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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Allan Kardec gastou 259 palavras para justificar a inclusão no capítulo 31 d’O LIVRO DOS MÉDIUNS de uma mensagem atribuída Jesus de Nazaré demonstrando o critério rigoroso que adotava para selecionar mensagens, terminando suas ponderações com a seguinte recomendação: - Que cada um julgue por si mesmo se aquele de quem ela traz o nome não a renegaria. Na atualidade, não se observa tanto cuidado, tendo-se a impressão que o que importa é o resultado comercial no caso de livros, por exemplo. Outro tema curioso é quanto aos títulos utilizados por alguns Espíritos comunicantes. No número de julho de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se pronuncia sobre o assunto a partir de questionamento levantado por leitores da publicação. Explica ele: Num grupo de província, tendo-se apresentado um Espírito sob o nome de “São José, santo, três vezes santo”, isto deu ensejo a que se fizesse a seguinte pergunta: Um Espírito, mesmo canonizado em vida, pode dar-se a qualificação de santo, sem faltar à humildade, que é um dos apanágios da verdadeira santidade e, invocando-o, permite que lhe deem esse título? O Espírito que o toma deve, por esse fato, ser tido por suspeito? Outro Espírito respondeu: -Deveis rejeitá-lo imediatamente, pois equivaleria a um grande capitão que se vos apresentasse exibindo pomposamente seus numerosos feitos de armas, antes de declinar o seu, ou a um poeta que começasse por se gabar de seus talentos. Veríeis nessas palavras um orgulho despropositado. Assim deve ser com homens que tiveram algumas virtudes na Terra e que foram julgados dignos de canonização. Se se apresentarem a vós com humildade, crede neles; se vierem se fazendo preceder de sua santidade, agradecei e nada perdereis. O encarnado não é santo porque foi canonizado: só Deus é santo, porque só ele possui todas as perfeições. Vede os Espíritos superiores, que conheceis pela sublimidade de seus ensinamentos: eles não ousam dizer-se santos; qualificam-se simplesmente de Espíritos de verdade. Pronuncia-se Allan Kardec: - Esta resposta demanda algumas retificações. A canonização não implica a santidade no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para os distinguir de seus homônimos, ou que lhes dão por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomé, podem, pois, antepor o nome santo à sua assinatura, sem que o façam por um sentimento de orgulho, que seria tanto mais descabido em Espíritos superiores que, melhor que os outros, não fazem nenhum caso das distinções dadas pelos homens. Dar-se-ia o mesmo com os títulos nobiliárquicos ou as patentes militares. Seguramente aquele que foi duque, príncipe ou general na Terra não o é mais no mundo dos Espíritos e, no entanto, assinando, poderão tomar essas qualificações, sem que isto tenha consequência para o seu caráter. Alguns assinam: aquele que, quando vivo na Terra, foi o duque de tal. O sentimento do Espírito se revela pelo conjunto de suas comunicações e por sinais inequívocos em sua linguagem. É assim que não nos podemos enganar sobre aquele que começa por se dizer: “São José, santo, três vezes santo.” Só isto bastaria para revelar um Espírito impostor, adornando-se com o nome de São José. Assim, ele pôde ver, graças ao conhecimento dos princípios da doutrina, que sua velhacaria não encontrou ingênuos no círculo onde quis introduzir-se. O Espírito que ditou a comunicação acima é, pois, muito absoluto no que concerne à qualificação de santo e não está certo quando diz que os Espíritos superiores se dizem simplesmente Espíritos de verdade, qualificação que não passaria de um orgulho disfarçado sob outro nome, e que poderia induzir em erro, se tomado ao pé da letra, porque nenhum se pode vangloriar de possuir a verdade absoluta, nem a santidade absoluta. A qualificação de Espírito de verdade não pertence senão a um só, e pode ser considerada como nome próprio; está especificada no Evangelho. Aliás, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. Devemos pôr-nos em guarda contra os que se adornam indevidamente com esse título: são fáceis de reconhecer, pela prolixidade e pela vulgaridade de sua linguagem.


Embora eu não seja espírita, mas tenha outra religião, sempre percebi Espíritos na minha casa, mas nunca consegui me comunicar com eles. Não percebo, assim, com nitidez, mas sei se é homem, mulher ou criança. O que será que eles querem comigo? (M.A.T.)


Com certeza, você tem o que chamamos “mediunidade de vidência”. A mediunidade é uma faculdade que permite à pessoa visualizar Espíritos ou situações que ocorrem fora de nosso plano físico. Ela pode ser mais ou menos nítida. Aliás, trata-se de um tipo de visão, mas essa visão não se dá pelos olhos físicos, mas pelas percepções da alma ou, se quisermos, pelos sentidos espirituais. O fato de se perceber as imagens, com maior ou menor clareza e nitidez, depende da mediunidade de cada um.


A mediunidade, segundo a classificação do professor Herculano Pires, pode ser estática ou dinâmica. Estática é um tipo de mediunidade que acontece eventualmente na vida da pessoa, mas que não se desenvolve para formas mais apuradas. É o que parece acontecer com você. Suas percepções sempre se deram da mesma maneira. Mas, na mediunidade dinâmica, há como que uma intensificação da mediunidade: ele acaba tomando outros aspectos, as visões vão se tornando cada vez mais claras e nítidas. É a mediunidade que precisa ser desenvolvida e colocada a serviço.


No seu caso, a vidência se fixou num determinado patamar de percepção e nunca saiu disso. Portanto, ao que parece, não vai se desenvolver mais, a não ser que você mesma queira estimulá-la; mas, para isso, você teria que participar de um grupo mediúnico num centro espírita. Por outro lado, o fato de esses espíritos, às vezes, se tornarem mais ou menos visíveis para você, significa apenas que eles estão ali. Onde há pessoas há espíritos, mas só os médiuns percebem. Se eles não tentaram outro tipo de comunicação com você, é porque não têm essa necessidade.


Entretanto, essa visualização pode significar que esses espíritos estão ali, porque se sentem bem, se sentem protegidos ou apoiados por você. O mínimo, que você pode fazer por eles, é orar em seu favor.


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