Duas décadas antes de surgir a Psicologia Científica e quatro da Psicanálise, Allan Kardec iniciou a publicação da REVISTA ESPÍRITA, subintitulada JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS. Freud não tinha dois anos antes quando nasceu o Espiritismo. Palavra cujo significado é mascara, derivada do latim “personare” ou “persona”, personalidade é definida como o “conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém, sendo sua formação um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo”. Admitindo-se a existência do Espírito, pré-existente e imortal, como fica essa definição? Essa e outras dúvidas tornam o tema ainda mais interessante, pois, o Espiritismo oferece importantes evidências para que as correntes da saúde mental revejam os próprios paradigmas, ampliando seus horizontes a partir do conhecimento que disponibiliza sobre a reencarnação e, naturalmente, do Mundo Espiritual. No denso conteúdo do trabalho PERSONALIDADE HUMANA – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, a ser disponibilizado em breve neste Blog, muito para refletir. Dele, uma pequena amostra: ESQUECIMENTO DO PASSADO – “O esquecimento se restringe à identidade, nacionalidade, naturalidade dados, enfim, que poderiam perturbá-lo ou entravá-lo. É, pois, um homem novo, por mais velho seja seu Espírito, se apoiando sobre novos hábitos, com a ajuda dos que adquiriu. Apesar desse esquecimento, o Espírito é sempre ele, antes, durante e depois da encarnação, que, por sua vez, não é senão uma fase especial de sua existência. (G;) As exceções daqueles que se recordam de vidas anteriores, sobretudo, na primeira infância tem relação com o intervalo curto entre reencarnações, lembranças muitas vezes favorecidas pela cultura dominante na região em que renascem, bem como, planos e programas traçados pelos que administram os processos evolutivos para que sirvam de sinalização para evidenciar a realidade da reencarnação, através da genialidade precoce. INSTINTO SEXUAL - O instinto sexual, então, a desvairar-se na poligamia, traça para si mesmo largo roteiro de aprendizagem a que não escapará pela matemática do destino que nós mesmos criamos. Até que o Espírito consiga purificar as próprias impressões, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe debitam no livro da vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em tempo certo. Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso. (EDM) FAMÍLIA E PERSONALIDADE CIRCUNSTANCIAL- Segundo o Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, o “lar é o mais vigoroso centro de indução que conhecemos na Terra. À maneira de alguém que recebe esse ou aquele tipo de educação em estado de sonolência, o Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão a existência, em processo análogo ao da escola primária, pelo qual a criança é impelida a contemplar ou mentalizar certos quadros, para refleti-los no desenvolvimento natural da instrução. As almas valorosas, dotadas de mais alto padrão moral, segundo as aquisições já feitas em numerosas reencarnações de trabalho e sacrifício, constituem exceções no ambiente doméstico, por se sobreporem a ele, exteriorizando a vontade mais enérgica de que se fazem mensageiras”. (MM)
O que vocês me dizem de uma pessoa que ganha milhões na loteria e depois perde tudo, ficando tão pobre ou mais pobre do que era antes. Será que isso é uma prova que esse Espírito tem que passar? (Ana Paula)
Pode ser uma prova, mas também pode ser uma expiação. No caso de expiação, o sofrimento moral em conseqüência da perda de uma grande soma, pode significar o mau uso que esse Espírito fez de seus bens no passado. No caso de prova, uma situação que ele próprio escolheu para experimentar o sofrimento decorrente da perda e, com isso, aprender a superá-lo. Contudo, é mais provável que se trata de alguém que não sabe valorizar o próprio dinheiro ( no caso daqueles que esbanjam) ou, então, de alguém que não tenha a habilidade suficiente para administrá-lo.
Segundo a Doutrina Espírita, nada acontece por acaso em nossa vida. Todos os fatos da vida estão diretamente relacionados à lei de causa e efeito, lei básica de todos os fenômenos universais. Entretanto, não devemos chegar ao exagero em pensar que tudo provém de vidas passadas. Não. Muito do que nos acontece – ou a maior parte dos acontecimentos de nossa vida, provém desta mesma existência. É o que Allan Kardec mostra muito claramente no capítulo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, denominado “Bem-aventurados os Aflitos”. Nesse capítulo, Kardec discorre sobre as causas atuais e sobre as causas anteriores das aflições.
Os bens materiais, como o dinheiro, são patrimônios importantes que Deus nos coloca ao alcance para utilizá-los para o nosso bem e para o bem-estar da sociedade. Embora cada um de nós seja uma pessoa individualizada, com necessidades e problemas próprios, ninguém vive separado da sociedade; fazemos parte de um ente coletivo. Todos integramos uma coletividade: é por isso que existem interesses individuais e interesses coletivos. Participamos de ambos. Por isso, além do próprio bem-estar, que cada um busca para si, existem as obrigações de cada um para com a coletividade onde vive.
Desse modo, o dinheiro que passa pelas nossas mãos sempre deve ser bem administrado. É um dever nosso utilizar com critério os recursos materiais. Perante as Leis da Vida, ninguém tem o direito de esbanjar seu dinheiro ou desperdiçar seus recursos, mesmo que seja uma pessoa muito rica, uma vez que todo patrimônio particular também tem, antes de tudo, uma função social. Sendo assim, quando aplicamos mal o nosso dinheiro, quando não sabemos utilizá-lo com discernimento, não estamos prejudicando apenas a nós mesmos; estamos prejudicando também a sociedade e, principalmente, aqueles que sequer têm o necessário para viver.
Em geral, as pessoas, que perdem grandes somas, não souberam valorizar o próprio dinheiro ou, então, não souberam administrá-lo, e devem responder por isso perante as Leis da Vida. Lendo com atenção e refletindo sobre o capítulo “Lei de Sociedade” de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, vamos compreender melhor este assunto.
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