mas a origem da vida só aconteceu em tempos muito distantes, tão distantes que temos dificuldade de conceber. Hoje, as ciências biológicas – que já dispõem de recursos sofisticados de cálculo – estimam em 3,5 bilhões de anos o surgimento das primeiras espécies vivas sobre a Terra.