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sábado, 26 de novembro de 2022

A OBSESSÃO SOB ANGULOS INUSITADOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Um encontro casual após um esbarrão no final da tarde de 22 de outubro de 1946, numa das principais avenidas de Belo Horizonte, resultou numa amizade e convivência quase diária pelos próximos doze anos, até que as circunstancias obrigassem Chico Xavier a mudar-se para Uberaba, no Triângulo Mineiro. Assim explica Arnaldo Rocha sua ligação com o médium mineiro, que já na primeira oportunidade, surpreendeu o ateu e materialista Arnaldo, ainda abalado com a morte da querida esposa 21 dias antes. Após as apresentações, Chico, sem nunca tê-lo visto nesta existência, comenta sobre a beleza da jovem falecida, pedindo para ver a foto guardada no bolso traseiro de sua calça. A jovem chamara-se na existência recem terminada, Irma de Castro, apelidada Meimei, forma carinhosa com que o apaixonado esposo a tratava.. No início dos anos 50, Chico assoberbado pelo grande número de necessitados que o cercavam insistiu na importância de reativar de forma regular os trabalhos de desobsessão a que se consagrou até a morte de seu irmão José Xavier, em 1939. Assim , em 31 de julho de 1952, começava a funcionar o Grupo Meimei, sob a coordenação em nosso Plano de Arnaldo, apesar de não se reconhecer com o preparo necessário. Mergulhou numa confusão mental, como escreveria no livro MANDATO DE AMOR (uem), derivada do entristecimento pela “vivência e participação em situações tão infelizes”. Ocorreu-lhe a ideia de, através de Chico, pedir ao orientador espiritual Emmanuel, fornecesse maiores esclarecimentos sobre a obsessão. Instantes depois, o médium disse-lhe: “- Nosso Benfeitor pede para inteirar-lhe que no momento acha-se ocupado em determinados setores de serviço, que o impedem de atender-nos, como seria de seu desejo. Mas solicitará a um amigo a cooperação fraterna de sua experiência nesse mister”. Semanas depois, nos instantes finais das reuniões do Grupo Meimei, após modificações significativas na fisionomia de Chico, apresentou-se o Espírito do Dr. Francisco Menezes Dias da Cruz. Era a noite de 15 de julho de 1954, e o médico desencarnado, explicou estar atendendo às solicitações de Emmanuel, desdobrando desde então um ciclo de sete explanações sobre o assunto solicitado. Na primeira intitulada ALERGIA E OBSESSÃO, estabelece interessante proposição afirmando que “a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente”. Didaticamente explica: “- Recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância “H”, desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque. Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos. Assim sendo, é indispensável cuidar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes”. Na abordagem seguinte, PARASITOSE MENTAL, aprecia o vampirismo, figurando-o como sendo inquietante fenômeno de parasitose mental. Considera que “pelo imã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzí-lo à escabiose e à ulceração, à dispsomania e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patogênicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte”. Na terceira manifestação, tratou do DOMÍNIO MAGNÉTICO, serve-se do hipnotismo, comparando o estado de sujeição da vontade do hipnotizado ao do obsediado. Diz que “o processo se assemelha ao utilizado pelos desencarnados de condição inferior, consciente ou inconscientemente, na cultura do vampirismo. Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e, sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias, inclusive os centros cerebrais, em que o espírito conserva as suas conquistas de linguagem e sensibilidade, memória e percepção, dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano, criando assim as doenças-fantasmas de todos os tipos que, em se alongando no tempo, operam a degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo o império de moléstias reais, que persistem até a morte”. Seguindo, o Dr. Dias da Cruz, comentou a FIXAÇÃO MENTAL, dizendo que “as reações contínuas, hauridas pelos nervos da organização sensorial, determinando a compulsória movimentação do cérebro, associadas aos múltiplos serviços da alimentação, da higiene e da preservação orgânica, estabelecem todo um conjunto vibratório de emoções e sensações sobre as cordas sensíveis da memória. Na visita seguinte, o assunto foi A TERAPEUTICA DA PRECE, em que ele considera que “no tratamento da obsessão, é necessário salientá-la como elemento valioso na introdução à cura”. As duas últimas abordagens seriam dedicadas à AUTOFLAGELAÇÃO, em que lembra que “toda violência praticada por nós, contra os outros, significa dilaceração em nós mesmos”. Concluindo, o comentário dedicou-se à OBSESSÃO OCULTA, salientando o “impositivo de nossa vigilância em todos os estados passivos de nossa alma, porque, através da meditação e do sono, nos identificamos, muita vez de modo imperceptível, com os pensamentos que nos são sugeridos pelas inteligências desencarnadas ou não, que se afinam conosco e, se não nos guardamos na fortaleza das obrigações retamente cumpridas, caímos sem dificuldade nas malhas da obsessão oculta”.


Vi um filme impressionante que conta a história de uma menina que reencarnou. Só fiquei em dúvida porque a reencarnação dessa menina aconteceu no mesmo instante em que uma outra menina estava morrendo em outro lugar. Isso é possível? (Adriana)

Não, não é assim que acontece, Luciana. A reencarnação não é um fato mágico, que se dá num estalo de dedo. Não. Ela obedece às leis da natureza e, na natureza, as coisas não acontecem dessa maneira. Após desencarnar, o Espírito retorna ao mundo espiritual e, mesmo que tenha de reencarnar de imediato, é preciso haver um preparo para isso e esse preparo sempre requer tempo.

Veja o que acontece com a natureza. Quando você joga uma semente no solo, essa semente não germina instantaneamente. Além das condições, que o solo deve oferecer para a semente germinar ( como umidade e temperatura, por exemplo), a sementinha precisa se acomodar na terra, e passar a sofrer a ação do meio-ambiente para acionar a germinação. E isso vai levar algum tempo, certamente. Assim mesmo, cada espécie tem seu tempo para germinar: o feijão germina em alguns dias, mas a semente da sequoia requer anos.

Para um Espírito reencarnar há também um processo natural. Alguns Espíritos são preparados para reencarnar (geralmente, os que estão em melhores condições), da mesma forma que sementes são muitas vezes selecionadas e preparadas antes de serem levadas ao solo. Outros Espíritos reencarnam espontaneamente, assim como existem sementes que caem diretamente da árvore no1 solo. Mas, em ambos os casos, há sempre um tempo a ser cumprido.

O menor tempo a ser cumprido de uma encarnação a outra é o tempo necessário para a fecundação do óvulo no ventre da mãe mais o processo da gestação. Logo, um Espírito que reencarnasse imediatamente – como se costuma dizer – levaria no mínimo 9 meses para reencarnar. Por quê? Porque a reencarnação propriamente dita começa na concepção, ou seja, no momento em que o espermatozoide do pai se funde com o óvulo da mãe, dando origem à célula-ovo.

Esse momento é sagrado para o Espírito. É o seu acoplamento com o novo corpo que, naquele momento singular, é apenas uma celulazinha microscópica que, imediatamente, vai começar seu processo de multiplicação, numa rapidez impressionante – de 2 em 4, de 4 em 16, de 16 em 256 , e assim por diante. Aquela celulazinha – a célula-ovo ou zigoto – é o primeiro envoltório do Espirito, que reinicia em alta velocidade uma nova vida na Terra. Durante cerca de nove meses, esse Espírito estará presidindo a evolução natural de seu corpo no ventre materno.

É dessa forma, Luciana, que o Espirito reencarna. E, se você quiser conhecer com mais detalhes como se dá esse processo, leia no livro “MISSIONÁRIOS DA LUZ” de André Luiz, recebido por Chico Xavier, a reencarnação de Segismundo. Ali, o autor ainda vai mais longe, porque ele relata em 3 capítulos o caso de um Espírito, que fora preparado para reencarnar num lar onde deveria conviver com um inimigo do passado. Neste caso, a sua reencarnação exigiu um tempo bem maior, não só de preparação do Espírito, mas daqueles que seriam seus pais.



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