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segunda-feira, 29 de maio de 2023

ANIMAIS E MEDIUNIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Há quem diga ter testemunhado fenômenos inusitados envolvendo animais de estimação. Manifestação de Erasto, um dos integrantes de equipe responsável pelas bases do Espiritismo, obtida na Sociedade Espírita de Paris, e, inserida por Allan Kardec na edição de agosto de 1861 da REVISTA ESPÍRITA reflete sobre o tema, oferecendo elementos importantes para nossas análises. O Orientador Espiritual, parte da argumentação de um fervoroso seguidor da Doutrina nascente que defendia ser possível mediunizar aves e outros animais, deles se servindo em comunicações com a espécie humana, justificando sua tese nos fatos observados à época, “envolvendo a matéria inerte, ou seja, uma mesa, uma cadeira, um piano”. Em sua mensagem escreve Erasto: -“Para começar, convenhamos bem nossos fatos. Que é um médium? É o Ser, o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, a fim de que estes facilmente possam comunicar-se com os homens, Espíritos encarnados. Por consequência, sem médium nada de comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, nem de qualquer outra espécie. Há um princípio – disto tenho certeza – que é admitido por todos os Espíritos: é que os semelhantes agem com e como os seus semelhantes. Ora, quais são os semelhantes dos Espíritos, senão os Espíritos, encarnados ou não? Será preciso repeti-lo incessantemente? Ora, repetirei ainda: -Vosso Perispírito e o nosso são tirados do mesmo meio, são de natureza idêntica; numa palavra, são semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais ou menos desenvolvida, de imantação mais ou menos vigorosa, que nos permite, Espíritos e encarnados, nos pormos em contato pronta e facilmente(...). Foi dito: Os Espíritos mediunizam e fazem mover a matéria inerte, cadeiras, mesas, pianos. Fazem mover, sim; mas não mediunizam! Porque, ainda uma vez, sem médium algum não se podem produzir esses fenômenos. Que há de extraordinário que, auxiliados por um ou vários médiuns, façamos mover a matéria inerte, passiva, que, justamente em razão de sua passividade, de sua inércia, é própria, para sofrer os movimentos e os impulsos que lhes desejamos imprimir? Por isto necessitamos de médiuns, é positivo. Mas não é necessário que o médium esteja presente ou consciente, porque podemos agir com os elementos que nos fornece, mau grado seu e fora de sua presença, sobretudo nos casos de tangibilidade e transporte. Nosso envoltório fluídico, mais imponderável e sutil que o mais sutil e imponderável dos vossos gases, unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório fluídico, mais animalizado do médium, e cuja propriedade de expansão e de penetrabilidade e inapercebida por vossos sentidos grosseiros e quase inexplicável para vós, nos permite mover os móveis e, mesmo, os quebrar em locais desabitados. Certamente os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis pelos animais, muitas vezes tomados de súbito por tal pavor, que vos parece infundado, e é causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal intencionados para com os indivíduos presentes ou para com os donos desses animais. Muitas vezes encontrais cavalos que não querem avançar nem recuar ou que empacam ante um obstáculo imaginário. Ora, tende a certeza de que o imaginário obstáculo é, às vezes, um Espírito, ou m grupo de Espíritos que se divertem impedindo o avanço (...). Mas, repito, não mediunizamos diretamente nem os animais, nem a matéria inerte. Sempre nos é preciso o concurso, consciente ou inconsciente, de um médium humano, porque nos é necessária a união de fluidos similares, o que não encontramos nos animais, nem na matéria bruta (...). Assentado isto, reconheço perfeitamente que nos animais existem aptidões diversas; que certos sentimentos humanos neles se desenvolvem; que são sensíveis e reconhecidos, vingativos e odientos, conforme se atue bem ou mal sobre eles. É que Deus, que nada faz incompleto, deus aos animais, companheiros ou servos do homem, qualidades de sociabilidade, que faltam inteiramente aos animais selvagens, que habitam as solidões. Resumindo: os fatos mediúnicos não se podem manifestar sem o concurso consciente ou inconsciente do médium; e só entre os encarnados, Espíritos como nós, é que podemos encontrar os que nos podem servir de médiuns. Quanto “a educar cães, aves ou outros animais para fazerem tais ou quais exercícios, é assunto vosso e não nosso”. Em nota complementar, Allan Kardec comenta que “tendo observado muito atentamente experiências feitas com aves, às quais se atribuía a faculdade mediúnica, reconheceu nelas os processos de prestidigitação, as quais dão a ilusão ao espectador que se contenta com a aparência, sem perscrutar o fundo (...). O que mais se deve admirar em tais experiências é a arte, a paciência que foi preciso desenvolver para educar esses animais, tornando-os dóceis e atentos”.


Vendo tanta violência no mundo, eu fico perguntando a mim mesma de onde vem essa violência? O que faz com que uma pessoa – jovem, sobretudo – saia de seu caminho, esqueça o que aprendeu na família, e se entregue à violência e ao crime, sabendo, de antemão, que serão terríveis as conseqüências para si mesmo? ( Ildelize Maria, Rebelo)


Para entendermos essa intrincada questão, cara ouvinte, precisamos levar em consideração vários fatores, mas principalmente dois. O primeiro é o que cada um traz de suas experiências de vidas passadas. O segundo, é a influência do ambiente em que nasceu, cresceu e foi educado. Se a vida fosse uma só e pudéssemos nascer todos iguais, com o mesmo potencial, certamente o problema seria apenas da educação. Mas não é. Devemos levar em consideração o que cada Espírito já traz consigo. Muitas vezes, ele nasce contrariado, trazido pelas circunstâncias a um lugar em que não queria nascer.


Contudo, para a Doutrina Espírita, a educação é a maior força do mundo. Independente do que o Espírito já traz consigo, ele precisa ser educado – ou melhor, reeducado – uma vez que, desde a infância, ele já mostra suas verdadeiras tendências, e nisso é que precisa ser reeducado. É claro que a maioria das crianças, felizmente, traz tendências positivas, em cima das quais os pais podem trabalhar com certa segurança e tranqüilidade. O problema é quando a criança, desde cedo, já revela uma agressividade preocupante, como quem veio para reaver, a qualquer custo, o que lhe negaram ou o que lhe tomaram no passado.


Além disso, há ainda a diferença entre os lares. Há pais, que têm plena consciência da responsabilidade que assumem perante seus filhos. Outros, ainda imaturos ou mal formados ( também vítimas do abandono, da ignorância e da miséria), não tendo como reconhecer o valor da própria vida, entregam-se às circunstâncias, deixando na ignorância os próprios filhos. Este fator talvez fosse o mais fácil de combater, desde que a própria sociedade em geral e os governantes em particular estivessem realmente empenhados em combater a miséria social.


Com certeza, o que pode levar um individuo à violência – além do comprometimento mental, de que muitas vezes ele é vítima – é o sentimento de revolta contra a família, contra a sociedade e contra si mesmo, por não terem conseguido o que queriam e por acharem impossível conseguir por um meio honesto e pacífico. Aliado a isso, o uso de drogas ( que é um reforço à violência), a fuga de si mesmo e o sentimento de crueldade que decorre de todas as frustrações que sofrem, desde cedo. Não é preciso dizer que toda má ação é secundada por uma má influência espiritual. Embora não possamos atribuir aos desencarnados toda a culpa pela violência no mundo, podemos dizer que os Espíritos violentos se valem das fraquezas morais dos encarnados para incentivá-los ainda mais à prática criminosa.


Todavia, se as religiões penetrassem um pouco mais nas verdades espirituais, teriam condições melhores para integrar uma ampla ação social e educativa de toda a coletividade, no sentido de promover a família, educar pais e filhos, através de valores espirituais, a fim de combater a violência pela raiz e fazer nascer uma nova era para a humanidade. Emmanuel, em muitas de suas páginas, costuma dizer que a principal causa da violência está em cada um de nós, a partir da violência que exercitamos no reduto do próprio lar, e que a violência do mundo em grau maior é a somatória da violência que cometemos todos os dias às pessoas com quem convivemos, em grau menor.


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