Quando Allan Kardec ouviu do Espírito da Verdade na resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS que a “influência dos desencarnados sobre nossos pensamentos e atos é muito maior que imaginamos e invariavelmente são eles que nos conduzem”, dava importante passo para concluir ser isso possível pela condição de médium ser inerente à condição humana, manifestando-se de forma ostensiva ou mantendo-se latente, por vezes, por uma existência inteira. Hoje, se sabe que essa percepção, conforme dito pelos Espíritos é possível graças a uma das funções da epífise, uma diminuta glândula situada internamente no centro de nossa cabeça, conhecimento, por sinal, de domínio de escolas religiosas do passado, como as da Índia, do Egito ou da África. Kardec associando a revelação às evidências observadas, apresenta n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, a obsessão definida por ele como a influência maior ou menor dos Espíritos desencarnados sobre nossa Dimensão, o que explica inúmeros registros até então incompreensíveis feitos ao longo da história da Humanidade. Na referida obra, encontramos uma classificação genérica sobre os tipos de obsessão, observadas em três níveis os quais abrangem uma infinidade de comportamentos individuais ou coletivos: obsessão simples, fascinação ou subjugação (chamada possessão em algumas manifestações religiosas). Embora a fascinação e a subjugação possam ser a justificativa de inúmeros atos socialmente inexplicáveis na atualidade, como suicídios, homicídios, radicalismos ideológicos - político e religiosos -, a obsessão simples é a mais comum produzindo vítimas a todo momento pela vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, distanciadas da imunidade resultante dos pensamentos equilibrados pela ligação com propostas filosófico/religiosas mais espiritualizadas. Espiritualidade hoje é definida como um clima resultante de esforços e ações no nosso mundo interior almejando a conquista e preservação do equilíbrio. A exposição à vivência predominantemente do nosso lado sensorial no liga às influências de inteligências afins com a mesma busca. Alertam algumas obras ilustradas do Espírito André Luiz, existirem algumas áreas ou formas de contágio, não imaginados pela maioria das pessoas. Alinhamos a seguir, as principais: 1 - RUA - É repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em circulação, não só as colônias de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem”. 2 - AMBIENTES - Doméstico - “Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento”. “Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. “Os viciados nas sensações fisiológicas encontram nos elementos desintegrados pelo cozimento, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal, já que mais de setenta porcento da alimentação comum, o encarnado capta pelos condutos respiratórios”. Casas Noturnas - “O ambiente sufocava. Desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à medida que avançávamos. No salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava (...). A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos, não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da musica inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. 3 - Sono físico - “A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre, se acham nas zonas de contato com o Plano Espiritual e a maior percentagem desses semi libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração. Neles, muitas vezes, se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes crimes tem nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas”. “Através das correntes magnéticas suscetíveis de movimentação, quando se efetua o sono dos encarnados, são mantidas obsessões inferiores, perseguições permanentes, explorações psíquicas de baixa classe, vampirismo destruidor, tentações diversas”. “Muitas vezes, a mente obsidiada arquiva ordens e avisos do obsessor durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos, sem o controle da nossa consciência de limiar, ordens e avisos que a pessoa obsessa atende, de modo quase imediato..
Quando eu era criança meus pais me ensinaram a seguir os princípios da Igreja, mas no começo era apenas fé, depois veio a dúvida e por último a descrença. Tenho várias dúvidas sobre o que a religião ensina e uma que me chamou atenção foi sobre a ressurreição da carne, porque não posso compreender que, na era científica em que estamoos, isso seja possível de conceber, embora a Bíblia fale sobre a ressurreição de Jesus.
Seu questionamento procede. Contudo, ainda não percebemos que a maioria das pessoas estejam preocupadas com isso. A religião, de um modo geral, durante séculos, ensinou a submissão a uma fé passiva e cega, arvorando-se como intermediária entre Deus e os homens, e condenando quem se dispusesse a desvendar a vida além da morte, terreno sagrado e proibido.
Criando essa barreira inviolável, ela veio ditando suas verdades, condicionando seus seguidores às práticas litúrgicas, que falam apenas à imaginação e à emoção, dispensando o bom senso e a razão, para que não tivessem tempo de questionar o que realmente acontece ao homem, depois desta vida.
Pelo que sabemos a crença na ressurreição dos mortos, embora já fosse cogitada por outros povos, não existia ao tempo de Moisés e dos profetas, nas primeiras fases da religião hebraica. Ao que tudo indica, o povo hebreu herdou esse conceito da religião persa.
Os hebreus, povo ao qual pertencia Jesus, ficou muito tempo sob o domínio político dos persas, que embora não tenha o pior período para o povo dominado, deixou para ele dominado algumas heranças culturais.
Logo, a “ressurreição dos mortos” procede da religião persa. Alguns séculos antes de Cristo o Zoroastrismo, primeira religião revelada, já concebia a existência de duas forças antagônicas no universo: representadas pelo deus do bem e pelo deus do mal em constante conflito.
Esta religião ensinava que, ao final dos tempos (concepção de fim do mundo), os mortos seriam ressuscitados para o julgamento final.
Durante os séculos em que os hebreus estiveram sob o domínio do imperador Ciro, eles receberam a influência dessa religião e acabaram com o tempo a adotar concepções semelhantes, de onde surgiram as ideias da ressurreição dos mortos, do juízo final, de Deus e do demônio.
Para o Espiritismo era natural que o ser humano buscasse explicação para vida humana e quisesse saber o que aconteceria ao homem depois da desta vida, levando em conta os méritos e os defeitos de cada um.
Foi assim que, depois da igrejeificação do cristianismo, principalmente a partir do primeiro quarto do século IV da era cristã, tais concepções que, na época, satisfaziam a maioria, continuaram sendo objeto de crença.
Evidentemente não é o que pensa o Espiritismo, que surgiu no século XIX de nossa era, e que exigia para tais questões mais do que uma fé simples e ingênua, mas uma base de conhecimento assentada na razão.
Allan Kardec, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, refuta essa a crença na ressurreição do corpo, porque ela contraria frontalmente os mais elementares princípios da ciência e, portanto, não tem sustentação racional.
Para a doutrina espírita, a ressurreição, inclusive aquela a que Paulo de Tarso de refere em suas cartas, é ao ressurgimento do ser humano em espírito e não no corpo que a natureza decompôs.
A doutrina explica também que o “corpo espiritual”, a que Paulo de refere na primeira carta aos coríntios, é o que Allan Kardec chamou de “perispírito”, que é o corpo em que o homem ressurge no mundo espiritual após a morte, e o mesmo com que Jesus se apresentou às pessoas depois de sua execução na cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário