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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

COMO O ESPIRITISMO PODE AJUDAR (2/3); EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O impacto da tragédia de Santa Maria levará algum tempo para ser absorvido pelo inconsciente coletivo, deixando aos diretamente envolvidos a carga de dor com que ninguém nunca conta. A eles o Espiritismo tem muito mais coisas a dizer. N’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, por exemplo, no capítulo cinco, entre as INSTRUÇÕES DOS ESPIRITOS, encontra-se a mensagem Do Espírito Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, aborda a Perda de Pessoas Amadas e Mortes Prematuras, orientando aos que enfrentam essas provações: “-Tendes necessidade de vos elevar acima do terra-a-terra da vida, para compreender que o Bem, frequentemente, está onde credes ver o mal, a sábia Providência aí onde credes ver a cega fatalidade do Destino. Porque medir a Justiça Divina pelo valor da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos mundos queira, por um simples capricho, vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um objetivo inteligente e, qualquer que seja ao que se chegue, cada coisa tem sua razão de ser(...). É uma horrível infelicidade, dizeis, que uma vida tão plena de esperanças seja tão cedo cortada! De quais esperanças quereis falar? Das da Terra, onde aquele que dela se vai teria podido brilhar, construir seu caminho e sua fortuna? Sempre essa visão estreita que não pode se elevar acima da matéria. Sabeis qual seria a sorte dessa vida tão plena de esperanças segundo vós? Quem vos diz que ela não poderia ser cheia de amarguras?(...). Vós que compreendeis a Vida Espiritual, escutai as pulsações de vosso coração chamando esses bem amados, e se perdirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós essas poderosas consolações que secam as lágrimas, essas aspirações maravilhosas que vos mostrarão o futuro prometido pelo Soberano Senhor”. Em entrevista constante do livro A TERRA E O SEMEADOR (ide), Chico Xavier indagado sobre a incidência crescente das desencarnações em massa, respondeu: “-Acreditamos na Doutrina Espírita, segundo a qual todas essas ocorrência são subordinadas à Lei de Causa e Efeito. Apesar disso, estamos caminhando (1973) cada vez mais para um mundo de tecnologia muito avançada. E se não iluminarmos nossas conquistas com o amor que Jesus nos legou na Civilização Cristã, sem dúvida seremos obrigados a admitir que a tecnologia pode nos conduzir a desastres coletivos de maior expressão, comprometendo o progresso da Humanidade”. Meses antes, o Espírito Emmanuel, através do próprio Chico, respondeu a pergunta, posteriormente, inserida no livro CHICO XAVIER PEDE LICENÇA (geem), sobre como sendo Deus a Bondade Infinita, permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?, dizendo: “-Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio. Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla. Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos. Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras. Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas. Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a desencarnação. Criamos a culpa e nós engenhamos os processos destinados a extinguir-lhes as consequências. E a Sabedoria Divina se vale de nossos esforços e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por esse motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida. Lamentemos sem desespero quantos se fizeram vitimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos. Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença da Misericórdia Divina às ocorrências da Divina Presença, que o sofrimento é, invariavelmente, reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o Bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor". ()


Gostaria que vocês falassem sobre a relação ciência-religião. Confesso que tenho dificuldade de entender o papel da ciência na vida do Espírito, principalmente quando se trata da ciência médica. Acho que, quando uma pessoa tem uma doença, como expiação, por exemplo, e precisa passar por isso porque é o que está em seu plano de vida, nenhum recurso da medicina – por mais adiantada que ela esteja – será suficiente para mudar o rumo dessa vida. (Antonia Maria Rodrigues’)


Antonia, um dos pontos fundamentais da filosofia espírita é a união entre a religião e a ciência, como os dois grandes campos de conhecimento humano. Quando o Espírito reencarna, naturalmente, ele vem com um objetivo nesta vida, mas os fatos que vão acontecer com ele, principalmente aquilo que depende da sua decisão, não estão matematicamente determinados. Por exemplo: um indivíduo que, hoje, desprezasse o atendimento médico, sem lhe dar importância, estaria cometendo suicídio, desencarnando mais cedo, pois a medicina existe justamente para nos dar a devida assistência e prolongar ao máximo nossa vida na Terra.


No início do século passado, século 20, a duração média da vida humana era praticamente a metade da que foi atingida no final do século. Isso, graças aos inúmeros recursos com que o homem pôde contar, a partir da ciência e, principalmente, das ciências que cuidam diretamente da saúde. Isso significa que, hoje, quando um Espírito reencarna, ele não reencarna mais para viver apenas 30 ou 40 anos, mas para viver em média, cerca de 75 anos. Esta larga abertura, que a medicina e as ciências afins alcançaram, faz com que a Espiritualidade, hoje, possa contar com mais condições para programar as próximas reencarnações na Terra.


À propósito, gostaríamos que os leitores refletissem sobre estas considerações que Chico Xavier fez a respeito da medicina. Disse ele: “Os espíritos acham que a medicina é uma ciência que nos foi concedida pela Providência Divina para que os males orgânicos sejam aliviados ou curados. Nós sabemos que a medicina está evoluindo cada vez mais para a medicina psicossomática, compreendendo a importância da mente sobre a vida orgânica. E os Espíritos Amigos admitem que esse progresso da ciência médica, neste setor, caminha para uma amplitude cada vez maior.”


Nos casos de problemas infecciosos – continua Chico Xavier – em tempo algum poderíamos dispensar os recursos da medicina curativa ou preservativa, através da vacinação, com os ensinamentos da higiene, tão completos quanto seja possível em benefício da humanidade. Os espíritos nos ensinam a valorizar cada vez mais a influência da oração em nossos processos de cura, mormente quanto estejamos sob impactos emocionais muito fortes, que podem determinar a eclosão de muita moléstia obscura.”


Mas, ao mesmo tempo – continua o Chico – os Amigos Espirituais consideram que, com a permissão da `Providência Divina, a ciência de curar, professada pelos homens, adquiriu inimaginável adiantamento, com pesquisas de amplo sucesso que nós não podemos menosprezar. Especialmente em cirurgia, o avanço da medicina nos últimos anos é francamente espantoso. Considerando assim, os Benfeitores Espirituais habitualmente nos induzem à oração como recurso de melhoria de nossos potenciais orgânicos, mas observam que as necessidades criadas por nos mesmos, de Jesus até nossos dias, muitas vezes exigem intervenções de agentes químicos por causa de nossos desequilíbrios na restauração de nossas forças.”


E conclui Chico Xavier: “Diante da evolução de nossos tempos, não será justo de nossa parte esquecer a influência decisiva da medicina compreensiva e humanitária em nosso favor, não só porque o progresso do mundo justifica isto, mas também para coibir certos abusos que, em nome da oração, muitas vezes são perpetrados por pessoas menos responsáveis, quando se trata da saúde humana”. (V. “O Evangelho de Chico Xavier, Carlos Baccelli)


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