Observando - em sua fase recente - a evolução no Planeta em que vivemos, demonstra que a Humanidade avançou das conquistas pela terra, posteriormente, pelo mar, e, mais à frente pelo ar. Não está errado pensarmos que a etapa mais recente se processará pelos chamados Universos Paralelos, como sugerido pelo físico Marcelo Gleiser na obra CRIAÇÃO IMPERFEITA (record, 2010), ao se referir na página 314 da mesma que, segundo a Teoria das Supercordas, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos” . A propósito disso, manifestações espirituais efetuadas desde o surgimento do Espiritismo, oferecem campo vasto para interessantes reflexões. O médium Chico Xavier, dentro de sua simplicidade, sugere no livro IMAGENS NO ALÉM, que “se cortarmos uma cebola ao meio teremos uma ideia de como se organiza a arquitetura do Plano Espiritual”, observando suas camadas e a interpenetração das mesmas. Reunimos a seguir alguns tópicos para sua avaliação que bem demonstram isso: 1- As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que o povoam. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. (OVE) 2- Não existem vazios no Universo. Todas as zonas interplanetárias estão repletas de vida em suas manifestações multiformes. (CUM) 3- As esferas vibratórias se interpenetram e expandem até os limites dos Planetas vizinhos. (CUM) 4- Se fosse possível cortar a Terra pelo meio, em seu todo, quer dizer, até onde alcançam seus limites verdadeiros, ver-se-iam círculos iguais, uns dentro dos outros, representando estágios da Vida Espiritual, ou Esferas Vibratórias onde vivem os Espíritos, de acordo com a sua elevação. (IA) 5- Os dois Planos, o visível e o invisível, se interpenetram no mundo, não sendo o imaterial percebido, pelo fato do sensório do encarnado, de modo geral, estar habilitado somente a certas percepções, restritas aos cinco sentidos (OC) 6- Na quarta esfera (chamada de UMBRAL), mais apegada a Terra e às suas ilusões, existem muitas organizações à maneira da dimensão mais física ..(CUM) 7- As áreas do espaço (espiritual), às vezes enormes, ocupadas por legiões de criaturas padecentes ou desequilibradas, estão circunscritas e policiadas, por maiores que sejam, funcionando à maneira de sítios terrestres, utilizados por grandes instituições para a recuperação dos enfermos da mente.(EVC) 8- A matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular. 9- Cada mente vive na dimensão com que se harmonize. Milhares (…) se mantem dentro de linhas mentais infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitos permanecem em profundo desânimo nos recintos domésticos em que transitaram por alguns anos consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante. 10- As inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental ou frequência vibratória, em que se encontram. 11- Há infernos purgatoriais de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações (...), obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos das consciências, criando quadros aflitivos e dolorosos, onde o pavor e o sofrimento fazem domicílio.(FT) 12- Surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveraram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedores. (FT). Diante de tanta beleza e sabedoria do Criador, ignorada pela maioria das criaturas, seja pela acomodação mental em que a maioria vive, seja pelas restrições impostas pelo preconceito e intolerância das religiões, natural perguntarmos como reagem as criaturas humanas nos momentos que se seguem a transferências compulsoriamente imposta pela cessação das atividades do corpo físico. Os três comentários seguintes dão uma amostra do observado dos que nos precederam e trabalham por nos conscientizar: 1 - A situação de surpresa ante os acontecimentos supremos e irremediáveis que determinam a morte física, proporcionam sensações muito desconfortáveis à alma desencarnada. (OC). 2- Somente alguns poucos Espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo. (FT) 3- A impressão da alma no momento da morte varia com os estados de consciência dos indivíduos(...). .(PI)
A história de Judas, o traidor, me parece um tanto contraditória. O evangelho diz que ele vendeu Jesus por trinta moedas apenas, mas depois se arrependeu e suicidou. Ora, será que Jesus não conhecia o suficiente seus apóstolos, para saber em que poderia confiar? Ainda mais um, que o vendeu por tão pouco? ...Há uma outra versão de que havia pressão ou ameaça contra ele e contra seus familiares e foi por isso que ele entregou Jesus. O momento da entrega de Jesus também é esquisito: Judas beijou-o na face para identificá-lo aos soldados, como se Jesus já não fosse bastante conhecido de, além do mais, não seria difícil identificar um mestre no meio dos discípulos. Acredito que não era preciso nenhum Judas para isso... (comentário de um ouvinte, via e-mail)
Os relatos dos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) são pobres em informação. Seus autores, conhecidos por evangelistas, não eram pessoas especializadas em escrever, não eram historiadores e, portanto, não estavam preocupados e nem tinham condições de apresentar dados precisos ou de relatar minuciosamente os fatos a que se referiram à vida de Jesus. Eles se prenderam somente à sua doutrina ou aos seus ensinamentos: fora disso, deram algumas pinceladas gerais nos fatos, nem sempre compreensíveis para quem apenas lê os textos. Foi Paulo, muitos anos depois de Jesus, que se preocupou em documentar seus ensinos, com receio de que eles pudessem se perder no esquecimento, pois nenhum de seus apóstolos se preocuparam com isso.
O episódio de Judas, por exemplo, não está muito claro. Há um evangelho apócrifo ( conhecido como Evangelho de Judas), que tenta justificar sua presença no cenário da traição, como se tudo tivesse sido antecipadamente combinado para que a profecia da traição, do martírio e da morte de Jesus se cumprisse integralmente. Contudo, são apenas especulações, nada de provas concretas... Ninguém sabe o que realmente aconteceu, além do fato da traição. Aliás, o único ponto, que ninguém discute, é que houve traição e, mais do que isso, que Jesus já sabia de antemão que seria traído e quem o trairia. Alguns dizem que Jesus leu isso no próprio semblante de Judas e outros que ele já tinha sido alertado.
Não é difícil entender que Jesus escolheu propositadamente Judas para ser um de seus apóstolos. Aliás, ele conhecia as tendências de todos que escolheu. Nenhum deles era perfeito: todos tinham defeitos e limitações, como seres humanos que eram. Mas Jesus – um Espírito de elevada estatura moral, fez questões de escolhê-los como eram, mesmo sabendo que teria sérios problemas e correria riscos. Sua missão era audaciosa: mudar o mundo. E mudar o mundo a partir de homens comuns, pobres, sem nenhuma projeção social ou política; mas era com que podia contar. Eles tinham algo muito importante que interessava a Jesus: eram pessoas que não tinham nenhuma grande ambição na vida e , assim, podiam aceitar com mais facilidade o ideal do Reino de Deus.
Alguns historiadores contam que Judas Iscariotes era um sicário. Os sicários eram um grupo que lutava pelos ijudeus contra a dominação política do Império Romano. Eles instigavam uma revolução e estavam prontos para isso. Mesmo assim, Jesus escolheu Judas, certamente porque o considerou útil no grupo, pois, ao que tudo indica, era ele quem cuidava da parte das finanças. Dizem que ele era muito perspicaz e inteligente. Entretanto, não sabemos bem como se deu a traição, mesmo porque esse não é um ponto importante. Jesus, que entendia muito bem as limitações de seus apóstolos, estava interessado apenas no amor, pois afirmava que devemos amar até os inimigos.
Por isso, tanto as negações de Pedro, como a traição de Judas, só são importantes para engrandecer o valor do amor e do perdão. Era o que Jesus ensinava, o perdão. E ele foi pronto em perdoá-los, mesmo traído, porque era o que pretendia ensinar. Ensinar, apenas falando, é muito fácil – qualquer um faz isso; mas não é eficaz. O verdadeiro ensino está nos atos, nas atitudes, no exemplo – e isso Jesus fez. Portanto, ele compreendeu perfeitamente as limitações de Pedro e de Judas, porque os amava. Daí porque não faz nenhum sentido - e até contradiz a sua doutrina - ficar julgando a conduta de Judas, condená-lo ou amaldiçoá-lo. Se Jesus ensinou a compreender e perdoar, com certeza, não há nenhuma razão para os que se dizem cristãos continuarem a atirar pedra em Judas.
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