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terça-feira, 15 de agosto de 2023

LÁ COMO AQUI, EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “-Estamos num parque-cidade-jardim, se posso definir com estas três palavras o grande centro de recuperação e cultura em que presentemente nos achamos. O vovô Engelberto e o vovô Eugênio entabularam entendimentos para que fôssemos admitidas num grande instituto de reformulação espiritual e tivemos permissão para desfrutar a companhia e a proteção da mãezinha Custódia que nos serve de governanta maternal. Penso que ficarão satisfeitos se lhes contar que fomos admitidas pela Diretora, a Irmã Frida, da lista de amizades do vovô Engelberto, com a maior distinção. Naturalmente, éramos neófitas e o receio nos marcava a presença. O vovô dirigiu-se a ela, em alemão, e ambos conversaram animadamente. Voltando-se cortesmente para nós, se bem me lembro, a Irmã Frida nos disse sorrindo: -“Brech Gut. Es wird mich scher freuen ihnen nutzlich zun sein”. Compreendo que não guardei de cor a antepenúltima expressão dela, mas o vovô solicitou-me a troca de ideias em português e a nossa Diretora, sem pestanejar, se exprimiu em português – brasileiro com tal mestria que nos sentimos à vontade para a instalação em perspectiva. A cidade é grande e especializada”. A informação é dada aos pais na segunda mensagem psicografada por Jane Furtado Koerich pelo médium Chico Xavier, dezessete meses após ela, sua irmã Rosemari e a amiga Sonia, em meio a quase cinquenta pessoas, perecerem em acidente aéreo de grandes proporções aos procedimentos de aterrisagem em Florianópolis (SC), em 12 de abril de 1980. Sua carta, soam-se a dezenas de outras recebidas pelo médium mineiro oferecendo detalhes da organização do chamado Mundo Espiritual, em suas formatações nos diferentes Planos e Sub-planos. Se considerarmos a cogitação da Teoria das Supercordas da Física Quântica que, além de propor matematicamente dos chamados Universos Paralelos, afirma que “mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, consideraremos real o relato de Jane. Do momento em que Allan Kardec, obteve da Espiritualidade a resposta de que entre o Mundo Espiritual e o Físico o mais importante é o Espiritual, pois de lá tudo procede e para lá tudo volta ao da descrição da jovem sobrevivente espiritualmente ao acidente e daí ao comentário do físico materialista e ateu Marcelo Gleiser citado em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2011, record), fatias diferentes de tempo transcorreram. Em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, a visão do Mundo Espiritual oferecida pelo Espiritismo, representa “uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Segundo ele, “vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho”. Acrescenta que esse Mundo Espiritual “é a réplica ou o reflexo do Mundo corpóreo, com suas paixões, vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que nossa natureza material dificilmente permite compreendermos. Tal é esse mundo oculto, que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos sem o suspeitar, como vivemos entre miríades do Mundo Microscópico”. Alerta-nos que “o Mundo Invisível que nos circunda reage constantemente sobre o Mundo Visível; nô-lo mostram como uma das forças da Natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta, que nos domina e subjuga contra nossa vontade, não será ter a chave de mais um problema, as explicações de uma porção de fatos que passam desapercebidos?”.



Gostaria de vocês falassem sobre a frase de Jesus “Vigiai e orai, para não que não entreis em tentação”. (Lourdes)


Essa recomendação, citada por Mateus, se deu justamente num momento em que Jesus sentiu um grande desânimo em face de sua missão. Para se refazer, convidou os discípulos a orar com ele; precisava reunir forças para não sucumbir à tentação de desistir. É o que acontece com todos nós, quando nos vemos diante de uma dificuldade ou problema que exigem grande esforço e até sacrifício. Precisamos compreender os nossos limites, as nossas fraquezas, mas quando algo realmente precisa ser feito, pedimos a Deus que nos reabasteça de coragem para não fugirmos à obrigação.


Vigiai e orai” – no entanto – tem um sentido bem amplo. Muita gente pensa que a tentação é algo que vem de fora, quando, na verdade, é justamente o contrário, ela vem de dentro, de nossas tendências, de nossos impulsos interiores. O que vem de fora é apenas o estimulo à tentação, porque a tentação em si está em nossas fraquezas morais. É assim que podemos ser estimulados ao mal, se dermos chance para que isso aconteça. E podemos ser estimulados tanto pelos encarnados quanto pelos desencarnados. Contudo, se fizermos o mal, não devemos culpar senão a nós mesmos, porque não soubemos resistir à tentação.


Em geral, quando se trata de obsessão, a tendência das pessoas é atribuir o mal aos Espíritos, achando que eles são a verdadeira causa do problema. Alguns atribuem as más ações ao demônio. Nada disso. A causa do mal está em nós, em nossa imperfeição ou naquilo que ainda não conseguimos superar em nós. Allan Kardec, no último capítulo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, capítulo 28, no prefácio à prece pelos obsidiados, afirma que a obsessão é uma doença da alma e, portanto, precisa de um remédio para a alma. A doença, a que se refere, é a fraqueza moral a que, muitas vezes, nos entregamos, deixando-nos arrastar pelo mau pensamento que ainda nos domina.


Queremos dizer uma coisa muito importante a respeito desta mensagem. Veja que Jesus não disse “Orai e vigiai” (nesta ordem), mas disse “Vigiai e orai” : ou seja, vigiar primeiro e orar depois. Vigiar é agir, é trabalhar, é rever seus sentimentos, suas limitações, suas dificuldades, e procurar dominar suas emoções, para que elas não tomem conta. Portanto, há aqui uma recomendação muito importante, que deve fazer parte do dinamismo da vida: agir sempre que necessário; omitir-se do dever, jamais. É por isso que ele nos recomendou que a reconciliação deve ir antes da oferta, ou da oração.



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