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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

INVEJA ENTRE MÉDIUNS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A sociedade do “cada um com seus problemas’, do desenfreado consumismo, da generalizada insatisfação existencial, o sentimento de inveja em relação ao que significa o próximo, suas conquistas e realizações está mais presente do que se imagina no pensamento das pessoas. Dissimulada ou ostensivamente. Nas atividades inspiradas no Espiritismo não poderia ser diferente. Afinal, representam para os que nelas trabalham, oportunidade nem sempre devidamente avaliada pelos que nelas se integram. Entre médiuns, pelo papel por eles representado no contexto, infelizmente, esse tipo de perturbação também é notada. Inclusive entre os mais expressivos, os quais, pela liderança que exercem, deveriam ser mais vigilantes. O problema foi comentado por Allan Kardec no numero de abril de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, a partir de uma mensagem recebida de um correspondente da publicação, tratando justamente DA INVEJA NOS MÉDIUNS. Seu autor um Espírito de nome Luos que, entre outras coisas pondera: -“Sede humildes de coração, vós a quem Deus aquinhoou com seus dons espirituais. Não atribuais nenhum mérito a vós próprios, assim como não se o atribui à obra, aos utensílios, mas ao operário. Lembrai-vos bem que não passais de instrumentos de que Deus se serve para manifestar ao mundo o seu Espírito Onipotente, e que não tendes qualquer motivo para vos glorificardes de vós mesmos. Há tantos médiuns que se tornam vãos, em vez de humildes, à medida que seus dons se desenvolvem! Isto é um atraso no progresso, pois em vez de ser humilde e passivo, muitas vez o médium repele, por vaidade e orgulho, comunicações importantes, que vem à luz por outros mais merecedores. Deus não olha a posição material de uma pessoa para lhe conferir o espírita de santidade; bem ao contrário, porque vezes exalça os humildes entre os humildes, para os dotar com as mais maiores faculdades, a fim de que o mundo veja bem que não é o homem, mas o Espírito de Deus pelo homem que faz milagres. Como disse, o médium é o simples instrumento do grande Criador de todas as coisas, e a este é que se deve render glória, é a ele que se deve agradecer por sua inesgotável bondade. Também queria dizer uma palavra sobre a inveja e o ciúme que muitas vezes reinam entre os médiuns e que, como erva daninha, é necessário arrancar, desde que começa a aparecer, temendo que abafe os bens germes vizinhos. No médium a inveja é tão temível quanto o orgulho: prova a mesma necessidade de humildade. Direi mesmo que denota falta de sendo comum. Não é vos mostrando invejosos dos dons do vosso vizinho que recebereis dons semelhantes, porque, se Deus dá muito a uns e pouco a outros, tende certeza de que, assim agindo, há um motivo bem fundado. A inveja azeda o coração; até abafa os melhores sentimentos, é pois, um inimigo para prevenção todo cuidado é pouco, pois não dá trégua uma vez que se apoderou de nós. Isto se aplica a todos os casos da vida terrena. Mas eu quis falar sobretudo da inveja entre os médiuns, tão ridícula quanto desprezível e infundada, e que prova quanto é fraco o homem, desde que se torne escravo de suas paixões”. Analisando a mensagem, Kardec diz: -“Depende, evidentemente, da natureza moral da criatura. Um médium tem inveja de ouro médium porque está em sua natureza ser invejoso. Esta falha, consequente do orgulho e do egoísmo, é essencialmente prejudicial à qualidade das comunicações (...). O médium não passa de intermediário: recebe tudo de Espíritos estranhos (...). Os Espíritos simpatizam com ele em razão de suas qualidades ou de seus defeitos. A experiência nos ensina que a faculdade mediúnica, como faculdade, independe das qualidades morais; pode assim (...) existir no mais alto grau no mais perverso indivíduo. É completamente diverso em relação às simpatias dos bons Espíritos, que se comunicam naturalmente, tanto mais à vontade, quanto mais o intermediário encarregado de transmitir o seu pensamento for puro, mais sincero e mais se afaste da natureza dos maus Espíritos. A este respeito fazem o que nós mesmos fazemos quando tomamos alguém para confidente. Especialmente no que concerne à inveja”.


Por que uma pessoa, que só aprendeu coisas boas na sua família, que teve do bom e do melhor, ainda assim, se desvia para o mau caminho, contrariando tudo aquilo que seus pais ensinaram? (Ailton)


Primeiro, uma justificativa. Nós só podemos responder essa pergunta para os casos em geral e não para um caso particular. Para o caso particular, precisaríamos ter muitas informações sobre esse filho e sua família, e saber que tipo de relação existiram entre pais e filhos. Mesmo assim, só poderíamos dizer sobre esta vida; não sabemos dos antecedentes do Espírito e por que ele veio reencarnar justamente nessa família. No mais, o que podemos fazer são abordagens sobre a educação em geral.


Nós, pais, só aprendemos a ser pais, depois que o somos; depois de cometermos uma série de erros e enganos na condução da vida familiar. Mas isso tudo faz parte de nosso aprendizado. Por isso, estamos sempre reencarnando, para aprender, para amadurecer nessa elevada função, que é a paternidade, que é a maternidade, enfim. Não existem pais perfeitos, tampouco filhos perfeitos. Os filhos são Espíritos, que vem para aprender mais, principalmente durante a infância; alguns com problemas mais complicados. Esses filhos se tornarão pais depois e tentarão fazer o melhor para se desincumbirem do difícil encargo.


O Espírito reencarna para aprender e se elevar. O lar é sua primeira e mais importante escola; os pais seus primeiros e mais importantes mestres. Entretanto, cada Espírito é um Espírito. Alguns, desde cedo, já se mostram mais receptivos e integrados no ambiente afetivo da família; outros demonstram resistência e dificuldades em aceitar a autoridade dos pais. É claro que aos pais compete observar e estudar cada filho, procurando orientá-lo para o caminho do bem. Mais do que falar, os pais precisam dar o exemplo daquilo que ensinam. Pais ausentes contribuem para o surgimento de filhos-problemas.


Não estamos falando apenas de ausência física, mas sobretudo de ausência moral. Presença moral é atenção, interesse, respeito, afeição. Pais, que se fazem presentes moralmente com os filhos, não precisam permanecer fisicamente ao lado deles. Há pais, que se ausentam para o trabalho, que não podem dar a atenção que queriam, mas que sabem compensar essa ausência com respeito e afeto, principalmente nos primeiros anos da infância de seus filhos.


Por outro lado, filhos são Espíritos que nos vêm às mãos para que possamos ajudá-los a caminhar na estrada da vida. Cada um é um; são todos diferentes. As necessidades de um não são as necessidades do outro. A relação, portanto, não pode ser a mesma para todos. Mas aqueles, que não se sentem amados, costumam dar mais trabalho, principalmente na adolescência, que é a idade da rebeldia. É nesse período que o Espírito começa a se descobrir a si mesmo através do raciocínio.


É quando descobre também os pais, e é quando vão perceber que os adultos também erram, também mentem, também fazem suas chantagens emocionais. Se eles trazem uma disposição muito forte para contrariar, principalmente tendências agressivas de outras encarnações, e se não se consideram amados ou se sentem rejeitados, com mais facilidade podem se desviar por um caminho indesejável, que só muito amor e dedicação poderão contê-los.


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