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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA: O CIGARRO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “O restaurante barato regurgitava. Muita alegria, muita gente. (...) Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. Indicando-as, informou o Orientador: ‘- Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do seu vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar. O que a vida começou, a morte continua”. A cena e o comentário inseridos no livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb), por seu autor André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier, surpreende, porém não é novidade. Tecendo considerações sobre comunicação havida na Sociedade Espírita de Paris, Allan Kardec disse que um dia, apresentou-se a um médium vidente, um Espírito morto recentemente com um cachimbo na boca, fumando. À observação que lhe fizeram, de que aquilo não era conveniente, respondeu: “- Que quereis! Tenho um tal hábito de fumar que não me posso privar do cachimbo”. O que era mais singular, acrescenta Kardec , é que o cachimbo dava fumaça, bem entendido, para o vidente e não para os assistentes. Segundo a revista The Economist, “os cigarros estão entre os produtos de consumo mais lucrativos do mundo. O único produto legal que vicia a maioria dos consumidores e muitas vezes os matam”. Compradores leais, fabricantes satisfeitos, lucros impressionantes. E, como comprovado, um minuto a menos de vida a cada minuto gasto a fumar. A revista Newsweek, revela que “o fumo causa 50 vezes mais mortes que as causadas pelas drogas ilegais”. E a dependência não se extingue com a morte do corpo físico. Assim como vimos na abordagem sobre o álcool, o Espírito, através do corpo espiritual ou períspirito, mantém-se preso às necessidades de sensação, buscando lugares ou pessoas onde, protegidos pela invisibilidade, possam nutrir as ilusões que lhe são peculiares, já que as Leis Cósmicas que nos controlam a caminhada existencial determinam que recebamos sempre conforme nosso estágio evolutivo. No ano de 1979, o jornalista Fernando Worm realizou interessante entrevista com o Instrutor Espiritual Emmanuel, pelo médium Chico Xavier, que indagado se o fumante, tendo desencarnado, tão logo desperte do letargo da morte física, sente desde aí o prosseguimento da vontade de fumar, disse que “quando o Espírito não conseguiu desvencilhar-se de hábitos determinados, enquanto no corpo físico, é compreensível que esses mesmos hábitos não o deixem tão logo se veja desencarnado”. Explica que a ação negativa do cigarro se mantém no períspirito ( corpo espiritual), continuando o problema da dependência até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que consiga viver sem qualquer dependência do fumo”. Naturalmente essa situação alcança somente aqueles que, por méritos ou necessidades, já se encontram em áreas onde o tratamento lhe possa ser oferecido. Descrevendo a ação dos componentes do cigarro no períspirito de quem morre, diz que “as sensações do fumante inveterado, no mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções.Dando-nos uma ideia da amplitude do problema, Emmanuel diz que “muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dispsônamos inveterados, são aqueles mesmos Espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcóolicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas crianças (Espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais e dos avós), apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação”. Opinando sobre a alegação de pessoas que afirmam não poder deixar de fumar porque o cigarro é uma companhia contra a solidão, diz que, “embora não desejando imprimir censura ou condenação a ninguém, considera que o melhor dissolvente da solidão , é o trabalho em favor do próximo, através do qual se forma, de imediato, uma família espiritual em torno do servidor”. A respeito de pesquisas médicas que revelam que a dependência física dos fumantes, sua ‘fome’ de nicotina e derivados do fumo, costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos viciados em narcóticos, afirma acreditar que “ambos os tipos de dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresentam, cabendo-nos uma observação: é que o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao seu consumidor, quando os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes, lhes situam a mente em graves delitos, comprometendo a vida comunitária”. Por ocasião dessa entrevista, reproduzida na obra JANELA PARA A VIDA(fergs), Worm ouviu também Chico Xavier sobre outros pontos igualmente importantes. O primeiro, se considerava o hábito de fumar um suicídio em câmara lenta, obtendo dele a seguinte resposta: -“ Creio que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado. Será um prejuízo que o fumante causa a si mesmo, sem a intenção de se destruir, mas prejuízo que se deve estudar com discernimento, sem condenação, para que a pessoa se conscientize quanto às consequências do fumo, no campo da vida, de maneira a fazer suas próprias opções”. Indagado se teria alcançado condições de desempenho do seu mandato mediúnico, se fosse dependente da nicotina, afirmou crer que “não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador”. Se teria um conselho aos fumantes enfraquecidos por derrotas sucessivas na luta para vencer a dependência física e mental criada pela nicotina,disse: “ A prece e o trabalho, em meu entendimento, sempre os melhores recursos para defender-nos contra qualquer desequilíbrio”.

Não entendo como, hoje em dia, a lei pode proteger tanto os assassinos. Nos julgamentos, que vemos, os réus são condenados a muitos anos de prisão, que até parece que vai haver justiça, mas eles acabam saindo logo da cadeia, geralmente elogiados por bom comportamento. Eles gozam de todos os benefícios da justiça, mas não aqueles cidadãos inocentes e seus familiares que foram suas vítimas e que nada podem fazer. Será que isso vai ser levado em conta na justiça de Deus? (Ouvinte anônimo)


André Luiz, na obra NO MUNDO MAIOR, pela mediunidade de Chico Xavier, contra o caso de Fabrício, um paciente psiquiátrico crônico que apresentava quadros de angústia. A equipe de Espíritos, que o visitava, a título de se inteirarem do assunto, ouviram de Calderaro a história daquele homem que, embora muito rico, passava por um tormento que ninguém conseguia acalmar, nem mesmo sua esposa que permanecia dedicada ao seu lado.


Fabrício era o filho mais velho dos quatro irmãos. Muito tempo atrás, antes de desencarnar, seu pai, que era um homem de muitas posses, encarregou-o, como filho mais velho, de administrar seus bens e encaminhar os irmãos. Contudo, Fabrício, na ânsia de ficar com todo a riqueza, após a morte do pai, logo arquitetou um plano para afastar os irmãos. De fato, por maquinação sua, dois deles foram parar num hospital de doentes mentais e outro acabou morrendo de inanição, ficando Fabrício com toda a fortuna nas mãos. A artimanha de Fabrício foi tão bem feita que a trama jamais foi descoberta, de modo que ele passou impune diante da lei humana, como um vitorioso.


Rico, procurou viver com todas as mordomias possível e, bem tarde, quando já se sentia perturbado pelas recordações da juventude, casou-se com uma mulher dedicada, da qual teve um filho. No entanto, com o tempo sua consciência moral, que já o incomodava, reforçou o ataque, em razão dos crimes que ele covardemente perpetrara contra os irmãos. Fabrício tentou de tudo para se ver livre desse incômodo: passou a trabalhar mais, viajou pelo mundo, buscou toda sorte de entretenimento, mas a dor do remorso se intensificou, passando a tortura-lo dia e noite. Por fim, instalou-se como uma doença mental irreversível, conhecida por esquizofrenia.


Calderaro informou o grupo que, infelizmente, Fabrício usurpou a lei divina e colhia, pela lei de causa e efeito, as consequências inevitáveis de suas más ações. Se o sentimento de culpa não tivesse surgido, enquanto ele se achava vivo na Terra, com certeza o surpreenderia no mundo espiritual, e o desdobramento do caso ocorreria em nova encarnação poderia, até mesmo, ser pior. Muitos casos de enfermidades mentais decorrem da ação nefasta da culpa na consciência dos Espíritos, desencadeando desarranjos no períspirito que, depois, reflete nas próprios estruturas neurais do cérebro.


Quanto ao filho de Fabrício Calderaro revelou ser a reencarnação de seu próprio pai, que voltava para retomar o patrimônio material que deixara na vida anterior e foi covarde e criminosamente açambarcado por Fabrício em prejuízo de seus três irmãos. Neste caso, caro ouvinte, estamos vendo o efeito do crime na lei divina ( que não falha), independente do fato de o criminoso ter sido ou não punido pela lei humana, que nem sempre consegue atinar para as verdadeiras circunstâncias do crime.


Sem dúvida, caro ouvinte; a Justiça de Deus é perfeita. E tem mais: ela nem depende de julgamentos externos; é a nossa própria consciência que vai nos julgar, agora ou depois, mais cedo ou mais tarde. Por isso, mesmo que a justiça humana não faça sua parte – até porque é limitada – a Justiça Divina não deixa escapar nada: nem o bem, nem o mal que fazemos. Assim, os anos de prisão, a que o réu foi condenado, no máximo, serão apenas o inicio do pagamento.


É que os instrumentos da justiça humana são limitados. Eles não levam em consideração os sentimentos das pessoas. Estes continuam em segredo, se a pessoa não resolver falar. Isso quer dizer que, se o réu pode mentir diante do Juiz, pode até convencer os jurados de que é inocente, mas, se ele for culpado, quem vai condená-lo é a sua consciência moral. No entanto, a Justiça Divina não ignora nem mesmo o que pensamos, nem mesmo o que sentimos. Assim, o depoente pode mentir perante o juiz, mas não conseguirá mentir-se para si mesmo. Percebe, agora, a diferença?



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