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terça-feira, 18 de abril de 2023

O MÉTODO DE ALLAN KARDEC; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Lembrando a passagem do dia 18 de abril de 1857, um sábado de manhã em Paris, data em que materializava-se para a Humanidade do Planeta Terra a primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, o início do cumprimento da promessa de Jesus no capítulo 14, versículo 26 do EVANGELHO DE JOÃO, reunimos a seguir informações sobre o método utilizado pelo Codificador do Espiritismo para validar o conteúdo da pioneira obra. As informações são daquele que se ocultaria no pseudônimo Allan Kardec, nome que utilizara em remota encarnação como sacerdote Celta. Conta ele: Numa das reuniões da Sra. Plainemaison, travei conhecimento com a família Baudin, que residia então à rua Rochechouart. O Sr. Baudin me convidou para assistir às sessões hebdomadárias que se realizavam em sua casa e às quais me tornei desde logo muito assíduo. Eram bastante numerosas essas reuniões; além dos frequentadores habituais, admitiam-se todos os que solicitavam permissão para assistir a elas. Os médiuns eram as duas senhoritas Baudin, que escreviam numa ardósia com o auxílio de uma cesta, chamada carrapeta e que se encontra descrita em O Livro dos Médiuns. Esse processo, que exige o concurso de duas pessoas, exclui toda possibilidade de intromissão das ideias do médium. Aí, tive ensejo de ver comunicações contínuas e respostas a perguntas formuladas, algumas vezes, até, a perguntas mentais, que acusavam, de modo evidente, a intervenção de uma inteligência estranha. Eram geralmente frívolos os assuntos tratados. Os assistentes se ocupavam, principalmente, de coisas respeitantes à vida material, ao futuro, numa palavra, de coisas que nada tinham de realmente sério; a curiosidade e o divertimento eram os móveis capitais de todos. Dava o nome de Zéfiro o Espírito que costumava manifestar-se, nome perfeitamente acorde com o seu caráter e com o da reunião. Entretanto, era muito bom e se dissera protetor da família. Se com frequência fazia rir, também sabia, quando preciso, dar ponderados conselhos e manejar, se ensejo se apresentava, o epigrama, espirituoso e mordaz. Relacionamo-nos de pronto e ele me ofereceu constantes provas de grande simpatia. Não era um Espírito muito adiantado, porém, mais tarde, assistido por Espíritos superiores, me auxiliou nos meus trabalhos. Depois, disse que tinha de reencarnar e dele não mais ouvi falar. Foi nessas reuniões que comecei os meus estudos sérios de Espiritismo, menos, ainda, por meio de revelações, do que de observações. Apliquei a essa nova ciência, como o fizera até então, o método experimental; nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão quando resolvia todas as dificuldades da questão. Foi assim procedi sempre em meus trabalhos anteriores, desde a idade de 15 a 16 anos. Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da Humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas ideias e nas crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspeção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir. Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os Espíritos, nada mais sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau, que haviam alcançado, de adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles. O simples fato da comunicação com os Espíritos, dissessem eles o que dissessem, provava a existência do mundo invisível ambiente. Já era um ponto essencial, um imenso campo aberto às nossas explorações, a chave de inúmeros fenômenos até então inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era que aquela comunicação permitia se conhecessem o estado desse mundo, seus costumes, se assim nos podemos exprimir. Vi logo que cada Espírito, em virtude da sua posição pessoal e de seus conhecimentos, me desvendava uma face daquele mundo, do mesmo modo que se chega a conhecer o estado de um país, interrogando habitantes seus de todas as classes, não podendo um só, individualmente, informar-nos de tudo. Compete ao observador formar o conjunto, por meio dos documentos colhidos de diferentes lados, colecionados, coordenados e comparados uns com outros. Conduzi-me, pois, com os Espíritos, como houvera feito com homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores predestinados. Tais as disposições com que empreendi meus estudos e neles prossegui sempre. Observar, comparar e julgar, essa a regra que constantemente segui. Até ali, as sessões em casa do Sr. Baudin nenhum fim determinado tinham tido. Tentei lá obter a resolução dos problemas que me interessavam, do ponto de vista da Filosofia, da Psicologia e da natureza do mundo invisível. Levava para cada sessão uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas. Eram sempre respondidas com precisão, profundeza e lógica. A partir de então, as sessões assumiram caráter muito diverso. Entre os assistentes contavam-se pessoas sérias, que tomaram por elas vivo interesse e, se me acontecia faltar, ficavam sem saberem o que fazer. As perguntas fúteis haviam perdido, para a maioria, todo atrativo. Eu, a princípio, cuidara apenas de instruir-me; mais tarde, quando vi que aquilo constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina, tive a ideia de publicar os ensinos recebidos, para instrução de toda a gente. Foram aquelas mesmas questões que, sucessivamente desenvolvidas e completadas, constituíram a base de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. No ano seguinte, em 1856, frequentei ao mesmo tempo as reuniões espíritas que se celebravam à rua Tiquetone, em casa do Sr. Roustan e Srta. Japhet, sonâmbula. Eram sérias essas reuniões e se realizavam com ordem. As comunicações eram transmitidas por intermédio da Srta. Japhet, médium, com auxílio da cesta de bico. Estava concluído, em grande parte, o meu trabalho e tinha as proporções de um livro. Eu, porém, fazia questão de submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o auxílio de diferentes médiuns. Lembrei-me de fazer dele objeto de estudo nas reuniões do Sr. Roustan. Ao cabo de algumas sessões, disseram os Espíritos que preferiam revê-lo na intimidade e marcaram para tal efeito certos dias nos quais eu trabalharia em particular com a Srta. Japhet, a fim de fazê-lo com mais calma e também de evitar as indiscrições e os comentários prematuros do público. Não me contentei, entretanto, com essa verificação; os Espíritos assim mo haviam recomendado. Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns, sempre que se apresentava ocasião eu a aproveitava para propor algumas das questões que me pareciam mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril de 1857. Pelos fins desse mesmo ano, as duas Srtas. Baudin se casaram; as reuniões cessaram e a família se dispersou. Mas, então, já as minhas relações começavam a dilatar-se e os Espíritos me multiplicaram os meios de instrução, tendo em vista meus ulteriores trabalhos. INSTRUMENTO “É pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo mundo invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”. CAMPO DE PESQUISA Reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, muitas das quais resumidas ou relatadas nos números da REVISTA ESPÍRITA, bem como contribuições de correspondentes em várias partes da França e Europa que se mantinham em contato com Allan Kardec, dirimindo dúvidas ou relatando experiências. 

Uma ouvinte habitual de MOMENTO ESPÍRITA nos encaminhou o seguinte comentário: “ Costumo fazer minhas orações todos os dias, mas sinto que elas não têm muito efeito em minha vida. Será que não sei orar? Ultimamente até fico um tanto confusa quando oro e chego a trocar palavras.”

Não existe um jeito de orar melhor do que aquele que Jesus ensinou, cara ouvinte. Deveríamos nos ater à simplicidade do ensinamento do mestre.

Infelizmente, a nossa cultura religiosa de muitos séculos ainda está nos prendendo a formalidades, a orações longas e repetitivas o que, na verdade, destoa daquele ensinamento.

Orar é muito mais simples do que geralmente as pessoas imaginam. Nós ainda estamos muito presos ao ritualismo das religiões antigas – das celebrações e dos sacrifícios - ao invés de buscarmos a simplicidade da prece ensinada por Jesus.

Falar com Deus pode ser um ato de qualquer momento e em qualquer circunstância. Deus é a presença constante em nossa vida – de todos nós, de cada um de nós.

É claro que, no fundo, o que vale na prece é a intenção, mas mesmo com boa intenção, se quisermos, podemos melhorar a qualidade de nossos contatos com Deus.

Veja que Jesus, diante de seu povo angustiado e infeliz, poderia simplesmente recomendar, dentro de sua religiosidade, que frequentassem mais as sinagogas, que fossem mais vezes ao templo, que contribuíssem mais com o dízimo ou se submetessem mais ao sacrifício do jejum ou a oferendas mais valiosas.

No entanto, o que disse ele ao povo? “Quando orares, não sejas como os hipócritas, que apreciam orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem admirados pelos outros.

Com toda a certeza vos afirmo que eles já receberam a sua recompensa. 

Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente. 

E, quando orardes, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos; pois eles imaginam que devido ao seu muito falar é que serão ouvidos. …”

E, em seguida, Jesus ensina uma prece simples, curta, rica de sentido e de sentimento: o Pai Nosso, que você sabe e que todos nós sabemos.

De tão simples que até uma criança sabe. Para Jesus prece é isso. Todavia, não é a prece em si que vale e nem quantas vezes a repetimos, mas o sentimento que nela colocamos e sinceridade de nosso coração.

Para que o nosso sentimento possa se expressar com toda intensidade, a prece não pode ser longa, porque numa prece muito longa nos cansamos e perdemos a concentração, pois o pensamento passeia com muita facilidade.

O poder da oração, portanto, não está nas palavras em si, mas no sentimento que expressamos e que, na maioria das vezes, as palavras não conseguem traduzir.

Logo, o valor da oração, caro ouvinte, não está nem mesmo no local ou no momento em que a fazemos.

Jesus usou a figura do quarto justamente para deixar claro que a oração - sendo uma conversa secreta com Deus, e Deus estando em toda parte - ela deve ser feita de Espírito para Espírito – ou seja, no silêncio de nosso coração, na intimidade da alma, porque ela é pessoal e intransferível.

O quarto, como nosso aposento mais íntimo, representa o lugar mais secreto de nossa alma. Contudo, caro ouvinte, se imaginamos Deus longe de nós, diminuímos nossa capacidade de chegar até Ele, mas se O imaginamos em nosso coração, o contato com o Pai já está feito, aqui e agora.

Veja bem. A única condição, que Jesus coloca para a prece, é a do coração sincero e desejoso de melhorar.

Se a prece é a busca de Deus, precisamos ter consciência de que só vamos encontrar Deus em nosso coração, se estivermos decididos a vencer os nossos maus sentimentos, se estivermos usando de sinceridade para conosco mesmos. [

É por isso que ele, afirma a necessidade da busca da reconciliação com o adversário, antes mesmo da oferta, porque sem o perdão ou sem o desejo da reconciliação nenhuma oferta tem valor.

Assim, uma boa recomendação para quem quer orar bem, é rever a oração do Pai Nosso, refletir sobre cada frase, cada palavra, e verificar, acima de tudo, se realmente estamos procurando seguir os passos de Jesus, perdoando nossos ofensores, assim como queremos que Deus nos perdoe as faltas e nos livre do mal.

Quando a prece é bem feita, ainda que seja uma prece de um minuto, ela nos deixa uma elevada sensação de leveza e bem estar.

Desse modo, caro ouvinte, a oração deve ter um significado claro para a mente e para o coração.

Ela não pode ser apenas uma obrigação, não pode ser apenas uma vã repetição de palavras e nem precisa de um lugar especial ou de qualquer ritual.

A oração é um ato espiritual. Ela precisa apenas e tão somente de um coração sincero, decidido a melhorar-se a partir de então. Cada prece, em nossa vida, deve ser única, pois em cada uma delas devemos colocar toda a nossa força interior, buscando perdoar nossos ofensores e confiando na justiça de Deus.


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