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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

SUICÍDIO ASSISTIDO, EUTANÁSIA E ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-“Já vos dissemos e repetimos, muitas vezes, que estais na Terra de expiação para completar as vossas provas, e que tudo o que vos acontece é consequência de vossas existências anteriores, as parcelas da dívida que tendes a pagar”, respondeu o Espírito Bernardim, quando perguntado se “deve-se por termo às provas do próximo, quando se pode, ou devemos, por respeito aos desígnios de Deus, deixa-las seguir o seu curso?”, Conforme reproduzido no capítulo cinco d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. O desconhecimento disso, a não cogitação ou compulsões trazidas no inconsciente de encarnações passadas levam pessoas como Brittany Maynard a optarem pelo suicídio assistido como permitido pela legislação do Oregon e outros cinco Estados norte-americanos, ou a Eutanásia praticada por profissionais de saúde na Holanda, Bélgica e parte da Suíça. Jovem de 29 anos, casada recentemente acometida por tipo raro de câncer na cabeça, escolheu o que se convencionou chamar “morte digna”. No mesmo capítulo do livro citado, colocada a situação-problema de “um homem que agoniza, presa de cruéis sofrimentos, sabendo-se que seu estado é sem esperanças, seria permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim”, obteve-se da Espiritualidade a seguinte resposta: -“Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e lhe modificar os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões? (...) O materialista que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro”. Noutra resposta, alerta que “quer o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida, e, por conseguinte, há o suicídio de intenção, embora não haja de fato”. O caso da moça americana parece se enquadrar neste. Pergunta-se se a fé não poderia inspirar outra decisão. Provável. Ocorre que ninguém dá o que não tem. As gerações nascidas nas últimas décadas em várias regiões do Planeta, especialmente naquelas em que predomina a cultura materialista, as crianças cresceram e crescem sem qualquer referência sobre seu sentido espiritual, distantes da religião, atualmente incapaz nas escolas dominantes de oferecer respostas lógicas para as mentes argutas dos Espíritos que tem reencarnado. Brittany, como a esmagadora maioria das criaturas humanas ligadas aos processos e programas reencarnatórios, ignoram que “os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual”, e - como observa o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier - que o “homem vê unicamente o carro orgânico em que o Espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, habitualmente não enxergando os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino”. Pelas regras, ou seja, pelos mecanismos da Lei da Causa e Efeito, a cada momento construímos o próprio destino, resolvendo ou complicando problemas criados com nossas ações deliberadas. E, não fugimos de nós mesmos. A facilidade com que se entregou ao suicídio mesmo que disfarçado de “morte suave”, bem como, a doença rara de que foi acometida, a idade em que se deu; sugerem estar ela presa a decisões radicais que, pela profundidade e extensão com que lesionam e traumatizam as áreas atingidas, plasmam dores e sofrimentos, acrescidos da compulsão para repetir o gesto. Apesar do amparo da lei humana, não conseguirá, porém, fugir das consequências espirituais de seu ato, decretando para si futura existência assinalada pelos efeitos causados na que interrompe, talvez agravados pelos que trazia do passado para se libertar. Sem falar do despertar no Plano Espiritual como observamos na obra LOUCURA E OBSESSÃO (1986, feb), psicografado por Divaldo Pereira Franco, onde o Espirito Manuel Philomeno de Miranda descreve visita feita com o Dr Bezerra de Menezes a um necrotério para auxiliar médium com que o Benfeitor trabalhava, cuja filha, suicida, debatia-se no cadáver enregelado, sem conseguir libertar-se dele, nem ser socorrida em sua aflição.




Li um artigo sobre uma discussão, se Jesus Cristo tinha um corpo material 1igual ao nosso, de carne e osso, ou se ele tinha um corpo especial, espiritual, o que teria explicado por que ressuscitou. Gostaria de saber o que vocês pensam disso. (Anônimo)


Esta questão não é nova. Na verdade, ela existe desde o tempo de Jesus e se refere certamente ao episódio da ressurreição. Naquela época, 2 mil anos atrás, tudo era muito difícil de se provar, pois além de não haver documentos com facilidade, não havia também essa preocupação, que temos hoje.


Na maioria das vezes, as pessoas aceitavam passivamente as idéias com boa fé e ingenuidade, mas nunca iam verificar. Por isso, a atitude de Tomé causou estranheza, quando duvidou da aparição de Jesus na casa de Pedro. Desse modo, o que prevalecia no seio do povo era a crença pura e simples, sem questionamentos. Alguns usavam mais a razão, mas a expressiva maioria, apenas e tão somente a boa 1fé. Todas as informações eram transmitidas de boca em boca.


Os judeus não tinham clara a noção de sobrevivência da alma. Eles acreditavam que, depois de morto, as pessoas podiam sobreviver, mas não tinham idéia de como isso se daria. Logo, os relatos de que Jesus continuava aparecendo depois de morto, é que deram origem à crença de que ele havia ressuscitado com o mesmo corpo que aqui tivera. Desde então, surgiu um grupo de seguidores que afirmavam que o corpo de Jesus não tinha a mesma constituição de um corpo humano comum e, por isso, ele não ficou na Terra. Mas essa idéia foi combatida pelos próprios apóstolos, como é o caso de João que, em seus textos, inclusive no evangelho que escreveu, deixa muito clara a sua posição a respeito.


Outra idéia que contribuiu para se acreditar num corpo fluídico de Jesus foi a crença de que ele não teria nascido pelo processo comum, mas concebido por um milagre e nascido de uma virgem, como relata Mateus. O sexo era considerado a maior expressão do pecado: era tipo como coisa imunda e desprezível. Só Adão e Eva não teria tido origem no sexo, mas o que veio depois – ou seja, a reprodução sexual – foi uma maldição de Deus por causa do pecado e por isso o homem nascia com o pecado original. Essa crença, que muitos têm até hoje, demonstrava que Jesus, puro, não podia ter sido gerado pelo processo natural comum e, por isso, seu corpo era diferente de todos os demais seres humanos.


A Doutrina Espírita, conforme as obras de Allan Kardec, tem uma posição clara e objetiva a respeito: Jesus tinha um corpo comum, como de qualquer pessoa. Kardec trata disso na sua última obra “A Gênese, os Milagres e as Predições”. Para tanto dá várias razões. A primeira é o próprio comportamento de Jesus antes e depois de sua morte, conforme os relatos dos evangelhos. Antes da morte, ele se comportava sempre como uma pessoa comum: nada de especial. Ele tinha fome e sede, participava de festas, comia e bebia, caminhava com os discípulos, descansava e, quando preso, tudo que lhe aconteceu – seu martírio e morte – nada demonstrou que pudesse ter um corpo diferente do nosso.


Os golpes, as macerações que sofreu, o sangue que correu e tudo o mais que lhe aconteceu, dão uma idéia da violência de que foi vitima e se enquadra perfeitamente na morte e no sofrimento de qualquer pessoa. Por outro lado, quando Jesus aparece depois da morte, tudo é diferente, demonstrando que seu corpo já não é o de carne. Pois, ele aparece e desaparece de repente dentro da casa de Pedro, não precisando entrar pela porta. Diante das mulheres, no túmulo, ele é visto mas não reconhecido.

O mesmo acontece quando apareceu aos discípulos na Estrada de Emaús e, depois, na praia: se não se identificasse, não seria reconhecido. A Doutrina Espírita demonstra que o aspecto do perispírito ou corpo espiritual do desencarnado apresenta certas variações em relação ao encarnado. João, como dissemos, que o conheceu de perto e acompanhou toda a sua trajetória, é veemente ao defender o corpo material de Jesus contra os que pensavam diferente. Primeiro quando ele diz que “o verbo se fez carne” e, depois, ao contestar com veemência aqueles que acreditam num corpo fluídico de Jesus. Ele é claro ao afirmar com veemência que quem diz que o corpo de Jesus não era de carne não pode ser de Deus.


Outro argumento a favor do corpo humano de Jesus, o mais claro e mais racional, é o de Paulo, em sua segunda carta aos Coríntios, quando volta a tocar no assunto. Ele diz que se Jesus ressuscitou, todos nós ressuscitamos. Mas explica em seguida que um é o corpo com que se vive e outro é o corpo da ressurreição. E mais: que vivemos num corpo carnal e ressuscitamos num corpo espiritual. É esse corpo espiritual que o Espiritismo chama de perispírito e de que Paulo trata em seus escritos.


Mas o argumento mais forte a favor do corpo humano de Jesus é o de ordem moral. Se Jesus não tivesse um corpo como o nosso, tudo o que realizou e tudo o que sofreu, não passaria de uma representação, de um simulacro, de uma farsa. Seria muito fácil deixar-se violentar pela fúria dos soldados, se aquele corpo não fosse de carne, se não sofresse as dores de uma pessoa comum, nem as angústias diante da morte. Ora, para um Espírito de elevada condição moral, seria um absurdo acreditar que tudo não passou de uma encenação. Para o Espiritismo, Jesus, embora sendo um Espírito elevado, reencarnou na Terra nas mesmas condições de qualquer ser humano. Kardec afirma que Jesus tinha se superior o espírito, mas materialmente ele foi como qualquer outro e é aí que reside o mérito de sua grande missão.


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