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quarta-feira, 12 de julho de 2023

REPRODUÇÃO ASSISTIDA - ALGUNS ESCLARECIMENTOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Consulta formulada a respeito se ‘quando um embrião é congelado ele já tem automaticamente um espirito acoplado a ele ou esse espirito será definido após a inseminação?’ resultou numa resposta interessante que vale a pena compartilhar: -“Na época da elaboração d'O LIVRO DOS ESPÍRITOS, as experiências de reprodução assistida provavelmente nem eram sonhadas. Nossa ciência progrediu muito nas experiências de fecundação in vitro no final do século 20. Creio que a questão levantada pode ser enquadrada na resposta à questão 336 onde Kardec pergunta: Poderia acontecer que um corpo que deve nascer não encontrasse Espírito para encarnar-se nele? A resposta é surpreendente: Deus proveria a isso.  A criança quando deve nascer para viver, tem sempre uma alma predestinada: nada é criado sem um desígnio. A ela, podemos adiciona a questão 356: Há crianças natimortas que não foram destinadas à encarnação de um Espírito? Resposta: Sim, há as que jamais tiveram um Espírito destinado aos seus corpos: Nada devia cumprir-se nelas. É somente pelos pais que essa criança nasce. Pelo que podemos deduzir, a formação de corpos humanos desde a fecundação é processo mecânico, que pode independer de Espírito a reencarnar. Por sinal, no livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS de André Luiz, em sua Segunda Parte, no capítulo Gestação Frustrada, o Benfeitor complementa a questão 356. Assim sendo, a receita para gerar embriões, embora conte com a Espiritualidade para viabilizar processos reencarnatórios constitui-se, no seu início em exercícios dos nossos cientistas aprimorando os mecanismos de que se serve o Plano Espiritual para, em determinadas circunstâncias, reintroduzir Espíritos em nossa DimensãoChico Xavier em mais de uma vez filtrou o pensamento da Espiritualidade que orientava seus trabalhos sobre o assunto. Dentre as inúmeras respostas, destacamos uma que certamente representa preocupação para muitas pessoas: -“Os Espíritos que devem vir à luz ao nosso Mundo por este caminho são previamente preparados para esta via de nascimento?, respondida dessa forma: -“ -Sim, quando a Ciência na Terra, iluminada pela bênção da fé na Imortalidade puder intervir no auxílio, realmente digno, ao trabalho da genética no campo humano, sem nenhuma disposição para extravagâncias e abusos através de experimentações absolutamente desaconselháveis, a implantação do óvulo fertilizado no claustro da mulher responsável evitará muitos desastres na reencarnação, especialmente os que se referem ao aborto sem justificativas. Certa ocasião, ajudando-nos a entender a questão da impossibilidade da maternidade dentro da naturalidade, contou que em 1936, conhecemos uma senhora amiga, que praticou diversas vezes o aborto. Não era uma criatura perversa, mas entendia que estava agindo bem. Depois de sua desencarnação, depois de seis abortos, vímo-la no Mundo Espiritual, e ela estava em condições muito lamentáveis, e se lastimava da situação de irresponsabilidade a que ela se entregara nos domínios do aborto inconsequente, do aborto sem orientação médica, de aborto não terapêutico. Em companhia de Amigos Espirituais, então perguntei pelo caso dela, e eles nos disseram que ela se reencarnaria dentro de pouco tempo. Realmente, logo depois de 1942, ela reencarnara, e ultimamente encontramos esta mesma senhora reencarnada no campo de nossas relações, e com grande surpresa, mas com grande motivo para meditação, encontramo-la, numa angústia muito grande, querendo se descartar de uma esterilidade que para ela, nesta encarnação, é irreversível. Perguntei ao nosso amigo André Luiz, e ele então me disse que de fato, nesta vida, ela, pelo anseio de ser mãe, vai reconstituir os seus órgãos genésicos para ser mãe em vida próxima. E ouvindo também um amigo médico, a quem eu perguntei sobre o assunto, ele então me disse que esta criatura podia receber um diagnóstico claramente identificável na patologia comum, e Amigos Espirituais então nos disseram que ela era portadora, segundo os conceitos médicos, de hipertrazia glandular cística do endométrio. Além do mais, com resultados, com derivações muito lamentáveis em seus órgãos femininos.”.



Como que Deus costuma castigar as pessoas más, que matam, estupram, torturam suas vítimas, sem piedade? A pena de morte é muito pouco para elas. (Evanilde Luzia da Silva )


Na Doutrina Espírita, Evanilde, não costumamos usar a expressão “Deus castiga”. O castigo é uma prática humana e não divina, embora os povos antigos entendessem que Deus também castigasse. Era uma visão distorcida de Deus. Mas, assim mesmo, aos poucos, o castigo vem perdendo seu sentido original. Na antiguidade, quando ainda não havia leis para regular o comportamento humano – ou seja, quando a ordem social era estabelecida pela força dos reis e poderosos, de acordo com suas vontades e conveniências – o castigo era a forma mais comum de intimidar as pessoas ou, mesmo, de evitar o crime.


Veja o que aconteceu com Jesus: ele foi acusado de um crime que não praticou, e teve pagar com sua própria vida o que não devia, sofrendo constrangimentos e tortura. Muitos mártires do passado se sacrificaram pela humanidade. Naquela época, o que funcionava mesmo era a “lei do mais forte”. E, quando alguém era agredido ou morto, toda a sua família voltava-se contra o agressor para devolver-lhe a violência em forma de vingança. E.muitas vezes, não se vingava apenas no agressor, mas em toda sua família. Contudo , nem por isso, os crimes deixavam de existir e com muito mais crueldade do que são praticados hoje.


Todavia, a evolução social levou o homem, de uma maneira geral, a perceber que as pessoas não podiam continuar fazendo justiça com as próprias mãos. Foi quando se criou o aparelho jurídico do Estado ( leis, advogados, juízes e tribunais) e, hoje, quando alguém comete um crime, ele é julgado, condenado e apenado pelo Estado, e não pela pessoa da vítima ou familiares. Não deve existir na Justiça humana a concepção de vingança: o Estado é que resolve os problemas, que não podem ser resolvidos pelas vítimas.


O interessante de tudo isso é que as leis que tratam da execução penal – ou seja, as que regulamentam o cumprimento das penas – não visam apenas o castigo do criminoso, mas visam, sobretudo, tirá-lo do convívio social - quando ele representa perigo para a sociedade – ou, até mesmo, ressocializá-lo, ou seja, dar-lhe condição ( que, muitas vezes, não teve) para, após o cumprimento da pena, reintegrar-se na sociedade como um verdadeiro cidadão, disposto a ter uma vida digna e honrada. É claro que este propósito é muito difícil de atingir, mas, infelizmente, até hoje, muito pouco se tem feito nesse sentido, embora a lei preveja.



Ora, se a lei humana, aos poucos vai se tornando cada vez mais humana, procurando a regeneração do preso, por entender que todo ser humano sempre merece mais uma oportunidade, o que não prevê a Suprema Lei de Deus, de Justiça e de Misericórdia? Certo dia, Jesus disse à multidão - “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, o que não lhes dará o Pai Celestial, que é bom e perfeito?” – referindo-se à Justiça Divina. Antigamente, quando se falava em justiça, entendia-se logo “castigo”.


Para o Espiritismo, não há castigo ou recompensa na Lei Divina - há simplesmente justiça. Não há um só de nossos atos, por pequenino que pareça, que não tenha alguma repercussão, cedo ou tarde, em nossa vida. È o que chamamos de Lei de Causa e Efeito. Segundo ela, cada um de nós cria o seu próprio destino, porque sempre colhe bons frutos das boas árvores que plantou, e maus frutos das más árvores que plantou – para usar a linguagem poética de Jesus. A forma, como isso vai acontecer varia de caso para caso, se situação para situação. Entretanto, todos somos filhos de Deus – o bom e o mau. Estamos caminhando para uma condição espiritual cada vez melhor.


Alguns já caminharam muito na sua escalada evolutiva – hoje, podem ser bons, mas, no passado, não podemos imaginar o mal que podem ter feito. Outros, ainda são maus, porque não conseguiram atinar para o verdadeiro caminho do bem.Praticam o mal e se tornam escravo dele, ou doentes. Os criminosos natos, com sintomas de perversão, são doentes, sociopatas - que, ainda terão muito tempo para serem tratados e aprender a conviver com seus semelhantes. Entretanto, seja por um motivo ou por outro, seus atos não passam impunes – não porque Deus castiga – mas porque a lei determina “a cada um segundo suas obras”. Se não responderem aqui, nesta encarnação, com certeza, responderão numa outra oportunidade.



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