Embora experimentos em países da chamada Cortina de Ferro com a chamada máquina Kirliam nos anos 50/60 tenham provado a ação das chamadas energizações e mais recentemente no Brasil um estudo realizado em 2003, pelo Dr Ricardo Monezzi, à época Mestrando em Ciências médicas em conceituada Universidade paulista sobre efeitos da prática de impostação de mãos sobre os sistemas hematológico e imunológico de camundongos machos em que tinham sido inoculadas células cancerígenas tenha constatado uma diferença significativa entre os grupos na contagem do número de monócitos, a verdade é que nas páginas da REVISTA ESPÍRITA que fundou e dirigiu no período1858/1869, Allan Kardec noticiou e comentou inúmeros casos em que a Teoria dos Fluidos operou prodigiosas curas. Sem dúvida uma ousadia para o momento em que os estudos da Medicina se fixavam na visão mecanicista, desdenhando a visão vitalista apresentada, entre outros, pelos médicos Franz Anton Mesmer (TEORIA DO MAGNETISMO ANIMAL) ou Samuel Hanneman (HOMEOPATIA). Mas Kardec foi além como documentado em artigo incluído na edição de março de 1868, intitulado Ensaio Teórico das Curas Instantâneas. Explica basear-se em deduções das indicações obtidas por um médium em sonambulismo espontâneo, umas das facetas dos estados alterados de consciência conhecidos como transe, tendo sido dada como resposta a uma pessoa atingida por grave enfermidade que queria saber se um tratamento fluídico poderia ser-lhe salutar. Observa, contudo, que “por mais racional que nos apareça esta explicação, não a damos como absoluta, mas a título de hipótese e como tema de estudo”. Chama a atenção para o fato de que “na medicação terapêutica são necessários remédios apropriados ao mal, não podendo o mesmo remédio ter virtudes contrárias, sendo ao mesmo tempo estimulante e calmante, aquecer e esfriar, não convindo a todos os casos, sendo esta a razão de não existir um remédio universal”. Comenta “da-se o mesmo com o fluido curador, verdadeiro agente terapêutico, cujas qualidades variam conforme o temperamento físico e moral dos indivíduos que o transmitem, havendo fluidos que superexcitam e outros que acalmam, fluidos fortes e outros suaves e de muitas outras nuanças, podendo, conforme suas qualidades, o mesmo fluido, como o mesmo remédio, ser salutar em certos casos, ineficaz e até prejudiciais em outros, donde se segue depender a cura, em princípio da adequação das qualidades do fluido à natureza e à causa do mal”. Destaca também que, conforme o Espiritismo, “a maioria das moléstias, como todas as misérias humanas são expiação do presente ou do passado, ou provações para o futuro; dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas, até que tenham sido resgatadas, não podendo ser curado aquele que deve suportar sua provação até o fim”. Mais à frente em seu artigo, a original proposição de Kardec: -“Certas afecções, mesmo muito graves e passadas ao estado crônico, não tem como causa primeira a alteração das moléculas orgânicas, mas a presença de um mau fluido, que as desagrega, por assim dizer, e perturba a sua economia”. Afirma ser “o caso de grande número de doenças, cuja origem é devida a fluidos perniciosos, dos quais é penetrado o organismo, obtendo-se a cura não pela substituição de moléculas deterioradas, mas pela expulsão de um corpo estranho”. Nesse caso, a “medicação alopática destinada a agir sobre a matéria é inoperante em todas as doenças causadas por fluidos viciados, por sinal, numerosas”. Desse modo, considera que “duas afecções, na aparência apresentando sintomas idênticos, podem ter causas diferentes; uma pode ser determinada pela alteração das moléculas orgânicas e, outra, pela infiltração nos órgãos sãos, de um fluido mau, que perturba suas funções”. Entende que “esses dois casos requerem, no fluido curador, qualidades diferentes. No primeiro, é preciso um fluido mais suave que violento, sobretudo rido em princípios reparadores; no segundo, um fluido enérgico, mais próprio à expulsão do que a reparação”. Destaca ainda que “não podendo os maus fluidos provir senão de maus Espíritos, sua introdução na economia se liga muitas vezes à obsessão. Daí resulta que, para obter a cura, é preciso tratar ao mesmo tempo, o doente e o Espírito obsessor”. Finaliza dizendo que “estas considerações mostram quantas coisas há que levar em conta no tratamento das moléstias, e quanto ainda resta a aprender a tal respeito. Além disso, vem confirmar a aliança do Espiritismo e da Ciência. O Espiritismo marcha no mesmo terreno que a ciência, até os limites da matéria tangível; mas, ao passo que a ciência se detém nesse ponto, o Espiritismo continua seu caminho e procede suas investigações nos fenômenos da natureza com o auxílio dos elementos que colhe no mundo extra material; só aí está a solução das dificuldades contra as quais se choca a ciência”.
Dizem que o presépio, que representa o nascimento de Jesus, foi criado por S. Francisco de Assis que amava muito os animais. Por isso, ele colocou vários animais em torno do berço do menino Jesus, como que saudando a sua chegada ao mundo. Quem ama os animais sabe o quanto eles sofrem também, sofrimento que muitas vezes doe em nós, seres humanos. Por que os animais sofrem, se eles não cometem pecado perante Deus?
Em primeiro lugar, há um ponto importante que devemos deixar bem claro: ao contrário do que muita gente pensa, nós – seres humanos - não sofremos apenas e tão somente porque pecamos, porque erramos ou porque temos dívidas morais.
A lei divina não é tão simples assim. Esse sofrimento, que decorre de erros do passado, é o que no Espiritismo chamamos “expiação”. Alguns chamam isso de “carma”.
No meio espírita, dá-se muita ênfase à expiação, até por que nós poderíamos evitar muitos sofrimentos, se soubéssemos viver melhor – ou seja, se cometêssemos menos erros ou corrigíssemos de imediato os erros que cometemos.
Entretanto, que fique bem claro: não sofremos apenas porque erramos. Sofremos por causas anteriores a esta vida e por causas da vida atual, mas há um tipo de sofrimento que é comum a todos os seres vivos – tanto ao homem quanto aos animais e – até mesmo – aos vegetais: é o que André Luiz (Espírito) chama de dor-evolução.
Que é a dor-evolução? O autor espiritual explica isso em suas obras. Dor-evolução é o preço do nosso aprendizado, é o que causa a nossa transformação física e espiritual.
Evolução é aperfeiçoamento, é progresso: por isso, sofremos porque estamos evoluindo, porque estamos nos transformando para melhor.
Para entendermos esse processo de aperfeiçoamento, os Espíritos geralmente nos compara a pedras brutas que precisam sofrer o processo da lapidação para se tornarem preciosas. Assim é o Espírito.
Vejam, por exemplo, a gestação e o parto. Não há dúvida de a mulher passa por grande desconforto durante a gravidez até que chegue o parto. Mas será que ter um filho é um castigo?
Sabemos que não. A alegria da chegada de um filho é tão grande que o sacrifício da gravidez e do parto ficam esquecidos.
Esse processo natural da gravidez, portanto, não pode ser uma expiação para a mulher. Bem ao contrário, é um sacrifício que lhe rende enorme recompensa.
Mas ele é necessário por fazer parte do processo evolutivo. Então, não podemos classifica-lo como expiação, mas, sim. como dor-evolução na linguagem de André Luiz.
Um outro exemplo de dor-evolução é a dor do crescimento - do nosso crescimento, do nosso desenvolvimento enquanto pessoa.
Assim, todos nós sofremos para aprender a andar, para aprender a falar, sofremos para aprender a ler, para aprender a dirigir um veículo ou manejar uma máquina. Enfim, sofremos para nos integrar na vida, para lutar pelas nossas metas e objetivos.
Tudo isso é evolução e tudo implica em esforço, trabalho e desconforto, em dificuldades e em sofrimento.
A dor-evolução é um processo natural da vida, mas, quando se trata do ser humano – que somos nós - ela é agravada pelos abusos, pelos erros que cometemos – porque é ai que começa a dor-expiação.
E os animais? – vocês perguntam. Os animais não têm dor-expiação (que são as mais penosas, é claro!...); eles têm apenas e tão somente a dor-evolução, porque os animais não têm consciência do bem e do mal e, portanto, não têm senso de responsabilidade.
As doenças, as deformações, os acidentes, a luta pela sobrevivência que eles experimentam – tudo isso faz parte de suas necessidades de transformação, pois é assim que evoluem.
É por isso que os animais sofrem. Entretanto, o sofrimento do animal está muito longe de ter as implicações e as dificuldades do sofrimento humano, pois os animais não têm dor-moral; eles não nem mesmo consciência do papel que a dor representa em suas vidas.
Nós, seres humanos, sofremos bem mais que eles, sofremos até mesmo antes de o problema chegar e continuamos sofrendo ininterruptamente com as nossas frustrações, nossos desejos insatisfeitos, nossas angústias, nossas decepções.
Sofremos mais moralmente do que fisicamente. Podemos dizer, seguramente, que o sofrimento dos animais quase que se restringe à dor física, enquanto no ser humano ele tem muitas outras implicações, que vão do simples desconforto físico às mais desastrosas e prolongadas angústias da alma.
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