Um conceito ou ideia requer por vezes, mais de um século para destruir estruturas arcaicas, especialmente aquelas impostas à ignorância que se constitui noutra barreira a ser transposta. Os anais da chamada ciência que foi paulatinamente se libertando do jugo da religião nos últimos cinco séculos, estão repletos de casos. Para a proposição do sistema heliocêntrico de Copérnico sepultar o geocêntrico foram mais de cem anos. A Homeopatia de Hahnemann igualmente. As revolucionárias proposições do Espiritismo vão derrubando nos meios mais receptivos, barreiras erguidas pelas sombras dos preconceitos intencionalmente projetados sobre ele.. Um exemplo fica evidenciado num dos livros do Psiquiatra norte americano Brian Weiss que depois de “tropeçar” acidentalmente numa sugestiva evidência da reencarnação durante atendimento de uma paciente que o motivou a escrever o livro MUITAS VIDAS, MUITOS MESTRES, depois de estudar com isenção o assunto em obras disponíveis, tornou-se para muitos referência importante no sentido de tentarem entender seus próprios conflitos Um dos seus livros MUITAS VIDAS, UMA SÓ ALMA (sextante, 2005) é manancial de informações instigantes, nos casos ali relatados. Mas, o que mais chama a atenção é o número de evidências expostas referendando os postulados revelados pelo Espiritismo há mais de um século e meio. O material compilado por ele em seus atendimentos vão ao encontro de muitos dos conteúdos reunidos por Allan Kardec em seus livros. A questão da família ou do grupo social da nossa intimidade, como apregoado pelo Espiritismo que a “parentela baseia-se em relações anteriores”, reencarnando frequentemente num mesmo grupo familiar Espíritos comprometidos entre si a fim de trabalharem pela própria evolução”, se confirma na sucessão de exemplos por ele incluídos no livro. Outro dado importante é a inversão de posição na questão da sexualidade. De uma forma ousada e original, Allan Kardec propôs aos Espíritos algumas perguntas sobre o sexo nos Espíritos, apurando que os “Espíritos, não tem sexo como entendemos, dependendo essa definição dos corpos utilizados por eles nos diferentes programas evolutivos cumpridos na volta às experiências do Plano material. Dessa forma, o Espírito que animou o corpo de um homem, em nova existência, pode animar o de uma mulher, e vice versa, pouco importando enquanto Espirito a partir de certa condição evolutiva, a forma como se apresenta, pois esta dependerá das provas que deve suporta; conceito perfeitamente compreensível em se considerando que o Espírito deve progredir em todos os sentidos adquirindo experiências”. Em vários dos casos reunidos pelo Dr Brian Weiss, as memórias acessadas pelo pacientes em estado alterado de consciência, mostram essa realidade ignorada e, portanto, negada pela maioria. . A contribuição do Dr Weiss naturalmente não vai mudar o mundo até porque inteligências ainda limitadas não conseguem desenvolver grandes raciocínios como o aluno dos cursos primários não entendem formulações mais complexas. Contudo podemos presumir que seu trabalho se soma ao de milhares de outros Espíritos do Senhor que de forma objetiva ou discreta prosseguem trabalhando no Planeta no sentido de redefinir o inconsciente coletivo que, por sua vez, repercutirá sobre a sociedade do futuro não muito distante, abrindo caminho para conquistas no plano individual e coletivo apenas sonhado pelos visionários do passado. Como a plataforma imaginada por um cientista nos primeiros anos do século 20 e que no final do mesmo, com o advento da astronáutica se converteu no poderoso e extraordinário telescópio Hubble que revelou um Universo ilimitado muito além daquele suposto por Nicolau Copérnico, citado no início dessas considerações.
Maristela quer saber o que determina o carma de uma pessoa, o que faz com que ela tenha de se submeter a uma situação de sofrimento durante a vida toda, sem poder se libertar do problema.
A palavra “carma” talvez não seja mais apropriada para dizer o que o Espiritismo pensa a respeito de nosso destino na Terra. Cada um de nós, ser humano e Espírito imortal, reencarna com o objetivo de progredir espiritualmente, de modo que a experiência de vida, por mais difícil que seja, deve servir para descobrirmos o caminho da felicidade. O Mahatma Gandhi – líder espiritual da Índia - disse, certa vez, que a felicidade não é uma meta, mas um caminho. Como encontrá-lo, então? Seguindo as recomendações de Jesus.
O que funciona na vida é a Lei de Causa e Efeito. Mas, além dela, funciona também a nossa decisão, a nossa vontade. Cada erro, que cometemos, tem uma conseqüência desagradável; cada acerto terá uma conseqüência agradável. Disso resulta que , toda vez que erramos, sofremos; e, toda vez que acertamos, colhemos um resultado prazeroso. Há erros e acertos que trazem conseqüência imediata, a médio e a longo prazos, do mesmo modo que há erros que nos fazem sofrer imediatamente e outros que só vão repercutir em nossa vida muito tempo depois, até mesmo em outras encarnações.
É assim que funciona a lei de causa e efeito. No entanto, isso não quer dizer que as conseqüências de um erro não possam ser modificadas. Podem sim, desde que acudamos a tempo. Não existe nada que não possa ser mudado, que não possa ser corrigido. Uma doença, por exemplo. Se essa doença provier de uma falta do passado, não devemos aceitá-la simplesmente; devemos lutar contra ela. É essa luta que pode modificá-la, atenuá-la ou, até mesmo, extirpá-la: depende de nós. Quanto mais esclarecidos a respeito e quanto mais espiritualizados, mais facilmente conseguiremos redirecionar essas doses de sofrimento, a que, no Espiritismo, damos o nome de EXPIAÇÃO.
Na verdade, os Espíritos, que reencarnam na Terra, passam por PROVAS e EXPIAÇÕES. Provas são as experiências difíceis que escolhemos para a experimentar as nossas capacidades ou para aprender a vencer os próprios limites, ganhando uma condição melhor. Expiação, como dissemos, é a conseqüência do erro, que não escolhemos, mas que podemos modificar, se nos empenharmos para isso. Aliás, podemos, até mesmo, transformar uma expiação ( sofrimento decorrente de erros cometidos) em prova, desde que aceitemos o sofrimento com resignação e nos entreguemos à luta para vencer essa experiência.
A vida na Terra é um campo de luta e, sobretudo, uma escola. Aqueles, que lutam com dignidade, mais aprendem. Mas aqueles, que não aceitam os desafios, que se revoltam e se desesperam, inconformados, acabam se atolando ainda mais no sofrimento. Eles se recusam a entender as leis da vida, acham que foram abandonados por Deus e o que esperam ( ou melhor, o que exigem) é que Deus lhes conceda milagres de se libertarem de suas dores. Não compreendendo as leis das vida, fazem o que não devem e sofrem demasiado, até que resolvam a trilhar por outro caminho, ou nesta encarnação mesma, ou numa encarnação futura.
Não há injustiça na Lei de Deus. Fomos criados para a felicidade, mas essa felicidade não é uma concessão gratuita; temos de aprender a encontrá-la em nós, porque, se fosse de graça, não teria valor, por não ter nascido de nosso esforço. O maior prazer da vida é saber que o que somos ou o que temos dependeram somente de nós, de nosso esforço, de nossos méritos. Os Espíritos progridem pelos méritos morais que vão colhendo ao longo de suas encarnações. Portanto, a lei de Deus é perfeita.
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