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sábado, 19 de agosto de 2023

O JUIZ POETA E A LEI DE CAUSA E EFEITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Sobre ele pouco se tem sabe, a não ser que era do Ceará, onde, em diferentes localidades, teria exercido o cargo de Juiz; publicado, em 1924, um livro com suas criações poéticas, intitulado ESCADA DE JACÓ, não se tendo notícia que tenha conhecido o Espiritismo enquanto encarnado. De volta ao Plano Espiritual, nos processos de aprendizado possíveis ao seu nível evolutivo, aprofundou-se no estudo da Justiça Divina, mais especificamente a Lei de Causa e Efeito. Nas décadas de 60 e 70, serviu-se do médium Chico Xavier para oferecer-nos em doze poesias, os resultados de suas pesquisas, revelando em versos belíssimos a situação de muitos Espíritos com os quais se envolveu em múltiplas encarnações anteriores à terminada no século 20. Seu nome Epiphanio Leite e, atendendo às limitações de espaço, exporemos parte de seu trabalho apresentando os Efeitos de agora, seguido da Causa determinante de outrora. O primeiro deles, por sinal, sobre um Espírito que lhe fora filho em vida passada. CASO 1 – Efeito: homem cego e surdo vivendo de esmolas obtidas na mendicância Causa: Existência em que, embora exortado a amar, construir e ensinar, armou-se de ouro e lança, transformando o mando em presença assassina, deixando uma trilha de fogo nas vidas e regiões por onde passou (Meu Filho) CASO 2Efeito: mulher, vivendo em extrema penúria entre humildes choupanas, trazendo nos braços um filhinho sem fala, mutilado ao nascer Causa: Existência em que, mulher ligada à nobreza, induz jovem por ela apaixonado ao suicídio durante festa que promovia em sala de seu castelo (Santa Maternidade) CASO 3Efeito: Homem confinado a hospício em função da insanidade mental Causa: Soberano que, em excursões bizarras, ordena invasões, ferindo, vencendo, dominando e deixando um rastro de dor, castelos em ruínas, agonia e pavor (Renascença da Alma) CASO 4 - Efeito: Mulher insana mentalmente vivendo na mendicância, carregando um boneco nos braços, o que lhe valeu a alcunha de Maria Boneca Causa: Dama da nobreza que na ânsia de continuar a desfrutar dos prazeres da vida, três séculos antes, livra-se do filho consanguíneo, atira-o à fossa do castelo em que vivia (Maria Boneca) CASO 5 Efeito: Mulher, anônima e solitária, presa à prova da hanseníase, confinada em Hospital/Colônia para Leprosos Causa: Existência em que na condição de conhecida rainha europeia, quatrocentos anos antes, cria dominações, ordena, expandindo penúria e lágrimas, enquanto suas arcas repletavam-se. ( Fim de Prova) CASO 6Efeito: menino morador de aldeia remota, em corpo limitado pela idiotia e a mudez. Causa: intelectual que, pela palavra falada e escrita, na última década do século 18, espalhou ateísmo e violência, suscitando rebeldia e delinquência (Gênio Enfermo) CASO 7Efeito: Morador de rua, vivendo da caridade alheia, preso ao estigma da hanseníase Causa: Existência há quatro séculos, em que, à custa de mortes, destruição, violência, conquista o poder, tornando-se, por fim, chefe e Rei, pouco antes de morrer (Dor Bendita) CASO 8Efeito: Mulher carregando a dura prova da cegueira, obcecada por encontrar a origem de sua limitação nos estudos reencarnacionistas. Causa: Soberana feudal que, seiscentos anos antes, através de hordas assassinas espalhou fogo e lama, oprimindo o povo dominado (Cegueira) CASO 9Efeito: Mulher cumprindo o papel da maternidade, triste, entre penúria e pó, chagas, sombras, ruínas Causa: Existência em que, há quatro séculos, exercendo o poder, amada e desumana, destrói lares, gasta a vida insana, humilhando os homens que avassalava (Prova e Libertação) CASO 10Efeito: Homem, morador de rua, enfermo, relegado à via pública, sobrevivendo da caridade alheia Causa: Existência seiscentos anos antes em que, de conquista em conquista, abusa do amor, arrastando filhas, esposas, mães, seduzidas egoisticamente (Mendigo) CASO 11Efeito: Mulher enferma, vivendo da mendicância em praça pública Causa: Existência no século 19, em que exibindo riqueza e beleza perturbadora, por ciúmes de alguém, mata a própria filha preservando os domínios do prazer em que se comprazia. Os livros em que podem ser consultados os documentos aqui citados, são respectivamente LUZ NO LAR (feb,1968); POETAS REDIVIVOS (feb,1969); CAMINHOS DE VOLTA (geem, 1975) e ALGO MAIS (ideal, 1979).


No capítulo 14, versículo 26, do Evangelho de Lucas, encontramos esta fala de Jesus, que me deixa confuso. Dirigindo-se aos discípulos, ele disse: “Se alguém deseja seguir-me e ama a seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, mais do que a mim, não pode ser meu discípulo”. Parece que Jesus está subestimando a família.

Realmente, não deixa de ser contraditório esse versículo, se quisermos entendê-lo ao pé da letra – ou seja, como está escrito.

O certo, porém, é que muitas afirmações dos evangelhos parecem contraditórias – ou porque não procuramos um sentido mais profundo das palavras atribuídas a Jesus, ou porque o texto não foi bem escrito ou não foi bem traduzido.

Kardec, na introdução d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – que é um texto que muito pouca gente leu – refere-se a essas dificuldades de entendimento.

Na verdade, ao lermos os evangelhos, precisamos levar em conta que o mais importante não são os detalhes, mas o contexto – ou seja, como que cada afirmação se ajusta à finalidade da doutrina de Jesus.

Precisamos ver se o versículo, que lemos, está de acordo com a filosofia de Jesus, que é a filosofia do amor incondicional ou do amor fraterno.

Logo, tudo que pareça fugir ou contrariar ao conceito de amor, que Jesus ensinou, não pode ser entendido ao pé da letra.

Todos sabemos – e não há quem duvide disso – que Jesus ensinou o amor ao próximo como único caminho de salvação da humanidade e o próximo mais próximo são as pessoas da família.

Portanto, para Jesus o amor deve ser vivenciado em todos os momentos e lugares onde estivermos, seja na família ou fora dela.

Logo, quando não encontrarmos coerência entre uma afirmação e a doutrina do amor, devemos ficar com o amor e desprezar qualquer outra interpretação.

Devido ao grande impacto de seus ensinamentos que questionavam crenças, usos e costumes antigos, incomodando ele acabou por incomodar os líderes religiosos da época em assim, passou a ser vítima de insidiosa perseguição.

A missão de Jesus foi muito curta - cerca de três anos apenas. Como mestre do povo, ele não dispunha de muito tempo para ensinar.

Sem perder tempo, escolheu aqueles que deveriam dar continuidade aos a seus ensinos, conhecidos por apóstolos.

Requisitou-os o máximo que pôde para que se inteirassem em pouco tempo do significado e da importância de sua missão.

Deixou claro que a verdadeira família é universal, quando de seus questionamentos: “quem é minha mãe? quem são meus irmãos?

Certamente, não para desvalorizar a família consanguínea, mas para mostrar o compromisso que cada um de nós tem para com a humanidade.

O Espírito Clélia Duplantier disse a Kardec, conforme lemos em OBRAS PÓSTUMAS, que todos nós, quando reencarnamos, assumimos três níveis de compromisso: primeiro, consigo mesmo; em segundo lugar, com a família e, por último, com a humanidade.

Portanto, naquela fala, Jesus está se referido ao compromisso de cada apóstolo tinha para com a humanidade e para o qual devia preparar-se.

Explicamos melhor: os propagadores do evangelho estavam compromissados com a humanidade e isso significava que, naquele momento, eles precisam se distanciar mais da família para trabalharem pela causa urgente do evangelho.

Desse modo, Jesus procurou fazer com que seus apóstolos sentissem o peso da responsabilidade para com a nova doutrina, malgrado os compromissos familiares.

Em nosso entendimento, ao dizer que não podia ser seu discípulo quem amasse mais a família do que a ele, Jesus se referia ao desapego com que os verdadeiros missionários se lançam à sua missão.

Naquele momento, diante da meta que buscava atingir, não havia mais tempo para hesitações: era necessário se lançar à tarefa.

Jesus queria dizer, enfim, que quando o ideal é bom, vale a pena se desprender de certas coisas e até de pessoas, para se dedicar exclusivamente à missão.

É assim que fazem e sempre fizeram os missionários que trouxeram grandes benefícios à humanidade.


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