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sexta-feira, 30 de junho de 2023

ALLAN KARDEC E O SEXTO SENTIDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Pele, olhos, ouvidos, língua, nariz são os sensores apontados pelo nossa Ciência como os responsáveis por captar as vibrações do mundo exterior e leva-las ao cérebro em forma de percepções para identificação e providências na relação do Ser humano com o meio. Quando do surgimento do Espiritismo, porém, Allan Kardec baseado nas observações e informações dadas pelos Espíritos propôs a existência de um sexto sentido que através de outro sensor, sabe-se hoje a glândula pineal ou epífise neural, interno no corpo humano, colocava as criaturas em relação com o Mundo Invisível. Graças a isso entendemos sua afirmação n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de que a mediunidade faz parte da condição orgânica de qualquer pessoa. Qualquer um a pode ter, assim como vê, ouve e fala, e, n’ A GENESE de que os fenômenos espirituais são as mais das vezes espontâneos e se produzem sem nenhuma ideia preconcebida da parte das pessoas com quem eles se dão e que, em regra, são as que neles menos pensam. Essa a razão porque para Allan Kardec, todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium, podendo dizer-se que todo mundo é médium. Acrescenta ainda que os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem-lhes os organismos materiais que lhes faltam para transmitir suas instruções; eis porque são capacitados com percepção para esse fim. Do extraordinário acervo legado aos estudiosos da Doutrina Espírita através da REVISTA ESPÍRITA, destacamos alguns de seus comentários provando sua proposição: 1-Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. 2- Por este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não, em seus pressentimentos e a intuição das coisas futuras ou ausentes; que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e involuntária, a penetração do pensamento, etc. 3- O sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o fluido espiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis. 4- Como os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo mundo o possui. Longe de ser a regra, sua inatividade é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição. (RE, 6/1867) 5- Amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de feitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. (RE; 10/1864) Já no século XX, o Espírito conhecido como André Luiz, através do médium Chico Xavier, repassaria em seus livros mais alguns elementos importantes: 1- O pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie. (NL; 37) 2- A intuição é o disco milagroso da consciência, funcionando livremente, retransmitindo sugestões (Li; 13) 3- A mediunidade mais estável e mais bela começa entre os homens, no império da intuição pura. (NMM;9)


(...) Quando o professor me entregou a prova na faculdade e vi que tinha tirado nota, dei um pulo de alegria e disse: “Graças a Deus!” Ele olhou pra mim e disse: “Graças a Deus por quê? Foi você que fez a prova!...” “Mas Deus me ajudou”...” – respondi. “Ajudou como? – falou o professor. “Se você não acreditasse em Deus, tiraria essa nota do mesmo jeito”... Não soube o que responder... Gostaria que vocês comentassem isso. (Anônima)


Não se importe com o fato de seu professor não acreditar em Deus e nem se sinta ofendida diante de sua atitude. O importante é o que você acredita. Aliás, cada um de nós tem a sua própria fé, e isso, seguramente devemos a Deus, que nos criou para o pensamento livre. Um grande pensador francês, chamado Voltaire, disse, certa ocasião, que “se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”. Muita gente vê essa afirmativa como um desrespeito ou blasfêmia, mas o que Voltaire queria dizer é que todos nós precisamos de Deus, pois a crença em Deus é a mais elevada que existe.


Ela nos dá segurança e conforto íntimo, principalmente nos momentos difíceis da vida. E quem não passa por dificuldades? – todos nós passamos. É claro que existem pessoas que dizem não acreditar na existência de Deus. O difícil é a gente saber em que elas acreditam? Como elas podem conceber que existe a obra e não existe o autor? Ainda mais se a obra ( o universo), sendo expressão de uma inteligência perfeita, só poderia provir de uma Perfeição... Para nós, que acreditamos em Deus, a vida só tem sentido porque Deus existe; caso contrário, careceria de sentido e de explicação tudo que nos acontece...


A questão é tratada com muita propriedade por Allan Kardec, logo no ínicio d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. A primeira questão já diz: Que é Deus? Depois vem outras que indagam a respeito dessa “Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas”. O ateísmo ( ou seja, a não-crença em Deus) provém, quase sempre, de uma decepção religiosa. Às vezes, as religiões pecam nesse particular. Elas acabam ensinando um deus muito parecido do homem; não como um Ser Perfeito, mas como uma pessoa que tem virtudes e defeitos, que acerta e erra ( comoo deus bíblico), capaz de proteger um e castigar outro, geralmente vaidoso e cheio de caprichos.


Um deus, que tem preferências, que ora age com misericórdia, ora com ímpeto de vingança, que cria uma lei e ele mesmo é capaz de derrogá-la para fazer exibição de poder (como fazem as pessoas cheias de orgulho), não pode se enquadrar na concepção de Pai, ensinada por Jesus. Na verdade, Deus nos ajuda sempre, a todo momento, pois já nos deu tudo o que precisávamos, a começar de nossa própria vida – o resto depende de nós: por isso Ele é a Providência Divina. Deus não esta aí para fazer milagres, pois Ele não precisa derrogar suas leis para mostrar que é poderoso e nem tem necessidade disso. Sua grandiosidade está no cumprimento das leis naturais, nesse milagre que acontece todos os instantes.


Portanto, não se perturbe com os ateus, mesmo porque, pelo fato de terem perdido o apoio da fé, não se contentam em estar sozinhos e querem convencer os outros de sua opção. Mas o que eles não sabem é que essa opção que fizeram é uma concessão divina, pois Deus não está nada preocupado com aqueles que nele não crêem. Estaria, sim, mais preocupado com aqueles que dizem acreditar nele, mas ainda não aprenderam a amar seus irmãos, fugindo de seus deveres morais. Leia e reflita sobre o primeiro capítulo de O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec.



quinta-feira, 29 de junho de 2023

TEMA POLÊMICO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A consulta foi objeto de matéria na REVISTA ESPÍRITA, edição de maio de 1858. Um assinante da mesma expôs duvida originada na comunicação espiritual do Espírito de sua esposa com que manteve harmônico relacionamento ao longo de vários anos, com o qual tivera seis filhos. Aproximando-se de grupo praticante das comunicações interdimensionais, descobrira que sua querida esposa encontrava-se feliz no Plano Espiritual, trabalhando pela felicidade dos que deixara em nossa Dimensão. Ocorre que num dos contatos estabelecidos, ouvira da esposa que a bondade e a honestidade que os caracterizava tinha sido a responsável pela convivência equilibrada, visto nem sempre terem o mesmo ponto de vista nas diversas circunstâncias da vida em comum, não sendo, todavia, metades eternas, união rara na Terra, embora pudessem ser encontradas. Indagada sobre se via sua metade eterna, respondeu que sim, estando encarnado como um pobre diabo na Ásia, devendo se reunir novamente na Terra mesmo, só daí a 175 anos, segundo o calendário terreno. Sugeriu então ouvisse duas entidades de nome Abelardo e Heloísa sobre a questão que afirmaram estar ligados desde Eras remotas, amando-se profundamente, embora conservando sua individualidade, unindo-se pela Lei da Afinidade, sem conotações sexuais, visto que na essência essa característica não existe. Em seus esclarecimentos informaram ainda que não existem almas criadas duplas; ser impossível duas almas reunir-se na Eternidade formando um todo; que ambos desde sua origem eram duas almas perfeitamente distintas, embora sempre unidas; que as criaturas humanas acham-se nas mesmas condições conforme sejam mais ou menos perfeitos; sobre as almas serem destinadas a um dia se unirem a uma outra, que cada Espírito tem a tendência para procurar um outro Espírito que lhe seja semelhante, fenômeno denominado simpatia. O desejo do missivista por maiores esclarecimentos sobre a Teoria das Metades Eternas foi submetido por Allan Kardec ao dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, através de sete perguntas, respondidas da seguinte forma: 1- Inexiste a figura da metade predestinada desde sua origem a se unir fatalmente. Não existe uma união particular, mas em graus diferentes, segundo a posição que ocupam, isto é, segundo a perfeição adquirida: quanto mais perfeitos, mais unidos. Da discórdia brotam todos os males humanos; da concórdia, a felicidade completa. 2- A expressão metade é inexata. Se um Espírito fosse metade de outro e dele separado, seria incompleto. 3- Todos os Espíritos que chegaram à perfeição, estão unidos entre si. Nas Esferas Inferiores, quando um Espírito se eleva não é mais simpático àqueles que deixou. 4- A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de suas inclinações e de seus instintos. Se um devesse completar o outro, perderia sua individualidade. 5- A identidade necessária à simpatia perfeita não consiste na similitude de pensamentos e de sentimentos nem na uniformidade de conhecimentos adquiridos, mas na igualdade do grau de elevação. 6- Os Espíritos que hoje não são simpáticos poderão sê-lo mais tarde. Todos, o serão. Assim, o Espírito que hoje se acha em tal Esfera inferior alcançará, pelo aperfeiçoamento, a Esfera onde reside o outro. Seu encontro dar-se-á mais prontamente se o Espírito mais elevado, suportando mal as provas a que se submeteu, demorou-se no mesmo estado. 7- Dois Espíritos simpáticos poderão deixar de o ser, se um deles for preguiçoso. Comentando o apurado, Allan Kardec acrescenta: -“A Teoria das Metades Eternas é uma figura referente à união de dois Espíritos simpáticos; é uma expressão usada mesmo na linguagem comum, tratando-se dos esposos, e que não se deve tomar ao pé da letra. Os Espíritos que dela se serviram certamente não pertencem a mais alta ordem: a Esfera de seus conhecimentos é necessariamente limitada e eles exprimiram o pensamento em termos de que teriam se servido na vida corpórea. É, pois, necessário rejeitar esta ideia de que dois Espíritos, criados um para o outro, um dia deverão unir-se na Eternidade, depois de terem estado separados durante um lapso de tempo mais ou menos longo”. O resultado obtido com a consulta, está incluído da edição definitiva d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, das questões 291 a 303a, publicado em 1860. Como se vê, a tese das chamadas “almas gêmeas”, encontra objeção não só nos argumentos apresentados pelos Espíritos Abelardo e Heloísa, como nos de São Luiz, sensata e sobriamente comentados por Allan Kardec. A sustentação de tal teoria naturalmente resulta da falta de um estudo mais aprofundado e meditado do conteúdo do Espiritismo sobre a questão evolutiva do Ser.



Lendo o livro, EXILADOS DA CAPELA, onde diz que muitos capelinos vieram para a Terra, por terem se tornado incompatíveis com o alto padrão de vida moral daquele planeta, quero saber se hoje ainda existem esses Espíritos na Terra. Se eles eram mais evoluídos que os homens, por que ainda estariam aqui? Será que a maior parte já cumpriu seus deveres de amor e solidariedade no esforço regenerador de si mesmos? (Helena Lourenço de Araújo Gonçalves, rua São João, Garça)


Esse campo de conhecimento, professora – que se refere à vinda de Espíritos de outros mundos – ainda carece de mais estudos pela ciência espírita. Isso quer dizer que sabemos muito pouco a respeito e as informações, oferecidas por obras como EXILADOS DA CAPELA, ainda não são suficientes para chegarmos a uma resposta conclusiva. N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que é uma fonte segura para os espíritas, há referência a grandes alterações planetárias, que culminam na transferência de Espíritos de um para outro planeta, mas não existem maiores detalhes sobre isso.


A obra EXILADOS DA CAPELA, de Edgar Armond, ainda não foi suficiente para uma conclusão a respeito, haja vista que hoje ela é muito pouco lida, tendo despertado muito interesse na época em que foi lançada. Acreditamos, portanto, que não há um consenso no meio espírita em relação às informações que ela contém, mas, assim mesmo, ela precisa ser considerada para se discutir o assunto. As obras mais credenciadas no meio espírita, como as de Emmanuel e André Luiz, que vieram da mediunidade de Chico Xavier, não se preocupam especificamente com essa questão; apenas Emmanuel faz muito breve referência a respeito, demonstrando que ainda é cedo para nos ocuparmos com ele.


A idéia central da obra está assentada sobre a tese espírita de que, quando um mundo passa por uma grande transformação moral, os Espíritos – que não acompanharam essa mudança – não conseguem mais encarnar nesse mundo e, portanto, renascem em outro mais atrasado moralmente. Isso teria acontecido com Capela que, na sua transformação, enviou para cá Espíritos que, para o homem da antiguidade, estavam intelectualmente bem à frente da humanidade. Esses Espíritos teriam sido homens notáveis, que fizeram grandes descobertas, realizaram grandes obras, dando expressivo impulso às diversas civilizações do passado. Não sabemos se ainda estão entre nós, mas o mais provável é que tenham se integrado na humanidade de nosso planeta.



EXILADOS DE CAPELA II_______________________________________________


Entendo que a humanidade atual tem duas categorias de Espíritos: uma, que veio evoluindo lentamente até chegar à razão, e outra composta de Espíritos mais evoluídos e dominantes que vieram da Capela. Pergunto: Pode-se perceber uma diferença entre uns e outros? (Leninha)


Considerando a tese do livro EXILADOS DA CAPELA, exposta por Edgar Armond, podemos dizer que, na época em que esses Espíritos reencarnaram na Terra, a diferença de capacidade intelectual entre eles e os homens, que se desenvolveram aqui, era muito marcante. No entanto, cumprindo a lei de evolução, esses Espíritos deram um impulso inovador aos conhecimentos, à filosofia, à ciência e às artes, despertando uma nova fase da razão e da criatividade humana. Com isso, os homens se desenvolveram e puderam dar saltos de crescimento através dos tempos. Hoje, seria difícil estabelecer alguma diferença entre os provenientes da Capela e os originários da Terra, visto que os que foram discípulos, muitos deles, hoje já são mestres e podem estar tão desenvolvidos quanto os que vieram de fora.


Na obra A GÊNESE, Kardec aborda com muita propriedade a evolução do conhecimento humano através dos tempos, mostrando que, em todas as épocas, Espíritos de mundos superiores – e não apenas da Capela – reencarnaram entre nós para promover o desenvolvimento do planeta. Foram os grandes mestres da humanidade, os grandes filósofos, cientistas, artistas e intelectuais das diversas áreas do conhecimento, que se misturaram à humanidade em diferentes épocas e em diferentes povos, ajudando a promover o progresso de que hoje podemos desfrutar.



quarta-feira, 28 de junho de 2023

É POSSÍVEL VOLTAR NO TEMPO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“A mente, tanto quanto o corpo físico, pode e deve sofrer intervenções para reequilibrar-se. Mais tarde, a ciência humana evolverá em cirurgia psíquica, tanto quanto hoje vai avançando em técnica operatória, com vistas às necessidades do veiculo de matéria carnal. No grande futuro, o médico terrestre desentranhará um labirinto mental, com a mesma facilidade com que atualmente extrai um apêndice condenado. O comentário é encontrado no capítulo 12 do livro ENTRE A TERRA E O CÉU, do Espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier. Mais à frente reproduz outro apontamento do Instrutor que ouvia: -“Em obras de assistência ante quadros de transtornos psicológicos, é preciso recorrer aos arquivos mentais, de modo a produzir certos tipos de vibração, para descerrar os escaninhos da mente, nas fibras recônditas em que ela detém as suas aflições e feridas invisíveis.. Adverte contudo que “as recordações do pretérito não devem ser totalmente despertadas para que ansiedades inúteis não nos dilacerem o presente. A Verdade para a alma é como o pão para o corpo que não pode exorbitar da quota necessária a cada dia. Toda precipitação gera desastres”. A técnica que no futuro certamente será melhor utilizada pelos profissionais da saúde mental foi tema da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ que pode ser conferido no YOUTUBE.. Dela destacamos alguns tópicos para sua avaliação: 1- O que vem a ser regressão de memória? Um procedimento que, ao longo do tempo vem ganhando importância em discussões a respeito de tratamentos na esfera de transtornos mentais e sociais. Consiste na recuperação de dados ou informações através de estados alterados de consciência que trazem para o nível consciente registros armazenados no inconsciente próximo ou remoto. 2- Como surgiu essa possibilidade? Embora existam indícios de ter sido prática utilizada em Civilizações remotas como no Egito dos Faraós ou na Índia milenar, o primeiro registro sobre uma experiência do tipo foi incluída na edição da REVISTA ESPÍRITA publicada por Allan Kardec, no número correspondente a junho de 1866. Em texto intitulado VISÃO RETROSPECTIVA DAS VÁRIAS ENCARNAÇÕES DE UM ESPÍRITO, é citada uma manifestação mediúnica havida na reunião de 11 de maio p.p. em que uma entidade de nome Cailleux morto recentemente na cidade de Lyon onde fora dedicado médico, relata ter sentido certo dia uma espécie de torpor apoderar-se dele, magnetizado pelo fluido de Amigos Espirituais; adormecido num sono magnético-espiritual; viu o passado formar-se num presente fictício. A despeito de conservar a consciência do seu EU, sentiu-se transportado no espaço; vendo-se numa reunião de Espíritos que, em vida, tinham conquistado alguma celebridade por descobertas feitas. Ficou surpreso ao reconhecer personalidades antigas de todas as idades e épocas, com semelhança perispiritual consigo. Perguntou-se o que tudo aquilo significava; dirigiu-lhes as perguntas sugeridas por sua posição, mas sua surpresa foi ainda maior, ouvindo-se responder a si mesmo. Voltou-se, então, para eles e vi que estava só. Quando seu Espírito sofreu essa espécie de entorpecimento, viu os diferentes corpos que seu Espírito animou desde um certo número de encarnações, e todos trabalharam a ciência médica sem jamais se afastarem dos princípios que o primeiro havia elaborado. Esta última encarnação não era para aumentar o saber, mas simplesmente para praticar o que ensinava sua teoria. 3- E na nossa Dimensão? O primeiro registro pode ser verificado no livro VIDAS SUCESSIVAS de Albert de Rochas, engenheiro, militar e ex-diretor da Escola Politécnica de Paris, publicado em 1905, em Paris, França, relatando suas pesquisas com o magnetismo proposto no século 18 pelo médico alemão Franz Mesmer. Nelas deparou-se no estado alterado de consciência observado em indivíduos em estudo, com relatos sobre experiências pessoais pregressas, bem como futuras. Na obra, preserva detalhes sobre 19 experimentos conduzidos por ele ou amigos da Universidade de Paris, casos em que os investigados retroagiram no tempo voltando a vidas passadas, evidenciando o fato da reencarnação ser uma ocorrência natural na evolução do Espírito.


É possível a gente imaginar como Deus é? (Aylton)


Possível sempre é, Aylton, pois todos nós temos uma apreciável capacidade de imaginação. Observe bem: a palavra “imaginar” ; ela deriva da palavra “imagem” e, ao pé da letra, imaginar significa “criar uma imagem”. Desse modo, imaginamos, porque temos uma capacidade criar pelo pensamento a forma que queremos ou que julgamos mais adequada. Assim, é possível criar uma imagem de Deus, e é o que tem sido feito ao longo da História por todos os seres humanos que concebem a existência da divindade. No mundo antigo, Deus teve muitas e variadas formas, como tem até hoje, dependendo de como as pessoas dos diferentes povos e cultura o imaginam.


O famoso pintor, Michelangelo Buonarotti, foi contratado pelo papa Julio II, e pintou, entre os anos de 1508 e 1512, os afrescos da Capela Sistina, em Roma, e lá deixou registrado para a História como ele imaginava “Deus criando o homem”, a famosa cena da Criação, uma de suas mais ricas e belas produções artísticas. Essa imagem de Deus, criada por Michelangelo, muito divulgada pelo mundo, serviu de modelo para que as pessoas, de um modo geral, passassem a pensar em Deus como um homem bem idoso, de barba e cabelos compridos, uma figura humana.


Nós, seres humanos, limitados pela ação dos nossos parcos sentidos, não conseguimos pensar numa imagem que não tenha forma e cor, qualidades percebidas pela visão. A visão é um dos sentidos fundamentais para a vida; e é por isso que, quando alguém nos fala de uma pessoa, que nunca vimos, logo nos vem uma imagem que julgamos a ser a dessa pessoa referida. Assim, em tudo: uma cena, uma história que nos contam, estimulam a nossa imaginação. Para facilitar a ligação com Deus e para fortalecer a crença num deus presente, Jesus criou a imagem do Deus-Pai, que fez com que as pessoas pudessem conceber Deus, não como um ser distante no céu, mas como um pai sempre presente na vida de cada um.


Entretanto, como seres imperfeitos que somos, incapazes de ir além de nossa imaginação, sabemos que Deus está muito além do que nossa imaginação pode conceber, pois ele é o Princípio Criador por excelência, infinito em todos os sentidos: e nós não conseguimos imaginar o infinito. Em nada ele poderia se parecer com o homem, pois, se assim fosse, seria tão limitado quanto nós, e, com certeza, não poderia ser Deus. A palavra bíblica, onde se coloca que Deus nos criou à sua imagem e semelhança, com certeza, não se refere à semelhança física, pois Deus não pode ter nada de físico, mas ao princípio espiritual divino, existente em cada um de nós, que somos suas criaturas, sempre caminhando em sua direção.




terça-feira, 27 de junho de 2023

ANTROPOFAGIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Vez ou outra circulam pela mídia impressa e eletrônica, noticias sobre a descoberta de crimes cometidos por serial-killers que além da violência imposta a suas vítimas, acabam devorando parte dos seus corpos por eles fragmentados. Muitas possíveis explicações são cogitadas para gestos tão extremos. O Espiritismo tem sua visão própria sobre tais fatos e, na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro de 1866, encontramos comentário de Allan Kardec sobre o que se poderia chamar de recrudescimento da prática nalgumas ilhas do Oceano Pacífico, mais especificamente pertencentes à Oceania. A informação, publicada no jornal Le Monde, dá conta que em um ano toda a tripulação de quatro navios foram devorados pelos antropófagos das Novas Híbridas (hoje, Arquipélago das Vanuatu), da baia de Jérvis ou da Nova Caledônia, obrigando o almirantado inglês expedir às cidades marítimas que fazem armamentos para a Oceania uma circular aconselhando aos capitães de navios mercantes a tomar todas as precauções necessárias para evitar que suas tripulações sejam vítimas desse horroroso costume. Como explicar o comportamento de seres humanos capazes de devorar seus semelhantes? Segundo Allan Kardec, o “Espiritismo lhe encontra a mais simples solução, e a mais racional, na LEI DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS, a que todos os seres estão submetidos, e, em virtude da qual progridem. Assim a alma dos antropófagos ainda estão próximas de sua origem, as faculdades intelectuais e orais são obtusas e pouco desenvolvidas e nelas, por isso mesmo, dominam os instintos animais. Allan Kardec observa, porém, que “essas almas não estão destinadas a ficar perpetuamente nesse estado inferior, que as privaria para sempre da felicidade das almas mais adiantadas. Crescem em raciocínio; esclarecem-se, depuram-se, melhoram, instruem-se em existências sucessivas. Revivem nas raças selvagens, enquanto não ultrapassarem os limites da selvageria. Chegadas a certo grau, deixam esse meio para encarnar-se numa raça um pouco mais adiantada; desta a uma outra e assim por diante, sobem em grau, em razão dos méritos que adquirem e das imperfeições de que se despojam, até atingirem o grau de perfeição de que é suscetível a criatura. Segundo ele, “a via do progresso a nenhuma está fechada; de tal sorte que a mais atrasada das almas pode pretender a suprema felicidade. Mas uma, em virtude do seu livre arbítrio, que é o apanágio da Humanidade, trabalham com ardor por sua depuração e sua instrução, em se despojar dos instintos materiais e dos cueiros da origem, porque a cada passo que dão para a perfeição veem mais claro, compreendem melhor e são mais felizes. Essas avançam mais prontamente, gozam mais cedo: eis a sua recompensa. Outras, sempre em virtude de seu livre arbítrio, demoram-se em caminho, como estudantes preguiçosos e de má vontade, ou como operários negligentes; chegam mais tarde, sofrem mais tempo; eis a punição ou, se se quiser, o seu inferno. Assim se confirma, pela pluralidade das existências progressivas, a admirável Lei da Unidade e de Justiça, que caracteriza todas as obras da Criação. Comparai esta Doutrina com outras, sobre o passado e o futuro das almas e vede qual a mais racional, mais conforme a Justiça Divina e que melhor explica as desigualdades sociais. Seguramente a antropofagia é um dos mais baixos degraus da escala humana na Terra, porque o selvagem que não mais come o seu semelhante já está em progresso. Mas de onde vem a recrudescência desse instinto bestial? É de notar, de saída, que é apenas local e que, em suma, o canibalismo desapareceu em grande parte da Terra. É inexplicável sem o conhecimento do Mundo Invisível e de suas relações com o Mundo Visível. Pelas mortes e nascimentos, alimentam-se um do outro, se derramam um no outro. Ora, os homens imperfeitos não podem fornecer no Mundo Invisível almas perfeitas e as almas perversas, encarnando-se, não podem fazer senão homens maus. Quando as catástrofes, os flagelos atingem de uma vez grande número de homens, há uma chegada em massa no mundo dos Espíritos. Devendo essas almas reviver, em virtude da lei da natureza, e para o seu adiantamento, as circunstâncias podem igualmente trazê-los em massa de volta para a Terra. O fenômeno de que se trata depende, pois, simplesmente da encarnação acidental, nos meios ínfimos, de um maior número de almas atrasadas, e não da malícia de Satã, nem da palavra de ordem dada ao povo da Oceania. Ajudando o desenvolvimento do senso moral dessas almas, durante a vida terrena, o que é missão dos homens civilizados, elas melhoram. E quando retomarem uma nova existência corpórea para progredir ainda, serão homens menos maus do que foram, mas esclarecidos, de instintos menos ferozes, porque o progresso realizado não se perde nunca. É assim que gradualmente se realiza o progresso da Humanidade.



Será que, no futuro, a ciência vai descobrir uma pílula que pode mudar o comportamento e o modo de ser das pessoas? Por exemplo: um homem violento e criminoso, que tomar essa pílula passará a ser um homem de bem? (Cleber Vinicius)


Os cientistas materialistas acreditam nisso. Para eles, o ser humano é apenas o corpo, que um dia vai desaparecer por completo com a morte; as suas tendências, para o bem ou para o mal, toda a sua estrutura psíquica (pensamento e sentimento), que o faz mais ou menos violento ou pacífico – segundo esses materialistas – decorrem do funcionamento do sistema nervoso. De acordo com essa visão materialista, ativando determinadas regiões do cérebro, poderemos fazer com que um homem mude totalmente suas tendências e comportamento.


Se fosse assim, teríamos de reconhecer que cada um de nós não passa de uma máquina, assim como as máquinas que podemos manipular. Nesse caso, não teríamos culpa nem mérito pelos atos que praticamos, porque tudo decorre de como a natureza nos fez. Quem pensa assim, acha que o homem de bem só é bom por causa de seu cérebro (e. em última instância, de seu DNA) e não porque reúne algum mérito moral ou espiritual, que ele próprio conquistou. Do mesmo modo, o mau só é mau, porque algo não funciona bem no seu corpo. Se, no futuro, for possível fazer um homem de bem apenas com o uso de drogas e com o controle da ciência, não haverá porque acreditarmos no espírito e nos valores morais.


Segundo a Doutrina Espírita, entre o espírito e o corpo há uma íntima ligação, de tal forma que um influi no outro. Entretanto, os problemas do corpo – ou seja, o mal funcionamento do cérebro - pode decorrer de problemas do espírito, de tal forma que, por ocasião da formação do corpo, é o Espírito que lhe transmite certas anomalias. De igual modo, o individuo, quando faz mau uso do cérebro – como, por exemplo, usando a sua inteligência para prejudicar o semelhante – vai transmitir sensações desagradáveis ao cérebro, através das correntes nervosas, causando-lhe problemas. Esses problemas acabam atingindo o cérebro perispiritual, podendo ser levado para a encarnação seguinte.


Assim, para que um indivíduo seja reeducado, não basta tratar o seu corpo; é necessário cuidar de sua alma. O corpo é tratado com medicamentos, cirurgias ou outros procedimentos médicos, mas a alma é com a educação dos sentimentos. Os sentimentos, por sua vez, não nascem da fisiologia do corpo, mas é por ela que se manifestam. Por exemplo: uma crise de cólera causa ao corpo um grande transtorno, provocando alterações bruscas no funcionamento do cérebro; a depressão emocional, seja qual for sua causa, influi na produção de serotonina, uma substância que age na transmissão de estímulos nervosos.


Desse modo, pensar que o homem do futuro possa ser conduzido por pílulas, que determinem sua vontade, é negar a nossa própria liberdade de escolha ou nosso livre-arbítrio, é dizer que somos totalmente dependentes da natureza orgânica, sem possibilidade de fazermos as próprias opções. Todavia, estudos mais recentes, na área da neurologia, têm demonstrado que o cérebro é comandado pela mente; ou seja, existe uma estância psíquica ou espírito, onde estão o nosso discernimento e a nossa vontade, responsável por grande parte dos fenômenos que ocorrem no cérebro.


segunda-feira, 26 de junho de 2023

APRENDENDO COM UM MESTRE; EM BUSCA DA VERDADE COM OPROFESSOR

 A convivência com a dura realidade de milhares de pessoas enquanto lutava em meio à sua, Chico Xavier acabou tornando-se um sábio, seja pelo aprendizado da própria luta pessoal diante das dificuldades que a vida lhe impôs como homem e como médium. Como ele mesmo afirmou certa ocasião, “quem sabe pode muito, mas que ama pode mais”. Mantendo-se fiel à receita da “disciplina, disciplina, disciplina”, sugerida pelo Benfeitor Espiritual Emmanuel quando ouviu através dele sobre a tarefa a que estavam ligados por acertos havidos décadas antes no Mundo Espiritual, concluiu sua recente passagem por nossa Dimensão como uma referência na exemplificação da mensagem cristã, revivida pelo Espiritismo. Bem dentro do roteiro necessário para alcançar a espiritualidade em si mesmo, como preconizado por outro grande líder espiritual, o Dalai Lama que a define como “aquilo que produz no Ser humano uma mudança interior”. Percorrendo obras que preservam o pensamento iluminado de Chico, destacamos para nossas reflexões, algumas das suas orientações e opiniões a milhares de pessoas que atendeu por várias décadas, condicionando-as aos assuntos pelo qual procuraram ouvi-lo. No caso, temas relacionados à família. 1- LAR – “Sem a família organizada caminharíamos para a selva e isso não tem razão de ser. A família terá de fazer grandes aberturas, porque estamos aí com os anticoncepcionais, com os problemas psicológicos, com os conflitos da mente, com as exigências afetivas de várias nuances (...).2- CASAMENTO - “União de almas simpáticas é uma raridade sobre a Terra. Quase todos estamos vinculados aos nossos compromissos de existências anteriores. Com o passar do tempo, o casal que descobre entre si certas diferenças não deve se assustar; é natural que assim seja. Se não houver amor, que pelo menos haja respeito. Tenho visto muitos casamentos se desfazerem por causa do extremo egoísmo dos cônjuges, que não se dispõe a um mínimo de sacrifício e de renúncia. Ora, estamos ainda muito longe do amor com que devemos nos consagrar uns aos outros, mas nada nos impede de começar a exercitar a paciência, o perdão, o silêncio... Se um não revidasse quando fosse ofendido pelo outro, teríamos um número infinitamente menor de separações conjugais”. 3 - ESFRIAMENTO DO INTERESSE MÚTUO APÓS O NASCIMENTO DE FILHOS - “Grande número de enlaces na Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios cônjuges, antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão filhos do casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se aproximem afetuosamente um do outro, segundo os preceitos das Leis Divinas e formem o lar, desfazendo dentro dele determinadas dificuldades das existências anteriores em motivos de amor e compreensão maior.. O namoro e o noivado em muitas ocasiões estão presididos pelos Espíritos que serão filhos do casal”. 4 - PATERNIDADE/MATERNIDADE-“A paternidade é uma oportunidade evolutiva que a Graça Divina concede às criaturas. A maternidade é um segredo entre a mulher e Deus. A participação do homem é ínfima. Na maternidade, a participação da mulher é tocada de alegria e de dor, de tormento e de sofrimento, de prazer e de responsabilidade, desde que o filho nasce, até o último dia da mulher sobre a Terra. 5 - EDUCAÇÃO DOS FILHOS - “- Se não encontrarmos criaturas que nos concedam amor e segurança, paz e ordem, será muito difícil o proveito da nova reencarnação que estejamos encetando. A Educação não é um processo que possa ser levado a efeito quando a criatura já adquiriu hábitos. Aquilo que se precisa aprender começa aos 6 meses de idade. Toda criança deve ser educada no trabalho. Trabalhei desde pequeno e, não fosse por semelhante providência, com certeza eu teria me perdido.”. 6- VIOLÊNCIA NO LAR - “-Qualquer violência, em qualquer lugar e em qualquer tempo, é prejudicial ao autor e aos que lhe assistem a exteriorização, seja qual for a idade do espectador”



Aconteceu um fato muito triste na minha família e minha irmã me culpou, dizendo que o que aconteceu foi porque eu não tenho fé. Senti muito mal quando ela me disse isso. Então, pergunto: a pessoa é culpada por não ter fé? Ela pode ser punida por isso? Ou melhor – a pessoa pode ter fé e depois perder, ou não ter fé e depois adquirir essa fé? Como funciona isso? O que é a fé? “ (anônima)


Se você ler com atenção o capítulo “A Fé Transporta Montanhas”, d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, vai entender melhor essa questão. Ali, Allan Kardec analisa a fé sob vários pontos de vista, mas ele considera, primeiramente, que a fé uma condição humana, e uma condição indispensável em todos os momentos da vida. Podemos analisar a fé em dois contextos: o contexto religioso – como a fé em Deus, por exemplo – e podemos analisá-la no contexto geral da vida, não tratando apenas da fé religiosa, mas da fé na vida, em nós mesmos e naquilo que desejamos alcançar.


A fé é um sentimento, que decorre da necessidade de sobreviver, de buscar segurança e, mais do que isso, de buscar um sentido para a nossa existência. Vista desse ângulo amplo, todos nós temos fé, até mesmo aquele que se diz ateu, pois é impossível uma pessoa viver se ela não tiver um ideal. Se não tivéssemos fé, não daríamos um passo na vida, pois não confiaríamos nem mesmo na firmeza de nossas pernas, capazes de nos sustentar em pé e temeríamos cair. Mas o que nos impulsiona para a frente, sem dúvida, é a crença de que temos condições para isso e que vamos alcançar a meta que pretendemos. Daí porque a fé tem o poder de nos garantir a própria vida e de nos levar a fazer o que fazemos e a obter os resultados que já colhemos.


A fé em Deus, no entanto, é uma fé muito especial, porque crer em Deus é acreditar que tudo na vida tem um sentido perfeito e bom, que não estamos vivendo por acaso, que até mesmo os sofrimentos (pelos quais estamos passando) têm um significado ou uma razão de ser e, portanto, eles têm um valor em nossa vida. Mas a fé nem sempre é sólida, nem sempre é segura; ela pode ser fraca e vacinlante. Pode ser até mesmo ingênua, quando não assentada sobre a razão, sobre o bom senso, ou a partir do raciocínio lógico, que é uma das mais apreciáveis capacidades humanas. Porque, se acreditarmos no impossível ou se nossa crença é apenas fantasia para fugir da realidade, com certeza, vamos ter decepções na vida e se não quisermos acreditar em nada, vamos ter decepções da mesma maneira.


N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO Kardec diz que a fé não se prescreve. Logo, não há receita de fé: ela é uma conquista íntima que você ou cada um de nós conquista longo da vida, na medida em que aprendemos a confiar numa direção divina e na força que Deus nos dá para vencermos as provas do caminho. A vida, no entanto, não pode se firmar apenas na fé, mas principalmente nas realizações que decorrem dessa fé. “A fé sem obras é morta” – como diz Tiago na sua epístola. E a verdadeira fé, na verdade, não é aquela que dizemos ter quando tudo está bem, mas aquela que nos sustenta nos momentos difíceis para não cairmos, dando-nos força e coragem para enfrentar qualquer problema, confiando em Deus e em nós mesmos. 







 


domingo, 25 de junho de 2023

DUVIDA DE MUITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Deus, Jeová, Alá, Supremo Arquiteto do Universo, Consciência Cósmica são palavras utilizadas para identificar uma única coisa: o Criador. Para não dificultar as coisas um dos maiores líderes espirituais conhecidos sugeriu chama-lo apenas Pai. Numa das edições da REVISTA ESPÍRITA, ano 1864, Allan Kardec escreveu: O Espírito no início de sua fase humana, estupido e bruto, sente a centelha divina em si, pois, adora um Deus, que materializa conforme sua materialidade”. Refletindo sobre o assunto sob esse prisma, conclui-se qual a razão de existirem tantas escolas religiosas na sociedade humana. Condicionados ao processo evolutivo, natural os homens irem criando sistemas a partir da própria percepção das possíveis explicações sobre a origem de tudo, visto cada um refletir o mundo conforme sua capacidade de entendimento. Desse modo, tudo está certo, constituindo-se as diferentes visões da Divindade, apenas degraus de acesso a uma compreensão cada vez mais aprofundada e ampla do tema. Na edição de maio de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, numa nota de rodapé, Allan Kardec inclui uma observação em que procura responder duas questões naturais entre os que consideram a ideia de Deus uma grande mentira. A primeira delas: Como os Espíritos novos, que Deus cria, e que se destinam a um dia tornar-se Espíritos puros, depois de ter passado pela peneira de uma porção de existências e provas, saem tão imperfeitos das mãos do Criador, que é a fonte de toda perfeição e não se melhoram gradativamente senão se afastando da origem? - “Digamos para começar que a solução pode ser deduzida facilmente do que está dito, com desenvolvimento, n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sobre a progressão dos Espíritos, questões 114 e seguintes. Teremos pouco a acrescentar. Os Espíritos saem das mãos do Criador simples e ignorantes, mas nem são bons, nem maus, pois do contrário, desde a sua origem, Deus teria votado uns ao Bem e à felicidade, e outros ao mal e à desgraça, o que nem concordaria com a sua bondade, nem com a sua justiça. No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista de desenvolvimento intelectual e moral, como a criança ao nascer, como o germe contido no grão da árvore. Mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo que neles se desenvolve a razão, o livre arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns, o bom caminho, outros, o mau, faz que uns cheguem ao objetivo mais cedo que outros. Mas todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corpórea, a fim de adquirir experiência e ter o mérito da luta. Ora, nessa luta uns triunfam , outros sucumbem; mas os vencidos podem sempre erguer-se e resgatar as suas derrotas. Esta questão levanta outra, mais grave, que várias vezes nos foi apresentada. É a seguinte: Deus, que tudo sabe, o passado, o presente e o futuro, deve saber que tal Espírito tomará o mau caminho, sucumbirá e será infeliz. Neste caso, por que o criou? Sim. Certamente Deus sabe muito bem a linha que seguirá um Espírito, do contrário não teria a ciência soberana; se o mau caminho a que se atira o Espírito devesse fatalmente conduzi-lo a uma eternidade absoluta de penas e sofrimentos; se, porque tivesse falido lhe fosse para sempre vedado reabilitar-se, a objeção acima teria uma força de lógica incontestável e talvez aí estivesse o mais poderoso argumento contra a dogma dos suplícios eternos; porque, neste caso, impossível é sair do dilema: ou Deus não conhece a sorte reservada à sua criatura e então não tem a soberana ciência; se a conhece, então a criou para ser eternamente infeliz e, então, não tem Soberana Bondade. Com a Doutrina Espírita, tudo concorda perfeitamente, e não há contradição: Deus sabe que um Espírito tomará um mau caminho; conhece todos os perigos de que está este semeado, mas, também, sabe que dele sairá e que apenas terá um atraso; e, na sua bondade e para lhe facilitar, multiplica em sua rota as advertências salutares, dos quais infelizmente nem sempre se aproveita. É a história de dois viajantes que querem chegar a uma bela região onde viverão felizes. Um sabe evitar os obstáculos, as tentações, que o fariam parar no caminho; o outro, por imprudência, choca-se nos mesmo obstáculo, dá quedas que o atrasam, mas chegará por sua vez. Se, em caminho, pessoas caridosas o previnem dos perigos que corre e, se por presunção, não as escuta, não será mais repreensível”.





Helvécio de Carvalho, residente na Av. Presidente Vargas, em Garça, SP, nos tem feito diversos questionamentos. Um deles, sobre a chamada cura milagrosa, que alguns grupos religiosos propagam e algumas pessoas dizem ter alcançado. Helvécio fala em alívio psicológico ou sugestão, que podem ocorrer nas igrejas, onde muito se estimula o misticismo. Mas ele acha que nada de concreto pode ser apurado.


O assunto é complexo, Helvécio. De fato, não podemos descartar que o fator psicológico – como a exaltação da fé – pode promover alívio ou mesmo a cura de doenças de origem psicossomáticas. O que são doenças psicossomáticas? Há perturbações orgânicas, que decorrem de traumas emocionais, e que podem desaparecer, como por encanto. Nesse grupo estão diversas perturbações psíquicas, a que Sigmund Freud deu o nome de “histeria”. Freud e Charcot, dois grandes nomes da psicoterapia, chegaram a utilizar a hipnose para tratar com sucesso de pessoas cegas, surdas ou com algum membro paralisado, e que recuperaram a normalidade.


Do mesmo modo, é possível que, sob o impacto de um ato de fé, possa ocorrer uma cura de uma enfermidade sem causa física, mas apenas originária de um fator emocional. Além disso, a neurociência vem comprovando ultimamente, através de vários experimentos, que a fé exerce uma ação sobre os mecanismos cerebrais, podendo realmente promover verdadeiros milagres. Um caso muito comum, que pode revelar o desaparecimento imediato de uma dor ou de uma indisposição física, é a do chamado “efeito placebo” - um comprimido de farinha, sem nenhum princípio ativo, que pode fazer com que uma dor desapareça, desde que a pessoa se convença de que está tomando um remédio eficaz.


É claro que, em situações como essas que citamos, se o objetivo do paciente é obter a cura – e se ele não estiver bem esclarecido sobre o tema – com certeza, vai exaltar o lado religioso da cura e sair proclamando a ocorrência de um milagre. O mais importante, no entanto, é que sarou. Contudo, nos anais das pesquisas psíquicas há registros de curas, que a medicina não pode explicar: estamos falando de curas efetivas, onde o fator emocional, simplesmente, não pode explicar tudo. É claro, são casos em que, depois da alegada cura, que envolvia casos graves ( muitas vezes, desenganados pela medicina), houve um estudo médico-psicológico, com exames clínicos e radiológicos, e um acompanhamento por vários anos.


Para a Doutrina Espírita existe a cura espiritual; não da forma tão ostensiva quanto se apregoa, mas eventualmente pode ocorrer algum fenômeno de cura, desde que haja um médium adequado para o fornecimento de ectoplasma. Há vários estudos médicos nesse sentido, inclusive um que se realizou com o médium João Teixeira de Paula ( mais conhecido como João de Deus), da cidade de Abadiânia, Goiás. Esses estudos trouxeram resultados muito interessantes do ponto de vista médico e foi realizado por um grupo de estudos ligado à Universidade de São Paulo, coordenado pelo Dr. Alexander Moreira de Almeida.


sábado, 24 de junho de 2023

HOMOSSEXUALIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Implicitamente explicado nas respostas às questões 200 a 202 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ampliadas pelos comentários expressos por Allan Kardec no artigo com que abre o número de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA sob o surpreendente título AS MULHERES TEM ALMA ?, o assunto sempre gera acaloradas discussões. Praticamente um século depois, na interessante obra do Espírito André Luiz SEXO E DESTINO (feb, 1963), explicitamente uma publicação espírita acrescenta mais elementos. Cinco anos antes, o mesmo Espírito sugeria o surgimento das diferenças essenciais na individualidade em expansão noutro trabalho EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb, 1958) e, anos depois, em 1971, o também Espírito Emmanuel, tornaria ao tema em VIDA E SEXO (feb, 1971). O curioso é, além das considerações do personagem principal da narrativa em torno do grupo de criaturas interligadas nos arrastamentos do sexo na cidade do Rio de Janeiro no início da década de 60 do século XX, um prognóstico foi feito, o qual começaria a se confirmar já no início deste Milênio com as mudanças em códigos da legislação de vários países. Acompanhemos o relato de André: -“Tendo Neves formulado consulta sobre os homossexuais, Félix demonstrou que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam. Referiu ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, como são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna, nessa ou naquela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos constrange a reconhecer que os delitos, sejam quais sejam, em quaisquer posições, correm por nossa conta. À vista disso, destacou que nos foros da Justiça Divina, em todos os distritos da Espiritualidade Superior, as personalidades humanas tachadas por anormais são consideradas tão carecentes de proteção quanto as outras que desfrutam a existência garantida pelas regalias da normalidade, segundo a opinião dos homens, observando-se que as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado anormal são examinadas no mesmo critério aplicado às culpas de pessoas tidas por normais, notando-se, ainda, que, em muitos casos, os desatinos das pessoas supostas normais são consideravelmente agravados, por menos justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem, no clima estável da maioria. E à ligeira pergunta que arrisquei sobre preceitos e preconceitos vigentes na Terra, no que tange ao assunto, Félix ponderou, respeitoso, que os homens não podem efetivamente alterar, de chofre, as leis morais em que se regem, sob pena de precipitar a Humanidade na dissolução, entendendo-se que os Espíritos ainda ignorantes ou animalizados, por enquanto em maioria no seio de todas as nações terrestres, estão invariavelmente decididos a usurpar liberalidades prematuras para converter os valores sublimes do amor em criminalidade e devassidão. Acrescentou, no entanto, que no mundo porvindouro os irmãos reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças assacadas, há séculos, contra aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver, sob o Sol que a Bondade Divina acendeu em benefício de todos”.



Lendo o livro, EXILADOS DA CAPELA, onde diz que muitos capelinos vieram para a Terra, por terem se tornado incompatíveis com o alto padrão de vida moral daquele planeta, quero saber se hoje ainda existem esses Espíritos na Terra. Se eles eram mais evoluídos que os homens, por que ainda estariam aqui? Será que a maior parte já cumpriu seus deveres de amor e solidariedade no esforço regenerador de si mesmos? (Helena Lourenço de Araújo Gonçalves, rua São João, Garça)


Esse campo de conhecimento, professora – que se refere à vinda de Espíritos de outros mundos – ainda carece de mais estudos pela ciência espírita. Isso quer dizer que sabemos muito pouco a respeito e as informações, oferecidas por obras como EXILADOS DA CAPELA, ainda não são suficientes para chegarmos a uma resposta conclusiva. N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que é uma fonte segura para os espíritas, há referência a grandes alterações planetárias, que culminam na transferência de Espíritos de um para outro planeta, mas não existem maiores detalhes sobre isso.


A obra EXILADOS DA CAPELA, de Edgar Armond, ainda não foi suficiente para uma conclusão a respeito, haja vista que hoje ela é muito pouco lida, tendo despertado muito interesse na época em que foi lançada. Acreditamos, portanto, que não há um consenso no meio espírita em relação às informações que ela contém, mas, assim mesmo, ela precisa ser considerada para se discutir o assunto. As obras mais credenciadas no meio espírita, como as de Emmanuel e André Luiz, que vieram da mediunidade de Chico Xavier, não se preocupam especificamente com essa questão; apenas Emmanuel faz muito breve referência a respeito, demonstrando que ainda é cedo para nos ocuparmos com ele.


A idéia central da obra está assentada sobre a tese espírita de que, quando um mundo passa por uma grande transformação moral, os Espíritos – que não acompanharam essa mudança – não conseguem mais encarnar nesse mundo e, portanto, renascem em outro mais atrasado moralmente. Isso teria acontecido com Capela que, na sua transformação, enviou para cá Espíritos que, para o homem da antiguidade, estavam intelectualmente bem à frente da humanidade. Esses Espíritos teriam sido homens notáveis, que fizeram grandes descobertas, realizaram grandes obras, dando expressivo impulso às diversas civilizações do passado. Não sabemos se ainda estão entre nós, mas o mais provável é que tenham se integrado na humanidade de nosso planeta.



EXILADOS DE CAPELA II_______________________________________________


Entendo que a humanidade atual tem duas categorias de Espíritos: uma, que veio evoluindo lentamente até chegar à razão, e outra composta de Espíritos mais evoluídos e dominantes que vieram da Capela. Pergunto: Pode-se perceber uma diferença entre uns e outros? (Leninha)


Considerando a tese do livro EXILADOS DA CAPELA, exposta por Edgar Armond, podemos dizer que, na época em que esses Espíritos reencarnaram na Terra, a diferença de capacidade intelectual entre eles e os homens, que se desenvolveram aqui, era muito marcante. No entanto, cumprindo a lei de evolução, esses Espíritos deram um impulso inovador aos conhecimentos, à filosofia, à ciência e às artes, despertando uma nova fase da razão e da criatividade humana. Com isso, os homens se desenvolveram e puderam dar saltos de crescimento através dos tempos. Hoje, seria difícil estabelecer alguma diferença entre os provenientes da Capela e os originários da Terra, visto que os que foram discípulos, muitos deles, hoje já são mestres e podem estar tão desenvolvidos quanto os que vieram de fora.


Na obra A GÊNESE, Kardec aborda com muita propriedade a evolução do conhecimento humano através dos tempos, mostrando que, em todas as épocas, Espíritos de mundos superiores – e não apenas da Capela – reencarnaram entre nós para promover o desenvolvimento do planeta. Foram os grandes mestres da humanidade, os grandes filósofos, cientistas, artistas e intelectuais das diversas áreas do conhecimento, que se misturaram à humanidade em diferentes épocas e em diferentes povos, ajudando a promover o progresso de que hoje podemos desfrutar.