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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

POR CAMINHOS INUSITADOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A jovem modelo Reine de 18 anos, aparência de 15, contratada pelo pintor Corneille por alguns meses, por indicação de um escultor amigo, sentindo-se interessada por uma bola de cristal de cinco centímetros de diâmetro decorando a escrivaninha do “atelier” do artista, ouviu dele que se fitasse a mesma por alguns minutos, conseguia-se a concentração mental e, algumas pessoas entravam em estado de transe, enquanto outras chegavam a ter visões misteriosas. Tendo levado a bola para casa para confirmar a veracidade da informação, devolveu-a frustrada ante o insucesso, participando, meses depois, com Corneille de uma experiência de “inclinação da mesa” ante o interesse da moça pelos assuntos paranormais, apesar de seu total desconhecimento sobre fenômenos espirituais. Após quase uma hora de tentativas, sem sucesso durante a maior parte do tempo, praticamente desistindo da experiência, em sua mente fulgurou uma ideia estranha para que voltassem à mesa, obtendo os primeiros movimentos involuntários da mesma, surgindo através dos toques ritmados, a orientação para que hipnotizasse Reine, o que fez após ante a insistência dela pelas explicações que dera sobre o fenômeno. Nas semanas seguintes, outras tentativas com a mesa, conduziram ao transe da hipnose, resultado conformado por um alfinete espetado no musculo do braço da moça pela reação do globo ocular ao erguer-lhe a pálpebra. A repetição dos experimentos foi apurando cada vez mais a sensibilidade de Reine e a autoconfiança de Corneille, certificando-se este da impossibilidade de qualquer interferência telepática ou do inconsciente dela. Inúmeras reuniões depois, mesclando a atividade com a mesa, a auto hipnose de Reine, fixando a bola de cristal; a indução através da energização pela palma da mão de Corneille; a convivência da jovem em desdobramento com entidades espirituais de vários tipos, assumiu o comando dos trabalhos o Espírito Vetterini que nos bastidores da invisibilidade conduziria as vivências no Plano Extrafísico. Resumindo algumas das informações oferecidas por Reine, destacamos: 1- Vencidas os ímpetos de medo, Reinne foi transportada, a princípio pelos céus de Paris e, depois, em peregrinações auto-induzidas, por varias zonas espirituais, uma das quais abrigando grande número de Espíritos evoluídos até o grau médio e, noutra oportunidade, em uma Esfera espiritual superior à anterior. 2 – Percebia, em suas saídas, o corpo astral das pessoas comuns, diferentes quanto à densidade, coloração, atitude, etc, de acordo com a personalidade de cada um, comentando que o caracterizado pela cor vermelha é de natureza inferior, próximo da matéria densa; e aquele em oposição a este, tendia para o azul ou para branco e parecia bem sutil, tratando-se de corpo astral de categoria elevada. No caso dos animais percebeu que uma espécie de luz os envolve, mas, totalmente diferente da dos homens. 3- Sempre supervisionada pelo Espírito Vetterini, Reinne descobriu que os Espíritos quando querem se mostrar às pessoas, assumem a aparência material da época em que viveram na Terra, para serem reconhecidos e, nas materializações, retiram do corpo carnal do médium os elementos necessários para produzir a forma que pretendem assumir, graduando-se o realismo proporcionalmente à quantidade de substância tomada do objeto concreto existente. 4- Sobre a reencarnação, aprendeu que a relação sexual é, de fato, a armadilha pela qual o Espírito é aprisionado inconscientemente, os mais atrasados; e conscientemente, o mais elevado; que durante 2 ou 3 meses após a concepção, o Espírito é relativamente livre e é bem raro ele vir visitar o próprio corpo que está sendo construído no ventre da mãe; frequência intensificada à medida que o tempo passa, imprimindo suas características ao corpo em formação, modelando-o dissimuladamente de acordo com seu desejo, fixando-se quase por definitivo aí pelos 7 meses. No caso dos Espíritos inferiores, instalam-se governados por uma força mais elevada, podendo ficar acomodados como debaterem-se como numa armadilha, tentando escapar frequentemente, voltando ao corpo semente 2 ou 3 a meses antes do parto. 5- Respondendo sobre a morte, Vetterini, revelou que ainda que ocorra de forma repentina, é coisa prevista, determinada pela Providência para apressar a evolução do Espírito de certas pessoas que não estão acompanhando o processo normal de desenvolvimento e precisam transmigrar repetidas vezes para este mundo. Afirmou não haver nenhuma morte por acaso, sempre ocorrendo sob condições determinadas, em dia e hora predeterminados”. As experiências desenvolvidas entre Reinne, Corneille e Vetterini, estenderam-se de dezembro de 1912 a dezembro de 1913, produzindo rico material para reflexões e pesquisas.


Se Deus é bom, por que os bons sofrem? Nas novelas de televisão, tudo fica resolvido no final: os bons são recompensados e os maus são castigados.. Mas, na vida real, não é assim que funciona. Nunca chega um momento que tudo se resolve, que os bons estão satisfeitos e maus na cadeia. Gostaria de um comentário. ( Emílio Dalbuin Pereira)


Os romances, os filmes e as novelas, caro Emílio, são obras de ficção de escritores que anseiam pela vitória do Bem, da Verdade e da Justiça, como todos nós. Assim fazendo, eles deixam uma mensagem de esperança, para que não desanimemos diante das adversidades da vida, que não são poucas. A realidade, porém, quase sempre é diferente, pois, as mais das vezes, sempre que termina um problema aparece outro.


Todos nós buscamos a felicidade. Entretanto, como estamos em patamares diferentes de evolução, nem todos trilham o caminho do bem, e acabam, muitas vezes, se prejudicando nesta vida. Não é, evidentemente, o que queremos. Gostaríamos que todas as pessoas fizessem boas escolhas e todas se dessem bem na vida. É o que ansiamos, é o que desejamos. Os romances, filmes e novelas geralmente mostram a vitória do bem, justamente porque acreditamos nele.



Todavia, a Doutrina Espírita nos esclarece que todos nós, indistintamente, caminhamos para Deus. Assim, chegará o momento em que o mau sentimento dará lugar ao bom sentimento, ou seja, que o mau se tornará bom, pois ninguém está perdido. Seria subestimar o poder e a sabedoria de Deus achar que alguns se perderão. Ora, por que Deus cria alguns de seus filhos para a perdição? Nenhum pai humano faria isso, quanto mais Deus, que é o Pai Perfeito”!...


Desse modo, o que as obras literárias retratam, no fundo, é essa ansiedade de buscarmos Deus, que é o estágio mais elevado de nossa felicidade. O mal é passageiro, porque ele é apenas a ausência do bem, assim como a sombra é a ausência da luz. Quando os bons forem mais ousados – disseram os Espíritos a Kardec – o Bem prevalecerá sobre a Terra, e a humanidade vai conhecer uma fase de real felicidade.


Por outro lado, Emílio, porque não atingimos essa condição, o mal prevalece na Terra. E é por isso que os bons sofrem. Muitos bons sofrem, porque voltaram para resgatar alguns débitos morais que contraíram no passado e, de outras vezes, porque aceitaram compromissos ou missões, através das quais querem deixar belas lições para a Humanidade.



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