A contribuição do médium Chico Xavier para o aprofundamento das questões relacionadas à interação entre as diferentes vidas – a espiritual e a material – está longe de ser totalmente explorada. Especialmente no que tange ao pós-vida, onde as centenas de cartas psicografadas por ele desde os anos 70 de forma mais intensiva, revelam um conteúdo, por vezes, intrigante. É o caso, por exemplo, de Gilberto Teixeira Silva Junior, Sandra Regina Camargo e Luiz Paulo Alves Reis, todos desencarnados por leucemia e que afirmam em suas mensagens terem sido submetidos no Plano Espiritual a tratamentos de hemodiálise. Ou da senhora Maria das Graças Aires, a um mês de dar a luz ao terceiro filho, foi vitima fatal com seus familiares de trágico acidente de trânsito, e que, ao despertar em hospital da outra Dimensão, surpreendeu-se ao ver ao seu lado um recém-nascido, resultado da cesariana a que foi submetida na passagem desta para a outra vida, fato explicado pela familiar que a acompanhava na reentrada no Mundo Espiritual, como decisão motivada pelo intenso desejo acalentado durante toda a gestação de ter mais um filho e, pelo fato do mesmo estar de tal modo formado, que as autoridades que acompanhavam seu processo de resgate de outras vidas, julgaram seus méritos, optando pela consumação do processo de renascimento. Há um manancial de informações a serem estudados, confirmando o que se sabe por citações. Vamos a alguns desses dados: 1- HOSPITALIZAÇÃO – Mauro Lira, 15 anos, atropelamento (“-acordei num hospital-escola”); Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça, 15 anos, parada cardiaca (“-fui transportado para o lar-hospital do REGENERAÇÃO”). 2- CIRURGIAS – Hilário Sestini, 54 anos, infarto do miocárdio ( “um médico que me disse ser companheiro do Dr. Marat Decartes Freire Gameiro, me cirurgiou o tórax); Gabriel Espejo Martinez, 25 anos, meningite fulminante (“um enfermeiro advertiu-me que fora cirurgiado por um médico, o Dr. Mario Gatti”). 3- ESCOLAS – Andreia Lodi, 9 anos, acidente de trânsito (-“estou num grande colégio cercado de jardins”); José Roberto Pereira Cassiano “Shabi”, 23 anos, acidente de transito (achava-me em outra instituição, em outro local. Um hospital-escola, ou melhor, um educandário de recuperação espiritual”). 4- RECOMPOSIÇÃO DOPERISPIRITO ou CORPO ESPIRITUAL – Wellington Ramos Monteiro Rodrigues, 21 anos, acidente de transito (-“posso dizer-lhes que o nosso corpo aqui não está isento dos resultados difíceis que remanescem dos acidentes”). Volquimar Carvalho dos Santos, 21 anos, durante o incêndio do Joelma ( “aqui, surpreendemos companheiros muitos que passam por minucioso tratamento de plásticas regenerativas”). Contudo, o material resultante do trabalho incansável do médium Chico Xavier, ignorado pela maioria dos espíritas, vai se perdendo, visto que as editoras detentoras dos direitos autorais dos livros em que se acham reunidas, entendem que tais obras não tem grande valor comercial por se aterem a mensagens dirigidas a familiares dos desencarnados comunicantes. Ignoram o conteúdo valioso para a confirmação da continuidade da vida, até porque, são assinadas tais mensagens por pessoas conhecidas, cujos endereços encontram-se registrados nos próprios livros em que se acham inseridas. Os dirigentes fundadores das referidas editoras, esquecem-se que o tempo solicitará também deles, a volta ao Mundo Espiritual, deixando para trás um legado de valor incalculável para os que se interessam pela sobrevivência além da morte. Chico Xavier e os responsáveis espirituais dessa produção, certamente devem lamentar os desdobramentos das responsabilidades entregues a esses, outrora leais, cooperadores.
Sirley Dias Caroni pergunta: “Se todos são médiuns, - vocês já disseram isso - então todos podem desenvolver a mediunidade, independente de religião? Então, por que a mediunidade só se manifesta no Espiritismo e não aparece em outras religiões?”
Primeiramente, Sirley, queremos dizer que foi Allan Kardec quem disse que “todos somos mais ou menos médiuns”, independentemente de qualquer condição religiosa, social, ou de qualquer outra ordem.
Afirmar que “todos somos mais ou menos médiuns” significa reconhecer que a mediunidade é uma faculdade comum a todos os seres humanos, ou seja, própria de cada pessoa e não circunscrita ao Espiritismo, como muitos acreditam.
No entanto, ela está nas pessoas como qualquer outro dom natural também está. Podemos citar outros dons, como a inteligência, a criatividade e a inspiração.
Afirmar que a mediunidade é um dom ou uma faculdade significa que todos nós, de uma maneira geral, podemos manifestar, ainda que discretamente, algum dom mediúnico, mas cada um está em seu próprio nível de desenvolvimento.
O dom mediúnico é a capacidade de receber alguma influência de Espíritos desencarnados, como acontece, por exemplo, nas igrejas, principalmente durante os cultos religiosos.
As obsessões são tratadas entre os evangélicos como possessão do demônio, enquanto no Espiritismo elas podem ser a atuação de Espíritos sofredores.
Existem relatos de fenômenos espirituais dentro dos templos religiosos, por exemplo, e isso deve à existência de médiuns nesses locais.
No entanto, a religião sempre olhou com certeza desconfiança e certo receio para aquele adepto que dizia perceber algo mais que o comum das pessoas percebem.
Os líderes religiosos sempre temeram que alguma revelação ou algum fato espiritual viesse através de seus adeptos, temendo com isso que a religião viesse a perder a autoridade que tinha sobre seus fiéis.
O Espiritismo, ao contrário, descobrindo que a mediunidade não passa de um dom natural, sempre incentivou as pessoas s utilizá-la para o bem.
Não há nada de extraordinário nisso. Em todo lugar sempre houve pessoas que tinham visões espirituais, que anunciavam acontecimentos futuros ou faziam curas.
Disso o Espiritismo não tem nada a temer. Pelo contrário, a revelação de dons mediúnicos, seja dentro de seus redutos ou em qualquer outro lugar, sempre é vista como uma manifestação natural das potencialidades humanas que Deus concedeu ao homem.
Além do mais, você vai encontrar verdadeiras manifestações mediúnicas em pessoas mais simples, como benzedeiras, curandeiros, videntes e outros mais, que sempre existiram desde os tempos mais recuados da história humana.
Desse modo, Sirley, a mediunidade não está restrita ao meio espírita. Ela não pertence ao Espiritismo. Existem mais médiuns fora do que dentro do meio espírita.
A novidade é que o Espiritismo estuda a mediunidade e, por isso, sabe utilizá-la com critério, como uma faculdade natural, recomendando sua utilização apenas para ajudar o próximo, como Jesus ensinou aos seus apóstolos e seguidores.
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