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sexta-feira, 7 de julho de 2023

VERDADE INCONVENIENTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Artigo assinado por Allan Kardec, no número de agosto de 1859 da REVISTA ESPÍRITA esclarece: -“ Desde que os Espíritos não são senão os próprios homens despojados do seu invólucro grosseiro ou almas que sobrevivem aos corpos, segue-se que há Espíritos, desde que há seres humanos no Universo”. Diante dessa ponderação acrescenta: -“É preciso não perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço, circula ao nosso lado, mistura-se em tudo quanto fazemos. Se se viesse a levantar o véu que nô-los oculta, vê-los-íamos em redor de nós, indo e vindo, seguindo-nos, ou nos evitando segundo o grau de simpatia; uns indiferentes, verdadeiros vagabundos do mundo oculto, outros muito ocupados, quer consigo mesmos, quer com os homens, aos quais se ligam, com um propósito mais ou menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem. Numa palavra veríamos uma réplica do gênero humano, com suas boas e más qualidades, com suas virtudes e com seus vícios. Este acompanhamento, ao qual não podemos escapar, porque não há recanto bastante oculto para se tornar inacessível aos Espíritos, exerce sobre nós, queiramos ou não, uma influência permanente. Uns, nos impelem para o Bem, outros para o mal; muitas vezes as nossas determinações são resultado de sua sugestão; felizes quando temos juízo bastante para discernir o bom e o mau caminho, por onde nos procuram arrastar”. Décadas depois, um médium brasileiro – Chico Xavier -, começa a verter para nossa Dimensão uma série de livros – NOSSO LAR -, elaborados por um médico – André Luiz - desencarnado em meados dos anos 30, com fins de despertamento da Humanidade visto que a evolução do materialismo a afastava cada vez mais das questões espirituais. Tais narrativas resultaram em treze obras reunindo inúmeros casos que exemplificam a interação comentada por Allan Kardec. Selecionamos algumas dessas cenas para que se tenha uma ideia de como funciona tal interação: CASO 1 - NA VIA PÚBLICA: -“No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me, sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em abraço singular. Muito se dependuravam a veículos, contemplavam-nos outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo. Assustei-me. Não havia notado tais ocorrências nas excursões anteriores ao círculo carnal. (...) Não dissimulava, entretanto, minha surpresa. As sombras sucediam-se umas às outras e posso assegurar que o número de entidades inferiores, invisíveis ao homem comum, não era menor, nas ruas, ao de pessoas encarnadas, em continuo vaivém (...). Tinha a impressão nítida de havermos mergulhado num oceano de vibrações muito diferentes, onde respirávamos com certa dificuldade”. CASO 2 - NUMA RESIDÊNCIA COMUM : -“A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção.(...) Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e, dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. CASO 3 - NUM RESTAURANTE: -“Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós, indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcóolatras impenitentes”. CASO 4 - NUM HOSPITAL: -“A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, lhes infringindo padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando e perseguindo-os”. CASO 5 - NUMA CASA NOTURNA: -“Champanha correndo e música lasciva. Entidades perturbadoras e perturbadas, jungidas ao corpo de bailarinos, enquanto outras iam e vinham, a se inclinarem sobre taças, cujo conteúdo lábios entediados não haviam conseguido sorver totalmente. Em recanto multicolorido, onde algumas jovens exibiam formas seminuas em coleios esquisitos, vampiros articulavam trejeitos, completando, em sentido menos digno, os quadros que o mau gosto humano pretendia apresentar, em nome da arte. Tudo rasteiro, impróprio, inconveniente”. CASO 6 - MULHER, FAIXA DOS 50 ANOS, CASADA DEVANEANDO SOBRE AMOR PLATÔNICO : - “Dona Marcia parecia regressar de outro país. Adereçada, sorridente. Os cabelos em penteado excêntrico lhe realçavam a graça, remoçando-a inteiramente. Harmonizava-se a maquiagem com o róseo vestido novo. O porte se lhe erguia nos sapatos de salto alto, com a esbelteza da cegonha jovem, quando caminha descuidada em campo livre. Exibia cores, destilava perfumes. Contudo, a flor humana em que se metamorfoseara não escondia para nós as larvas que a carcomiam. Jazia Dona Marcia assessorada por pequena corte de vampirizadores desencarnados que lhe alteravam a cabeça”.

(Fernanda L. ) Por que os Espíritos não se apresentam para nós e resolvem de uma vez a dúvida que as pessoas tem sobre a vida depois da morte?


Esta questão, Fernanda, está bem colocada n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, no capítulo que fala sobre “Intervenção dos Espíritos nos Acontecimentos da Vida”. Até Kardec, meados do século XIX, a questão da imortalidade da alma era tratada quase que exclusivamente pela religião, que pouco ou nada oferecia de concreto para seus seguidores. Alguns filósofos arriscavam tratar do assunto, mas não acrescentavam nada mais ao que se sabia. A verdade era que essa questão pertencia ao domínio da fé e não da razão. Foi o Espiritismo a primeira doutrina no mundo que tratou da questão da vida após a morte do ponto de vista da ciência e da pesquisa.


Entretanto, sabemos que cada coisa vem a seu tempo. Não foi por acaso que, durante cerca de 1.500 anos, o homem acreditou que a Terra era o centro do universo, e que muita gente, até hoje, marchando na contramão da história, ainda acredita. O primeiro grande impacto entre a religião e a ciência surgiu com a publicação da obra de Galileu, no século XVI, que acabou por ser obrigado a negar publicamente o que cientificamente já tinha comprovado. Daí em diante, graças a impetuosidade de muitos cientistas, a ciência passou a se desenvolver cada vez mais depressa, revelando outras verdades que eram desconhecidas ou negadas pela religião.


A questão da imortalidade da alma, no entanto, ainda permanece nos seus primeiros passos. Só o Espiritismo teve a coragem de apresentá-la de uma forma científica. A grande maioria dos cientistas, no entanto, só o que fazem é negá-la, mas nada pesquisam a respeito. Para a expressiva maioria da humanidade, a vida depois da morte continua sendo matéria de fé, de modo que o homem, até hoje, não se mostrou bastante amadurecido para cuidar dessa questão, que permanece à espera de uma oportunidade para se firmar na concepção do homem. Não sabemos até quando vamos permanecer alheio a essa questão, mas sabemos que tudo vem a seu tempo. Se o homem ainda não se convenceu disso é porque não está suficiente maduro para encará-la.


Por outro lado, os Espíritos se manifestaram sempre, mas na maioria das vezes essa realidade foi negada, abafada, repudiada. Muitos foram perseguidos e mortos por causa disso. Desse modo, o homem veio criando, ao longo dos séculos, uma barreira para compreender com mais profundidade a questão, dificultando esse intercâmbio, através de médiuns treinados. Os próprios Espíritos, na maioria das vezes, desistem de qualquer tentativa de comunicação, por não encontrarem as condições adequadas, pois, quase sempre, predominam o medo e a incerteza. Quem sabe essa questão se esclareça neste século e tenhamos, não muito distante, o reconhecimento dessa realidade espiritual, o que favorecerá sobremaneira a comunicação entre os dois planos de vida!..


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