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terça-feira, 22 de novembro de 2022

A NATUREZA NÃO DÁ SALTOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 As pesquisas desenvolvidas desde que Allan Kardec enxergou nos fenômenos observados na casa da família Baudin um meio de se desvendar os mistérios da vida após a morte e desse outro mundo - segundo se sabe hoje – de dimensões ilimitadas considerando suas divisões vibratórias, revelam que somos sempre o que fazemos de nós. Nossa realidade mento-emocional nos situa em realidades compatíveis com a LEI DE CAUSA E EFEITO que, como sabemos, induz e regula nosso processo evolutivo. Entre as matérias selecionadas para o número de agosto de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, seu editor incluiu uma que atesta essa conjectura. Trata-se da manifestação psicográfica obtida pela filha de uma amiga de Kardec, identificada apenas pela inicial F. do Espírito Francois Riquier, morto quatro ou cinco anos antes. Ex-locatário do imóvel ocupado pela jovem senhora, Francois, fora um homem muito simples, velho solteirão avarento, que deixou aos familiares uma fortuna considerável. O interessante é que a senhora F. o havia esquecido completamente. Ocorre que ultimamente sua filha, que é sujeita a crises de catalepsia, seguidas de sono magnético espontâneo, nesse sono viu o Sr. Riquier, o qual, dizia ela, queria aproximar-se de sua mãe. Dias depois a moça, considerada por Kardec como boa médium escrevente, tomou do lápis e escreveu a referida comunicação, depois da qual Riquier pôs o seu nome e endereço exato. Desconhecendo tal endereço, a senhora F. foi confirmá-lo, ficando muito surpresa, pois a indicação estava correta. A comunicação exemplifica novo tipo de pena reservada aos Espíritos atormentados pela culpa. Como a manifestação foi espontânea, e exprimia o desejo de falar à senhora F., foi-lhe feita esta pergunta: -“Que quereis de nós?”. A resposta, espantou: -“O meu dinheiro, que aqueles miseráveis tomaram todo, para repartirem entre si. Dilapidaram meu patrimônio, como se não fosse meu. Venderam minhas fazendas, minhas casas, para dividir tudo. Fazei-me justiça, porque eles não escutam e não quero assistir a tais infâmias. Dizem que eu era usurário e guardam o meu dinheiro!. Porque não mo querem entregar, se acham que foi mal adquirido?”. –“Mas vos estais morto, pobre homem. Já não precisais de dinheiro. Pedi a Deus uma nova existência pobre, a fim de expiardes a avareza desta. –“Não; não poderia viver pobre. Necessito do meu dinheiro para viver. Alias não preciso de outra vida, pois estou vivo agora”. ( a pergunta seguinte foi feita com o fito de o trazer à realidade). –“Sofreis?”. –“Oh! Sim: sofro piores torturas que a moléstia mais cruel, porque é minh’alma que suporta essa torturas. Tenho sempre presente a iniquidade de minha vida, que para muitos foi motivo de escândalo. Bem sei que sou um miserável; indigno de piedade. Mas sofro tanto que necessito me ajudem a sair deste estado miserável”. –Oraremos por vós”. –“Obrigado. Rogai para que eu esqueça minhas riquezas terrenas, sem o que jamais poderia arrepender-me. Adeus e obrigado!”. François Riquier – Rua de la Charité, 14. Sobre esse fenômeno, Kardec observa: Este exemplo e muitos outros análogos provam que o Espírito pode conservar, durante muitos anos, a ideia de ainda pertencer ao mundo corpóreo. Tal ilusão não é exclusiva dos casos de morte violenta: parece ser consequência da materialidade da vida terrena; e a persistência do sentimento de tal materialidade, que não pode ser vencida, é um suplício para o Espírito. Além disso, aí encontramos a prova que o Espírito é um Ser semelhante ao Ser corpóreo, embora fluídico, porque, para que ainda se julgue neste mundo, que continue onde pensa continuar, poder-se-ia dizer. Entregue aos seus negócios, é preciso que se veja em forma e num corpo como em vida. Se dele só restasse um sopro, um vapor, uma centelha, não se enganaria quanto à situação. É assim que o estudo sobre os Espíritos, mesmo vulgares, nos esclarece quanto ao estado real do Mundo Invisível e confirma as mais importantes verdades. Enfim, o que se confirma por milhares de depoimentos de Espíritos desencarnados sobre sua real situação após a morte do corpo físico, representa uma séria advertência para nós que estamos preparando o amanha feliz ou desventurado: NINGUÉM FOGE DE SI MESMO. E, se morrer é relativamente fácil, bastando qualquer falha em componente vital da máquina física, necessário será desencarnar também os pensamentos, mantidos invariavelmente presos às preocupações deixadas para trás.



A Antonia, da Rua Gabriela, quer saber o que é a energia do passe e de onde ela vem. Ela se refere, particularmente, ao passe de cura, aplicado no centro espírita.


A pergunta é interessante, Antonia. Todo passe é passe de cura, porque serve para proporcionar bem-estar às pessoas. O passe espírita nada mais é do que uma transfusão de energias (vamos dizer assim); energias que são tiradas do médium, da natureza e dos Espíritos benfeitores. Portanto, essas energias provêm de três fontes principais: 1º) do médium que aplica o passe; 2º) dos Espíritos que o assistem e 3º) da natureza ou do ambiente natural próximo. No meio espírita costumamos chamar tais energias de fluidos. Por que fluidos? Na época de Kardec, esse termo “fluido” era mais usado que hoje.


Porque, na verdade, o que o paciente recebe é um tipo de matéria ou substância semimaterial imperceptível aos nossos sentidos; portanto, não visível e também não constatável pela ciência – pelo menos, até hoje. Trata-se de uma matéria imponderável, portanto, que passa através do médium e vem ao paciente, que se coloca em condições de receber. O pesquisador francês, Charles Richet – que aliás foi o primeiro Prêmio Nobél de Medicina, em 1913 – descobriu o que ele chamou de “ectoplasma”, uma substância que se materializa e se torna visível nas sessões mediúnicas de efeitos físicos.


Essa substância, por ser excessivamente delicada, é muito sensível ao nosso pensamento. Só para você fazer uma idéia: nosso pensamento não tem nenhuma ação sobre um gás, mas tem sobre essa substância. E é com ela que o pensamento do médium trabalha, de forma imperceptível para nós. O que ela oferece ao paciente, que está recebendo o passe, são recursos provenientes do próprio médium e que são úteis naquele momento, dependendo das necessidades de cada um. Desse modo, não é difícil concluir que, na aplicação do passe, o médium despende recursos próprios, razão pela qual é necessário que ele esteja bem de saúde e com muita vontade de ajudar pessoas necessitadas.


No entanto, não é só médium que vêm os fluidos terapêuticos que vão ajudar o paciente. Eles vêm também dos bons Espíritos, assim como da natureza. Quando falamos da natureza, estamos nos referindo a minerais, vegetais e animais – que também podem ser fontes de recursos terapêuticas próprios e que, durante o passe, podem ser acionadas pelo pensamento do médium e pela ação dos Espíritos que cooperam com esse serviço de assistência.


Os Espíritos não possuem ectoplasma, Antonia. Mas os Espíritos, que se ocupam do passe, são fontes de outros recursos que podem suprir as deficiências do médium, no socorro ao encarnado. Esses Espíritos, por estarem numa condição espiritual mais elevada que a nossa, podem liberar com mais facilidade seus próprios recursos magnéticos, desde que o médium e o paciente saibam contribuir para isso. Logo, a participação da pessoa, que vai ao centro receber o passe, não é passiva. Pelo contrário, é por meio de seu bom pensamento,que ela vai oferecer as condições de receptividade, com fé, com humildade


Em resumo, podemos afirmar que os recursos terapêuticos utilizados no passe provêm em primeiro lugar do médium, depois Espíritos e da natureza. Mas, não podemos esquecer que, durante uma reunião de pessoas no centro espírita para receber o passe, muitos dos presentes – que se colocam na condição de receber – também estão ajudando no passe, mesmo que não tenham consciência disso. O bom sentimento, que a prece lhes faculta, facilita a liberação de ectoplasma por parte de pessoas presentes, que já estão na condição de doar. Desse modo, aqueles que estão em condições, sempre participam na assistência espiritual, tanto dos presentes, como daqueles que estão à distância e para quem a prece também é dirigida.



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