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terça-feira, 29 de agosto de 2023

O CORPO É UM INVÓLUCRO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Madrugada de 24 de agosto de 1572, Paris, França. Os sinos de uma das catedrais da cidade anunciam o início de um dos mais tristes episódios escritos pela intolerância religiosa: a matança de seguidores do protestantismo, chamados pejorativamente de huguenotes. Autorizados pelo Rei Carlos IX, influenciado e pressionado por sua mãe Catarina de Médicis, cerca de dois mil na capital francesa, a princípio, e, nos próximos dias estimados setenta mil por todo País. Noite de 25 de maio de 1860, recinto da Sociedade Espírita de Paris. Allan Kardec lê para os participantes da reunião realizada naquele dia, a carta de um assinante da REVISTA ESPÍRITA registrando “curioso relato a ele feito por um amigo a quem perguntara em carta, a opinião sobre a presença ou não, junto a nós, das almas que amamos, e, sua convicção de que nossas almas mudam de envoltório muito rapidamente após a morte. Oficial da Marinha francesa, navegava a trabalho em algum lugar do mundo, quando respondeu a missiva recebida, afirmando não ter lido nada a respeito o que faria quando de seu retorno, revela, contudo, que desde quando tinha sete anos, começou a experimentar a convicção de ter sido assassinado durante os massacres da Noite de São Bartolomeu, embora não tivesse lido qualquer coisa a respeito. Guardava na memória detalhes desta cena sangrenta que jamais desapareceram. Desde a infância, via-se como um rapaz de vinte anos, rico, participando em um duelo, no qual foi morto. Sobre as ligações entre os que se amam, relatou uma experiência na qual encontrando a quilômetros de Lima, Peru, após vinte e cinco dias de viagem, despertou em lágrimas, com verdadeira dor no coração, sentindo-se possuído por profunda tristeza, fato registrado em seu diário. Àquela hora, saberia depois, seu irmão tinha sido atingido por um ataque de apoplexia, que comprometeu gravemente sua vida. Confrontando, posteriormente, dia e hora, tudo exato”. A exemplo de outros experimentos envolvendo pessoas vivas - ou encarnadas -, Allan Kardec cogitou de evocá-lo, sendo prevenindo da impossibilidade à vista de seu trabalho, considerando não estar, talvez, num momento propício, desperto em função de suas atividades se realizarem em variados fuso-horários. Sugeriram chamassem seu anjo da guarda, o qual diria se poderiam evocar seu protegido. Assim foi feito e nas doze perguntas feitas, apurou-se: 1- Realmente a evocação de seu protegido era inviável no momento, por vivenciar uma inquietude moral que o impedia de repousar fisicamente; 2 – Estava em terra; 3- Suas tormentosas lembranças eram verdadeiras, uma intuição real; 4- Realmente era um caso raro, presente nas suas visões, um pouco pelo gênero de morte que o impressionou fortemente naquela vida; 5- Não tivera outras existências depois daquela; 6- Morreu com uns trinta anos, era ligado à casa de Coligny, chamara-se Gaston Vincent, fora um simples soldado, morrera no cruzamento de Bucy; 7- Ainda não recebera cartas posteriores do amigo que levantara o problema; 8- Continuava atualmente seu anjo da guarda, função exercida naquela vida também. Em nota complementar, Allan Kardec observa: - “Céticos, antes gozadores que sérios, poderiam dizer que o anjo da guarda o guardou mal e perguntar por que não desviou a mão que o feriu. Posto que tal pergunta mereça apenas uma resposta, talvez algumas palavras a respeito fossem úteis. Para começar diremos que, se o morrer pertence à natureza humana, nenhum anjo da guarda tem o poder de opor-se ao curso das leis da Natureza. Do contrário, razão não haveria para que não impedissem a morte natural, tanto quanto a acidental. Em segundo lugar, estando o momento e o gênero de morte no destino de cada um, é preciso que se cumpra o destino. Diremos, por fim, que os Espíritos não encaram a morte como nós: a verdadeira vida é a do Espírito, da qual as várias existências corpóreas não passam de episódios. O corpo é um invólucro que o Espírito reveste momentaneamente e deixa como uma roupa usada ou “rasgada”. Pouco importa, pois, que se morra um pouco mais cedo ou tarde, de uma ou de outra maneira, pois que, em definitivo, sempre é preciso chegar à morte, que longe de prejudicar o Espírito, pode ser-lhe útil, conforme a maneira porque se realiza. É o prisioneiro que deixa a prisão temporária pela liberdade eterna. Pode ser que o fim trágico de Gaston Vincent lhe tenha sido útil, como Espírito, o que o seu anjo da guarda compreende melhor que ele, porque um só vê o presente, ao passo que o outro vê o futuro. Espíritos retirados deste mundo por uma morte prematura, na flor da idade, por vezes, nos responderam que era um favor de Deus, que assim os havia preservado dos males aos quais, sem isto, estariam expostos”.


A Bíblia, que dizem ser a palavra de Deus, fala da criação dos animais e do homem, como se tudo tivesse acontecido há poucos séculos com o mesmo homem e com os mesmos animais que existem atualmente. Mas a ciência já comprovou que o mundo tem bilhões de anos, que existiram no mundo animais gigantescos como os dinossauros e que o homem já pertenceu a uma espécie primitiva, que vivia nas cavernas e lutava com os animais para sobreviver. O contato com essas informações científicas foi a primeira razão porque desacreditei da religião.

Evidentemente a Bíblia não fala e nem poderia falar em dinossauros, porque a existência desses animais só foi descoberta nos últimos séculos, após reiteradas pesquisas.

Quando os textos bíblicos foram escritos, séculos antes de Cristo, ainda não havia ciência e os autores desses textos, embora se diziam inspirados por Deus, nada sabiam sobre esses animais e muitas coisas mais que a ciência descobriu depois.

Precisamos compreender, caro ouvinte, que a verdade não é uma dádiva que cai pronta e acabada do céu, embalada em papel de presente. A verdade é uma conquista árdua da humanidade.

Logo, os autores da Bíblia não podiam saber de muita coisa que ainda estava para acontecer, assim como nós, hoje, não sabemos de tudo, pois a ciência sempre terá coisas novas para desvendar.

Os antigos, como os profetas, acreditavam que a humanidade começou com apenas com um casal de pessoas, Adão e Eva. Não podiam acreditar mais que isso.

Adão e Eva, segundo os relatos do Gênese, eram pessoas como nós, ou seja, com a inteligência e a capacidade dos seres humanos de nosso tempo.

No entanto, os cientistas descobriram que, antes dos seres humanos atuais, bem antes – centenas de milhares de anos atrás – tivemos o homem primitivo, fato que a Bíblia também não menciona.

Muita gente acha que as descobertas da ciência são um atentado contra Deus, mas o Espiritismo entende justamente o contrário.

Allan Kardec, num de seus últimos escritos, disse: “As descobertas da ciência glorifica a Deus”.

De fato. O conhecimento de nossos antepassados, há milhares de anos atrás, era muito incipiente. Eles estavam na infância da humanidade.

Por isso, a concepção de Adão e Eva, como outras que se encontram na Bíblia, é o que eles podiam compreender naqueles tempos.

Hoje, passados mais de 3.500 anos de Moisés, o ser humano é outro, o mundo é outro e a ciência vem mudando o panorama da Terra.

É o que nos leva a refletir sobre a evolução humana, sabendo que Deus nos criou imperfeitos, mas nos deu a liberdade de agir e conquistar por nós mesmos a própria perfeição.

A concepção de Deus, segundo a doutrina espírita, é maravilhosa, pois não vamos sua obra como se fosse alguma coisa estática, mas sim o resultado de inúmeras transformações que nos levam todos à perfeição.


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