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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O MAL DO MÊDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Relata Allan Kardec no número de outubro de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, que na reunião de 14 de setembro passado, foi proposta ao dirigente Espiritual dos trabalhos, uma questão derivada de notícia publicada no periódico Moniteur, de 26 de novembro de 1857, muito ilustrativa. Segundo a nota, o Dr F. voltara para casa depois de ter feito algumas visitas aos seus doentes. Numa destas havia, ganho uma garrafa de excelente rum, importado diretamente da Jamaica. O médico esqueceu no carro a garrafa precisa. Lembrando-se um pouco mais tarde, foi procura-la e declarou ao chefe do estacionamento, que havia deixado num dos veículos uma garrafa de um veneno muito violento e o aconselhou a prevenir aos cocheiros que tivessem o maior cuidado em não fazer uso daquele líquido mortal. Mal retornara ao seu apartamento, vieram chama-lo apressadamente, pois três cocheiros do vizinho estacionamento sofriam dores abdominais horríveis. Foi com muita dificuldade que os convenceu de que tinham bebido excelente rum e que sua indelicadeza não poderia ter tido mais consequências que aquele castigo imediato aos culpados”. Kardec pediu à Espiritualidade uma explicação fisiológica desta transformação das propriedades de uma substância inofensiva, já que sabemos que, pela ação magnética, pode ocorrer tal transformação; mas no caso vertente não houve emissão de fluido magnético agindo apenas a imaginação e não a vontade. O Espírito São Luiz disse que o raciocínio sobre a imaginação estava correto, contudo, “os Espíritos maus, que induziram aqueles homens a cometer um ato indelicado, se serviram de outro procedimento: fizeram passar pela corrente sanguínea, na matéria, um ‘arrepio de medo’, que bem poderia ser chamado de ‘arrepio magnético’. Este distende o sistema nervoso e produz um esfriamento em certas partes do corpo. Na região abdominal pode ocasionar cólicas”. Acrescenta que “é, pois, um meio de punição que diverte os Espíritos que fizeram cometer o furto, ao mesmo tempo que os faz rir à custa daqueles a quem fizeram errar. Em todo caso não seria verificada a morte: é simples lição para os culpados e divertimento para os Espíritos levianos. Assim procedem, sempre que se lhes oferece oportunidade, que até procuram, para sua satisfação. Podemos evitar isso – e falo para vós – elevando-nos a Deus por pensamentos menos materiais que os ocupavam o Espírito daqueles homens. Os Espíritos maus gostam de se divertir. Cuidado com eles. Aquele que julga dizer uma frase agradável às pessoas que o cercam e que diverte uma sociedade com piadas e atos, por vezes se engana e, mesmo muitas vezes, quando pensa que tudo isso vem de si próprio. Os Espíritos levianos, que o cercam, com ele de tal modo se identificam, que pouco a pouco o enganam a respeito de seus pensamentos, enganando também àqueles que o ouvem. Neste caso pensais estar tratando com um homem de Espírito que não passa de um ignorante. Observai-vos e julgai minhas palavras. Nem por isso são os Espíritos Superiores inimigos da alegria: por vezes gostam de rir para se vos tornarem agradáveis. Todavia, cada coisa tem o seu momento oportuno”. Refletindo sobre o que foi dito, Kardec amplia a análise feita, considerando outra possibilidade: -“Dizer que no caso vertente não havia emissão de fluidos magnéticos talvez não fossemos muito exatos. Aqui aventuramos uma suposição. Como o dissemos, sabe-se que transformações das propriedades da matéria se podem operar sob a ação do fluido magnético, dirigido pelo pensamento. Ora, não é possível admitir que, pelo pensamento do médico, que queria fazer crer na existência de um tóxico e dar aos ladrões as angústias do envenenamento, tivesse havido à distância uma espécie de magnetização do líquido que, assim, teria adquirido novas propriedades, cuja ação teria sido corroborada pelo estado moral dos indivíduos, a quem o mêdo tornara impressionaveis? Esta teoria não destruiria a de São Luiz sobre a intervenção dos Espíritos levianos em semelhantes circunstâncias. Sabemos que os Espíritos agem fisicamente por meios físicos; podem, pois, a fim de realizar certos desígnios, servir-se daqueles que eles mesmos provocam e que nós lhes fornecemos inadvertidamente”.




Tem gente que não tem nenhuma humildade e fica o tempo todo falando dela mesma. Será que isso ajuda a pessoa a elevar sua auto-estima? (Suely)


Certa vez, quando aguardava o início de uma festa, Jesus percebeu que as pessoas, que chegavam, iam logo ocupando os primeiros lugares. Ele aproveitou a ocasião e disse aos discípulos que colocar-se na frente nunca era uma boa opção. Os discípulos quiseram saber por quê. Então, ele explicou que, se ali chegassem convidados mais considerados pelos donos da festa, os que chegaram primeiro teriam de deixar os lugares da frente para esses últimos, e seriam obrigados a se sentarem lá atrás, situação que, com certeza, os humilharia.


Se, no entanto, eles tivessem ocupado os últimos lugares, poderiam, mais tarde, serem convidados a ocupar os primeiros, o que lhes seria motivo de alegria. Foi nessa ocasião que Jesus concluiu: “os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”. Observação sábia de Jesus, que aproveitou a oportunidade para ensinar que a humildade é uma atitude positiva em qualquer ocasião, pois aquele que se exalta corre mais risco de ser humilhado, e aquele que se humilha sempre tem mais possibilidade de ser exaltado.


Para que a gente cresça no conceito dos outros e também no próprio conceito, Suely, não é preciso falar muito de si mesmo, não é preciso colocar-se sempre em evidência. Basta agir bem, basta agir com sabedoria, tendo atitudes positivas diante da vida e dos outros. As pessoas, que falam muito de si mesmas, que vivem exaltando qualidades e virtudes próprias, acabam se tornando antipáticas e maçantes, afastam os outros de seu convívio e dificilmente conseguem fazer amigos. Desse modo, “falar de si” o tempo todo é a pior solução para se promover, para se fazer querido ou admirado.


Quem fala muito de si, geralmente, age muito pouco e, por isso, usa dessa forma de compensação para chamar atenção; mas usa erradamente. Na verdade, pessoas assim necessitam de auto-afirmação, pois elas acreditam que, falando de si mesmas, serão mais aceitas, mais estimadas, mais admiradas. Ledo engano. Na verdade, elas são carecedoras de auto-estima e não sabem como proceder para se amarem de verdade. Talvez, falte quem as oriente para que aprendam, de fato, a conviver bem, consigo mesmas e com os outros.



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

POR CAMINHOS INUSITADOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A jovem modelo Reine de 18 anos, aparência de 15, contratada pelo pintor Corneille por alguns meses, por indicação de um escultor amigo, sentindo-se interessada por uma bola de cristal de cinco centímetros de diâmetro decorando a escrivaninha do “atelier” do artista, ouviu dele que se fitasse a mesma por alguns minutos, conseguia-se a concentração mental e, algumas pessoas entravam em estado de transe, enquanto outras chegavam a ter visões misteriosas. Tendo levado a bola para casa para confirmar a veracidade da informação, devolveu-a frustrada ante o insucesso, participando, meses depois, com Corneille de uma experiência de “inclinação da mesa” ante o interesse da moça pelos assuntos paranormais, apesar de seu total desconhecimento sobre fenômenos espirituais. Após quase uma hora de tentativas, sem sucesso durante a maior parte do tempo, praticamente desistindo da experiência, em sua mente fulgurou uma ideia estranha para que voltassem à mesa, obtendo os primeiros movimentos involuntários da mesma, surgindo através dos toques ritmados, a orientação para que hipnotizasse Reine, o que fez após ante a insistência dela pelas explicações que dera sobre o fenômeno. Nas semanas seguintes, outras tentativas com a mesa, conduziram ao transe da hipnose, resultado conformado por um alfinete espetado no musculo do braço da moça pela reação do globo ocular ao erguer-lhe a pálpebra. A repetição dos experimentos foi apurando cada vez mais a sensibilidade de Reine e a autoconfiança de Corneille, certificando-se este da impossibilidade de qualquer interferência telepática ou do inconsciente dela. Inúmeras reuniões depois, mesclando a atividade com a mesa, a auto hipnose de Reine, fixando a bola de cristal; a indução através da energização pela palma da mão de Corneille; a convivência da jovem em desdobramento com entidades espirituais de vários tipos, assumiu o comando dos trabalhos o Espírito Vetterini que nos bastidores da invisibilidade conduziria as vivências no Plano Extrafísico. Resumindo algumas das informações oferecidas por Reine, destacamos: 1- Vencidas os ímpetos de medo, Reinne foi transportada, a princípio pelos céus de Paris e, depois, em peregrinações auto-induzidas, por varias zonas espirituais, uma das quais abrigando grande número de Espíritos evoluídos até o grau médio e, noutra oportunidade, em uma Esfera espiritual superior à anterior. 2 – Percebia, em suas saídas, o corpo astral das pessoas comuns, diferentes quanto à densidade, coloração, atitude, etc, de acordo com a personalidade de cada um, comentando que o caracterizado pela cor vermelha é de natureza inferior, próximo da matéria densa; e aquele em oposição a este, tendia para o azul ou para branco e parecia bem sutil, tratando-se de corpo astral de categoria elevada. No caso dos animais percebeu que uma espécie de luz os envolve, mas, totalmente diferente da dos homens. 3- Sempre supervisionada pelo Espírito Vetterini, Reinne descobriu que os Espíritos quando querem se mostrar às pessoas, assumem a aparência material da época em que viveram na Terra, para serem reconhecidos e, nas materializações, retiram do corpo carnal do médium os elementos necessários para produzir a forma que pretendem assumir, graduando-se o realismo proporcionalmente à quantidade de substância tomada do objeto concreto existente. 4- Sobre a reencarnação, aprendeu que a relação sexual é, de fato, a armadilha pela qual o Espírito é aprisionado inconscientemente, os mais atrasados; e conscientemente, o mais elevado; que durante 2 ou 3 meses após a concepção, o Espírito é relativamente livre e é bem raro ele vir visitar o próprio corpo que está sendo construído no ventre da mãe; frequência intensificada à medida que o tempo passa, imprimindo suas características ao corpo em formação, modelando-o dissimuladamente de acordo com seu desejo, fixando-se quase por definitivo aí pelos 7 meses. No caso dos Espíritos inferiores, instalam-se governados por uma força mais elevada, podendo ficar acomodados como debaterem-se como numa armadilha, tentando escapar frequentemente, voltando ao corpo semente 2 ou 3 a meses antes do parto. 5- Respondendo sobre a morte, Vetterini, revelou que ainda que ocorra de forma repentina, é coisa prevista, determinada pela Providência para apressar a evolução do Espírito de certas pessoas que não estão acompanhando o processo normal de desenvolvimento e precisam transmigrar repetidas vezes para este mundo. Afirmou não haver nenhuma morte por acaso, sempre ocorrendo sob condições determinadas, em dia e hora predeterminados”. As experiências desenvolvidas entre Reinne, Corneille e Vetterini, estenderam-se de dezembro de 1912 a dezembro de 1913, produzindo rico material para reflexões e pesquisas.


Se Deus é bom, por que os bons sofrem? Nas novelas de televisão, tudo fica resolvido no final: os bons são recompensados e os maus são castigados.. Mas, na vida real, não é assim que funciona. Nunca chega um momento que tudo se resolve, que os bons estão satisfeitos e maus na cadeia. Gostaria de um comentário. ( Emílio Dalbuin Pereira)


Os romances, os filmes e as novelas, caro Emílio, são obras de ficção de escritores que anseiam pela vitória do Bem, da Verdade e da Justiça, como todos nós. Assim fazendo, eles deixam uma mensagem de esperança, para que não desanimemos diante das adversidades da vida, que não são poucas. A realidade, porém, quase sempre é diferente, pois, as mais das vezes, sempre que termina um problema aparece outro.


Todos nós buscamos a felicidade. Entretanto, como estamos em patamares diferentes de evolução, nem todos trilham o caminho do bem, e acabam, muitas vezes, se prejudicando nesta vida. Não é, evidentemente, o que queremos. Gostaríamos que todas as pessoas fizessem boas escolhas e todas se dessem bem na vida. É o que ansiamos, é o que desejamos. Os romances, filmes e novelas geralmente mostram a vitória do bem, justamente porque acreditamos nele.



Todavia, a Doutrina Espírita nos esclarece que todos nós, indistintamente, caminhamos para Deus. Assim, chegará o momento em que o mau sentimento dará lugar ao bom sentimento, ou seja, que o mau se tornará bom, pois ninguém está perdido. Seria subestimar o poder e a sabedoria de Deus achar que alguns se perderão. Ora, por que Deus cria alguns de seus filhos para a perdição? Nenhum pai humano faria isso, quanto mais Deus, que é o Pai Perfeito”!...


Desse modo, o que as obras literárias retratam, no fundo, é essa ansiedade de buscarmos Deus, que é o estágio mais elevado de nossa felicidade. O mal é passageiro, porque ele é apenas a ausência do bem, assim como a sombra é a ausência da luz. Quando os bons forem mais ousados – disseram os Espíritos a Kardec – o Bem prevalecerá sobre a Terra, e a humanidade vai conhecer uma fase de real felicidade.


Por outro lado, Emílio, porque não atingimos essa condição, o mal prevalece na Terra. E é por isso que os bons sofrem. Muitos bons sofrem, porque voltaram para resgatar alguns débitos morais que contraíram no passado e, de outras vezes, porque aceitaram compromissos ou missões, através das quais querem deixar belas lições para a Humanidade.



domingo, 26 de fevereiro de 2023

O ESPIRITISMO NAS PRISÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na pauta de fevereiro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui um artigo motivado por uma carta por ele recebida de um condenado detido numa penitenciária francesa, exaltando as mudanças nele provocadas depois do conhecimento do Espiritismo. Em numero anterior ele já havia incluído a de outro segregado de outra instituição penal revelando reação semelhante. Alertando tê-la corrigido apenas quanto aos erros ortográficos, reproduziu-a integralmente. Diz a missiva: -“Senhor, há poucos dias, quando me falaram pela primeira vez de Espiritismo e de revelação de Além-Túmulo, ri, e disse que isto não era possível. Falava como ignorante, que sou. Alguns dias depois tiveram a bondade de me confiar, em minha horrível posição em que me acho agora, vosso bom e excelente LIVRO DOS ESPÍRITOS. A princípio li algumas páginas com incredulidade, não querendo, ou melhor, não crendo nessa ciência. Enfim, pouco a pouco e sem me aperceber, por ele tomei gosto; depois levei a coisa a sério; depois reli pela segunda vez o vosso livro mas, então com um outro espírito, isto é, com calma e com toda a pouca inteligência que Deus me deu. Senti então despertar essa velha fé que minha mãe me tinha posto no coração e que dormitava há longo tempo. Senti o desejo de me esclarecer sobre o Espiritismo. A partir deste momento tive um pensamento muito decidido, o de me dar conta, aprender, ver e depois julgar. Pus-me à obra com toda crença que se pode ter e que é preciso ter em Deus e seu poder; desejava ver a verdade; orei com fervor e comecei as experiências. As primeiras foram nulas, sem resultado algum. Não me desencorajei, perseverei em minhas experiências e, palavra, redobrei minhas preces, que talvez não fossem bastante fervorosas e me remeti ao trabalho com toda a convicção de uma alma crente e que espera. Ao cabo de algumas noites, pois só posso fazer as experiências à noite, senti, por cerca de dez minutos, frêmitos nas pontas dos dedos e uma leve sensação no braço, como se tivesse sentido correr um riachinho de água morna, que parava no punho. Eu estava então bem recolhido, todo atenção e cheio de fé. Meu lápis traçou algumas linhas perfeitamente legíveis, mas não bastante corretas para não crer que estivesse sob o peso de uma alucinação. Esperei então com paciência a noite seguinte para recomeçar as experiências e, desta vez agradeci a Deus, de todo o coração, pois tinha obtido mais do que ousava esperar. Desde então, de duas ou duas noites entretenho-me com os Espíritos, que são bastante bons para responder ao meu apelo e, em menos de dez minutos, respondem sempre com caridade. Escrevo meias-páginas e páginas inteiras, que minha inteligência não poderia fazer sozinha, porque, às vezes, são tratados filosófico-religiosos em que jamais pensei nem pus em prática. Porque, dizia-me aos primeiros resultados: Não será joguete de uma alucinação ou da tua vontade? E a reflexão e o exame me provavam que eu estava bem longe dessa inteligência que havia traçado aquelas linhas. Baixei a cabeça, cria e não podia ir contra a evidência, a menos que estivesse inteiramente louco. Remeti duas ou três mensagens à pessoa que tinha feito a caridade de me confiar o vosso bom livro, para que ela sancione se estou certo. Venho perdir-vos, senhor, vós que sois a alma do Espiritismo, de ter a bondade de me permitir vos envie o que obtiver de sério em minhas palestras de além-túmulo, se, todavia, achardes bom”. Adicionando alguns apontamentos ao teor da carta, comenta Kardec: -“As consequências morais deste fato se deduzem por si mesmas. Eis um homem que tinha abjurado toda crença e que ferido pela Lei, se acha confundido com o rebotalho da sociedade; e este homem, no meio do pântano moral, voltou à fé; vê o abismo em que caiu, arrepende-se, ora e, digamo-lo, ora com mais fervor que muita gente que exibe devoção. Para isto bastou a leitura de um livro onde encontrou elementos de fé que a sua razão pode admitir, que reanimaram as suas esperanças e lhe fizeram compreender o futuro. Além disso, o que é para notar, é que a princípio leu com prevenção e sua incredulidade foi vencida pelo ascendente da lógica. Se tais resultados são produzidos por uma simples leitura, feita, por assim dizer, às ocultas, o que seria se a ela se pudesse juntar a influência das exortações verbais! (...) Uma outra consequência a tirar do fato referido é que os Espíritos não são detidos pelos ferrolhos e que vão até o fundo das prisões levar suas consolações. Assim, não está no poder de ninguém impedir que eles se manifestem de uma ou de outra maneira. Se não for pela escrita, será pela audição; eles enfrentam todas as proibições, riem-se de todas as interdições, transpõem todos os cordões. Que barreira podem, então, lhes opor os inimigos do Espiritismo?


Pergunta formulada pela Maria do Socorro Sobral Marques, de Vila Araceli: “O que acontece com a pessoa que se mata?”


Cada caso é um caso, Maria do Socorro. Há situações em que essa decisão é pensada e planejada; há outras em que a pessoa é instigada ao suicídio e há outras, ainda, em que ela se encontra completamente perturbada. Entretanto, aquele que tira a própria vida, pensando apenas em se livrar de um problema, sofrerá uma grande decepção, além do arrependimento. A vida não acaba com a morte; acaba, sim, a vida do corpo, mas o Espírito sobrevive. É, então, que a pessoa vai perceber que não consegue fugir de si mesma.


Muitas vezes, não querendo enfrentar um problema, pensamos em desaparecer da vida, mas não levamos em conta que sempre carregamos os problemas conosco. Se, em vida, não temos coragem de enfrentá-lo, depois da morte a situação vai se complicar mais. Haverá um problema maior: a dor da decepção (que sofremos logo depois do ato), e o fato de termos comprometido o perispírito, que vai nos causar sofrimento.


Expliquemos melhor. Perispírito é o nosso corpo espiritual. Além do corpo de carne e osso, que presentemente ocupamos, todos temos o corpo espiritual – assim chamado pelo apóstolo Paulo e que, no Espiritismo, damos o nome de perispírito. Ao contrário do corpo físico, que é constituído de matéria, o perispírito é constituído de uma matéria tão sutil, tão delicada, que nossos sentidos não podem percebê-lo. Ela está fora dos padrões normais da matéria que conhecemos. O perispírito nos acompanha a vida toda, mesmo quando estamos encarnados, mas quando o corpo morre, ele se desprende e vai ter a forma pela qual o Espírito se identifica.


O perispírito ou corpo espiritual é muito sensível ao nosso pensamento. Se alimentamos um pensamento de destruição do corpo, ele se ressente disso; e, se matamos o corpo, ele sofre o impacto destrutivo da ação que lhe causamos, dependendo do tipo de morte que impingimos ao corpo. O suicida, geralmente, entra no mundo espiritual com o perispírito lesionado pela agressão que causou a si mesmo. Mais tarde, tende a sofrer as conseqüências do arrependimento, também em função do sofrimento que causou aos familiares e entes queridos, por causa de seu ato impensado.


Entretanto, a Lei de Deus é magnânima. Ninguém fica abandonado, nem mesmo o suicida. Embora, ele colha os efeitos nefastos de sua atitude impensada, ele terá outras oportunidades de se refazer, principalmente através de outras encarnações. É assim que funciona a misericórdia divina, pois vai nos colocar em condições de nos reerguer, levando-nos a novas experiências de vida, em que possamos desenvolver a coragem e a fé em Deus, no enfrentamento de qualquer problema.


Por isso, a ideia do suicídio nunca deve passar pela nossa cabeça. Devemos orar pelos que tiraram a própria vida, pois a nossa prece, embora não resolva o seu problema, pode ajudá-los muito. Ao mesmo tempo, devemos pensar no sofrimento e nas angustias das pessoas que chegam perto do suicídio, procurando ajudá-las com a nossa presença e o nosso apoio, a fim de que evitem se envolver num problema tão grave e difícil para o Espírito.



sábado, 25 de fevereiro de 2023

APRENDENDO COM CHICO XAVIER ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Os anos de convívio com a Espiritualidade transformaram o médium Chico Xavier numa fonte extraordinária de aprendizado sobre a Humanidade que se serve da Terra para o trabalho da evolução espiritual. Destacaremos a seguir alguns deles preservados pelo companheiro Adelino da Silveira um dos que desfrutou da intimidade do incomparável médium mineiro nos últimos anos de sua vida. 1- Por que Joanna D’Arc foi considerada santa apesar de ter liderado soldados franceses em batalhas certamente muito sangrentas? Chico Xavier – “Naquela época, os Espíritos encarregados da evolução do Planeta estavam selecionando os gens que viriam servir na formação do compor da plêiade de entidades nobres que reencarnariam para ampliar o desenvolvimento geral da Terra, através do chamado Iluminismo francês. Era preciso suportar a dinâmica das inteligências que surgiriam. Se a França fosse invadida, perder-se-ia o trabalho de muitos séculos. Então Joanna D’Arc foi convocada para que impedisse a invasão, a fim de que se preservassem as sementes genésicas, para a formação de instrumentalidade destinada aos gênios da cultura e do progresso que renasceriam na França, especialmente em se tratando da França do século 19 que preparou, no mundo, a organização da Era Tecnológica que passou a viver-se no século 20”. 2- Porque jamais uma nação conseguiu invadir o Brasil e tomar parte de nossa Pátria, quando temos uma costa litorânea tão imensa? - Chico Xavier- “Porque toda vez que alguma Nação planejava isso, Jesus determinava que alguns milhares de Espíritos desencarnados e que ainda habitavam esse País, reencarnassem no Brasil e, ao invés de entrarem invadindo-nos pelas fronteiras geográficas faziam-no pelas fronteiras genéticas. As Leis de Segurança Planetária não permitiram, até agora, a invasão deliberada, decerto a fim de reservar determinada tarefa ou missão para os brasileiros do futuro, milhares dos quais filhos do pretenso invasor”. 3- Em 1952, quando Chico psicografava AVE CRISTO, certa noite, visitou-o um Espírito que viveu na época de Moisés. Tentou conversar com o médium mentalmente, mas este olhou para Emmanuel e disse-lhe: - Não entendi nada do que ele quis me dizer. Então, o bondoso guia explicou-lhe: - Ele está dizendo que não vem à Terra aproximadamente há 4 mil anos e que achou as construções um pouco diferentes, mas a evolução moral foi muito pequena”. 4- Francisco de Assis era a reencarnação do Apóstolo João Evangelista? Chico Xavier– “Acreditamos que a elevação de São Francisco de Assis foi a continuidade de João Evangelista na divulgação da obra do Cristo em todo o mundo, especialmente na Vida Ocidental. Creio que o assunto exposto é a expressão da verdade”. 5- Qual o animal mais adiantado? Chico Xavier – “O cão. O cão desperta muito amor e é um modelo de fidelidade. As pessoas que amem e cultivem a convivência com os animais, especialmente os cães ou descendentes das raças caninas, se observarem com atenção, decerto verificarão que os vários espécimes são portadores de qualidade que consideramos quase humanas, raiando pela prudência, paciência, disciplina, obediência, sensibilidade, inteligência, improvisação, espírito de serviço, vigilância e sede de carinho, infundindo-nos a ideia de que, quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham, preparando-se para o estágio mais próximo da hierarquia espiritual”.


Se a pessoa morre e ela não acredita no Espiritismo, qual vai ser a sua reação depois da morte? ( Milton)


A condição espiritual do homem depois da morte, em regra, depende do bem que ele soube construir enquanto encarnado. Allan Kardec, n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, proclamou o lema “Fora da Caridade não há salvação”. Ele poderia ter dito “fora do Espiritismo não há salvação”. Mas não disse. Por quê? Porque o Espiritismo não é uma doutrina exclusivista, tampouco salvacionista. Ele nos ensina que o nosso futuro espiritual não depende da religião que professamos, mas do bem que fizemos.


Por isso, admitir-se espírita não basta, assim como se proclamar membro ou seguidor de qualquer doutrina religiosa. O que importa, na Lei da Vida, é o nosso procedimento, é o bem que semeamos nos campos de nossa existência. Aliás, quem disse isso foi Jesus: ele não se dirigiu a qualquer religião ou a qualquer seita em particular, mas a todos os homens, à humanidade inteira. Esse caráter de sua doutrina está muito claro nos evangelhos, principalmente no Sermão da Montanha, onde vamos encontrar Jesus proclamando os princípios morais mais elevados que já se viu na História.


Portanto, o que vai prevalecer no mundo espiritual é a condição moral de cada um, não a sua religião ou o seu discurso. Assim, uma pessoa, que conheceu o Espiritismo, tem mais responsabilidade sobre si mesma, quando penetrou no espírito dessa doutrina, pois compreende mais a fundo os ensinamentos de Jesus e seu compromisso com as leis da vida. Aquele não aceitou o Espiritismo e quem cogita evidentemente poderá ter um pouco mais de dificuldade para entender a sua própria condição.


No entanto, devemos considerar, também, que a intuição da continuidade da vida existe em todo ser humano, ainda mesmo que ele insista em dizer que é um descrente. Desse modo, podemos considerar que as pessoas em geral estão mais ou menos “preparadas” para deparar com a realidade espiritual, se bem que essa realidade dependa do conhecimento de cada uma.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

NECESSÁRIO QUE VENHA O ESCANDALO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A intervalos cada vez menores de tempo, acontecimentos impactam a opinião publica, provocando polêmicas e discussões que, no mínimo geram produtivas reflexões. Um deles, recentemente, expos o problema da utilização de animais em pesquisas científicas. O fato levou a outra questão: as dietas humanas incluindo alimentação de carne animal. Na REVISTA ESPÍRITA, de abril de 1865, Allan Kardec desdobrou alguns raciocínios interessantes, que, parcialmente apresentamos na sequência: “- A destruição recíproca dos seres vivos é uma lei da natureza que, à primeira vista, parece conciliar-se menos com a bondade de Deus. Pergunta-se porque lhes teria feito uma necessidade se auto-destruirem para se alimentarem uns à custa dos outros. Para aquele que apenas vê a matéria, que limita sua visão à vida presente, isto parece com efeito, uma imperfeição na Obra Divina.; daí a conclusão que tiram os incrédulos que, não sendo Deus perfeito, não há Deus. É que julgam a perfeição de Deus de seu ponto de vista; seu julgamento é a medida de sua sabedoria; e pensam que Deus não poderia fazer melhor o que eles próprios fariam. Não lhes permitindo sua curta visão julgar o conjunto, não compreendem que um bem real possa derivar de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, essa grande Lei de Unidade, que constitui a harmonia precisamente onde ele não via senão uma anomalia e uma contradição. Dá-se com esta verdade o mesmo que com uma porção de outras; o homem não é apto para sondar certas profundezas senão quando seu Espírito chega a um suficiente grau de maturidade. A verdadeira vida, tanto do animal, quanto do homem, não está mais no envoltório corporal do que numa vestimenta; está no principio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Este princípio necessita do corpo para se desenvolver pelo trabalho que deve realizar sobre a matéria bruta; o corpo se gasta nesse trabalho, mas o Espírito, não. Ao contrário, dele sai cada vez mais forte, mais lúcido e mais capaz. Que importa que o Espírito mude mais ou menos vezes de envoltório; nem por isso é menos Espírito; é absolutamente como se o homem renovasse cem vezes a sua roupa em um ano; nem por isso deixaria de ser o mesmo homem. Pelo espetáculo incessante da destruição, Deus ensina aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e neles suscita a ideia da Vida Espiritual, fazendo-os deseja-la como uma compensação. Perguntarão se Deus não podia chegar ao mesmo resultado por outros meios, e sem submeter os seres vivos a se entredestruirem? Bem esperto aquele que pretendesse penetrar os desígnios de Deus! Se tudo é sabedoria em sua obra, devemos supor que essa sabedoria também não esteja ausente de outras; se não o compreendemos, devemos culpar o nosso pouco adiantamento. Contudo, podemos tentar encontrar a razão disto, tomando por bússula este princípio: Deus deve ser infinitamente justo e sábio. Busquemos, pois, em tudo, sua justiça e sua sabedoria (...). A luta é necessária ao desenvolvimento do Espírito; é na luta que exercita suas faculdades. Aquele que ataca para ter o seu alimento e o que se defende para conservar a vida fazem assaltos de astúcia e de inteligência e, por isso mesmo, aumentam suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe. Mas o que foi que, na realidade, o mais forte ou mais apto tirou do mais fraco? Sua vestimenta de carne e nada mais; o Espírito, que não morreu, mais tarde retoma outro. Nos seres inferiores da Criação, naqueles em que o senso moral não existe, nos quais a inteligência ainda está no estado de instinto, a luta não poderia ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas necessidades materiais é a da alimentação. Assim, lutam unicamente para viver, isto é, para apanhar ou defender uma presa, desde que não poderiam ser estimulados por um motivo mais elevado. É neste primeiro período que a alma se elabora e se ensaia para a vida. Quando atingiu o grau de maturidade necessário à sua transformação, recebe de Deus novas faculdades: o livre arbítrio e o senso moral, numa palavra a centelha Divina, que dão um novo curso às suas ideias, a dotam de novas percepções. Mas as novas faculdades morais de que é dotada só se desenvolvem gradativamente, pois nada é brusco na natureza; há um período de transição, no qual o homem apenas se distingue do bruto; nas primeiras idades domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais; mais tarde, o instinto animal e o sentimento moral se contrabalançam; então o homem luta, não mais para se alimentar, mas para satisfazer sua ambição, seu orgulho, a necessidade de dominar. Para isto ainda lhe é necessário destruir. Mas, à medida que o sendo moral ganha desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruição, acabando mesmo por se tornar odiosa e apagar-se: o homem cria horror ao sangue. Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito porque, mesmo chegado a este ponto, que nos aprece culminante, está longe de ser perfeito; só ao preço de sua atividade é que adquire conhecimentos, experiência, e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas então a luta, de sangrenta e brutal, que era, torna-se puramente intelectual: o homem luta contra as dificuldades e não mais contra seus semelhantes”.


Como vocês podem explicar este estranho caso? Um amigo me contou que, numa viagem à Itália, visitou uma cidadezinha, onde ele nunca esteve antes. Mas quando chegou lá, ele sentiu que tudo era familiar, como já conhecesse aquele lugar. Tudo, ou quase tudo, que o guia falava, ele já sabia. Ele passou uma tarde na cidade, mas durante todo o tempo, embora em companhia de várias pessoas da excursão, ele sentia como se estivesse sozinho num sonho, como se as pessoas da excursão e a cidade, que visitava, não fossem reais. Ficou com muito medo e não falar nada a ninguém, mas também nem aproveitou o passeio. Só veio a melhorar depois que deixou a cidade.


Esse caso tem características de um fenômeno de “déjà vu”. A expressão “déjà vu” vem do francês e significa “o que já foi visto”. Pelo menos, é a sensação de quem passa por essa estranha e curiosa situação: a pessoa tem a impressão de que já conhece o lugar ou os indivíduos que, na verdade, está vendo pela primeira vez. Não é um fenômeno muito raro, como possa parecer. Algum estudioso já disse que o “déjà vu” ocorre em cerca de 30% da população, pelo menos, uma vez na vida.


No nosso modo de ver, é o impacto dessa estranha surpresa que provoca um certo torpor na pessoa, dando a impressão que ela está sonhando ou um pouco desligada. Talvez um estado de consciência alterada, tirando-a um pouco da realidade, para viver as impressões transmitidas pelo seu inconsciente. Um ouvinte, certa ocasião, nos relatou um caso semelhante, que aconteceu com ele, quando visitava uma fazenda da região. As coisas lhe pareceram tão familiares na fazenda, que ele se surpreendeu. Foi, então, que nos contou o episódio, perguntando se não se tratava de reencarnação - ou seja, numa existência anterior, ele teria vivido ou conhecido essa fazenda, já que, na vida atual, ele nunca estivera lá.


Há várias explicações para esse fenômeno: desde as explicações materialistas reducionistas até a explicação espírita. Freud dizia que se trata de lembranças de desejos inconscientes ou fantasias do passado que eram ativadas no momento presente. Outros expoentes da escola materialista afirmam tratar-se de lembranças de situações bem parecidas, vividas antes pelo indivíduo, e que dão a impressão de que a nova situação é familiar. Os neurocientistas já localizaram, no cérebro, os lobos temporais responsáveis pela ocorrência do fenômeno.


Entretanto, há explicações espiritualistas. A primeira é a precognição ou premonição. Pode haver uma correlação entre um sonho premonitório e o “déjà vu”: a pessoa pode ter tido acesso ao lugar através do sonho de tal forma que, ao visitar pessoalmente o lugar, ela tem a impressão de que já esteve lá. Neste caso, ela previra o futuro. Uma segunda explicação é o comumente se chama “fenômeno de desprendimento espiritual”: neste caso, a pessoa realmente esteve no lugar, mas em espírito. E, por último, a reencarnação: ela pode não conhecer o lugar nesta existência, mas já esteve lá em existência anterior.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

GENIALIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Exemplos como do menino Tsung Tsung, 5 anos capaz de deixar estarrecido quem o vê ou ouve executar ao piano belíssima peça musical de memória ou da holandesa Amira Willinghagen, 9 anos da americana Jackie Evancho, 10 anos que interpretam como grandes divas da música peças de óperas conhecidas, entre outros recentemente divulgados pela mídia não são fatos incomuns. A história coleciona vários outros, envolvendo personagens que mudaram campos do conhecimento, como Mozart que aos 4 anos executou uma sonata; Paganini que aos 9 participou de um Concerto em Gênova, na Itália; Franz Liszt que aos 14 compôs uma ópera em um ato; Michelangelo que aos 8 já conhecia a técnica de pintura; Vitor Hugo que aos 13 era reconhecido pela sua capacidade de versificação. Na edição de maio de 1867 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduziu interessante resposta sobre o tema, obtida em 13 de março daquele ano, em reunião havida na cidade de Douay, onde se indagou da Espiritualidade:-“O gênio é conferido a cada Espírito conforme sua conquista, ou conforme uma Lei , em relação com as necessidades de um povo ou da Humanidade?. Conforme a entidade que assina apenas UM ESPÍRITO, “o gênio é a repercussão das conquistas anteriores. Essa radiação é o estado do Espírito no desprendimento ou nas encarnações superiores: há, pois, duas distinções a fazer. O gênio mais comum entre vós é simplesmente o estado de um Espírito, do qual uma ou duas faculdades ficaram descobertas e em estado de agir livremente; recebeu um corpo que permite sua expansão na plenitude adquirida. A outra espécie de gênio é o Espírito que vem dos mundos felizes e adiantados, onde a aquisição é universal sobre todos os pontos; onde todas as faculdades da alma chegaram a um grau eminente, desconhecido na Terra. Estas espécies de gênio se distinguem dos primeiros por uma excepcional aptidão para todos os talentos, para todos os estudos. Concebem todas as coisas por uma intuição segura e que confunde a ciência estudada pelos mais sábios. Sobressaem em bondade, em grandeza de alma, em verdadeira nobreza, em obras excelentes. São faróis, iniciadores, exemplos. São homens de outras Terras, vindos para fazer resplandecer a luz do alto num mundo obscuro, assim como se enviam entre os bárbaros, para os instruir, alguns sábios de uma capital civilizada. Tais foram entre vós os homens que, em diversas épocas, fizeram avançar a Humanidade, os sábios que ampliaram os limites dos conhecimentos e dissiparam as trevas da ignorância. Viram e pressentiram o destino terrestre, por mais longe que estivessem da realização deste destino. Todos lançaram os fundamentos de alguma ciência, ou foram o seu ponto culminante. O gênio não é, pois, gratuito e não está subordinado a uma Lei: sai do próprio homem e de seus antecedentes. Refleti que os antecedentes são todos o homem. O criminoso o é por seus antecedentes; o homem de mérito, o homem de gênio são superiores pela mesma causa. Nem tudo é revelado na encarnação a ponto de não transpassar nada de nosso Ser interior. A inteligência e a bondade são luzes muito vivas, focos muito ardentes para que a vida terrena os reduza à obscuridade. As provas a sofrer bem podem velar, atenuar algumas de nossas faculdades, adormecê-las, mas se tiverem chegado a um alto grau, o Espírito não pode perder inteiramente a sua posse e exercício. Tem em si a segurança de que os mantem sempre à sua disposição; muitas vezes mesmo, não pode consentir em delas se privar. Eis o que causa as vidas tão dolorosas de certos homens adiantados, que preferiram sofrer por suas altas faculdades do que deixar que estas se apagassem por algum tempo.(...) Sim, todos nós seremos Platões, Aristóteles, Erasmos; nosso Espírito não verá mais empalidecer suas aquisições sob o peso da vida do corpo, ou extinguir-se sob o peso da velhice e das enfermidades”. Pesquisadores da reencarnação ao longo do Século 20, consideram que essa genialidade precoce se explicaria pelo curto intervalo entre as diferentes existências, chamado por eles de intermissão. Segundo eles, habilidades muito desenvolvidas ou mesmo trabalhos interrompidas com o advento da morte que lhes interrompeu projetos intensamente vividos, ressurgem espontaneamente na encarnação atual, seja para a continuidade dos trabalhos não concluídos ou levar a pensar os céticos.



Se Deus nos manda médiuns e curadores de todas as religiões para curar os doentes, então, no futuro não vamos precisar mais da medicina. Basta procurar a cura espiritual, e vamos economizar tempo e dinheiro para ter nossa saúde de volta... (Ana Luiza)


Não é tão simples assim, prezado ouvinte. Temos hoje a ciência médica, capaz de realizar verdadeiros prodígios. Mas, se remontarmos à história, vamos perceber que os primeiros médicos do mundo eram os feiticeiros, os pajés, os xamãs - os médicos das tribos primitivas. Ao lado dos rituais para pedir ajuda, eles acabaram descobrindo os primeiros medicamentos nas propriedades medicinais das plantas e de outros elementos da natureza, orientados por instrutores espirituais.


Ao longo de alguns pesquisadores localizaram plantas com propriedade medicinais, que foram usadas em diversas épocas por comunidades primitivas. Pois, foi dessas práticas, que o homem aprendeu com a natureza ou foram inspirados por Espíritos versados em medicina, que surgiu a ciência médica que, aos poucos, foi se desligando dessa dependência exclusiva do plano espiritual para se tornar uma ciência humana.


No tempo de Jesus, por exemplo, há cerca de 2 mil anos atrás, no seio de seu povo, que prestígio tinha a medicina? Naquela época, em que as terapias médicas ainda eram muito incipientes e o povo não tinha dinheiro para se tratar ( pois a medicina só atendia aos ricos), procurava-se atendimento nas congregações, nas igrejas, nos lideres religiosos e nos curandeiros, como ainda acontece em determinadas regiões. Até há bem pouco tempo atrás, era precaríssimo o atendimento medico no Brasil e só agora, nos últimos anos, é que vemos despontar a medicina social, abrangente, endereçada ao povo – tanto a medicina preventiva, quanto a curativa.


No entanto, apesar do extraordinário progresso da ciência e da prática médicas, nos últimos 20 ou 30 anos , ainda existem as formas alternativas de tratamento de cura, e uma delas é a espiritual, que não funciona mais como a principal, mas apenas como acessório ou complementar. Portanto, as curas espirituais, hoje, não são mais a regra geral, mas elas ainda servem para despertar o homem para sua espiritualidade, sem a pretensão de substituir a terapia médica, que continua sendo a que efetivamente trabalha pela saúde da população. O Espiritismo vê na medicina humana o principal instrumento de preservação da saúde, resultado de um trabalho insistente que vem sendo feito há milhares de anos sobre o Planeta.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

NÃO É POR ACASO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Lembra daquela vez em que você, em meio a um sentimento de angústia e aflição diante de fatos que lhe marcavam a vida, abriu um livro com conteúdo espiritual e o texto lido parecia lhe oferecer o conforto ou o esclarecimento de que se sentia necessitado? Mera coincidência foi a primeira conclusão que lhe ocorreu. Algumas passagens envolvendo personagens dos livros escritos pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier mostram que não foi o que você deduziu. Na obra OS MENSAGEIROS (35, 1944,feb), por exemplo, o autor reporta-se a curiosa reunião por ele testemunhada juntamente com numerosos desencarnados no modesto lar de Dona Isabel, pobre viúva e seus três filhos – duas moças e um rapazinho. Pratica mantida regularmente pela família, consistia na leitura e reflexão sobre o tema sugerido pelo Novo Testamento. Descrevendo a dinâmica estabelecida, André Luiz diz que, a certa altura, após uma das meninas ter lido notícia de jornal leigo reportando o suicídio de jovem em bairro distante, Dona Isabel, abriu o livro sagrado, “como se estivesse procedendo ao acaso, mas, em verdade, eu via que Isidoro (marido desencarnado), do nosso Plano, intervinha na operação, ajudando a focalizar o assunto da noite”. No OBREIROS DA VIDA ETERNA ( capítulo 11,1946, feb), relata a visita ao lar de uma senhora ligada à Igreja Presbiteriana, acamada por doença cardíaca, onde a mesma, intuída pelo Instrutor Jerônimo, solicita a uma de sua filhas lhe pegasse a Bíblia. Após assumir posição para a leitura, segurou firme o livro e, sem que percebesse o Benfeitor Espiritual Jerônimo ajudou-a a abri-lo, em determinada parte cujo conteúdo lhe infundisse bom ânimo. Na mesma obra, capítulo 16, visitando o lar de Fábio, outro candidato a desencarnação próxima, narra pequena reunião familiar à beira do leito em que o rapaz se mantinha acomodado por imposição da enfermidade que o consumia, e, abrindo o Novo Testamento, sem que notasse, foi auxiliado pelo pai (já desencarnado) encontrando versículo condizente com suas necessidades no momento. No ENTRE A TERRA E O CÉU (capítulo 31,1954, feb), André Luiz fala sobre pequena reunião de estudo evangélico no lar de Antonina, entre ela, os filhos, e um visitante convidado, Sr Mário Silva, que, solicitado, ao abrir o volume do Novo Testamento colocado em suas mãos, sem que notasse também foi influenciado pelo Espírito Clarêncio para a descoberta do texto adequado. Assistindo a uma reunião mediúnica descrita no capítulo 16 do NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954, FEB), conta que após a prece de abertura, foi lido um texto edificante de livro doutrinário, em cuja escolha preponderou a influência do Espírito Gabriel sobre o orientador da casa. Por fim, no capítulo 20, acompanhando visita ao lar de lar de Anésia, observou que uma simples prece proferida por ela, atraiu vários desencarnados sofredores carentes de entendimento pela ligação com as preocupações materiais, como solicitando medicação. Observa André Luiz que, após a oração, “ao abrir precioso livro de meditações evangélicas, acreditando agir ao acaso, encontra um tema, na verdade escolhido pela Amiga Espiritual Teonília, que lhe vigiava bondosa os movimentos, notando, com surpresa que o texto se reportava à necessidade de trabalho e perdão”. A resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, contudo, esclarece que “os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e atos mais que imaginamos, invariavelmente, nos conduzindo”. Pelos exemplos aqui agrupados, fica evidenciado que não existem mesmo acasos.

Gostaria que vocês me respondessem se as “curas espirituais”, feitas pelos médiuns, não são apenas conseqüência do chamado “efeito placebo”. (Alexandre)


Primeiramente, vamos explicar o que é “efeito placebo”. Uma pessoa queixa-se de uma forte dor de cabeça. Alguém lhe dá um comprimido, dizendo que se trata de um remédio infalível e que, portanto, a dor passará em seguida. E é o que realmente acontece: logo após tomar o comprimido, a dor passa e a pessoa se sente aliviada. Acontece que ela não sabe que o comprimido, que tomou, não tem nenhum princípio ativo. Era apenas um comprimido de farinha.


Casos, como esse, realmente existem. Aliás, uma pesquisa realizada na Universidade de Michigan, Estados Unidos, demonstrou que esse tipo de procedimento funciona, para algumas pessoas mais do que para outras. Geralmente, dizemos que o efeito do comprimido foi psicológico, pois ele não continha nenhuma substância que pudesse agir no organismo para tirar a dor. No entanto, a dor passou. Os neurocientistas, nesse estudo, verificaram que, após a ingestão do comprimido, um determinado núcleo do cérebro do paciente, chamado “núcleo accumbens”, liberou um neurotransmissor chamado dopamina, associado ao bem-estar.


Não é difícil concluir que houve uma espécie de cura ( ou seja, alívio do sintoma, já que não sabemos qual a causa da dor de cabeça) e que o desaparecimento do sintoma de dor foi provocado pelo fato de o paciente acreditar no efeito do suposto medicamento. Isso nos leva a concluir que “acreditar” ou “ter fé” , de fato, funciona. E, assim como funcionou para tirar a dor de cabeça, poderia funcionar também para causar o efeito contrário - ou seja, causar a dor de cabeça, se a pessoa acreditar que determinado comprimido pode causá-la. É o poder mental do individuo – ou seja, o poder do pensamento.


O pensamento, quando fortalecido pela fé e pela vontade, aciona o cérebro, assim como os nossos dedos acionam o teclado do computador. Acionando o respectivo núcleo cerebral, acaba provocando um mecanismo próprio para eliminar a dor, através da liberação do neurotransmissor. Portanto, esse fenômeno já está provado pela ciência, e nós acreditamos que, em toda cura – seja a cura promovida pela medicina ou mesmo por um médium – esse componente da “fé” é fundamental. Às vezes, como no placebo, pode ser decisivo. Entretanto, isso não quer dizer que toda “cura espiritual” se limita apenas ao efeito placebo.


Há estudos, inclusive feito por universidades, mostrando, o efeito da prece em pacientes cardíacos, em casos em que os pacientes não sabiam que estavam se submetendo à pesquisa. Um desses estudos foi realizado recentemente na Universidade de Brasília e consistiu no seguinte: um grupo de pacientes recebia preces, feitas à distância, e o outro grupo não recebia. Nenhum deles sabia que essas preces estavam sendo feitas. Durante esse período de semanas e meses, os médicos acompanharam os dois grupos de pacientes cardiopatas e, ao final, verificaram que o grupo de pacientes que recebeu as preces intercessórias demonstrou maior capacidade de recuperação.


Casos, como esse, não podem ser atribuídos simplesmente ao efeito placebo, pois o efeito placebo implica necessariamente em que o paciente se convença de que será curado ou desaparecerão os sintomas desagradáveis da doença. Também não podem ser consideradas apenas efeito placebo as curas, que se realizam em bebês, por exemplo. A Doutrina Espírita, no entanto, afirma que a fé é um componente importante nos processos terapêuticos, tanto no tratamento médico quanto no tratamento espiritual, pois todos nós trazemos conosco um mecanismo eficiente de autocura, de que somos dotados.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A IMPORTÂNCIA DE MUDAR DE FOCO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Absorvida nas preocupações do dia a dia, a criatura humana somente mergulha em reflexões mais transcendentes ante o impacto da dor física ou moral. A morte de alguém muito próximo é uma das mais perturbadoras. Seja para quem fica, seja para quem vai. O problema está presente em todas as épocas e Civilizações. No número de julho de 1862, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz uma mensagem assinada pelo Espírito de Verdade, cujo conteúdo é muito pertinente à essas considerações iniciais. Diz ele: -“Um homem passa pela rua. Uma telha lhe cai aos pés. Ele diz: -“Que sorte ! Um passo mais e eu estaria morto”. Em geral é o único agradecimento que envia a Deus. Entretanto, esse mesmo homem, pouco tempo depois, adoece e morre na cama. Porque foi preservado da telha, para morrer alguns dias após, como toda gente? Foi o acaso, dirá o incrédulo, como ele próprio disse: Que sorte!. Para que, então lhe serviu escapar ao primeiro acidente, se sucumbiu ao segundo? Em todo o caso, se a sorte o favoreceu, o favor não durou muito. A essa pergunta o Espírita responde: A cada instante escapamos de acidentes que, como se costuma dizer, nos deixam a dois dedos da morte. Não vedes nisso um aviso do céu, para vos provar que a vida está por um fio, que jamais temos certeza de viver amanhã e que, assim devemos estar sempre preparados para partir? Mas, que fazeis quando ides empreender uma longa viagem? Tomais disposições, arranjais os negócios, muni-vos de provisões e de coisas necessárias para o caminho; desembaraçai-vos de tudo quanto pudesse atrapalhar e retardar a marcha. Se conheceis a terra para onde ides, se lá tendes amigos e conhecidos, partis sem receio, certos de serdes bem recebidos. Caso contrário, estudais o mapa da região, e arranjais cartas de recomendação. Suponde que sejais obrigados a empreender essa viagem no dia seguinte, que não tendes tempo de fazer preparativos, ao passo que se estivésseis prevenidos com bastante antecedência, teríeis disposto todas as coisas para vossa utilidade e vossa conveniência. Então! Todos os dias, estais expostos a empreender a maior, a mais importante das viagens, a que deveis fazer inevitavelmente; e, contudo, não pensais nisto mais do que se tivésseis de viver perpetuamente na Terra!. Em sua bondade, Deus cuida de vós, advertindo-vos por numerosos acidentes, aos quais escapais, e só lhe tendes esta expressão: Que sorte! Espíritas, sabeis quais os preparativos a fazer para essa grande viagem, que tem para vós consequências muito mais importantes que todas as que empreendeis aqui na Terra, porque da maneira por que ela se realizar depende a vossa felicidade futura. O mapa que vos dará a conhecer o País onde ides entrar é a iniciação nos mistérios da Vida Futura. Por ela o País não será desconhecido para vós; vossas provisões são as boas ações que tiverdes realizado e que vos servirão de passaporte e de cartas de recomendação. Quanto aos amigos que lá encontrareis, vós os conheceis. É dos maus sentimentos que vos devereis desembaraçar, pois infeliz é aquele a quem a morte surpreende com ódio no coração como alguém que caísse na água com uma pedra atada ao pescoço, e que o arrastaria para o fundo. Os negócios que deveis por em ordem é o perdão àqueles que vos ofenderam; são os erros cometidos para com o próximo e que urge reparar, a fim de conquistardes o perdão, pois os erros são dívidas, de que o perdão é a quitação. Apressai-vos, pois, que a hora da partida pode soar de um momento para outro e não vos dar tempo para reflexão. Em verdade, vos digo: a telha que cai aos vossos pés, é o sinal a vos advertir, para estardes sempre prontos a partir ao primeiro sinal, a fim de não serdes tomados de surpresa”.


Quando Jesus diz para não julgar ninguém, ele quer dizer que nunca devemos criticar e, por isso, devemos aceitar tudo como está para ver como é que fica?

Nada disso. Quando Jesus recomenda “não julgar”, ele está se referindo ao hábito que temos de nos imiscuir na vida dos outros, sem sermos chamadas.

Por exemplo, falo mal do vizinho, porque o vizinho praticou um ato que eu desaprovo ou considerado errado. É claro que eu posso até estar certo quanto ao julgamento do ato em si, mas não me compete julgar o vizinho, se eu não tenho nada com isso e também não posso ajudá-lo.

O “não julgar” é, portanto, uma forma de condenar as fofocas e os comentários inconseqüentes, que se espalham com muita facilidade e só servem para denegrir a imagem das pessoas.

Esse costume de “falar dos outros” é o que conhecemos por maledicência. Tem um grave componente de irresponsabilidade da parte de quem fala, pois, pode ter conseqüências graves.

Todos sabemos que as más notícias se propagam muito depressa e, às vezes, um comentário desse tipo pode acarretar graves problemas.

Além do mais, nenhum de nós fica satisfeito quando recebe esse tipo de crítica. E, é claro, o que não queremos para nós, não devemos querer para os outros.

Chama-se indulgência a virtude de compreender as limitações e as fraquezas dos outros, sem divulgá-las.

Quanto à crítica em si, com certeza, ela não pode deixar de existir. Mas somente se obedecer a dois requisitos.

Primeiro, se é verdade; segunda, se é útil, ou seja, se vai beneficiar alguém ou a sociedade.

N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, lemos que não devemos criticar apenas pelo prazer de criticar.

Devemos criticar quando a crítica servir para alguma coisa útil, quando uma providência se torne necessária e, às vezes, urgente.

Se o erro só prejudica quem errou, não há por que se comentar esse erro com os outros.

Mas, se o erro compromete outros, a nossa intervenção torna-se um dever, pois não podemos permitir que muitos se tornem suas vítimas.

Jesus é o maior exemplo de crítica construtiva. Ele não ficou calado, quando teve de falar, mas calou quando não percebeu que não devia falar.

Criticou, principalmente, os fariseus, em razão dos males que causavam ao povo. Mas jamais ele criticou em defesa de si próprio, nem mesmo na hora da condenação.

Sempre falou pelo seu ideal e pelo bem dos outros, principalmente dos fracos e abandonados, dos pobres e das vítimas de preconceitos.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

INTERESSANTE LEITURA ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Entre as dezenove experiências de regressão de memória a encarnações passadas, inseridas pelo engenheiro frances Albert De Rochas no livro VIDAS SUCESSIVAS, publicado em 1911 (no Brasil em 2005, pela Lachâtre, chama a atenção a de número 8. Na verdade, foi desenvolvida por um amigo de nome Bouvier que testemunhara algumas de suas inusitadas investigações no inconsciente profundo de alguns voluntários entre 1892 e 1910. Identifica, por razões compreensíveis, apenas pela inicial J. a pessoa estudada, informando ter ela formação certificada de ensino secundário; ser casada com um militar; mãe de uma menina de 4 anos; de saúde delicada. Quanto aos critérios por ele adotados e observações feitas, Bouvier explica: 1- a cada pergunta, permanecia sempre a personalidade do momento, sem hesitações.2- Frequência: vários dias, com várias semanas de intervalo, sem respostas contraditórias, revelando em certos casos detalhes, revivendo o momento preciso da existência acessada no passado. 3- Detalhes : ao atingir os dois anos de idade, a fala tornava-se mais difícil, com um ano, quase nada ou pouco falava; mais jovem, parecia mamar ou gemer; 4- no período pré-nascimento, no ventre materno, curvava-se sobre si mesma ao atingir o quinto mês; aos quatro uma leve descontração; aos três meses, o corpo inclinava-se muito para trás, os membros descansados numa completa inércia. 5- antes da concepção – no momento em que o Espírito ainda está no espaço, faz esforços para subtrair-se à força irresistível que parece atraí-lo; recuando ainda mais no tempo, responde sobre o que faz, qual seu modo de existência até o momento em que novamente retoma o corpo que anteriormente abandonou para entrar numa outra vida, assumindo a mesma atitude quando induzida a penetrar no ventre materno. 6 - fisionomia alterada de acordo com a personalidade, bem como a fala, o tom, procedimentos diferentes sensivelmente do tom e dos gestos de mulher; o mesmo ocorrendo quando passa pela fase da infância. Considerando a existência atual como “Primeira vida”, recua 18 anos, quando teria terminado o que chama de Segunda vida, personalidade feminina, chamando Marguerite Duchesne, filha de Louis Duschene, morta aos 25 anos, em 1860, por doença respiratória, iniciada quando da morte em Briaçon, do jovem soldado Louis-Jules Martin, por quem se apaixonara. Aprofunda-se mais, recuando 55 anos, onde se interrompe a Terceira vida Jules Robert; morto aos 45 anos, em 1780, em Milão, Itália, onde trabalhava talhando mármore para um escultor chamado Paoli, especializado em reproduções de obras de arte para o Vaticano. Menos 35 anos, surge a Quarta Vida Jenny Ludovic; desencarnada aos 30 anos, em 1702, casada com Auguste Ludovic, mãe de dois filhos, , moradora de Plouermel; dedicada a cuidar do lar. Voltando 157 anos, ressurge a Quinta Vida Michel Berry; morto aos 22 anos, em 1515, em consequência de ferimento causado em batalha por golpe de lança, em luta pelo Rei da França, Francisco, contra os suíços. Menos 191 anos, a Sexta Vida Mariette Martin; morta aos 20 anos, em 1302, em Vannes, onde atuava como professora, residindo na casa de seu futuro marido, Gaston, morto em acidente ao ser esmagado pelo próprio cavalo. Menos 272 anos, a Sétima Vida Irmã Marthe – morta aos 87 anos, em 1010, sob o reinado de Roberto II, tendo exercido a função de Abadessa em Convento ligado à Companhia de Jesus. Menos 474 anos, a Oitava Vida Carlomée, chefe guerreiro franco, cegado ao ser capturado por Átila, em Charles- Sur-Mane, por volta do ano 449, descrevendo ritos de adoração a Théos incluindo sacrifícios humanos. Menos 139 anos, a Nona Vida Esius – Morto queimado aos 40 anos; no ano 279, tendo exercido a função de guardião do Imperador Probus, em Roma, ao qual servia na expectativa de mata-lo por ter-lhe tomado a filha Florina, ação impedida por ter sido descoberto antes. Avança e encontra a Décima VidaIrisée – Viveu por volta do ano 100, num país chamado Imondo, ocupando-se, aos 26 anos, em colher flores para um padre de nome Ali dedicado a oferendas e sacrifícios a dois deuses consagrados à prece, de nome Abrahim e José. Décima Primeira Vida – Criança, morta aos 8 anos. Além das observações do Sr Bouvier, chama a atenção alguns detalhes: 1- Nos quase dois mil anos recuados, a pessoa que estava sendo submetida às regressões, teve apenas 11 encarnações. 2- Os intervalos entre elas, aparentemente eram maiores quanto mais recuada no tempo. 3- Alternaram-se a condição masculina e feminina, com predominância desta. 4- Apenas uma vez na sequência observada, a condição masculina foi subsequente. Os relatos das diferentes personalidades acessadas, preservados no livro são instigantes, oferecendo matéria para outras interessantes cogitações aos estudiosos do assunto.


Uma mãe jovem, que não assume seu filho, desaparece, e deixa o filho para a avó criar, será que ela não veio ao mundo para ser mãe? Ou será que ela veio deixar com a avó o filho que essa avó abandonou no passado e agora precisa criar?


Não sabemos não podemos saber. Podemos, até, levantar algumas hipóteses, como essas que você levanta, mas, na verdade, não sabemos. É claro que a responsabilidade de criar o filho deve ser primeiramente da mãe e do pai. E onde está esse pai que você nem cita? Com certeza, se há erros, não deve ser somente da mãe. Logo, a questão é mais complexa do que imaginamos.


Hoje, a mãe adolescente é um problema social, pois não se trata de um caso ou de outro, isolados, mas de um fenômeno que vem acontecendo muito em toda a sociedade, gerando um problema de educação para as crianças que estão nascendo. É claro que os Espíritos, de um modo geral, necessitam reencarnar, mas não precisaria ser dessa maneira. Se esses Espíritos pudessem nascer num lar estruturado, com pai e mãe por perto, com certeza teriam muito mais chances de se educarem e aproveitarem esta encarnação para seu desenvolvimento.


O fato é que as pessoas, principalmente os mais jovens, desconhecem o sentido da vida, não sabem e nunca refletiram sobre o papel que devem desempenhar no mundo, e acabam se envolvendo em problemas e mais problemas, que bem poderiam ser evitados. Mas a culpa não é só deles; é principalmente dos adultos e da sociedade, que não estão sabendo lidar com a juventude, porque deixaram de agir nos momentos propícios, quando eles eram crianças. Quando não educamos bem nossos filhos, mais tarde, seremos exigidos para educar os netos.


Todavia, diante dos problemas, que já existem, não adianta muito ficarmos atribuindo culpa a um e a outro. No fundo, todos somos culpados, a sociedade é culpada. Mas, para mudar a sociedade precisamos começar a mudar o homem através da educação, para resistir às mudanças negativas e trabalhar para a implementação de medidas positivas, visando à moralização da família e de todas as instituições sociais.


Geralmente, a mãe que não cria e educa seu filho, é muito jovem e só mais tarde é que vai despertar para o problema, mas, desde que a criança tenha uma avó para cuidar, não nos interessa muito por que essa avó ficou com tal incumbência, mas, sim, se ela está cuidando bem da criança e fazendo aquilo que a mãe não sabe ou não quer fazer. Em muitos casos, os avós têm mais consciência das necessidades da criança do que suas próprias mães, apesar dos muitos anos que os separam da nova geração, e isso, com certeza, será levado em conta em sua evolução espiritual.