Quando chega à Dimensão Espiritual em que nos encontramos mais comumente chamado Mundo Material, o Espírito que reencarna mergulha numa espécie de hipnose que anestesiar as lembranças amargas do passado oferecendo campo propício para a formação de nova personalidade, aquela que o identificará na existência que começa a cursar. As influências de uma sociedade excessivamente materialista afasta o Ser de dados que não deveriam ser desconsiderados. Na sequência, com o auxílio das informações disponibilizadas pela Espiritualidade através de diferentes obras, alinhamos 13 desses pontos: 1 - As Dimensões vibratórias do Universo são inflnitas, como infinitos são os mundos que o povoam. 2 - Esferas multiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. 3 - Não existem vazios no Universo. Todas as zonas interplanetárias estão repletas de vida em suas manifestações multiformes. 4 - As esferas vibratórias se interpenetram e expandem até os limites dos Planetas vizinhos. 5 - Se fosse possível cortar a Terra pelo meio, em seu todo, quer dizer, até onde alcançam seus limites verdadeiros, ver-se-iam círculos iguais, uns dentro dos outros, representando estágios da Vida Espiritual, ou Esferas Vibratórias onde vivem os Espíritos, de acordo com a sua elevação. 6 - Os dois Planos, o visível e o invisível, se interpenetram no mundo, não sendo o imaterial percebido, pelo fato do sensório do encarnado, de modo geral, estar habilitado somente a certas percepções, restritas aos cinco sentidos. 7 - Na quarta esfera, mais apegada à Terra e às suas ilusões, existem muitas organizações à maneira da dimensão mais física. 8 - As áreas do espaço (espiritual), às vezes enormes, ocupadas por legiões de criaturas padecentes ou desequilibradas, estão circunscritas e policiadas por maiores que sejam, funcionando à maneira de sítios terrestres, utilizados por grandes instituições para a recuperação dos enfermos da mente. 9 - A matéria mental, energia cuja existência mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que possamos calcular. 10 - Cada mente vive na dimensão com que se harmonize. Milhares (…) se mantem dentro de linhas mentais infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitos permanecem em profundo desânimo nos recintos domésticos em que transitaram por alguns anos consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante. 11 - As inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental ou frequência vibratória, em que se encontram. 12 - Há infernos purgatoriais de muitas categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para si mesma. Tais organizações (...) obedecem à densidade mental dos seres que as compõem, onde há milhares de criaturas humanas, clamando contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros aflitivo e dolorosos, onde o pavor e o sofrimento fazem domicílio.13 - Surpreendemos entidades fortemente ligadas umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no crime. Outras, que perseveraram no remorso pelos delitos praticados, improvisam, elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de castigo dos quais se sentem merecedores.
Uma ouvinte, de inicial B., comenta o seguinte: Depois que passei a ler livros espíritas, comecei a perceber que as palavras da Bíblia não fazem muito sentido. Antes eu lia a Bíblia sempre, agora quase não leio mais. Estou errada?É assim mesmo que devo pensar? Gostaria de ter uma opinião de vocês.
Ninguém pode duvidar que a Bíblia é uma obra de grande valor histórico, moral e espiritual, mas, como toda obra ( religiosa ou não), depende do que você vai buscar nela. Os textos bíblicos são muito antigos, cara ouvinte. Calcula-se que os primeiros datam de cerca de 800 anos antes de Cristo e o que eles trazem de concreto é a história de um povo, que sempre viveu em função de sua religião. Há duas partes na Bíblia: o antigo e o novo testamento. Para os espíritas, o que mais interessa é o novo testamento, porque trata dos ensinamentos de Jesus. E, como você sabe, a moral espírita é a mesma moral ensinada por Jesus de Nazaré.
A Doutrina Espírita, por outro lado, é uma doutrina moderna que abrange muitas áreas do conhecimento humano. Há espíritas que se dedicam mais à parte filosófica da doutrina, outros à parte científica e há os que estudam mais a parte religiosa, inclusive a Bíblia. Assim, dentro da bibliografia espírita, você vai encontrar muitas obras que tratam especificamente da Bíblia – estudos, análises e interpretações, principalmente de autores que já foram padres católicos ou líderes evangélicos. Se tiver interesse, terá ricas fontes de consulta a respeito. Entretanto, o Espiritismo não é uma religião bíblica, no sentido de seguir rigorosamente as letras dessa obra, mas adota, como dissemos, os ensinamentos morais de Jesus, que fazem parte de seu contexto.
Há inúmeros aspectos da Bíblia de que poderíamos tratar. Mas vamos falar apenas da leitura. O que aconteceu é que você mudou seu ângulo de análise dos textos bíblicos. As religiões bíblicas costumam interpretar os textos o mais próximo possível da letra; o Espiritismo vê esses textos antigos sob o ponto de vista histórico e cultural daquele povo: não pode aceitar certas verdades que só se aplicavam naquela época e em determinadas situações. Você há de convir conosco que a visão do homem hebreu de 2 ou 4 mil anos atrás não podia ser a mesma do homem do século XXI e, portanto, suas interpretações também eram adequadas às necessidades, aspirações e crenças daquele tempo e daquele povo.
Severino Celestino da Silva é espírita e um estudioso da Bíblia. Ele tem um livro muito interessante, intitulado ANALISANDO AS TRADUÇÕES BÍBLICAS, onde ele mostra muitas distorções que se verificaram através de variadas traduções de autores que quiseram divulgar a Bíblia. Severino, além de outras qualificações, é ume estudioso do hebraico e das religiões, principalmente o Judaísmo. Ele tem uma queda muito grande para a Bíblia e, no meio espírita, é o seu tema preferido. Esse livro, ANALISANDO AS TRADUÇÕES BÍBLICAS, é muito interessante para os espíritas que querem conhecer mais profundamente o assunto.
Da Bíblia, o que interessa ao Espiritismo são os valores morais, que vieram se desenvolvendo através dos séculos e se consolidaram com Jesus, através do princípio do amor ao próximo, que ele proclamou em alto e bom tom. Embora com 2 mil anos, o que Jesus trouxe para o mundo foi tão extraordinário que extrapolava todas as concepções da época. Tanto assim que, até hoje, passados 20 séculos, ainda estamos procurando aplicar o que ele ensinou e não conseguimos. Logo, o amor é a grande verdade bíblica, ou seja, aquela que conseguiu superar a barreira do tempo e chegar até nós, no século das grandes realizações científicas. Nesse ponto não há o que discutir.
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