Obras psicografadas por
Chico Xavier, como A CAMINHO DA LUZ,
do Espírito Emmanuel, e, BRASIL,
CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO, do Espírito
Humberto de Campos, revelam que as diretrizes que
coordenam a evolução da Humanidade na Terra, emanam de Esferas
Superiores à que nos encontramos. Nessa informação, por sinal,
nada há de novo, se considerarmos que no EVANGELHO SEGUNDO
SÃO JOÃO, capítulo 1, começando a contar a história
de Jesus, o Apóstolo observa no chamado
versículo 3, que “todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada do que foi feito se fez” e, no versículo
10, que “estava no mundo, o mundo foi feito por ele, e o
mundo não o conheceu”. Assim sendo, muitos personagens
que ajudaram a construir a História no Planeta, na verdade apenas
cumpriam um papel que transformou a vida de pessoas, regiões,
países. Na edição de julho de 1862, da REVISTA ESPÍRITA,
Allan Kardec reproduz uma mensagem escrita pelo
Espírito Lamennais,
através do médium Sr Didier, na reunião
havida na Sociedade Espírita de Paris, em 24 de
janeiro daquele ano, confirmando isso. Lamennais
cujo nome completo era Felicité Robert de Lamennais
, viveu na França 72 anos, atuando como escritor, filosofo,
politico, tendo se ordenado sacerdote aos 34 anos, destacando-se por
obras e opiniões desautorizadas e condenadas pelo Papa
Gregório XVI, o que lhe valeu uma condenação à prisão
em 1840, embora, em 1848, tenha sido eleito à Assembleia Nacional,
colocando-se na extrema-esquerda. Desencarnado em 1854 – enterrado
entre os pobres a seu pedido -, integrou-se aos inúmeros Espíritos
que foram construindo a base da proposta do Espiritismo, como se
observa pelas quase três dezenas de mensagens aproveitadas por
Kardec em suas obras. A comunicação referida,
buscava sua opinião sobre três célebres personagens históricos:
Cesar, Clóvis e Carlos Magno. Dentre suas
considerações, destacamos: -“É erro, na educação da
inteligência, não ver em Cesar senão um conquistador; em Clóvis
senão um bárbaro; em Carlos Magno, senão um déspota, cujo sonho
insensato queria fundar um imenso Império. Ah! Meu Deus! Como
geralmente se diz, os conquistadores são os próprios joguetes de
Deus. Com sua audácia, seu gênio os fez chegar ao primeiro posto,
viram em torno de si não só homens armados, mas ideais, progresso,
civilizações que era necessário lançar às outras nações.
Partiram, como Cesar, para levar Roma a Lutécia; como Clóvis, para
os germes de uma solidariedade monárquica; como Carlos Magno para
fazer raiar o facho do Cristianismo para os povos cegos, nas nações
já corrompidas pelas heresias dos primeiros tempos da Igreja.
Ora, eis o que aconteceu: Cesar,
o mais egoísta desses três gênios, faz servir a tática
militar, a disciplina, a lei, numa palavra, para os trazer às
Gálias; na retaguarda do exército, seguia a ideia imortal e as
reputações vencidas e indomáveis sofriam o jugo de Roma, é certo,
mas se tornavam províncias romanas (...).Cesar
é, pois, um grande propagador, um desses homens universais, que se
servem do homem para civilizar o homem, um desses homens que
sacrificam homens em proveito da ideia. O sonho
de Clóvis foi estabelecer uma monarquia, bases, uma regra para seu
povo. Como o Cristianismo não o iluminava ainda, foi propagador
bárbaro. Devemos encará-lo na sua conversão: imaginação ativa,
febril, belicosa, viu na vitória sobre os Visigodos um prêmio da
proteção de Deus; e, daí por diante, certo de estar sempre com
ele, fez-se batizar. Eis que o batismo se propaga nas Gálias e o
Cristianismo se propaga cada vez mais. É o momento de dizer, com
Corneille, Roma não era mais Roma. Os bárbaros invadiam o mundo
Romano. Depois do abalo de todas as civilizações esboçadas pelos
Romanos, eis que um homem sonha espalhar pelo mundo, não mais os
mistérios e o prestigio do Capitólio (...), eis um home que está
ou se julga com Deus. Um culto odioso, rival do Cristianismo, ainda
ocupa os bárbaros: Carlos Magno cai sobre essa gente e o lendário
líder saxão Wittikind, depois de lutas e vitórias alternadas, se
submete, por fim, humildemente, e recebe o batismo. Eis aí, por
certo, um quadro imenso, onde se desenrolam tantos fatos, tantos
golpes da Providência, tantas quedas e tantas vitórias. Mas qual a
conclusão?(...) É necessário, pois, encarar esses três homens
como grandes propagadores que, por ambição ou por crença,
avançaram a luz no Ocidente, quando o Oriente sucumbia na enervante
preguiça de sua inatividade. Ora, a Terra não um mundo em que o
progresso se faça rapidamente e por via da persuasão e da
mansuetude. Não vos admireis pois, que, muitas vezes, seja preciso
tomar da espada em vez da cruz”.
Por
que o Espiritismo condena os rituais que têm por objetivo adorar a
Deus?
Vamos à Allan Kardec. Na
questão 653 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS Kardec pergunta: “A adoração
tem necessidade de manifestações exteriores”?
Entenda-se por “manifestações
exteriores” os rituais e as cerimônias ( algumas vezes, pomposas)
que se realizam visando homenagear ou agradar a Deus.
Os Espíritos respondem: “A
verdadeira adoração está no coração ( quer dizer, no
sentimento).Em todas as vossas ações imaginai que um senhor os
observa”.
Em seguida, aparece um sub
pergunta à essa questão 653, que diz: “A adoração exterior é
útil”?
Os Espíritos respondem: “Sim,
se não é uma mera simulação”. E completam:
“Ela é sempre útil para
dar um bom exemplo. Mas, aqueles que o fazem apenas por afetação e
egoísmo, e nos quais a conduta desmente sua piedade aparente, dão
um mau exemplo, e fazem mais mal do que pensam”.
Esta observação dos
Espíritos, na verdade, está baseada nas próprias palavras de Jesus
em relação a alguns fariseus, ao se referir àqueles que têm Deus
nos lábios, mas não O têm no coração.
Portanto,
caro ouvinte, o Espiritismo não condena os rituais praticados pelas
religiões, no afã de agradar a Deus.
Ele apenas dispensa esses
rituais (ou essas manifestações exteriores), e incentiva seus
adeptos para que a oração seja feita na maior simplicidade
possível.
Aliás, essa recomendação é
a mesma de Jesus, no sermão da montanha, quando ensinava o povo a
orar. Consulte o evangelho de Mateus e veja.
Ele não disse que a pessoa
deveria se dirigir ao templo, que deveria fazer alguma oferta
especial, que deveria usar roupas especiais, jejuar ou cantar
louvores, e muito menos que usasse os apetrechos utilizados pelos
judeus nos cerimoniais consagrados
Disse
apenas que entrasse no seu quarto e, fechada a porta, formulasse com
sinceridade seu pedido ao Pai, que estaria ali presente.
Não há em Jesus, portanto,
qualquer incentivo aos rituais, especialmente aqueles que, como
dissemos, já eram consagrados pelo seu povo, conforme o livro
LEVÍTICO do Antigo Testamento.
O Espiritismo, simplesmente,
respeita todas as maneiras de orar, considerando que o importante na
oração não é a forma exterior, mas o sentimento que a pessoa
cultiva no mais íntimo de sua alma.
No capítulo 28 de O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec comenta:
“Espiritismo reconhece
como boas as preces de todos os cultos, quando ditadas pelo
coração e não apenas pelos lábios; não impõe nenhuma
delas, nem censura nenhuma”. E completa:
“Deus é muito grande –
continua ele - para rejeitar a voz que lhe implora ou que
canta seus louvores, porque o faz de um modo e não de outro”.
E mais: “Todo aquele que
condenasse as preces, que não estão no seu formulário, provaria
que desconhece a grandeza de Deus. Crer que Deus se prende a uma
determinada fórmula é lhe atribuir a pequenez e as paixões
humanas”.
Por outro lado, caro ouvinte,
o Espiritismo não incentiva a adoração exterior, justamente para
que as pessoas percebam que essas adições são inteiramente
dispensáveis, quando ela está imbuída de bons sentimentos.
Além do mais, considera
que, muitas vezes, as pessoas que oram estão mais preocupadas com os
rituais em si ou com o que está acontecendo ao seu
redor do que
propriamente em vivenciar a beleza e a magnitude de seu
encontro com
Deus naquele momento.
É o que também costuma
acontecer com a oração decorada, pois muitas vezes leva a pessoa
apenas a recitá-la de memória (na verdade, mentalmente
desligada da
prece). sem perceber e sem vivenciar de fato o sentido mais
profundo
das palavras e das frases que pronuncia.
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